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domingo, 13 de novembro de 2011

Quem é Deus


A SUMA TEOLÓGICA
Em forma de catecismo

DEUS
Criador e Soberano Senhor de todas as coisas
DA EXISTÊNCIA DE DEUS

II
NATUREZA E ATRIBUTOS DE DEUS

-Quem é Deus?
-Um espírito em três pessoas; Criador e Soberano Senhor de todas as coisas.

-Que quereis dizer quando dizeis que Deus é espírito?
-Quero dizer que não tem corpo como nós, que está, absolutamente, isento de matéria e de qualquer elemento estranho a seu ser (III, 1-4).

-Que consequências se derivam destes princípios?
- Resulta que Deus é, no sentido mais absoluto e transcendental, o Ser por essência e as restantes coisas são seres particulares, são tais seres e não o Ser. (III,4)

-Deus é perfeito?
-Sim,  Senhor; porque nada lhe falta (VII, 1)

-É bom?
-É a própria bondade, como principio e fim de todos os amores. (VI).

-É infinito?
-Sim, Senhor; porque coisa alguma pode limitá-lo.

-Está em toda parte?
-Sim, porque tudo quanto existe, Nele não há sucessão (IX)

-Quantos deuses há?
-Um só (XI).
-Existem em Deus os referidos atributos?
-Sim, Senhor, e se não os possuísse não seria o Ser por essência.

-Podereis demonstrá-lo?
-Sim, Senhor; Deus não seria o ser por essência, se não fosse o que existe per se, ou como dissemos, por necessidade de sua natureza. O que existe per se concentra em si mesmo todos os modos do ser; é, portanto perfeito e, sendo perfeito, necessariamente há de ser bom. E, além disso, infinito, condição indispensável para que nenhum ser tenha ação sobre Ele e o limite, e se é infinito possui o dom da ubiquidade. É imutável, porque, se mudasse, havia de ser em busca de uma perfeição que lhe faltasse. Sendo imutável, é eterno, porque o tempo é sucessão e toda sucessão revela mudança. Sendo perfeito em grau infinito, não pode haver mais do que um; se houvesse dois seres infinitamente perfeitos, nada teria um que o outro não possuísse, não haveria meios de distingui-los e seriam, portanto um.  (III-XI)

-Podemos ver a Deus enquanto vivemos neste mundo?
-Não, Senhor; não o consente o nosso corpo mortal (XI, 11)

-Poderemos vê-lo no céu?
-Sim, Senhor; com os olhos da alma glorificada (XII, 1-10)

-De quantos modos podemos conhecer a Deus neste mundo?
-De dois: Por meio da fé e da razão (XII-12-13).

-Que coisa é conhecer Deus por meio da razão?
-É conhecê-lo, mediante as criaturas, obras de suas mãos(XII,12)

-E conhecê-lo pela Fé?
-É conhecê-lo, sabendo o que Ele é, pelo que nos revelou de Si mesmo. (XII,13).

-Qual destes dois modos de conhecimento é mais perfeito?
-Indubitavelmente, o da fé, dom sobrenatural que nos mostra Deus com uma claridade como -jamais o pode conjeturar a razão humana; e ainda que devido à imperfeição de nosso entendimento percebemos esta claridade, manchada de sombras e obscuridades impenetráveis, é todavia dela, como aurora do dia feliz da visão perfeita, que se constituirá a nossa Bem aventurança no céu. (XII, 15).

-As palavras e proposições que usamos para falar de Deus expressam alguma coisa de positivo, determinado e real?
-Sim, Senhor; porque, se bem que tenham sido inventadas para designar as perfeições das criaturas, podem empregar-se para manifestar o que em Deus corresponde a essas perfeições (XIII, 1-4)

Tem o mesmo sentido aplicadas a Deus e às criaturas?
-Sim, Senhor; porém, com alcance diverso: quer dizer que, aplicadas às criaturas, manifestam plenamente a natureza e as perfeições que expressam; porem, usadas para designar perfeições divinas, se bem que em Deus existe realmente quanto de positivo encerra o seu significado, não alcançam expressá-lo e modo supereminente como está em Deus (XIII, 1-4).

-Por conseguinte, Deus é inefável, qualquer que seja a nossa linguagem e a sublimidade das expressões que usemos para falar Dele?
-É inefável: apesar isso, não pode ter o homem ocupação mais digna e proveitosa do que a de falar de Deus e dos seus atributos, apesar do confuso e impreciso de nossa linguagem, durante esta vida mortal (XIII, 6,12).

A SUMA TEOLÓGICA
Em forma de catecismo
R.P TOMAZ PÈGUEZ, O.P.