Catecismo da Igreja Católica Modernista.
Vamos expor
OS ERROS DO ANTI-CATECISMO MODERNISTA
Reza do Santo Rosário, Penitencia e reparação
ão os únicos remédios contra as heresias modernistas.
Reza do Santo Rosário, Penitencia e reparação
ão os únicos remédios contra as heresias modernistas.
SEGUNDA SEÇÃO
A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO TERCEIRO
ARTIGO 9
«CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA»
816. «A única Igreja de
Cristo [...] é aquela que o nosso Salvador, depois da ressurreição,
entregou a Pedro, com o encargo de a apascentar, confiando também a ele e
aos outros apóstolos a sua difusão e governo
[...]. Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma
sociedade,
subsiste (subsistit in) na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão
com ele» (273).O decreto do II Concílio do Vaticano sobre o Ecumenismo explicita: «Com efeito, só pela Igreja Católica de Cristo, que é "meio geral de salvação", é que se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação. Na verdade, foi apenas ao colégio apostólico, de que Pedro é o chefe, que, segundo a nossa fé, o Senhor confiou todas as riquezas da nova Aliança, a fim de constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que sejam plenamente incorporados todos os que, de certo modo, pertencem já ao povo de Deus» (274).
818. Os que hoje nascem em comunidades provenientes de tais rupturas, «e que
vivem a fé de Cristo, não podem ser acusados do pecado da divisão. A Igreja
Católica abraça-os com respeito e caridade fraterna [...]. Justificados pela fé
recebida no Baptismo, incorporados em Cristo, é a justo título que se honram com
o nome de cristãos e os filhos da Igreja Católica reconhecem-nos legitimamente
como irmãos no Senhor» (278).
Ensinamento correto:
44. - Jesus Cristo veio à terra
para salvar a todos os homens.
A esse fim duas coisas seriam
necessárias: ensinar-lhes a verdade e infundir-lhes, na vontade, a força para
praticá-la. A obra de Jesus Cristo devia perpetuar-se na terra: nesse objetivo
quis Ele instituir uma sociedade, onde precisamente pudessem os homens
encontrar os meios de conseguirem a salvação eterna. A tal sociedade chamou-lhe
Igreja, palavra grega que equivale a assembléia, reunião. Jesus, realmente, entre os que O seguiam, a doze escolhidos,
que chamou Apóstolos, lhes deu o poder de ensinar, santificar e reger; e aos
fiéis incumbiu-lhes o de crerem naqueles e lhes obedecerem. À testa dos doze,
pôs São Pedro; tudo para a glória de Deus e salvação das almas. Temos, pois,
todos os elementos de uma sociedade, isto é, cabeça, membros, fim e meios.
Tal sociedade fora prenunciada
pelos profetas. E Jesus Cristo dele falou frequentemente em Suas parábolas,
quando assemelhava "o reino dos céus" a um campo, em que vai semeada
a boa semente de par com a cizânia; a uma rede, onde há bons e maus peixes; a
um celeiro, em que há grão e palha, etc.
A Igreja é, portanto, a sociedade
dos verdadeiros cristãos, isto é, dos
batizados, que professam a fé e doutrina de Jesus Cristo, participam dos seus
sacramentos e obedecem aos pastores por Ele estabelecidos.
Note-se a expressão "verdadeiros cristãos", porque não
basta ser batizado para se pertencer verdadeiramente à Igreja; faz-se mister
ainda professem a verdadeira fé, frequentem os sacramentos e obedeçam aos
legítimos pastores.
Jesus Cristo fundou uma sociedade:
a) visível, que possa facilmente ser
reconhecida, e não uma sociedade de espíritos; b) religiosa, sobrenatural
no fim a colimar, que é a vida eterna, e nos meios que conferem a graça; c) necessária, enquanto fora dela se não
pode obter a salvação; d) perfeita,
enquanto possui fim e meios próprios e é independente de qualquer outra sociedade;
e) desigual e hierárquica, pois nela há quem governa e quem deve obedecer.
45. - Jesus Cristo fundou uma só Igreja. A Pedro afirmou:
"Sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja", e falou também de um só redil com um só pastor. Há, porém,
várias igrejas que se dizem cristãs, isto é, dizem seguir a Jesus Cristo e a
Sua doutrina. Qual será a verdadeira?
46. - Como um soberano faz cunhar
sua moeda e lhe estabelece as condições (dimensões, metal, forma, etc.), para
que possa distinguir-se das falsas a moeda verdadeira, assim Jesus Cristo
determinou as notas ou caracteres distintivos, por onde possamos reconhecer a
verdadeira Igreja; e são a unidade, a
santidade, a catolicidade, a apostolicidade.
Jesus Cristo quis na Sua Igreja unidade tão íntima e perfeita, a ponto
de espelhar a que existe entre Ele e Seu Pai celeste: unidade de governo com um único fundamento, - Pedro; unidade de doutrina, porque todos devem crer e praticar tudo quanto Ele
ensinara e prescrevera, unidade de meios
de santificação, que Ele instituíra.
Quis, em segundo lugar, a santidade. Veio ao mundo para destruir o
pecado e dar de novo ao homem a graça perdida: a Igreja deve continuar essa
obra até a consumação dos séculos. Importa-lhe ensinar a doutrina que Ele
ensinara e que leva à santidade; precisa fornecer os meios, que produzem a
santidade e incumbe-lhe demonstrar, com o exemplo de seus filhos, como possa
produzir a santidade.
A Igreja deve ser católica, isto é, universal, adaptada a todos os lugares e há todos os tempos. Jesus
Cristo deu aos apóstolos a ordem de lhe prestarem testemunho até os extremos da terra; e prometeu estar com
eles até a consumação dos séculos.
Por último, Jesus Cristo quis a
Sua Igreja Apostólica, o que se
demonstra de quanto já dissemos, pois ordenara aos Apóstolos lhe propagassem os
ensinamentos pelo mundo inteiro. Por conseguinte, a doutrina ensinada hoje pela Igreja deve ser uniforme com a dos
Apóstolos; e o governo dos Apóstolos
se verificará na continuidade dos seus legítimos sucessores, e especialmente no sucessor de São Pedro, a quem disse:
- "Apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas". (Jo.,
XXI).
47. - Ora, três são as Igrejas que
se dizem cristãs: - a Protestante, a Cismática, a Romana. Qual das três possui
as notas exigidas por Jesus Cristo?
Por igreja protestante entendemos as seitas heréticas, nascidas no século XVI.
Três as principais, que depois se subdividiram em muitas outras: - os luteranos, de Lutero, na Alemanha; os calvinistas, de Calvino, na Suíça: os anglicanos, de Henrique VIII, na
Inglaterra.
Falta a essa igreja a unidade: a de doutrina, porque, pelo princípio de livre exame, cada qual dos
fiéis pode interpretar a Bíblia a seu modo e deduzir os princípios que ele
quiser; falta-lhe a de meios, pois,
em virtude do mesmo princípio cada um admite o número de sacramentos que quiser
e lhes dá a virtude que acreditar: falta-lhe a de governo, porque não tem um poder central jurídico religioso.
Falta-lhe a santidade de doutrina ou de meios,
porque vários princípios do protestantismo são logicamente contrários à santidade: falta-lhe a santidade de
pessoas, pois de fato não gerou falanges de santos de virtudes heróicas,
seladas por milagres.
Falta-lhe a catolicidade, quer de direito,
porque os seus fundadores não receberam missão alguma de Deus; quer de fato,
porque as igrejas protestantes são geralmente nacionais e regionais.
Falta-lhe ainda a apostolicidade, quer de doutrina, porquanto os ensinamentos do
protestantismo andam em contradição com a doutrina pregada pelos Apóstolos, confirmada
pelos documentos e monumentos dos primeiros séculos; quer a de governo, porque não há nele uma
autoridade suprema: cada qual é ali mestre, autoridade e sacerdote a um tempo.
Por igreja "cismática" entendemos a igreja
oriental (Grega, Russa, Búlgara, etc.), separada da Igreja Romana por Fócio, patriarca
de Constantinopla, século IX. E completa a separação, no século XI, por Miguel
Cerulário. Não confundi-la com as igrejas católicas orientais (Grega, Armênia,
Síria, Maronita, etc.), que professam a fé católica romana, obedecem ao Papa,
mas têm próprios os ritos externos do Culto.
À igreja cismática falta-lhe a unidade de doutrina, porque não possui a
autoridade de magistério, que possa pronunciar decisões infalíveis em matéria
de fé; falta-lhe, também, a unidade de
governo, por se tratar, antes, de igrejas nacionais com chefes diversos.
Falta à igreja cismática a santidade. Ela conservou, sem dúvida, os
sacramentos, que são meios de santificação; mas longe está de produzir as virtudes
heróicas, que podemos com tanta frequência admirar na Igreja católica.
Falta-lhe a catolicidade. A igreja cismática parece não cuidar muito das palavras
de Jesus Cristo: "Ide e ensinai a todos os povos", porque permanece
confinada num ângulo da Europa, onde sua sorte parece ligada à dos reinantes.
Apostolicidade de origem, a igreja
cismática tem-na certamente: possui verdadeiros bispos e verdadeiros
sacerdotes; mas é um ramo destacado da árvore, e nela está interrompida a
transmissão da autoridade apostólica.
As notas, pois, da verdadeira
Igreja não se encontram na Igreja protestante nem na igreja cismática, mas se
encontram perfeitamente na Igreja Romana, que por isso é a verdadeira Igreja de
Jesus Cristo.
48. - A Igreja Romana é una em doutrina, porque todos os seus
membros tiveram, têm e terão sempre uma única fé; é una em meios, porque todos admitem os mesmos sacramentos e praticam
o mesmo culto; é una em governo,
porque todos reconhecem o mesmo cabeça, o Papa.
A Igreja Romana é santa na doutrina, pois é a própria doutrina
de Jesus Cristo: ensina toda virtude, condena todo vício e conduz à santidade;
é santa nos meios, isto é, nos
sacramentos, que efetivamente santificam as almas, e santa no culto, pelo qual
condena toda prática supersticiosa; é santa
na vida, isto é, em todos os tempos, lugares e condições sociais produziu
exemplares de santidade. Nem obsta a isso que na Igreja possa haver indivíduos
não santos porque todos são chamados à santidade e a todos a Igreja oferece os
meios de santificação. A culpa é dos indivíduos que se desviam dos meios
apresentados pela Igreja, e não da instituição que tais meios santificadores
oferece e realmente possuem eficácia incontestável.
A Igreja Romana é católica, isto é, universal, de direito,
enquanto conserva como dirigidas a si, e as aplica, as palavras de Jesus
Cristo: "Ide e ensinai a todos os povos"; - católica de fato, porque, não obstante as perseguições e
contradições, pode-se hoje dizer esparsa pelo mundo inteiro.
A Igreja Romana é apostólica de origem, porque remonta aos
Apóstolos; de doutrina, porque ensina
até hoje o mesmo Credo ou Símbolo Apostólico; de governo, porque o que ora governa a Igreja são os legítimos
sucessores dos Apóstolos.
49. - A Igreja é uma sociedade desigual ou hierárquica, onde há quem governa e quem deva obedecer.
Temos, assim, a igreja docente e a igreja discente.
A Igreja docente (que ensina) é constituída do Papa e dos Bispos, unidos a
ele, isto é, em comunhão com ele, e não separados. O Papa é o sucessor de São
Pedro e, portanto, o chefe de toda a Igreja; os Bispos, postos pelo Espírito
Santo a regerem uma diocese, isto é, uma porção do rebanho de Jesus Cristo, são
os sucessores dos Apóstolos. Ao Papa e aos Bispos compete o poder de ensinar,
dado por Jesus Cristo a São Pedro e aos Apóstolos.
A Igreja discente é constituída dos outros fiéis e dos sacerdotes, que ensinam
a mandado dos Bispos.
50. - O Papa é o sucessor de São
Pedro na sede de Roma e no primado, a
saber, no apostolado e episcopado universal; portanto, o cabeça visível, o
vigário de Jesus Cristo, - cabeça invisível de toda a Igreja, que por isso se
diz Católica-Romana. Intitula-se o
sucessor de São Pedro, porque este, como devia morrer, deixou em quem lhe
seguiu a sua autoridade; proclama-se Vigário
e não sucessor de Jesus Cristo, porque Jesus Cristo vive e é até hoje cabeça da
Igreja, representado pelo Papa.
Jesus Cristo prometeu a São Pedro
a autoridade de chefe da Igreja, quando em Cesaréa de Filipe, depois de Pedro
haver confessado a divindade de Jesus, lhe disse: - "Bem aventurado és,
Simão, filho de João, porque não foi a carne e o sangue que te revelou, e sim
meu Pai, que esta nos céus. Também eu te digo que és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
E eu te darei as chaves do reino dos céus. E tudo o que ligares sobre a terra
será ligado também nos céus; e tudo o que desatares sobre a terra será também
desatado nos céus.” (Mat., XVI, 17-19.)
Essa promessa foi mantida por
Jesus após a Sua ressurreição, quando na praia do lago de Tiberíades,
perguntando três vezes a São Pedro se O amava, à afirmativa lhe respondeu: -
"Apascenta os meus cordeiros - apascenta os meus cordeiros - apascenta as
minhas ovelhas." (Jo., XXI, 17-19.)
Nessas palavras, a Igreja viu
sempre indicado o primado ou a autoridade suprema dada por Jesus a São Pedro
sobre os cordeiros, que são os fiéis,
e sobre as ovelhas, que são os
pastores. Primado não de simples honra, senão de jurisdição verdadeira e
própria, exercida por São Pedro e reconhecida pelos outros, como se deduz dos Atos dos Apóstolos.
Esse primado consiste na
autoridade doutrinal e de governo, e, por isso, em ensinar e definir tudo quanto Jesus Cristo ensinou, em condenar os erros contrários ao ensino de Jesus Cristo, em governar
a Igreja, fazendo leis para o bem dos fiéis, curando da observância e punindo
os transgressores.
Esse primado devia perpetuar-se,
porque a Igreja, de que Pedro é cabeça, deve durar até à consumação dos
séculos. Em quem se perpetua? Naquele que suceder a São Pedro. Ora, São Pedro,
como no-lo confirmam a tradição e os monumentos dos primeiros séculos, veio a
Roma, foi Bispo de Roma e morreu em Roma; portanto, quem suceder a São Pedro,
como Bispo de Roma, lhe sucede também no primado e episcopado universal, como
cabeça de toda a Igreja. O Primado do Bispo de Roma, como nos atesta a
História, foi reconhecido desde o princípio pela Igreja toda: assim, estando
vivo ainda o Apóstolo São João, como nascera uma questão na Igreja de
Coríntios, recorreram ao Papa São Clemente e não a São João Apóstolo.
O Bispo de Roma chama-se papa (do
Grego), isto é, Pai; Sumo Pontífice,
para indicar a altura da dignidade; Santidade
ou Santo Padre, a título de reverência,
como Vigário de Jesus Cristo.
51. - Uma das propriedades da
Igreja é a infabilidade ou imunidade
do erro, necessária porque os fiéis devem estar seguros do que se deve crer e
praticar para conseguirem o fim necessário da vida eterna. A existência dessa
propriedade na Igreja colige-se claramente das palavras de Jesus Cristo.
"Eu estou convoco todos os dias até à consumação dos séculos". (Mat.,
XXVIII, 20). - "Mandará o Pai, em meu nome, ao Espírito consolador, que
vos ensinará toda verdade". - "As portas do inferno não
prevalecerão".
A imunidade do erro reside em primeiro lugar em toda a Igreja, isto é, em todos aqueles que
livremente aderem à doutrina revelada pelo modo estabelecido por Jesus Cristo,
porquanto não pode acontecer que a Igreja toda professe uma doutrina errada.
Se, depois, considerarmos a Igreja
como depositária da doutrina revelada, a infabilidade deve residir naqueles que
têm o poder de ensinar, isto é, na Igreja
docente. O modo, solene e augusto para a manifestação externa dessa
infalibilidade é o Concílio Geral:
quando se reúnem todos os Bispos do mundo, por convocação e sob a presidência
do Sumo Pontífice. Porque o Concílio, quer o ecumênico ou geral, é
necessário que seja convocado pelo Papa, que o presida por si ou por meio dos
seus delegados e que os atos sejam aprovados e ratificados pelo Papa, a quem,
somente, foi dito: - "Apascenta os meus cordeiros". Um exemplo de
Concílio, temo-lo desde os tempos apostólicos, quando os Apóstolos, sob a
presidência de São Pedro, se reuniram em Jerusalém para dirimir algumas
controvérsias, e comunicaram, depois, a sua decisão aos fiéis com estas
palavras: - "Visum est Spiritui
Sancto et nobis". - "Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós".
(Atos XV, 28.)
Os Concílios ecumênicos foram 19,
desde o primeiro de Nicéia, em 325, ao do Vaticano, suspenso em 1870.
Outro modo de manifestação externa
da infalibilidade da Igreja docente é o acordo de todos os Bispos, espalhados
pelo mundo e unidos ao Papa, em um determinado ponto de doutrina.
52. - O Papa, por si só, é
infalível. Isto resulta:
a) da Sagrada Escritura: Jesus Cristo disse a São Pedro: "Sobre esta
pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela". Pedro, pois, fundamento da Igreja, não pode ruir, isto é, não pode
errar, senão toda a Igreja também cairia em erro e prevaleceriam contra ela as
portas do inferno. Jesus ainda intimou a Pedro: "Apascenta os meus
cordeiros; apascenta as minhas ovelhas"; mas, se Pedro pudesse errar,
devendo nós obedecer-lhe, poderíamos abraçar o erro, - o que repugna à
sabedoria de Cristo. Finalmente, Jesus Cristo disse a Pedro: "Roguei por
ti, para que a tua fé não faleça; e tu, uma vez convertido, confirma os teus
irmãos". (Luc., XXII, 32); ora, como poderia São Pedro confirmar os
irmãos, se pudesse errar e tivesse também ele necessidade de ser confirmado na
fé?
b) da Tradição: Em todos os tempos, a palavra do Papa foi tida por decisiva.
Santo Ambrósio exclamara: "Onde Pedro está, aí está a Igreja", e
Santo Agostinho: "Roma falou, acabou-se a causa".
A infalibilidade do Papa é verdade
de fé, definida no Concílio vaticano, em 1870.
Objeto da infalibilidade são: 1.º
- as verdades de fé, isto é, o
deposito da fé, contido na Sagrada Escritura e na Tradição; 2.º - as verdades
que, sem serem de fé, são, porém, indispensáveis
à conservação integral do depósito da
fé, como por exemplo a canonização dos santos; 3.º - os costumes, isto é, a moral cristã.
O Papa é infalível, quando fala ex-catedra, a saber, quando como pastor e mestre de toda a Igreja define,
isto é, decide de modo definitivo, de modo que se não possa mais duvidar a respeito
de uma questão de fé ou de costume, entendendo ele obrigar a Igreja
inteira e declarando anátema, ou
separando dela a quem quer que se recuse admitir-lhe a definição proclamada.
Fundamento da infalibilidade é a
assistência do Espírito Santo, assistência que não é inspiração ou revelação,
e, por isso, não dispensa o estudo nem o emprego de meios humanos para
conhecer-se a verdade.
Infalibilidade não é impecabilidade, pois, na qualidade de
mestre universal, o Papa não pode cair em erro, mas, como homem, pode cair em
pecado.
53. - A Igreja é o corpo místico
de Jesus Cristo, porém um corpo vivo. Cumpre distinguir na Igreja dois
elementos - o corpo e a alma.
Corpo da Igreja é a organização social,
visível, de que o Papa é o cabeça ostensivo, organização a que pertencem, como
membros, todos os batizados que não estejam voluntariamente separados da Igreja
nem incursos em excomunhão.
Almas da Igreja é aquilo que a vivifica
e lhe faz produzir obras sobrenaturais, dignas da vida eterna, como a graça
santificante e os dons do Espírito Santo.
Ora: a) pertencem ao corpo e à alma da Igreja os batizados que professam a
fé do Cristo sob a obediência e o magistério dos legítimos Pastores e se encontram
em estado de graça; b) pertencem somente
ao corpo da Igreja os batizados que embora professem a fé do Cristo sob a
obediência e o magistério dos legítimos Pastores, estão em pecado mortal, sem a
graça santificante; c) não pertencem a
alma nem ao corpo da Igreja os que voluntária e culpavelmente estão fora da
Igreja, como os excomungados apóstatas; d) podem
pertencer só à alma da Igreja os que, estando inculpavelmente e de boa fé
fora da Igreja, se encontram em estado de graça.
Como, pois, entender-se o axioma
tantas vezes repetido: "Fora da
Igreja não há salvação"?
Deve-se entender no sentido de que
não há salvação para os que andam no erro voluntário e culpável; para os que,
sabendo que a Igreja católica é a verdadeira, se recusam a entrar para ela,
aceitar-lhe os dogmas e praticar-lhe as leis. Aqueles, ao revés, que estão no
erro invencível, mas observam a sua religião de boa fé e se esforçam por
agradar a Deus, segundo os lumes da própria consciência, podem pertencer à alma da Igreja e salvar-se, ou porque
são efetivamente batizados ou porque têm implícito o desejo do batismo no ato
de caridade que os torna dispostos a fazer o que quer que Deus reclamar deles.
Na prática, é muito difícil dizer
quem, não pertencendo ao corpo, pertença destarte à alma da Igreja. Só o Senhor
sabe e conhece os que se salvam.
O que podemos concluir é: a) que
ninguém vai para o Inferno sem culpa própria; b) que Deus quer a todos salvos e
a todos liberaliza a graça suficiente; c) que Deus será muito mais indulgente
com quem recebeu menores meios de salvação; d) que o que pertence à Igreja
católica deve mostrar ao Senhor peculiar gratidão por esta graça e cumprir os
deveres de bom filho para com a Igreja mãe e para com o Papa, pai de sua alma.
Esses deveres compendiam-se em três palavras: - amor, respeito, obediência.
54. - A Comunhão dos Santos é a
participação dos Santos, a saber - dos fiéis na graça de Deus, ao bem que há e que se faz na Igreja.
A Igreja, que pudera quase
dizer-se uma sociedade de mútuo socorro espiritual, possui um tesouro,
constituído pelos méritos infinitos de Jesus Cristo e pelos superabundantes
méritos de Maria Santíssima e dos Santos. Desse tesouro ela dispõe em favor dos
fiéis por meio dos Sacramentos, do Sacrifício, das indulgências, etc. A este bem que há permanente na Igreja,
acrescenta-se o bem que se faz, isto
é, as boas obras, as orações, as penitências etc., praticadas pelos fiéis. De
todo esse bem que há e que se faz participam os Santos, quer dizer os fiéis que
estão na graça de Deus.
O vínculo da caridade une todos os
fiéis na graça de Deus - os que estão no céu (Igreja triunfante), no purgatório
(Igreja padecente) e na terra (Igreja militante). Os fiéis da Igreja militante:
a) invocam os Santos do céu, como a intercessores junto a Deus, para deles
obter os auxílios de que necessitam; b) consideram como um dever de caridade
recordar-se dos fiéis da Igreja padecente e mitigar-lhes as penas com
sufrágios, isto é, com boas obras, esmolas, indulgências e especialmente com o
Santo Sacrifício da Missa; c) estão unidos entre si pelo espírito de caridade e
podem ajudar-se mutuamente com as orações, méritos e boas obras.
Os pecadores, que se não acham em
estado de graça, não levam contribuição alguma ao tesouro da Igreja, porque as
suas obras são sem mérito. Não são, porém, totalmente privadas das vantagens da
comunhão dos santos, porque, pelas orações e pelas boas obras dos outros, podem
obter a conversão.
Estão fora da comunhão dos Santos:
1) os condenados, ou melhor, os que
estão no inferno; 2) os infiéis, isto
é, os não batizados, que de modo nenhum crêem no Salvador prometido, como os
idólatras e os maometanos; 3) os hebreus,
que professam a Lei de Moisés e esperam até hoje pela vinda do Messias; 4) os hereges, a saber - os batizados que se
obstinam a não crer uma ou outra verdade revelada por Deus e ensinada pela
Igreja, como os protestantes; 5) os cismáticos,
isto é, os batizados, que recusam obstinadamente submeter-se aos legítimos pastores,
embora não neguem verdade alguma de fé; 6) os apóstatas, batizados que renegam com ato externo a fé católica já
professada; 7) os excomungados, isto
é, com a pena que aos batizados exclui da comunhão da Igreja por culpas
gravíssimas, para que não pervertam os demais fiéis e sejam punidos e
corrigidos com esse remédio extremo.