Santo Isidoro nasceu na cidade de Cartagena (Espanha) em 560, filho de Severiano e Teodora, ambos de alta nobreza e virtude. Foram seus irmãos São Leandro, que o precedeu na Sé de Sevilha, São Fulgêncio, bispo de Ecija, e Santa Florentina, da qual se diz que governou 40 conventos e mil monjas.
Além de combater a heresia ariana, que tinha penetrado profundamente na Espanha entre os visigodos, Santo Isidoro erradicou totalmente a dos "acéfalos", que foi morta em seu nascedouro.
"Como Leandro, ele teve a mais proeminente participação nos Concílios de Toledo e de Sevilha. Com toda justiça, pode-se dizer que foi em grande medida devido ao trabalho esclarecido desses dois ilustres irmãos que a legislação visigótica, que procedeu desses concílios, é vista por historiadores modernos como exercendo a mais importante influência nos começos do governo representativo".
Em dezembro de 633, se bem que avançado em anos, Santo Isidoro presidiu ao IV Concílio de Toledo, do qual participaram todos os bispos da Espanha. Ele foi a origem da maior parte de seus decretos, como por exemplo, o que determinava a todos os bispos que estabelecessem seminários em suas dioceses para a formação do clero, na linha dos colégios fundados por ele em Sevilha. Desse modo Santo Isidoro foi a mola propulsora do movimento educativo que teve Sevilha como centro. Empenhou-se também para que fossem promulgados 74 cânones muito úteis para a explicação da fé e restabelecimento da disciplina da Igreja. .
A pedido dos padres conciliares, trabalhou num novo missal e breviário para unificar os costumes e a liturgia em todo reino: "Seria um absurdo que tivéssemos distintos costumes os que professamos uma mesma fé e formamos parte de um mesmo império", costumava dizer.
Também nesse IV Concílio, a pedido do rei Sisenando, deu forma à constituição política do reino, consolidando o regime de estreita união entre os poderes civil e religioso, e amoldando a legislação com base nos princípios do Direito Canônico. Foi o primeiro a assinar o decreto que mudava a Sé metropolitana de Cartagena para Toledo, a nova capital visigótica. Nesse concílio ainda foi incentivado o estudo do grego e do hebreu, bem como das artes liberais. O Santo arcebispo suscitou também o interesse pelo direito e pela medicina, muito antes dos árabes, e despertou o interesse pela filosofia grega, introduzindo Aristóteles entre seus conterrâneos.
Isidoro faleceu em 636. Foi o último dos antigos filósofos cristãos, tendo sido cognominado "luminar esplendoroso e incorruptível" por São Bráulio de Saragoça. .
Indubitavelmente foi ele o mais sábio homem de sua época, tendo exercido, como vimos, profunda influência em todo o sistema educativo da Idade Média.
Seu discípulo São Bráulio o via como um homem suscitado por Deus para salvar o povo espanhol da avalanche de barbárie que ameaçava a civilização na Espanha. Diz ele: "Teus livros nos levam à casa paterna, quando andamos errantes e extraviados pela cidade tenebrosa deste mundo.
Eles nos dizem quem somos, de onde viemos e onde nos encontramos. Eles nos falam das grandezas da pátria e nos dão a descrição dos tempos. Ensinam-nos o direito dos sacerdotes e das coisas santas, a disciplina pública e a doméstica, as causas, as relações e os gêneros das coisas, os nomes dos povos e a essência de quanto existe no Céu e na Terra".
O VIII Concílio de Toledo, em 653, denominou-o "Doutor insigne de nosso século, novíssimo ornamento da Igreja católica, o último na ordem dos tempos, mas não na doutrina; o homem mais douto nestes críticos momentos de fim das idades".
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.