12/ 02 Segunda-feira
Festa de Terceira Classe
Festa de Terceira Classe
Paramentos Brancos
“Eis os Servos de Maria!”
Nos princípios do século 13 viviam em Florença sete fidalgos, igualmente distintos pela riqueza, pela posição social e pela piedade, mas principalmente pela devoção extraordinária que tinham a Nossa Senhora. Seus nomes eram: Bonfílio Monáldio, Bonajuncta, Manetto Antellense, Amidéo, Ugúccio, Sosteneo e Aleixo.
O povo italiano, devido a uma política mal orientada, achava-se dividido em muitos partidos que se odiavam e se perseguiam. Destes sete nobres cidadãos, Deus se serviu para, no meio de uma sociedade dilacerada pelo fanatismo e pelo ódio, estabelecer exemplos vivos de caridade e verdadeira fraternidade. Quando, no dia 15 de agosto de 1233 todos se achavam reunidos em fervorosas orações, a cada um Maria Santíssima apareceu exortando-os a abraçarem um gênero de vida mais perfeito. Fizeram comunicação disto ao Bispo. Trocaram sua vestimenta de nobres com um hábito pobre, usando ainda um cilício por cima e foram residir numa casa de campo, formando assim uma santa comunidade. Escolheram para este seu passo o dia da natividade de Maria Santíssima. Pouco tempo passara, o povo florentino viu-se diante o espetáculo de ver estes mesmos homens andar de porta em porta pedir esmolas. A atitude dos homens, de fidalgos que ontem foram, se transformar em mendigos, causou sensação. Censurados por uns, ridicularizados por outros, pela maioria porém admirados e reverenciados, tiveram uma prova da beneplacência Divina, quando inesperadamente, com estupefação de todos que presenciaram a cena, vozes de crianças os aclamaram, dizendo: “Eis os Servos de Maria!” Entre estas crianças se achava São Felipe Benício. O nome que as crianças, por inspiração divina lhes deram, lhes ficou para sempre.
Como a sua residência se tornasse alvo de verdadeiras romarias e assim não pudessem levar a vida de solidão, de penitência, oração e meditação que a Deus tinham prometido, retiraram-se para o monte Senário, quatro léguas distante de Florença. No ermo daquela região se entregaram aos exercícios da mais rigorosa penitência e por assunto quase único e predileto das suas meditações tomaram a Paixão de Nosso Senhor e as Dores de sua Mãe Santíssima.
À Santa Sé pediram, se dignasse dar-lhes uma Regra escrita. Em fervorosas orações se dirigiram a Jesus e Maria recomendando à sua Providência e ao amor esta importante causa. Foram atendidos de uma maneira maravilhosamente encantadora. Na madrugada de 28 de fevereiro de 1239 – que era a terceiro Domingo da quaresma, apresentou-se-lhes a sua vinha, havia pouco plantada, em toda pujança, toda verde, as parreiras carregadas de cachos de uvas maduras, quando os campos e as montanhas da redondeza se achavam cobertas de gelo e neve. Sua admiração diante deste milagre cresceu ainda, quando o Bispo, a quem relataram o fenômeno lhes disse que ele, na mesma noite em sonho tinha visto uma parreira viçosa com sete galhos, cada um trazendo sete cachos; e a Maria ouvira dizer que esta parreira iria crescer ainda. A interpretação que o Prelado deu a este seu extraordinário sonho, foi, ser da vontade de Deus e de Nossa Senhora, a Ordem se estender, e os “Servos de Maria” não continuar na atitude de negar admissão, a quem se lhes quisesse associar. Os santos homens prometeram se conformar com este alvitre e aceitar candidatos.
Na noite de Sexta-feira Santa viram-se diante de um outro milagre. Maria Santíssima apareceu aos seus Servos, vestida de pesado luto. Em sua companhia viram anjos, dos quais alguns com instrumentos martirizantes da Sagrada Paixão e Morte de Jesus, outro com o livro aberto da Regra de Santo Agostinho, e ainda outro com o título escrito em ouro: “Servos de Maria”. Seguiam mais anjos trazendo um hábito preto e uma palma. O hábito com a palma, Maria deu-os aos Religiosos, dizendo estas palavras: “Escolhi-vos meus Servos, para que, usando do meu nome, vades trabalhar na Vinha de meu Filho. Eis aqui o hábito, que vos dou. Sua cor negra vos lembrará as dores que hoje sofri ao pé da Cruz, assistindo a agonia de meu Filho, Jesus. A Regra de Santo Agostinho recebei-a por norma da vossa vida; a palma far-vos-á lembrar a glória eterna, prêmio da perseverança fiel no meu serviço”. Maria também apareceu ao Bispo e ordem lhe deu, para proceder a solene vestição do hábito preto aos seus Servos. Esta se realizou logo no dia da páscoa. O Papa Inocêncio IV em 1251 deu a aprovação eclesiástica à Ordem dos Servitas. Esta rapidamente se desenvolveu. Setenta anos depois de sua fundação contava já 10.000 Religiosos em diversos estados da Europa. No Brasil se estabeleceu em 1920.
Intróito/S. 10, 20-21.
O justo, Senhor, cantou em coro o teu santo nome, glorificando da mesma forma o teu braço vitorioso: A sabedoria, de fato, abriu os lábios dos mudos e tornou eloquente a língua das criancinhas. Sal. 8, 2.Ó Senhor, nosso Senhor, quão maravilhosa é a tua glória em todo o universo!V/. Glória Patri.
Coleta
Ó Senhor Jesus Cristo, que, com o fim de honrar a memória das dores de vossa Mãe Santíssima, por intervenção de sete Bem-aventurados, dotates a Igreja com a nova família de seus Servos, digna-te conceder-nos unir-nos a nós em suas lágrimas, de modo a. para poder compartilhar suas alegrias também.
Epístola extraída do livro do
Eclesiástico 44, 1-15
1 Façamos o elogio dos homens ilustres, que são nossos antepassados, em sua linhagem.
2 O Senhor deu-lhes uma glória abundante, desde o princípio do mundo, por um efeito de sua magnificência.
3 Eles foram soberanos em seus
estados, foram homens de grande virtude, dotados de prudência. As
predições que anunciaram adquiriram-lhes a dignidade de profetas:
4 eles governaram os povos do seu tempo e, com a firmeza de sua sabedoria, deram instruções muito santas ao povo.
5 Com sua habilidade cultivaram a arte das melodias, publicaram os cânticos das escrituras.
6 Homens ricos de virtude, que tinham gosto pela beleza, e viviam em paz em suas casas.
7 Todos eles adquiriram fama junto de seus contemporâneos, e foram a glória de seu tempo.
8 Aqueles que deles nasceram deixaram um nome que publica seus louvores.
9 Outros há, dos quais não se tem
lembrança; pereceram como se nunca tivessem existido. Nasceram, eles e
seus filhos, como se não tivessem nascido.
10 Os primeiros, porém, foram homens de misericórdia; nunca foram esquecidas as obras de sua caridade.
11 Na sua posteridade permanecem os seus bens.
12 Os filhos de seus filhos são uma santa linhagem, e seus descendentes mantêm-se fiéis às alianças.
13 Por causa deles seus filhos permanecem para sempre, e sua posteridade, assim como sua glória, não terá fim.
14 Seus corpos foram sepultados em paz, seu nome vive de século em século.
15 Proclamem os povos sua sabedoria, e cante a assembléia os seus louvores!
Gradual/Is.65, 23.
Meus escolhidos não trabalharão em vão, nem gerarão angústia, pois são uma raça abençoada do Senhor, e com eles estarão seus netos.
V Ecl. 44, 14. Seus corpos foram enterrados em paz, e seus nomes viverão de geração em geração.
Aleluia, aleluia/V/. Ibid., 15.
V /. Que o povo conte sua sabedoria, e que a assembléia publique seus louvores. Aleluia.
Sequência do Santo Evangelho
27 Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós?
28 Respondeu Jesus: Em verdade
vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem
estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis
sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
29 E todo aquele que por minha
causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa
receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.
Ofertório/ Is. 56, 7.
Eu os conduzirei ao meu santo monte, e os consolarei na minha casa de oração; seus holocaustos e suas vítimas me agradarão no altar dedicado a mim.
Secreta
Aceita, Senhor, as hóstias que te oferecemos e, por intercessão dos teus santos, permite-nos servir-te com liberdade de coração e arder de amor pela aflita Mãe do teu Filho.
Comunhão/São João. 15, 16.
Fui eu que te escolhi, para que você vá e dê fruto e seu fruto permaneça.(Quem não pode comungar em especie, fazer comunhão espiritual)
Nosso Senhor Jesus Cristo numa aparição revelou a sóror Paula Maresca, fundadora do convento de Sta. Catarina de Sena de Nápoles, como se refere na sua vida, e lhe mostrou dois vasos preciosos, um de ouro e outro de prata, dizendo-lhe que conservava no vaso de ouro suas comunhões sacramentais e no de prata as espirituais. As espirituais com dependência exclusiva da piedade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que alimentais nossa alma na solidão do coração.
“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós” (Santo Afonso Maria de Liguori)
Depois da comunhão.
Fortalecidos pelos Mistérios celestiais, pedimos-te, Senhor, que, imitando os exemplos daqueles cuja festa celebramos, sejamos fiéis ao pé da Cruz de Jesus com Maria sua Mãe, e assim merecemos obter o fruto da redenção.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.