Santo Anselmo de Cantuária (1033/1034 – carregado de anos e de virtude, faleceu no dia 21 de abril de 1109, sendo canonizado pelo Papa Alexandre III.), nascido Anselmo de Aosta (por ser natural de Aosta, hoje na Itália), e também conhecido como Santo Anselmo, foi um influente teólogo e filósofo medieval italiano de origem normanda. Sua mãe, verdadeira matrona cristã. Formado na escola da mãe, entregou-se cedo à virtude e, segundo seu primeiro biógrafo, era amado por todos, tendo muito sucesso nos estudos. Bons tempos aqueles, em que as pessoas virtuosas eram amadas, e não perseguidas. Aos 15 anos já se preocupava com altas questões metafísicas e teológicas, e quis entrar num mosteiro. Mas os monges negaram-lhe a entrada, por medo de desagradar ao seu pai.
Não podendo ingressar na vida religiosa, Anselmo entregou-se gradualmente aos prazeres mundanos, só não chegando a excessos por amor à sua mãe, a quem não queria desagradar. Mas essa âncora, que ainda evitava que ele se afogasse no mar do mundo, faltou-lhe. Com o falecimento de sua genitora, quando Anselmo tinha 20 anos, seu pai tornou-se mal-humorado e violento, maltratando frequentemente o filho. Anselmo resolveu então fugir de casa, acompanhado por um servo. Vagou pela Itália e pela França, conheceu a fome e a fadiga, até que chegou ao mosteiro de Bec, na França, onde havia a escola mais afamada do século XI, dirigida por seu famoso conterrâneo, Lanfranco.
E resolveu permanecer em Bec, onde foi ordenado sacerdote em 1060. Mas se ele fugia das honras, estas o perseguiam. Em 1066 foi eleito Abade de Bec. E seu primeiro biógrafo, Eadmer, conta a pitoresca e comovente cena ocorrida nessa ocasião, típica da Idade Média: o eleito abade prosterna-se diante de seus irmãos, pedindo-lhes com lágrimas que não o onerassem com aquele fardo, enquanto os irmãos, também prosternados, insistem com ele para que aceite o ofício.
Sob sua direção, Bec alcançou sua maior celebridade, sendo para a Normandia e Inglaterra o que Cluny era para a Borgonha, França e Itália.
Em Bec “escreveu vários de seus livros, que abrem um novo caminho para o estudo da Teologia e se distinguem pela profundidade de pensamento, delicadeza de investigação, ousado vôo metafísico que, não obstante, nunca se separa do terreno da fé tradicional”. É considerado o fundador do escolasticismo e é famoso como o criador do argumento ontológico a favor da existência de Deus. Escreveu outras obras importantes, Do Gramático e Da Verdade, ambos em latim.
Foi Arcebispo de Cantuária entre 1093 e 1109 (sucedendo a Lanfranco, também um italiano), por nomeação de Henrique I de Inglaterra, de quem foi amigo e confessor, mas depois divergiu com ele na Questão das Investiduras.
Em Roma, Anselmo foi recebido por Urbano II, que o convenceu a voltar para sua diocese. Mas antes participou ele do Concílio de Bari, em 1098, do qual foi um dos luminares, desfazendo o sofisma dos gregos, que negavam que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Para isso pronunciou belo discurso, que depois se tornou um tratado intitulado Da procedência do Espírito Santo. Na Itália escreveu outro tratado, Cur Deus homo, e regressou à Inglaterra em 1100, a pedido de Henrique, que sucedera no trono a seu pai, Guilherme, morto impenitente durante uma caçada.
Para melhor praticar a obediência, Anselmo havia pedido ao Papa que lhe desse alguém a quem ele pudesse se submeter em todas as ações, como um monge ao seu superior. O Papa designou para esse ofício o monge Eadmer, que se tornou amigo íntimo, discípulo e biógrafo do Santo.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.