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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXXVI (626)- (13 de julho de 2019)

Mais Solapamento

Católicos! Deixem os eletrônicos de lado!
Toda a realidade verdadeira eles têm afastado.

Estes "Comentários" já recomendaram mais de uma vez o site de Internet do comentarista americano de desenvolvimento político e econômico mundial, o Dr. Paul Craig Roberts, porque ainda que este careça da perspectiva completa que proporciona a única religião verdadeira, vê muita verdade mundana, e a relata em seu site: paulcraigroberts.org, a ponto de alguém poder-se perguntar quando ele será assassinado. Mas o assassinato é sempre complexo, e no de um mensageiro sempre se corre o risco de dar crédito à sua mensagem. Seja como for, os artigos do Dr. Roberts são amplamente lidos em todo o mundo, e um artigo recente reforça em um nível muito prático o começo da dissecação do Pe. Calderón do "novo homem" do Vaticano II (ver os "Comentários" de 22 de junho), pelo fato de o homem moderno ter sido separado da verdade objetiva pelo subjetivismo. Leia o artigo do Dr. Roberts, ligeiramente resumido a seguir, sobre o progresso atual típico dessa separação.

O Dr. Roberts começa citando um site em que se diz muita verdade, o Zero Hedge, que informa que a capacidade de falsificar a realidade está crescendo a passos largos. Os geeks insensatos desenvolveram agora tecnologia que torna a realidade falsa indistinguível da realidade real. “Eu não acho que estejamos bem preparados. E não acho que o público esteja ciente do que está por vir”, disse o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes dos Estados Unidos. Ele estava falando do rápido avanço da tecnologia de síntese. Essa nova capacidade de inteligência artificial permite que os programadores competentes criem áudio e vídeo de qualquer pessoa dizendo absolutamente qualquer coisa. As criações são chamadas "deepfakes", e por mais ultrajantes que sejam, elas são praticamente indistinguíveis daquilo a que correspondem na realidade. Acabávamos de adaptar-nos a um mundo onde a nossa realidade parecia falsa, quando as coisas que são falsas se converteram em nossa realidade.

"Superaram-nos em armas", disse um perito em forense digital da Universidade da Califórnia em Berkeley, "O número de pessoas que agora trabalham com vídeo-síntese supera o número de pessoas que trabalham na detecção de ‘deepfakes’ em 100 para 1"... Dois terços dos americanos já dizem que as imagens e os vídeos alterados se tornaram um problema importante para entender os fatos básicos dos acontecimentos atuais. Os investigadores advertem sobre a crescente "apatia da realidade", que significa que se requer tanto esforço para distinguir entre o que é real e o que é falso, que simplesmente nos damos por vencidos e dependemos de nossos instintos básicos, nossas tendências tribais e nossos impulsos. Imersos nos enganos de nossos líderes, passamos a não acreditar em mais nada.

Por exemplo, dois petroleiros explodiram em chamas, lançando fumaça. Naquele exato momento, um barco suspeito da Guarda Revolucionária Iraniana apareceu em um vídeo borrado. As imagens virais inundaram os nove bilhões de telas do planeta. Cada lado contou uma história diferente. Ninguém sabia em quem confiar. As teorias da conspiração preencheram o vazio, já que cada um de nós nos apegamos àquilo em que mais queremos acreditar. https://www.zerohedge.com/news/2019-06-16/hedge-fund-cio-i-dont-think-public-aware-whats-coming

O Dr Roberts continua: Por que os geeks da tecnologia se orgulham de desenvolver tecnologia que torna a verdade ainda mais difícil de se descobrir? O que há de errado com seu caráter que faz deles seres humanos que criam métodos para destruir a capacidade de conhecer a verdade? Em que isso se diferencia de liberar uma substância indetectável no ar que aniquila a vida? O único uso desta tecnologia é conceder ao estado policial o controle total. Agora é possível colocar palavras e ações nas bocas e ações de qualquer pessoa, e usar a evidência falsa para condená-la pelo crime simulado. Sem verdade, não há liberdade, não há pensamento independente, não há consciência. Há apenas a Matrix. Como os EUA perderam tanto o rumo, a ponto de as corporações, os investidores e os cientistas estarem motivados para desenvolverem tecnologia que destrói a verdade? Não são esses idiotas irracionais nossos verdadeiros inimigos? A coisa mais difícil do mundo atual é averiguar a verdade. E o artigo do Dr. Roberts termina com um pedido de apoio, o qual certamente merece.

Leitores, apeguem-se à verdade por suas preciosas vidas, porque ela está sendo solapada rapidamente, já que o mundo está colocando a liberdade na frente da verdade, e a fantasia na frente da realidade. As consequências serão humanamente desastrosas para todos nós.

Kyrie eleison.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXXV (625)- (6 de julho de 2019)


"PROMETEO" – IV: IDOLATRIA


Concílio Vaticano II – desastre total:
Veneno oculto para impedir que Deus seja o Mestre.

Parte I – a essência do Vaticano II é uma glorificação do homem disfarçada pelos oficiais da Igreja como catolicismo. Parte II – O Novo Homem do V. II é livre: da realidade, pelo subjetivismo; da moralidade, pela consciência; da graça, pela natureza. Parte III – A Neoigreja do V. II já não está contra o mundo, nem contra outras religiões; é a Neoigreja da simpatia e do diálogo com todos. Na Parte IV do seu livro, o Pe. Calderón pergunta se o Vaticano II equivale a uma nova religião, e diz que o faz, porque já não rende culto à Santíssima Trindade, porque 1 a Revelação e a Tradição, 2 os atos centrais de culto, e 3 o Deus Encarnado, foram todos modificados.

1 A verdadeira doutrina da Igreja está modificada porque um católico pode crer tanto no objeto mesmo, como, por exemplo, a Encarnação, como em uma proposição objetiva que expressa esse objeto, como, por exemplo, "Deus encarnou". A proposição expressa o mistério de forma inadequada, mas o expressa verdadeiramente, e é o suficiente para que o crente salve sua alma. Mas a Neoigreja é modernista, e para os modernistas nenhuma proposição objetiva pode ser conhecida. Por isso, na Neoigreja só pode haver experiência subjetiva do mistério (Dei Verbum n. 2; L.G. n.4), o que deixa a doutrina aberta às extravagâncias de todos os tipos de sujeitos carismáticos. Pois, na Neoigreja, o Mistério está presente na comunidade eclesial viva, com a qual a doutrina da Revelação e da Tradição pode e deve evoluir em suas circunstâncias históricas mutáveis. Assim, a Nova Fé é um estado de espírito que nos permite experimentar e interpretar o Mistério em alguma comunhão. As fórmulas ou credos simplesmente seguem. A Escritura é meramente a fixação fundamental dessa experiência, um modelo para o povo de Deus seguir. A Neo-Ortodoxia consiste em pensar com a comunidade da Neoigreja, de modo que aquele que rejeita essa Nova Comunidade é o pior dos hereges, como, por exemplo, Dom Lefebvre.

2 Quanto ao culto, a religião medieval da Cruz é deprimente! Então a Neoigreja conservará a alegria, mas eliminará o sacrifício. Assim, se foi o pecado dos homens o que levou à dívida deles para com Deus, o que levou Cristo a pagar a dívida por meio do sacrifício, desfaçamo-nos do pecado. Deus está acima e além do sofrimento, de modo que os pecados dos homens não o ferem; Ele pode lamentar por eles, mas nunca castigaria ninguém com o inferno eterno. Cristo morreu meramente como instrumento do Pai (G. & S. n. 22), para mostrar solidariedade com os homens; por isso não é Cristo, mas o Pai que nos salva, e não pela Cruz, mas pela Ressurreição que foi forjada pelo Pai para glorificar o homem! Então, a Missa foi renomeada, ou seja, o "Mistério Pascal" é para glorificar o homem, e Deus deveria agradecer ao homem por ser tão glorioso para Ele! Esta sequência de mentiras blasfemas, que orientam claramente a Missa Nova imposta à Igreja por Paulo VI em 1969, está mais implícita do que explícita no decreto do V. II sobre a liturgia, Sacrosanctum Concilium, porque remonta ao período inicial do Concílio, quando os modernistas ainda precisavam agir com cautela. Mas a partir de 1969, os freios foram desativados. A liturgia da igreja está agora mergulhada no caos.

3 Quanto ao Deus Encarnado, Jesus Cristo, no centro do cristianismo e da verdadeira Igreja Católica, Ele é tratado diretamente nos documentos do V. II, Gaudium et Spes e Ad Gentes. O Pe. Calderón declara que a doutrina de ambos é a mesma: a Cruz é horrível, por isso é melhor ser um simples homem de paz do que um filho adotivo de Deus pelo sofrimento. O homem é à imagem de Deus (por sua liberdade), e então, quanto mais homem ele se faz, mais divino ele se torna. Portanto, Jesus Cristo se fez homem não para que homem se torne filho adotivo de Deus, mas para que o homem se torne mais plenamente homem! Ademais, em nenhuma parte do V. II se afirma que Jesus Cristo é verdadeira e propriamente Deus, nem menciona sequer uma só vez a União Hipostática. Os teólogos conciliares flutuam, em sua linguagem, entre a Tradição e a Neoigreja, de acordo com sua audiência.

4 A conclusão do Pe Calderón é que a dignidade do homem é o objetivo final do V. II, e os propósitos finais, com efeito, fazem as religiões, de modo que o V. II é uma religião diferente do catolicismo, cujo objetivo final é a glória (extrínseca) de Deus. Assim, com o V. II, a graça é para libertar natureza humana, Jesus é o homem que veio para tornar-nos mais humanos, e a Missa não é mais o sacrifício que ele deve a Deus, mas a ação de graças da humanidade coroando o Criador, porque é mais livre do que Ele, porque é capaz também de escolher o mal!

Kyrie eleison.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXXIV (624)- (29 de junho de 2019)

“PROMETEO” – III: NEOIGREJA


O Concílio diz que todos os homens são bons e estão salvos,
Inclusive os que se comportam muito mal!

Depois de estudar na Parte II de La Religión del Hombre o Homem Novo que emerge do Concílio, na Parte III de seu livro sobre o Vaticano II, o Padre Calderón estuda a Neoigreja do Concílio, uma verdadeira Igreja nova. A única religião verdadeira do único Deus verdadeiro foi fundada por Jesus Cristo, o Deus Encarnado, para "ensinar a todas as nações" (Mt  XXVIII, 20), de modo a alcançar todas as almas e a salvar o maior número delas possível. Para adaptar uma Igreja tão ambiciosa ao homem moderno, para proteger o humanismo moderno, é necessário reduzi-la e redefini-la, modificá-la radicalmente, ao mesmo tempo disfarçando essa mudança. Portanto, 1 a Neoigreja não tem mais uma missão para toda a humanidade, e 2 já não interferirá na parte mundana da humanidade. 3 Mesmo na parte religiosa da humanidade já não será a única igreja, e 4 ela precisará ser redefinida para cumprir com seu novo papel.

1 A Tradição Católica ensina que o "Reino de Deus" e a "Igreja" são duas expressões referentes exatamente à mesma realidade. Ambas têm a mesma missão de alcance universal. Mas para adaptar essa Igreja a um mundo em que a cada dia ela é menos universal na realidade, o Vaticano II distinguirá entre o Reino de Deus que é universal na realidade, estando presente invisivelmente no coração de todos os homens, e a Igreja nova que é universal somente na intenção, porque está o tempo todo visivelmente construindo e estendendo o Reino na vida dos homens. A Neoigreja também é universal por ser o "sacramento" ou sinal eficaz da unidade de todos os homens (LG n. 1).

2 Aqui é onde a Neoigreja libera poderes mundanos de qualquer dominação da Igreja. A glorificação do homem fez com que o "Reino de Deus" já não fosse potencial para todos os homens pelo batismo, mas atual para todos os homens por natureza. Portanto, a natureza assumiu a relevância da religião, e, assim, a Neoigreja pode sinalizar a universalidade do Reino, mas não pode afirmá-la ou reivindicá-la. Portanto, a política está livre da religião, e a Igreja Nova só precisa purificá-la em seu próprio domínio. Aqui está a Neocristandade de Maritain, na qual Mamon pode assumir o controle do mundo, como vimos desde o Vaticano II. O Concílio foi realmente a conclusão lógica do longo declínio da verdadeira cristandade da Idade Média. Mas então, a Neocristandade é ímpia? Não, o Mundo Novo de Maritain, nem crente nem batizado, continua sendo libertado por Cristo e conduzido para a glória.

3 Essa redução liberal da Igreja é seguida pela redução ecumênica. Desde que o protestantismo rompeu a Igreja Católica, os fragmentos espalhados têm tentado se reunir. A verdadeira Igreja não quis e não quer participar de sua busca vã pela unidade perdida, a menos que eles se reincorporem à Igreja Católica, mas a glorificação do homem faz com que a Neoigreja glorifique os não católicos e queira chegar a eles. Assim, nos cristãos não católicos, glorificará os "traços" sem vida do catolicismo, ainda presentes, mas sem vida entre eles, como por exemplo, entre os ortodoxos, Ordens válidas mas sem jurisdição; entre os protestantes, Escrituras, mas sem interpretação autorizada; e os transformará em "elementos" vivos (Unitatis Redintegratio). E na humanidade não cristã encontrará "sementes da Palavra", isto é, qualquer verdade e bondade que sejam faíscas da Palavra que "ilumina a todos os homens que vêm ao mundo" (Jo I, 9) (Nostra Aetate), porque todos os seres racionais foram escolhidos por Deus para glorificá-lo, e todos os escolhidos são salvos.

Mas como pode o Concílio dignificar dessa maneira todos os não católicos sem degradar os católicos? Declarando que a "Igreja de Cristo" que tudo abarca "subsiste", isto é, existe de alguma forma especial, na Igreja Católica (LG n. 8). Mas "subsiste" é meramente um truque verbal – se dignifica os não católicos, como pode não degradar os católicos? Se não degrada os não católicos, como pode dignificar os católicos?

4 Finalmente, como se vai redefinir a Neoigreja para cumprir com seu novo papel? Como "Povo de Deus", necessariamente democrático, e então o sacerdócio das Ordens será dissolvido no "sacerdócio" do batismo (I Pd II, 5), e toda a Neoigreja se torna sacerdotal com uma missão em todo o mundo, e assim os bispos são promovidos a governar a Igreja ao lado do Papa (LG n. 22). Outra palavra vaga o suficiente para corresponder ao caráter vago das noções da Neoigreja é "Comunhão", cuja atividade principal é o "Diálogo" com todos os homens, de modo que ninguém nunca está errado, e todos podem ser gentis com os demais. Esqueçam a doutrina ou a verdade!

Kyrie eleison.


Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXXIII (623)- (22 de junho de 2019)



O Concílio virou a religião de cabeça para baixo
Com Deus agora servindo ao homem, com o homem coroado.

Em seu livro “Prometeo, la religión del hombre”, o Pe. Álvaro Calderón apresenta o Vaticano II como sendo essencialmente um humanismo, disfarçado de catolicismo pelos oficiais da Igreja. Esse disfarce deu uma autoridade sem precedentes ao humanismo, e exigiu uma habilidade sem precedentes para que fosse montado. Ora, o humanismo surgiu no século XIV para defender valores puramente humanos contra as exigências supostamente não humanas da pobreza, da castidade e da obediência da Idade Média católica, e também contra a autoridade da Igreja que supostamente tratava seres humanos como crianças. Assim, para afirmar a dignidade humana, o humanismo afirmará a liberdade humana, e dará origem ao liberalismo nos séculos XVII e XVIII, e ao superliberalismo nos séculos XX e XXI. À falsa liberdade desse superliberalismo, o Vaticano II se esforçará para adaptar a verdadeira Igreja de Deus. Assim, o Concílio “libertará” a mente do homem pelo subjetivismo, sua vontade pela “consciência”, e sua natureza fazendo com que seja servida pela graça, em vez de ser elevada pela graça.

O subjetivismo é o erro de tornar a verdade independente do objeto e, consequentemente, dependente do sujeito humano. Em última análise, isso resulta em pura loucura, que o Vaticano II queria evitar, ainda que quisesse subjetivismo suficiente para garantir a liberdade de pensamento. Por isso, recorreu à "insuficiência das fórmulas dogmáticas".

Ora, é verdade que nenhuma palavra humana pode dizer ou expressar a plenitude das realidades divinas, mas as palavras podem dizer algo, como por exemplo: “Deus existe” é verdadeiro, enquanto que “Deus não existe” é falso. Portanto, as palavras não são totalmente inadequadas para expressar dogmas; e, de fato, se eu creio em vários dogmas expressos em palavras, como a Igreja exige de todo católico, posso salvar minha alma. Mas o Vaticano II (Dei Verbum) diz que Deus se revela, não por uma doutrina em palavras, mas Ele mesmo é conhecido pela experiência subjetiva, não por palavras objetivas. Assim, as doutrinas podem ir e vir sem tocarem as realidades por trás delas, e assim o Vaticano II pode mudar os dogmas sem supostamente afastar-se da Verdade ou da Tradição! Portanto, todos os tipos de teologia são lícitos, e todos os tipos de religiões também o são! Portanto, a superioridade do cristianismo é meramente cultural!

Então, como o Vaticano II libera a vontade? Já está liberada. Se não há mais verdade ou falsidade, então é igualmente verdadeiro ou falso que roubar e mentir são errados. Em última instância, mais uma vez, essa posição termina em completa loucura; assim, como o Vaticano II afirmará a liberdade da mente e, ao mesmo tempo, evitará a dissolução de toda a moral? Pela "consciência". Dentro do coração de cada homem, mas sem palavras, Deus fala por uma inclinação moral para o bem e para longe do mal, de modo que nenhuma palavra pode ser adequada, mas com uma substância inalterável ao longo de todas as épocas. Assim, minha vontade não está restringida pelos Dez Mandamentos desde fora de mim, mas eu me inclinarei livremente desde dentro, permanecendo assim livre para fazer o que é certo. Mas, na realidade, eu o farei? – e quanto ao pecado original? Na realidade, a moral é objetiva, é racional, e pode e deve expressar-se em regras universais. A mera "consciência" subjetiva é fraca demais para resistir ao pecado original.

Finalmente, como o Vaticano II coloca a graça de Deus abaixo, em vez de acima, da natureza do homem? “A graça aperfeiçoa a natureza” é um princípio católico clássico, de modo que a graça aperfeiçoa o homem ao reparar sua mais alta qualidade, sua liberdade, que é escravizada pelo pecado. Assim, a graça de Cristo liberta e serve à natureza do homem, revelando o homem a si mesmo (Gaudium et Spes, n. 24), pela Encarnação. Mas a Encarnação não revelou primeiro Deusao homem?

Em conclusão, o Pe. Calderón mostra como o Vaticano II, embora fundamentalmente humanista, embeleza o humanismo com condecorações católicas: liberdade, sim, mas à imagem de Deus! Subjetivismo, sim, mas da verdade interior, incluindo o mistério de Deus, que revela o próprio mistério do homem! Consciência, sim, mas naturalmente participando da Lei Eterna, para que os homens a cumpram naturalmente, para que a vontade de Deus esteja em sintonia com a vontade do homem! Graça, sim, mas aperfeiçoando a natureza do homem, libertando-nos da escravidão do pecado! Assim, quão mais belo é o humanismo decorado pela riqueza e pela herança da Igreja!

Kyrie eleison.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXXII (622)- (15 de junho de 2019)

"PROMETEO" - I 

Novo Humanismo? Erros tão antigos como as montanhas,
Mas, na Igreja, causando males jamais vistos.

O Vaticano II foi um desastre para a Igreja Católica. Para o futuro da mesma Igreja, é essencial que os católicos que desejam salvar suas almas vejam por que ele foi um desastre. O Pe. Álvaro Calderón, professor de Filosofia e Teologia tomistas no Seminário da Fraternidade Sacerdotal São Pio X em La Reja, na Argentina, escreveu há dez anos um livro que prova que o Vaticano II, desde dentro da Igreja, substituiu a religião de Deus pela religião do homem. A primeira das quatro partes do livro, para explicar o que foi o Vaticano II, começa com uma definição de três partes: foi a oficialização de um humanismo disfarçado de catolicismo.

Primeiramente, foi um humanismo, isto é, uma glorificação do homem em detrimento de Deus. A Idade Média foi seguida por uma série de humanismos, como o Renascimento, a Reforma e a Revolução Francesa, mas todas as vezes o humanismo pereceu, diz Calderón, porque rompeu com a Igreja Católica. Qual o resultado final? Duas guerras mundiais. Mas desta vez seriam os próprios clérigos que criariam o novo humanismo para encaixar-se com a Igreja Católica. Daí a oficialização sem precedentes do Vaticano II do que sempre foi um grave erro denunciado pela Igreja, mas desta vez os clérigos souberam como fazê-lo parecer católico. Assim, eles alcançariam o mundo moderno centrado no homem com seu novo humanismo, mas ao mesmo tempo estavam decididos a permanecer dentro da Igreja, supostamente para salvar tanto o homem moderno de seu ateísmo como a Igreja moderna de seu isolamento estéril. Na melhor das hipóteses, os clérigos do Vaticano II tinham boas intenções; e na pior das hipóteses sabiam que sua nova reconciliação de forças opostas não funcionaria, exceto para destruir a Igreja; mas isso é o que os piores dentre eles queriam.

Então, por que a nova reconciliação não funcionaria? Porque Paulo VI queria um novohumanismo: nem não humanamente orientado para Deus, como na Idade Média, nem reagindo excessivamente contra Ele como nos tempos modernos, mas um novo equilíbrio entre os dois excessos que mostraria que a maior glória de Deus coincide com a glória do homem. Por exemplo, o homem é a maior criação do seu Criador, e, portanto, glorificar o homem é também glorificar a Deus. E o homem é à imagem de Deus sendo livre, de modo que quanto mais livre ele é, mais ele glorifica a Deus. Portanto, promover a dignidade humana e a liberdade é glorificar não só o homem, mas também a Deus. No entanto, se alguém começa com a glória do homem, quem não pode ver o risco de deslizar de volta para a glória do homem? Ademais, Deus é o único e exclusivo Ser Perfeito, que não pode, portanto, precisar ou desejar algo fora de Sua própria glória intrínseca. Apenas secundariamente, para sua glória extrínseca, Ele pode querer ou desejar a bondade de qualquer criatura fora da Sua própria. Portanto, a verdade é que tanto Deus como o homem estão principalmente orientados para Deus, e Deus só pode ser secundariamente orientado para o homem.

Mas aqui estão algumas citações do documento do Vaticano II, Gaudium et Spes: “O homem é o centro e o cume de todas as coisas na terra... senhor e governador de toda a criação” (nº 12) – não é antes Deus? “O amor a Deus e ao próximo é o primeiro mandamento” (nº 24) – o próximo realmente aparece no primeiro mandamento? “O homem é a única criatura amada por Deus por si mesmo” (nº 24) – pelo homem em si mesmo? O desvio é grave, mas sutil, e nos próprios textos do Concílio é mais implícito do que explícito, mas aparece mais claramente no ensinamento da Igreja depois do Concílio, como, por exemplo, no Novo Catecismo (por exemplo, 293, 294, 299). De fato, diz o padre Calderón, o Concílio coloca o homem no trono da Criação, e Deus a seu serviço.

Da mesma forma, o Vaticano II vira a autoridade de ponta-cabeça. O humanismo está sempre contra a autoridade, mas o Novo Humanismo deve parecer católico, e por isso deve procurar um modo diferente para a autoridade de Cristo reinar na Igreja e no mundo modernos. Mas Cristo disse que veio para servir (Mt. XXV, 25-28). Assim, a neo-hierarquia se faria democrática de cima a baixo para servir ao homem moderno de uma maneira que ele entenda. Mas em que parte da neo-hierarquia estará a autoridade de Deus para elevar os homens ao Céu? Ela se dissolverá, e com a autoridade dissolvida na Igreja, a autoridade se dissolverá em toda parte, como vemos à nossa volta neste ano de 2019.

A Parte II do P. Calderón será o Novo Homem do Vaticano II; a Parte III, a Nova Igreja; e a Parte IV, a Nova Religião.

Kyrie eleison.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXXI (621)- (8 de junho de 2019)

“PROMETEU” – INTRODUÇÃO


A hipocrisia dos homens nunca cessará,
Mas o Vaticano II é a sua obra-prima.

Quando o Arcebispo Lefebvre pensava no futuro da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, esperava que ela contribuísse para os estudos dos 16 documentos do Concílio Vaticano II, porque esse era o principal arco através do qual chegava, na década de 1960, a multidão sem precedentes de problemas com os quais a Igreja e o mundo vêm sendo afligidos desde então. Sem dúvida, a Fraternidade contribuiu até certo ponto para esses estudos, mas, alguém bem poderia perguntar-se, seria ela mesma afligida (até a morte, como pensam alguns) hoje, do modo como o está sendo, se seus sacerdotes tivessem uma melhor compreensão da enfermidade do Vaticano II, que é atraente, altamente contagiosa e mortal para a verdadeira Fé?

No entanto, em 2010 apareceu em espanhol um estudo aprofundado do problema feito por um sacerdote argentino da Fraternidade, o Pe. Álvaro Calderón, um tomista plenamente qualificado que ensina filosofia e teologia no seminário da Fraternidade na Argentina. O título de seu livro é "Prometeo, La religión del hombre", e tem como subtítulo "Um ensayo para interpretar o Vaticano II". Suas 320 páginas concluem com a dramática acusação de que o Vaticano II é idolatria, e já em seus documentos, e não apenas em suas consequências. Diz-se que o livro teria sido traduzido para o francês, mas se essa tal tradução existe, certamente nunca apareceu, provavelmente para proteger a Neoigreja conciliar e sua descendência bastarda, a Neofraternidade. De qualquer forma, o livro precisa certamente ser traduzido e aparecer em vários idiomas.

Para ajudar a explicar por que estes “Comentários” tantas vezes culpam o Vaticano II, eles oferecerão aos leitores uma visão geral do livro em uma série de números. É uma tarefa perigosa apresentar em alguns poucos artigos, de cerca de 750 palavras cada um, um livro densamente argumentado de 320 páginas, mas é muito importante que os católicos tenham pelo menos uma ideia de toda a malícia do Vaticano II, o que justifica o esforço. Assim, esses artigos serão menos para os teólogos profissionais que exigem um pouco mais de profundidade e precisão para serem persuadidos, e mais para as almas comuns que buscam alguma explicação para a devastação da Igreja e do mundo que está sendo trabalhada ao redor delas. Para causar tal devastação, o Vaticano II tinha de ser profundo e coerente. Que estes temas dos “Comentários” sejam pelo menos suficientes para sugerir a profundidade e a coerência tomista do livro do Pe. Calderón.

A acusação de que o Vaticano II é idolatria não poderia ser mais séria, mas em seu livro ela está respaldada por uma série de referências aos 16 documentos do próprio Vaticano II, especialmente a Gaudium et Spes e a Lumen Gentium. O problema é que, como ele explica, por razões históricas os autores do Vaticano II tomaram um cuidado especial para disfarçar sua doutrina idólatra, de modo que ela não parecesse estar desalinhada com a Tradição Católica. O próprio Arcebispo Lefebvre, na época, assinou 14 dos 16 documentos, algo que jamais teria feito alguns anos mais tarde, quando os frutos do disfarce se tornaram claros. Portanto, os documentos são habilmente ambíguos, tendo uma letra e um espírito muito diferente. Portanto, até hoje tanto os católicos sinceramente fiéis à Igreja como os modernistas que buscam transformar a Igreja podem afirmar que a letra dos documentos é católica, mas a grande vantagem de uma análise como a do Pe. Calderón é argumentar a partir dos próprios documentos que o seu espírito é fabricar uma religião inteiramente nova centrada no homem. Assim, na realidade, o neomodernismo do Vaticano II é especialmente escorregadio e pérfido.

A edição espanhola de tal livro ainda está disponível? Espera-se que sim. Em todo caso, o editor está registrado como Luis María Campos 1592, Morón, Bs. As., Argentina, Tel. 4696–2094. No website https://www.scribd.com/document/116861810/PRH pode-se encontrar em 132 páginas o texto em espanhol do livro do Pe. Calderón.

O livro está em quatro partes: Parte I, o que o Vaticano II foi, uma definição; Partes II e IV, o que o Vaticano II fez; Parte II, um novo HOMEM; Parte III, uma nova IGREJA; Parte IV, uma nova RELIGIÃO. Nestes “Comentários Eleison” devem seguir quatro artigos (talvez interrompidos) correspondentes às quatro Partes.

Kyrie eleison.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.

domingo, 14 de julho de 2019

Dia 14 de julho, São Boaventura , Bispo, Confessor e Doutor.


Tendo nascido provavelmente em 1217 e falecido em 1274, ele viveu no século XIII, uma época em que a fé cristã, radicada profundamente na cultura e na sociedade da Europa, inspirou obras imperecíveis no campo da literatura, das artes visuais, da filosofia e da teologia. Entre as grandes figuras cristãs que contribuíram para a composição desta harmonia entre fé e cultura sobressai precisamente Boaventura, homem de ação e de contemplação, de profunda piedade e de prudência no governo.
   Chamava-se João de Fidanza. Um episódio narra que tinha sido atingido por uma grave doença e nem sequer o seu pai, que era médico, esperava salvá-lo da morte. Então, sua mãe recorreu à intercessão de São Francisco de Assis, que tinha sido canonizado há pouco tempo. E João ficou curado.
         A figura do Pobrezinho de Assis tornou-se-lhe ainda mais familiar alguns anos mais tarde, quando se encontrava em Paris, aonde tinha ido para estudar. Obtivera o diploma de Mestre de Artes, que poderíamos comparar com o de um Liceu prestigioso dos nossos tempos. Nesta altura, como muitos jovens de ontem e também de hoje, João formulou uma pergunta crucial:  "O que devo fazer da minha vida?". Fascinado pelo testemunho de fervor e de radicalidade evangélica dos Frades Menores, que tinham chegado a Paris em 1219, João bateu à porta do Convento franciscano daquela cidade, e pediu para ser acolhido na grande família dos discípulos de São Francisco. Muitos anos depois, ele explicou as razões da sua escolha:  em São Francisco e no movimento por ele iniciado, entrevia a acção de Cristo. Assim escrevia numa carta endereçada a outro frade:  “Confesso diante de Deus que a razão que me fez amar mais a vida do São Francisco é que ela se assemelha aos inícios e ao crescimento da Igreja”. A Igreja começou com simples pescadores e em seguida enriqueceu-se de doutores muito ilustres e sábios.
        Por volta do ano de 1243 João vestiu o hábito franciscano e adquiriu o nome de Boaventura. Foi imediatamente destinado aos estudos e frequentou a Faculdade de Teologia da Universidade de Paris, seguindo uma série de cursos muitos exigentes. Obteve os vários títulos requeridos pela carreira académica, os de "bacharel bíblico" e de "bacharel sentenciário". 
       Estudou a fundo a Sagrada Escritura, as Sentenças de Pedro Lombardo, o manual de teologia daquela época e os mais importantes autores de teologia e, em contacto com os mestres e os estudantes que afluíam a Paris de toda a Europa, amadureceu a sua reflexão pessoal e uma sensibilidade espiritual de grande valor que, durante os anos seguintes, soube transferir para as suas obras e os seus sermões, tornando-se assim um dos teólogos mais importantes da história da Igreja. É significativo recordar o título da tese que ele defendeu para ser habilitado ao ensino da teologia, a licentia ubique docendi, como então se dizia. A sua dissertação tinha como título Questões sobre o conhecimento de Cristo. Este argumento mostra o papel central que Cristo teve sempre na vida e no ensinamento de Boaventura. Sem dúvida, podemos dizer que todo o seu pensamento foi profundamente cristocêntrico.
        Naqueles anos em Paris, a cidade de adoção de Boaventura, desencadeava-se uma polemica violenta contra os Frades Menores de São Francisco de Assis e contra os Padres Pregadores de São Domingos de Guzman. Contestava-se o seu direito de ensinar na Universidade e chegava-se até a pôr em dúvida a autenticidade da sua vida consagrada. Certamente, as mudanças introduzidas pelas Ordens Mendicantes no modo de entender a vida religiosa, de que falei nas catequeses precedentes, eram tão inovativas que nem todos conseguiam compreendê-las. Além disso acrescentavam-se, como às vezes acontece também entre pessoas sinceramente religiosas, motivos de debilidade humana, como a inveja e o ciúme. Embora estivesse circundado pela oposição dos outros mestres universitários, Boaventura já tinha começado a ensinar na cátedra de teologia dos Franciscanos e, para responder àqueles que contestavam as Ordens Mendicantes, compôs um escrito intitulado A perfeição evangélica. 
        Neste escrito, ele demonstra que as Ordens Mendicantes, de modo especial os Frades Menores, praticando os votos de pobreza, de castidade e de obediência, seguiam os conselhos do próprio Evangelho. Para além destas circunstâncias históricas, o ensinamento oferecido por Boaventura nesta sua obra e na sua vida permanece sempre atual:  a Igreja tornou-se mais luminosa e bonita pela fidelidade à vocação da parte daqueles seus filhos e filhas que não só põem em prática os preceitos evangélicos mas, pela graça de Deus, são chamados a observar os seus conselhos e assim, através do seu estilo de vida pobre, casto e obediente, são testemunho de que o Evangelho é nascente de alegria e de perfeição.
        O conflito foi pacificado, pelo menos por um certo período e, mediante a intervenção pessoal do Papa Alexandre IV em 1257, Boaventura foi reconhecido oficialmente doutor e mestre da Universidade parisiense. Todavia, ele teve que renunciar a este cargo prestigioso, porque naquele mesmo ano o Capítulo geral da Ordem o elegeu Ministro geral.
         Desempenhou tal encargo durante 17 anos com sabedoria e dedicação, visitando as províncias, escrevendo aos irmãos e intervindo por vezes com uma certa severidade para eliminar abusos. Quando Boaventura deu início a este serviço, a Ordem dos Frades Menores desenvolveu-se de modo prodigioso:  contavam-se mais de 30.000 frades espalhados por todo o Ocidente, com presenças missionárias no norte da África, no Médio Oriente e até em Pequim. Era necessário consolidar esta expansão e, sobretudo conferir-lhe, em plena fidelidade a São Francisco, unidade de ação e de espírito. Com efeito, entre os seguidores do Santo de Assis havia vários modos de interpretar a sua mensagem e existia realmente o risco de uma ruptura interna. Para evitar este perigo, o Capítulo geral da Ordem em Narbona, em 1260, aceitou e ratificou um texto proposto por Boaventura, em que se reuniam e unificavam as normas que regulavam a vida diária dos Frades Menores. No entanto, Boaventura intuía que as disposições legislativas, por mais que se inspirassem na sabedoria e na moderação, não eram suficientes para garantir a comunhão do espírito e dos corações. Era necessário compartilhar os mesmos ideais e motivações. 
         Por isso, Boaventura quis apresentar o carisma genuíno de Francisco, a sua vida e o seu ensinamento. Reuniu, então, com grande zelo documentos relativos ao Pobrezinho e ouviu com atenção as recordações daqueles que tinham conhecido Francisco diretamente. Daqui nasceu uma biografia do Santo de Assis, bem fundamentada sob o ponto de vista histórico, intitulada Legenda maior,redigida também de forma mais abreviada e por isso chamada Legenda minor. Diversamente do termo italiano, esta palavra latina não indica um fruto da fantasia, mas ao contrário "Legenda"significa um texto autorizado, "que se deve ler" oficialmente. Com efeito, o Capítulo geral dos Frades Menores de 1263, reunindo-se em Pisa, reconheceu na biografia de São Boaventura o retrato mais fiel do Fundador e deste modo ela tornou-se a biografia oficial do Santo.
        Qual é a imagem de São Francisco que sobressai do coração e da pena do seu filho devoto e sucessor, São Boaventura? O ponto essencial:  Francisco é um alter Christus, um homem que procurou Cristo apaixonadamente. No amor que impele à imitação, conformou-se de modo total com Ele. Boaventura indicava este ideal vivo a todos os seguidores de Francisco. Este ideal, válido para cada cristão ontem, hoje e sempre.
          Em 1273, a vida de São Boaventura conheceu outra mudança. O Papa Gregório X quis consagrá-lo Bispo e nomeá-lo Cardeal. Pediu-lhe também que preparasse um importantíssimo evento eclesial:  o II Concílio Ecuménico de Lião, que tinha como finalidade o restabelecimento da comunhão entre as Igrejas latina e grega. Ele dedicou-se a esta tarefa com diligência, mas não conseguiu ver a conclusão daquela assembléia ecumênica, porque faleceu durante a sua realização. Um notário pontifício anónimo compôs um elogio de Boaventura, que nos oferece um retrato conclusivo deste grande santo e excelente teólogo.


Viva Cristo Rei e Maria Rainha.

Rezem todos os dias o Santo Rosário