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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DXXVI (526) (12 de agosto de 2017)

 
 Traduzido por Cristoph Klug.
 
 
A Fraternidade andou e tem andado mal.
Quantas almas permanecerão fortes na Fé? 


Como será que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X tem evoluído desde a primavera e início do verão, quando surgiram fortes tensões nela pela questão da participação de sacerdotes conciliares como testemunhas oficiais em seus matrimônios? Em síntese, as relações entre os líderes da Fraternidade que favorecem essa participação e os sacerdotes e os leigos da Fraternidade que a condenam continuam tensas. Pode-se até mesmo prever que a Fraternidade se divida entre os seguidores do Arcebispo Lefebvre e os seguidores do Bispo Fellay. Tal divisão tornou-se inevitável desde o dia em que este começou a dirigir a Fraternidade do Arcebispo para uma direção diferente da do próprio Arcebispo.
Mas nada abala a determinação da Menzingen do Bispo Fellay para se afastar da linha traçada pelo Arcebispo e se aproximar da linha da Roma Conciliar. Recentemente, na França, um casal da Fraternidade prestes a casar-se se recusou a ter qualquer relação com as autoridades conciliares, após o que seu sacerdote da FSSPX recusou-se a casá-los. Obviamente ele tinha o apoio de seus Superiores. Essa insistência no desmantelamento da Fraternidade do Arcebispo tem alguma explicação racional? Três fatores podem estar trabalhando para isto, dentre outros.
Em primeiro lugar, a Providência escolheu a Suíça para servir como a primeira base geográfica da Fraternidade, e a Suíça desfrutou desde então da importância e do prestígio correspondentes dentro da FSSPX. Assim, suas duas autoridades superioras na atualidade e muitos dos seus sacerdotes são cidadãos suíços. Ora, a Suíça é um país famoso por sua ordem, por exemplo, pelo funcionamento dos trens no horário preciso, enquanto que a falta de reconhecimento oficial para uma Congregação verdadeiramente católica é normalmente uma desordem que será mais agudamente sentida por um povo ordenado. Em segundo lugar, os sacerdotes da FSSPX podem estar sonhando com como um extenso apostolado se abrirá à Fraternidade somente caso ela possa ser reconhecida por Roma. E em terceiro lugar, não parece haver outra solução para as graves tensões internas da Fraternidade do que a de ela colocar-se sob a autoridade da Roma Conciliar – o Bispo Fellay não quer ouvir soluções apocalípticas, como uma intervenção de Deus.
Mas, em primeiro lugar, a ordem suprema para os católicos não é a ordem do Estado, por mais desejável que seja, mas a ordem de Deus, pisoteada pelo Vaticano II. Em segundo lugar, os modernistas, por sua natureza, podem dar toda a aparência de estarem “convertidos”, porque não veem nenhum problema em seu próprio subjetivismo. Mas esse liberalismo é tão confortável que poucos têm a intenção de abandoná-lo por qualquer conversão objetiva que implique a Cruz. Como diz o Pe. Vallet, os liberais não se convertem. E, em terceiro lugar, pensar que a única solução para os problemas sem precedentes do mundo e da Igreja de hoje seja consentir com as mentiras, revela uma séria falta de fé, por mais triunfantes que essas mentiras possam parecer. Nós realmente pensamos que o braço de Deus é encurtado porque nós homens somos perversos (Is L, 2; LIX, 1)? Deus sabe exatamente como vai lidar com as mentiras sem precedentes – precisamos apenas esperar para ver –, mas, entretanto, Ele não quer que consintamos com elas!
No entanto, também há boas notícias – alguns sacerdotes e leigos que se recusam a acompanhar as mentiras também estão resolutos. Um leitor na França me diz que alguns sacerdotes da FSSPX foram despertados pelo problema concreto dos matrimônios. O melhor dos sacerdotes da FSSPX não está recorrendo a testemunhas conciliares para os matrimônios na Fraternidade, causando grande aborrecimento em seus Superiores. Três dos decanos rebaixados escreveram fortemente contra as testemunhas de matrimônios conciliares, mesmo depois de seus próprios rebaixamentos, e acabaram de se pronunciar fortemente contra a Prelatura pessoal, porque esta não está de modo algum fora de questão, mesmo com a contundente Declaração do cardeal Müller no final de junho. Não estamos de forma alguma “de volta à estaca zero”, como o Bispo Fellay afirmou naquele momento. “Como um mau administrador de negócios encurralado”, diz esse leitor, “perdeu toda a confiança dos colegas que mantêm as suas cabeças no lugar, até mesmo dos mais respeitosos”. O que importa agora, conclui o leitor, não é salvar a FSSPX como um todo, porque isso precisaria de um milagre, mas salvar tantos sacerdotes e leigos quanto seja possível do deslizamento da FSSPX.
Kyrie eleison.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário