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terça-feira, 12 de maio de 2020

Festa de Nossa Senhora Maria Rainha Paz


http://www.vatican.va/content/pius-xii/pt/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_11101954_ad-caeli-reginam.html

IV
A FESTA DE MARIA RAINHA
44. Dos testemunhos da antiguidade cristã, das orações da liturgia, da inata devoção do povo cristão, das obras artísticas, de toda a parte recolhemos expressões que nos mostram que a virgem Mãe de Deus se distingue pela sua dignidade real; mostramos também que as razões, deduzidas pela sagrada teologia do tesouro da fé divina, confirmam plenamente essa verdade. De tantos testemunhos referidos forma-se uma espécie de concerto harmonioso que exalta a incomparável dignidade real da Mãe de Deus e dos homens, a qual domina todas as coisas criadas e foi elevada aos reinos celestes, acima dos coros dos anjos".(61)
45. Depois de atentas e ponderadas reflexões, tendo chegado à convicção de que seriam grandes as vantagens para a Igreja, se essa verdade solidamente demonstrada resplandecesse com maior evidência diante de todos como luz que brilha mais, quando posta no candelabro, – com a nossa autoridade apostólica decretamos e instituímos a festa de Maria rainha, para ser celebrada cada ano em todo o mundo no dia 31 de maio. Ordenamos igualmente que no mesmo dia se renove a consagração do gênero humano ao seu coração imaculado. Tudo isso nos incute grande esperança de que há de surgir nova era, iluminada pela paz cristã e pelo triunfo da religião.
Exortação à devoção mariana
46. Procurem pois todos, e agora com mais confiança, aproximar-se do trono da misericórdia e da graça, para pedir à nossa Rainha e Mãe socorro na adversidade, luz nas trevas, conforto na dor e no pranto; e, o que é mais, esforcem-se por se libertar da escravidão do pecado, e prestem ao cetro régio de tão poderosa Mãe a homenagem duradoura da devoção dial. Freqüentem as multidões de fiéis os seus templos e celebrem-lhe as festas; ande nas mãos de todos a piedosa coroa do terço; e reúna a recitação dele – nas igrejas, nas casas, nos hospitais e nas prisões – ora pequenos grupos, ora grandes assembléias, para cantarem as glórias de Maria. Honra-se o mais possível o seu nome, mais doce do que o néctar e mais valioso que toda a pedra preciosa; ninguém ouse o que seria prova de alma vil – pronunciar ímpias blasfêmias contra este nome santíssimo, ornado de tanta majestade e venerável pelo carinho próprio de mãe; nem se atreva ninguém a dizer nada que seja irreverente.
47. Com vivo e diligente cuidado todos se esforcem por copiar nos sentimentos e nos atos, segundo a própria condição, as altas virtudes da Rainha do céu e nossa Mãe amantíssima. Donde resultará que os féis, venerando e imitando tão grande Rainha e Mãe, virão se sentir verdadeiros irmãos entre si, desprezarão a inveja e a cobiça das riquezas, e hão de promover a caridade social, respeitar os direitos dos fracos e fomentar a paz. Nem presuma alguém ser filho de Maria, digno de se acolher à sua poderosíssima proteção, se à exemplo dela não é justo, manso e casto, e não mostra verdadeira fraternidade, evitando ferir e prejudicar, e procurando socorrer e dar ânimo.
A Igreja do silêncio
48. Em algumas regiões da terra, não falta quem seja injustamente perseguido por causa do nome cristão e se veja privado dos direitos divinos e humanos da liberdade. Para afastar tais males, nada conseguiram até hoje justificados pedidos e reiterados protestos. A esses filhos inocentes e atormentados volva os seus olhos de misericórdia, cuja luz dissipa nuvens e serena tempestades, a poderosa Senhora dos acontecimentos e dos tempos, que sabe vencer a maldade com o seu pé virginal. Conceda-lhes poderem em breve gozar a devida liberdade e cumprir publicamente os deveres religiosos. E, servindo a causa do Evangelho – com o seu esforço concorde e egrégias virtudes, de que no meio de tantas dificuldades dão exemplo – concorram para o fortalecimento e progresso das sociedades terrestres.
Maria, Rainha e Medianeira da paz
49. A festa – instituída pela presente carta encíclica, a fim de que todos reconheçam mais claramente e melhor honrem o clemente e materno império da Mãe de Deus pensamos que poderá contribuir para que se conserve, consolide e torne perene a paz dos povos, ameaçada quase todos os dias por acontecimentos que enchem de ansiedade. Não é ela acaso o arco-íris que se eleva para Deus, como sinal de pacífica aliança?(62) "Contempla o arco-íris e bendize aquele que o fez; é muito belo no seu esplendor; abraça o céu na sua órbita radiosa, e foram as mãos do Altíssimo que o traçaram".(63) Todo aquele que honra a Senhora dos anjos e dos homens – e ninguém se julgue isento deste tributo de reconhecimento e amor – invoque esta rainha, medianeira da paz; respeite e defenda a paz, que não é maldade impune nem liberdade desenfreada, mas concórdia bem ordenada sob o signo e comando da divina vontade: tendem a protegê-la e aumentá-la as maternas exortações e ordens de Maria.
50. Desejando ardentemente que a Rainha e Mãe do povo cristão acolha estes nossos votos, alegre com a sua paz as terras sacudidas pelo ódio, e a todos nós, depois deste exílio, mostre a Jesus, que será na eternidade a nossa paz e alegria; a vós, veneráveis irmãos, e aos vossos rebanhos, concedemos de todo o coração a bênção apostólica, como penhor do auxílio de Deus onipotente e testemunho do nosso paternal afeto.

Dado em Roma, junto de São Pedro, na festa da maternidade de Nossa Senhora, no dia 11 de outubro do ano de 1954, XVI do nosso pontificado.

PIO PP. XI


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Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.