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sábado, 26 de maio de 2018

26 de maio dia de São Filipe de Neri,Confessor.

Em Roma era conhecido pelo apelido Pipo Bono. Para todos será sempre o santo da alegria. Mas Filipe Néri não é um bonachão ingênuo. Um toscano legítimo, brincalhão, sorridente, sem pelos na língua, sim, porém tem fé, caridade, sabedoria profunda, e sobre isto não brinca.
 Florentino nascido em 1515, filho de um escrivão, muito cedo órfão de mãe, Felipe não demonstra sinais precoces de vocação religiosa, ainda que frequente os Dominicanos do convento de São Marcos, aquele onde se encontra Savonarola. Com 18 anos, deixa Florença para sempre. O pai o envia a um parente comerciante em São Germano, hoje Cassino, para que aprenda aquela profissão. Nada feito. Ei-lo em Roma, em 1534: não sabe, mas ficará por lá durante toda a vida, 60 anos sem interrupção. É professor na casa de um rico florentino e estuda teologia e filosofia na Universidade da Sapienza. Mas um dia pega todos os seus livros, menos a Bíblia e Santo Tomás,. e vai vendê-los no mercado, depois dá o dinheiro aos pobres. “Se queremos dedicar-nos totalmente ao nosso próximo não devemos reservar-nos nem tempo nem espaço”. E ele quer se dedicar ao próximo de verdade.
 Tem 24 anos e se põe a trabalhar. Visita os encarcerados, conforta os doentes, socorre os indigentes. Mas ama, sobretudo, os meninos pobres, aos quais prodigaliza pão, a alegria, a companhia e a instrução religiosa. E reza, reza muito. No dia 32 de maio de 1551, vigília da festa da Santíssima Trindade e aniversário da morte na fogueira do Frei Jerônimo Savonarola, na idade de 35 anos, Filipe Néri é ordenado sacerdote. [Entra a fazer parte dos capelães da igreja de São Jerônimo da Caridade. Ali sua bondade, a simpatia, a caridade e a cultura o tornam logo o líder. Começam a se reunir, sempre mais numerosos, nobres, o povo simples, negociantes, artistas, banqueiros, sacerdotes para ler as Escrituras, meditá-las, rezar, cantar juntos; primeiro, ocupam seus pobres quartos, depois num sótão da igreja. Parece a volta às origens, aos Atos dos Apóstolos, aos primeiros cristãos. Nasce assim, por obra de São Felipe Néri, o Oratório. Daí sairão grandes homens da Igreja, como César Barônio, que será seu primeiro sucessor. Mas o Oratório não é só oração, uma espécie de monte Tabor para se refugiar. Não, os seus membros devem tornar-se samaritanos para os feridos do mundo: dessa forma, eis que se põe a prestar serviços por turno como enfermeiros no hospital próximo. São Felipe inventa também a peregrinação às sete Igrejas de Roma, a quinta-feira “gorda”, em contraposição ao carnaval: um dia inteiro de missas, pregações, cantos, orações, com merenda nos pratos. Algumas vezes os peregrinos são mais de mil. Os sucessos lhe criam desconfianças, incompreensões, invejas como sempre acontecem com os santos. Mas ele não perde o bom humor. Em 1564 sua pequena comunidade se transfere junto a igreja de São João dos Florentinos e se torna ronrona em prática uma nova ordem religiosa, também se Felipe é contrário; ele não quer regras, vínculos, separações. Chamá-los-ão Filipinos. Em 1577 vai em Santa Maria da Vallicella. Ele permanece nos seus quartinhos em São Jerônimo, até que o Papa e a saúde lhe permitem. E continua vagueando por Roma em procura dos meninos pobres. Para eles se torna mendigo. Conta-se que um nobre chateado por seus pedidos de ajuda lhe largou um bofetão. E ele: “Este é para mim, e vos agradeço. Agora dai-me alguma coisa para os meus meninos” Sempre assim Pipo Bono. Até a morte. Esta chega no dia 26 de maio de 1595, na idade de 80 anos, assistido pelo cardeal Frederico Borromeu, aquele do qual fala Manzoni nos “Promessi Sposi”. Descobrir-se-á que ele tinha um coração maior do que o normal, mas quem o conhecera já o sabia. No dia 12 de março de 1622 o Papa Gregório XV o proclama santo.


Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.