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sábado, 23 de junho de 2012

A fumaça de Satanás

101 motivos para duvidar
da versão do Cardeal Bertone

Dos motivos 52 ao 69


52. Bertone deu, ao todo, seis versões diferentes e inconsistentes da declaração que Lúcia alegadamentelhe fizera, de que "tinha aceitado" a sua "interpretação" da visão.

53. Bertone esperava que os fiéis acreditassem que a Virgem Maria não tinha palavras para explicaruma visão que ele "interpretou" de uma maneira claramente oposta ao que a visão mostrava.

54. Bertone esperava que os fiéis acreditassem que a Santíssima Virgem tinha deixado a ele e ao seuantecessor a incumbência de explicar o significado da visão à Igreja e ao mundo, cerca de 83 anosdepois de a ter confiado aos videntes, e que a própria Lúcia consentira ser guiada, não pelas
palavras da Santíssima Virgem, vindas do Céu, mas por dois Cardeais do Vaticano (Bertone eSodano), que não tinham qualquer competência para tal.
Bertone acusou Lúcia de inventar a ordem da Santíssima Virgem para o Segredo não ser
revelado antes de 1960.

55. Durante sete anos, Bertone declarou repetidamente ­ na Mensagem, n'A Última Vidente, e durante oseu aparecimento no Porta a Porta ­ que Lúcia lhe "confessara", em entrevistas não gravadas, quea Santíssima Virgem nunca lhe tinha dito que o Terceiro Segredo não devia ser revelado antes de1960, e que ela (Lúcia) escolhera arbitrariamente aquele ano para a revelação do Segredo.

56. Porém, durante os sete anos em que manteve esta posição, Bertone não revelou (até aparecer noPorta a Porta em 31 de Maio de 2007) que tinha em sua posse não um, mas dois envelopes em que Lúcia tinha escrito: "Por ordem expressa de Nossa Senhora, este envelope só pode ser aberto em 1960 por Sua Ex.ciaRev.ma o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa ou por Sua Ex.ciaRev.ma o SenhorBispo de Leiria."

57. Bertone tinha um motivo óbvio para obter a "confissão" de Lúcia de que inventara a "ordemexpressa" da Santíssima Virgem sobre 1960: a ligação que Nossa Senhora fez do Segredo a 1960destruía a sua "interpretação" ridícula, que ligava a visão do Bispo vestido de branco à tentativafalhada de assassínio de 1981 como ponto culminante da profecia de Fátima, e que tambémapontava para uma relação entre o Segredo e acontecimentos por volta de 1960, incluindo oConcílio Vaticano II, que João XXIII anunciou em 1959.

58. Bertone deu três versões diferentes e totalmente inconsistentes da "confissão", baseadas nas suas"entrevistas" não gravadas com a vidente:
· Na primeira versão, Lúcia alegadamente disse: "Segundo intuição minha, antes de 1960 nãose perceberia, compreender-se-ia somente depois."
· Na segunda versão, a "intuição" desapareceu, e Lúcia alegadamente disse: "Achei que
1960 seria uma data muito distante de quando escrevi o `Segredo' em 1944 e porque penseique estaria morta nesse ano, e portanto o último obstáculo à interpretação e à revelação dosegredo teria desaparecido."
· Na terceira versão, Lúcia alegadamente disse: "Fui eu que escolhi a data. Fui eu que penseique 1960 seria um termo suficiente para se poder abrir o envelope. E eu pensei que talvez játivesse morrido e não fosse implicada no Segredo."

59. As três versões da "confissão" são claramente impossíveis de crer, pelas seguintes razões:· Em criança, Lúcia não revelou o Segredo sem licença de Nossa Senhora, mesmo sob ameaçade morte.
· A Irmã Lúcia nunca tomou, por sua conta, uma "decisão" de quando revelar o Segredo
que Nossa Senhora lhe tinha mandado que não dissesse "a ninguém", com a excepção deFrancisco.
· A vidente escolhida pela Mãe de Deus não ia inventar uma "ordem expressa" da VirgemMaria e depois escrevê-la em dois envelopes, enganando assim os seus superiores, a Igreja etodo o mundo durante mais de 60 anos.
· 1960 não estava "muito distante" de 1944 (o ano em que a Santíssima Virgem lhe mandouescrever o texto do Segredo); e mesmo que estivesse, o facto de uma data estar "muitodistante" de 1944 não era razão lógica para Lúcia decidir que esta data, entre todas as datas,seria boa altura para revelarseria boa altura para revelar o Segredo que (naquela altura) tinha ordens do Céu para nãorevelar.
· De todos os anos que passaram entre 1944 e a sua morte em 2005, a Irmã Lúcia não tinharazão para "escolher" arbitrariamente 1960 para ano da revelação do Segredo - - dezasseis anosdepois de 1944 ­ em vez de um número redondo como dez ou vinte anos depois de 1944.
· Se, como o próprio Bertone admitiu, a Santíssima Virgem mandou a Lúcia que escrevesse o
Segredo em 1944, também não podia ter deixado de indicar uma data para a sua revelação.
· A Irmã Lúcia não podia ter a premonição de que estaria morta em 1960, quando viveu atéà idade avançada de 97 anos, e em parte alguma dos seus escritos encontramos a menorsugestão de que ela esperava morrer antes de completar 53 anos.
· A Irmã Lúcia não podia ter pensado que ela, a quem fora confiado o Terceiro Segredo, ela, a
vidente escolhida por Deus, seria um obstáculo à sua revelação e "interpretação".
· N'A Última Vidente, Bertone disse que foi enviado a Coimbra para entrevistar Lúcia em Abril
de 2000, pouco antes da publicação da visão e do comentário na Mensagem, porque o Papa"tinha necessidade de uma interpretação definitiva da parte da religiosa." Mas, no mesmolivro, Bertone esperava que acreditássemos que a Irmã Lúcia considerava a sua existência naterra como "o último obstáculo" à interpretação do Segredo.

60. Nenhuma testemunha independente corroborou a afirmação de Bertone de que Lúcia "confessara" ter inventado a "ordem expressa" da Santíssima Virgem, embora estivessem testemunhas supostamente presentes durante a "confissão".
Bertone apoiou-se em "entrevistas" não gravadas e não corroboradas e em "citações" sempreem mudança que atribuiu à vidente.

61. Bertone alegadamente gastou dez horas em entrevistas à vidente para substanciar a sua versão, mas não fez uma gravação em vídeo ou em áudio, nem sequer uma transcrição escrita destes encontros históricos, e nem sequer apresentou uma declaração assinada por Lúcia e escrita em português, a sua língua natal.

62. Das dez horas de alegadas entrevistas com Lúcia, que deviam compreender milhares de palavras faladas, Bertone "citou" exactamente nove palavras atribuídas a Lúcia sobre o conteúdo do Terceiro Segredo ­ o assunto exacto em controvérsia ­ e não apareceu nenhuma testemunha para corroborar estas nove palavras, embora estivessem testemunhas alegadamente presentes.

63. Bertone disse que tinha "minutas" assinadas e editadas dos seus encontros com Lúcia, mas nunca as mostrou.

64. Bertone nunca citou a Irmã Lúcia duas vezes da mesma maneira sobre o mesmo assunto, e as "citações" fragmentárias alegadamente tiradas das suas "notas", que nunca apresentou, mudavam de cada vez que as repetia. Em especial, Bertone deu:
· Seis versões inconsistentes da sua afirmação de que Lúcia lhe dissera que "concordava" com a sua "interpretação" da visão do Bispo vestido de branco. Nenhuma testemunha independente corroborou esta afirmação.
· Quatro versões inconsistentes da sua afirmação de que Lúcia lhe dissera que a consagração
da Rússia foi cumprida com a consagração do mundo em 1984. Nenhuma testemunha independente corroborou esta afirmação.
· Três versões inconsistentes da "confissão" de Lúcia de que inventara a "ordem expressa
de Nossa Senhora" relativa a 1960. Nenhuma testemunha independente corroborou esta
afirmação ­ nem sequer o Bispo emérito de Leiria-Fátima, que esteve presente no encontro
de 27 de Abril de 2000, em que Lúcia alegadamente "confessou", mas não se lembrou de
confirmar a versão de Bertone da "confissão" durante o seu aparecimento no programa da
Telepace.
· Três versões inconsistentes da configuração dos envelopes usados para o envio do Terceiro
Segredo, em que aparecem, entre outras, as seguintes discrepâncias reveladoras:
Nenhuma das três versões mencionou o "envelope Capovilla" que a sua própria testemunha
(Capovilla, entrevistado por De Carli) identificou, mas que Bertone nunca mostrou e nunca
explicou porque não o fez.
Bertone afirmou, em diversas ocasiões, que Lúcia preparou pessoalmente um, dois ou três
envelopes para enviar o Segredo, dependendo da versão que considerarmos, mas só no seu
aparecimento na televisão em 31 de Maio de 2007 é que Bertone mencionou dois envelopes
lacrados com a "ordem expressa de Nossa Senhora" para não serem abertos até 1960.
Uma das versões menciona um envelope exterior com a anotação "Terceira Parte do
Segredo" ­ outro envelope que Bertone nunca mostrou, e que talvez seja uma referência ao
"envelope Capovilla", que nunca foi mostrado.

65. Bertone afirmou que, durante a entrevista de Novembro de 2001, Lúcia lhe dissera que concordava com tudo o que aparece na Mensagem, um documento de 44 páginas, embora a Mensagem
· "demole com luva branca" a descrição que Lúcia fez do Terceiro Segredo, como o Los Angeles
Times escreveu com razão;
· sugere que Lúcia fabricou a visão do Bispo vestido de branco a partir de imagens que vira em
livros de devoções;
· acusa-a de inventar a "ordem expressa de Nossa Senhora" sobre a revelação do Segredo em
1960; e
· cita como perito eminente em aparições marianas o Jesuíta modernista ÉdouardDhanis, que
declarou que a Irmã Lúcia tinha inventado toda a Mensagem de Fátima, excepto o seu pedido
de orações e penitência.

66. Bertone disse que, durante a mesma entrevista de Novembro de 2001, Lúcia citou verbatim, como declaração sua, uma passagem de 165 palavras da Mensagem, escrita pelo Cardeal Ratzinger.

67. Em Maio de 2007, depois de Lúcia ter morrido e de Capovilla ter revelado a existência de um segundo texto do Terceiro Segredo, Bertone anunciou subitamente ­ pela primeira vez em sete anos
de controvérsia ­ que, durante uma das alegadas entrevistas com a vidente, esta teria declarado:
"Sim, este é o Terceiro Segredo, e eu nunca escrevi outro". Todavia, Bertone não identificou qual das entrevistas continha esta declaração nunca mencionada até então, nem apresentou uma transcrição ou qualquer outra forma de verificação independente da suposta citação, e nenhuma testemunha independente a corroborou ­ embora Bertone afirmasse que D. Serafim de Sousa
Ferreira e Silva, Bispo emérito de Leiria-Fátima, fora testemunha da alegada declaração.

68. Quando o Bispo D. Serafim apareceu no programa de Bertone na Telepace em Setembro de 2007, tornou-se notado o facto de ele não ter corroborado a alegada declaração de Lúcia, embora tivesse sido levado a Roma exactamente para defender a posição de Bertone.

69. Quanto a todas as declarações contestadas que Bertone atribuiu a Lúcia durante dez horas de entrevistas que nunca gravou, Bertone é literalmente a única testemunha no mundo que as diz ter
ouvido.
Bertone mudou de repente para uma insistêncianum texto "autêntico" e para uma simples "convicção" pessoal de que tudo foi revelado.


Vídeo: A ocultação do Terceiro Segredo de Fátima - Parte 05 de 06