20/05 Segunda-feira
Festa de Terceira Classe
Paramentos Brancos
Nasceu em Massa, perto de Siena, em 1380. Cedo perdeu os pais e sua educação foi confiada a uma tia, de nome Diana, mulher de grande e sólidas virtudes. Menino ainda, manifestou Bernardino uma predileção declarada pela oração, pela vida religiosa e pelo estudo. Grande era o amor que tinha à pureza do coração. Não dando maus exemplos aos companheiros, também não tolerava proferissem uma palavra sequer contra o pudor. Bastava-lhe a presença, para contê-los na linha. "Calados, aí vem Bernardino!", diziam interrompendo a conversa, pois sabiam que lhes importava uma repreensão. Um homem que se atrevera a dizer palavras obscenas em presença de Bernardino, dele recebeu um tapa no rosto, com a intimação de não continuar e proferir obscenidades. Contra um outro despudorado recrutou um bando de meninos, que a pedradas o perseguiam até fora da cidade. Diana tinha uma filha muito piedosa, de nome Tobia. Bernardino de vez em quando a visitava com o fim de receber salutares instruções. Um dia, Bernardino confidenciou à tia que achava-se enamorado de uma donzela formosíssima e lhe faltaria paz e sossego se não a visitasse diariamente. A piedosa Diana, ao ouvir tal declaração, não pouco se assustou sem, porém, dar demonstração de desassossego. Para descobrir o segredo de Bernardino, observou-o atentamente e qual não foi a alegria e consolo quando soube que a querida de Bernardino era Maria Santíssima, a Virgem Imaculada, cuja imagem belíssima encontrava-se às portas da cidade. Bernardino contava 20 anos, quando sua terra foi visitada pela peste, tendo com muita dedicação tratado dos doentes no hospital, serviço esse que perdurou quatro meses, quando se sentiu acometido por violenta febre. Reconvalesceu, porém, e foi morar num subúrbio de Siena, onde , com extremo fervor, dedicou-se às obras de caridade para conhecer a vontade de Deus, relativa à sua vocação. Após longo exame, decidiu-se pelo hábito de São Francisco e foi admitido na ordem. Em pouco tempo admitiu tal popularidade que era chamado o "Apóstolo da Itália". As igrejas foram ficando pequenas para comportar o povo e em muitos lugares as práticas eram feitas ao ar livre.Em determinada cidade atacou com tal vigor a jogatina que não havia mais quem quisesse pegar no baralho. Um homem queixoso, apresentou-se ao Santo homem, pois vivia do fabrico de cartas de jogo, pois, fechadas as espeluncas, não vendia os dantes procurados artigos. Bernardino, consolando-o, recomendou-lhe que fabricasse santinhos e objetos de devoção, no que foi atendido, e o homem, em vez de continuar queixoso, muito lhe agradeceu, pois muito maior lhe foi em seguida o lucro com a venda desses produtos. Três vezes foi-lhe oferecida a dignidade episcopal, uma dessas, inclusive, pelo próprio Papa. Bernardino, porém, negou-se a aceitá-la, alegando que esperava fazer maior bem no apostolado da pregação. Inimigos surgiram-lhe nas pessoas que mais se sentiram melindradas pelas suas verberações francas e evangélicas. De parte desses , vieram muitas calúnias e perseguições atrozes. Bernardino porém, não deixou intimidar-se, defendendo-se curta e claramente, deixando o resto à Deus. Quando, pela primeira vez, em companhia de um irmão leigo, passava a sacola esmolando pelas ruas da cidade, uns meninos mal educados passaram a zombar do Santo e a atirar-lhe pedras. O companheiro, indignado com tal desconsideração, quis reagir e dar-lhes a merecida paga. Bernardino, porém disse-lhe: "Deixa os meninos divertirem-se. Que mal faz? Não nos ajudam a ganhar o céu com a prática da paciência?" Em outra ocasião foi convidado por uma fidalga a procurá-la no seu palacete. Bernardino, na boa fé de receber uma esmola lá esteve, porém, grande foi a sua decepção. Em vez da esmola, recebeu da mulher propostas indecorosas, com ameaça de gritar por socorro e denunciá-lo, caso não a atendesse. O Santo empalideceu. Procurou um meio de sair da terrível emboscada. Curta foi-lhe a hesitação. Tirou do bolso um azorrague e curtiu tão desapiedadamente a própria pele, que a tentadora sequer lembrou-se da idéia infame e pediu-lhe humildemente perdão. Assim, Bernardino, salvou sua inocência. No ano de 1444, o Santo achava-se no caminho de Nápoles, onde ia pregar uma missão. Chegando a Aquila achou-se tão doente, que pediu os Santos Sacramentos, da Extrema Unção e do Viático. Pressentindo o desenlace, pediu que o deitassem ao chão sobre a cinza, elevou os olhos ao céu e nesta posição entregou a alma ao Criador. Depois de apenas seis anos, em 1450, o Papa Nicolau V o canonizou. O túmulo de São Bernardino se acha na Igreja dos Franciscanos em Áquila, onde tem sido glorificado com muitos milagres.
Intróito/ Sal. 36, 30-31.
A boca do justo meditará sobre a sabedoria, e a sua língua proferirá eqüidade; a lei de seu Deus está em seu coração. (TP Aleluia, aleluia. )
Ps. Ibid., 1.Não tenha inveja dos ímpios e não tenha inveja dos que praticam a iniqüidade.
V/. Glória Patri.
Coleta
Senhor Jesus, que concedestes ao beato Bernardino, vosso confessor, um amor muito ardente pelo vosso santo nome, suplicamos-vos, por seus méritos e por sua intercessão, condescendeis, em vossa bondade, difundir em nós o espírito de vossa caridade.
Leitura da Epístola dos
Eclesiástico 31, 8-11
8 Bem-aventurado o rico que foi achado sem mácula, que não correu atrás do ouro, que não colocou sua esperança no dinheiro e nos tesouros! 9 Quem é esse homem para que o felicitemos? Ele fez prodígios durante sua vida. 10 Àquele que foi tentado pelo ouro e foi encontrado perfeito, está reservada uma glória eterna: ele podia transgredir a lei e não a violou; ele podia fazer o mal e não o fez. 11 Por isso seus bens serão fortalecidos no Senhor, e toda a assembléia dos santos louvará suas esmolas.
Aleluia, aleluia. V/. Iac. 1, 12. Beátus vir, qui sofreste tentação: quóniam, cum probátus fúerit, accípiet corónam vitae. Aleluia, aleluia. V/. Bem-aventurado o homem que sofre a prova com paciência, pois quando for provado receberá a coroa da vida.
Aleluia. V/. Ecl. 45, 9. Amávit eum Dóminus et ornávit eum: stolam glóriæ índuit eum. Aleluia. Aleluia. V/. O Senhor o amou e o adornou. Ele o vestiu com um manto de glória. Aleluia.
Sequência do Santo Evangelho
São Mateus 19, 27-29
27 Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós? 28 Respondeu Jesus: Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29 E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna.
Ofertório/Sal. 88, 25.
A minha verdade e a minha misericórdia estarão com ele e pelo meu nome surgirá o seu poder. (TP Aleluia. )
Secreta
Nós imolamos a ti, Senhor, uma multidão de louvores em memória de teus santos, em quem confiamos para triunfar sobre os males da vida presente e escapar dos males da vida futura.
Præfatio paschalis, in qua dicitur: in hoc potíssimum. Prefácio de Páscoa
Comunhão/São Matheus. 124,46-47.
Bem-aventurado o servo que o senhor, ao chegar, encontrar vigiando; em verdade vos digo que ele o designará sobre todos os seus bens. (TP Aleluia. )(Quem não pode comungar em especie, fazer comunhão espiritual)
Nosso Senhor Jesus Cristo numa aparição revelou a sóror Paula Maresca, fundadora do convento de Sta. Catarina de Sena de Nápoles, como se refere na sua vida, e lhe mostrou dois vasos preciosos, um de ouro e outro de prata, dizendo-lhe que conservava no vaso de ouro suas comunhões sacramentais e no de prata as espirituais. As espirituais com dependência exclusiva da piedade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que alimentais nossa alma na solidão do coração.
“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós” (Santo Afonso Maria de Liguori)
Depois da comunhão.
Alimentados de comida e bebida celestiais, rogamos e suplicamos, ó nosso Deus, que nos conceda a ajuda das orações daquele em cuja festa as recebemos.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.