26/01 Sexta-feira
Festa
de Terceira Classe
Paramentos Brancos
Paramentos Brancos
São Policarpo, converteu-se ao cristianismo no ano de 80, e
teve a grande dita de ter sido discípulo do grande
Apóstolo São João Evangelista, de quem
recebeu o espírito e a doutrina de Jesus Cristo. Em 96
recebeu a sagração episcopal e foi-lhe confiada a
diocese de Smirna. É possível que São
João Evangelista no livro Apocalipse tenha-se referido a
Policarpo quando escreveu: “Sei tua
tribulação e pobreza, porém,
és rico”, e mais adiante: “Se fiel
até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”. (Apoc. 2, 9.).
O santo Bispo-mártir de Antioquia
Inácio, alegrou-se muito com a visita de Policarpo, e
escreveu duas epístolas importantes, uma a Policarpo e outra
aos fiéis de Smirna, em que lhe dá
sábios ensinamentos sobre a santa doutrina.
São Policarpo administrou a diocese como verdadeiro Apóstolo,
com firmeza e caridade, pela palavra e pelo exemplo. De sua autoria existe uma
epístola preciosíssima aos
Filipenses, cheia do mais belos ensinamentos e
sábios conselhos. No tempo de São
Jerônimo esta epístola costumava ser lida
publicamente nas igrejas. Muitos infiéis converteram-se ao
cristianismo, e para os fiéis Policarpo era verdadeiro
Pastor. Já provecto em idade, fez uma viagem a Roma, para
tratar com o
Papa Aniceto sobre a célebre questão da
Páscoa. Em Roma encontrou muitos cristãos, que se
tinham deixado enganar pelos hereges Valentim e Marcion, e conduziu-os
ao caminho da verdade. Por Marcion perguntado, se
o conhecia, respondeu prontamente, que o conhecia, o
filho mais velho de Satanás. De volta para a
Ásia, encontrou na diocese o decreto de
perseguição, publicado pelo imperador Marco
Aurélio. Foi o princípio de horrores para a jovem
Igreja. O governador de Smirna preludiou a
perseguição, pela
condenação de doze cristãos, que foram
atirados às feras. Policarpo, vendo o rebanho em perigo,
redobrou os esforços para conservá-lo na
Fé e confortá-lo na hora da
tribulação. Os cristãos, por seu
turno, inquietavam-se muito pela sorte do venerável Bispo.
Para salvar-lhe a vida, levaram-no a um sítio fora da
cidade, onde o esconderam aos olhos dos fiscais do governo.
Três dias antes da sua prisão teve a
revelação do martírio que o esperava.
Em sonhos viu o travesseiro rodeado de fogo e disse aos amigos:
“Meus irmãos, sei
que serei condenado à morte pelo fogo.
Deus seja bendito, porque se digna de dar-me a coroa do
martírio”. Três dias depois se cumpriu o
que tinha predito.
A polícia do governador descobriu-lhe o esconderijo e
Policarpo, embora lhe fosse fácil efetuar a fuga,
entregou-se à autoridade. No caminho para a cidade se
encontrou com Herodes, juiz de paz e com Nicetas, pai do mesmo. Estes
homens, sem dúvida bem intencionados, insistiram com ele
para que conservasse a vida e obedecesse à lei do imperador.
Depois de muito discursar, o Bispo disse: “Não
farei o que me aconselhais. Nem espada, nem fogo ou qualquer outra
tortura, me fará renunciar a Cristo”.
Apresentado ao governador, este lhe perguntou se era Policarpo e
ordenou-lhe que abjurasse a religião e injuriasse a Cristo.
Policarpo respondeu: “Sim, sou Policarpo. Oitenta e seis anos
são que completo no serviço de Jesus Cristo e Ele
nunca me fez mal algum; como poderia injuriá-lo?”
O governador, porém, continuou a insistir com muito empenho
e disse: “Tenho as feras à minha
disposição; se não obedeceres,
serás atirado a elas!”
Policarpo: “Deixa-as vir!
Persisto no meu intento e não
mudarei!” O
governador: “Se não tens medo das feras, temos
ainda o fogo; este te porá manso!”
Policarpo: “Ameaças com um fogo
que arde por algum tempo, para depois se apagar e nada sabes daquele
fogo eterno, que é preparado para os ímpios.
Não percas tempo! Manda
vir as feras ou faze o que quiseres. Sou cristão e
não abandonarei a Cristo”.
Em dizer isto, o rosto resplandecia-lhe de
satisfação, tanto que todos se admiraram, sem
poder compreender, como um homem tão avançado em
idade pudesse apresentar tamanho heroísmo.
O governador mandou apregoar em alta voz: “Policarpo
é cristão, como ele mesmo confessou”.
Os judeus e pagãos presentes unânimes exigiram
sentença de morte e pediram que fosse queimado vivo. Em
poucos minutos foi preparada a fogueira. Alguns queriam que o Santo
fosse amarrado num pau, para impossibilitar a fuga. Policarpo,
porém, tranqüilizou-os, dizendo: “Aquele
que me dá a graça de sofrer a pena do fogo,
há de dar-me também força para que
fique imóvel no meio das labaredas”. Ataram-lhe
então as mãos nas costas e puseram fogo.
Antes que o fogo chegasse a queimar-lhe o corpo venerável, o
ancião elevou os olhos ao céu e disse:
“Deus todo-poderoso, Pai de Jesus Cristo, vosso Filho
Unigênito, por quem recebemos a graça de
conhecer-Vos; Deus dos Anjos e das Potestades celestiais, Deus de todas
as criaturas e de todo o povo dos justos, que vivem em vossa
presença: graças vos dou porque me conservastes a
vida até esta hora, para ser associado aos vossos
mártires e participar do cálice de amargura do
vosso Ungido, e na virtude do Espírito Santo ser
ressuscitado para a vida eterna. Aceitei propício, em
união àquele sacrifício que para
vós preparastes, este meu holocausto e a mim mesmo, para que
se cumpra o que me revelastes, Vós que sois Deus verdadeiro.
Eu vos louvo em todas as coisas: eu vos bendigo; eu vos glorifico, pelo
eterno Sumo Pontífice, Jesus Cristo, vosso dileto Filho, que
convosco e o Espírito Santo é louvado e honrado
por todos os séculos. Amém”.
Apenas
tinha o Santo terminado a oração, quando subiram
as labaredas com todo o vigor. Deus, porém, quis manifestar
o seu poder e provar que não lhe faltavam os meios de
proteger seu servo no meio do fogo. As chamas subiram de todos os
lados, mas – ó maravilha! – formaram
como que uma abóbada por cima do Santo, sem que lhe
queimassem um só cabelo. Ao mesmo tempo se espalhou um
cheiro suavíssimo como se fossem queimados doces perfumes.
Pavor apoderou-se dos inimigos. Mas, como quisessem ver morto o servo
de Cristo, recebeu o algoz a ordem de matá-lo com a espada.
Assim terminou o curso glorioso do grande Bispo que, segundo a
afirmação dos judeus e pagãos, tinha
sido o primeiro mestre dos cristãos e o inimigo mais
implacável dos deuses. Os judeus quiseram por todo o transe
evitar que o corpo do mártir, fosse entregue aos
cristãos. Para este fim, mandaram dizer ao
Procônsul: “Se entregares aos cristãos o
corpo de Policarpo, eles abandonarão o Crucificado, para
prestar honras divinas a este”. “Não
sabiam” – assim se exprimem os cristãos
que escreveram as atas do martírio –
“que não podemos abandonar Jesus Cristo, para
adorar um outro. É verdade que veneramos os
mártires, mas só porque são
discípulos e imitadores de Jesus Cristo, e deram ao seu Rei
as provas mais claras de amor”. Para terminar a contenda
entre judeus e cristãos, o capitão romano mandou
lançar o corpo do mártir ao fogo. Diz ainda o
protocolo: “Tiramos das cinzas os ossos, para nós
mais preciosos que ouro e pedrarias, e depositamos num lugar
conveniente, onde esperamos poder, com a graça de Deus,
reuní-los, para festejar o dia do seu
aniversário, isto é, o dia dos seu
martírio”, que foi o dia 26 de janeiro de 155 ou
156. O túmulo de São Policarpo acha-se numa
capela em Smirna.
Intróito/ Dan. 3, 84 e 87.
Sacerdotes do Senhor, bendizei o Senhor; santo e humilde de coração, louvado seja Deus.Ibid., 57Obras do Senhor, todos louvam ao Senhor, louvam-no e exaltam-no para sempre.V/. Glória Patri.
Coleta
Ó Deus, que todos os anos nos dás um novo motivo de alegria pela solenidade de teu Mártir e Pontífice, o bem-aventurado Policarpo, concede-nos, em tua misericórdia, poder sentir os efeitos da proteção daquele cujo nascimento estamos celebrando .
Leitura da Epístola
I São João 3,10-16
10 É nisto que se conhece quais são os filhos de Deus e quais os do demônio: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, como também aquele que não ama o seu irmão. 11 Pois esta é a mensagem que tendes ouvido desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. 12 Não façamos como Caim, que era do Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as do seu irmão, justas. 13 Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia. 14 Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte. 15 Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino. 16 Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos.
Gradual/Sal. 8, 6-7.
O coroou de glória e honra.
V /E tu o estabeleceste sobre as obras das tuas mãos, Senhor.
Aleluia, aleluia/ Sal. 111, 1-3.
V /.Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor e se deleita em seus mandamentos.Aleluia.
Sequência do Santo Evangelho
São Mateus 10, 26-32
26 Não os temais, pois; porque nada há de escondido que não venha à luz, nada de secreto que não se venha a saber. 27 O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados. 28 Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena. 29 Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade de vosso Pai. 30 Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. 31 Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós. 32 Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus.
Ofertório/Sal. 88, 21-22.
Encontrei meu servo Davi; Eu o ungi com meu óleo sagrado; pois minha mão o ajudará e meu braço o fortalecerá.
Secreta
Santificai, Senhor, estes dons que vos são consagrados, graças a eles e o Beato Policarpo, vosso Mártir e Pontífice, lança sobre nós um olhar de paz e de bondade.
Comunhão/ Sal. 20, 4.
Tu pões na cabeça dele, Senhor, uma coroa de pedras preciosas.(Quem não pode comungar em especie, fazer comunhão espiritual)
Nosso Senhor Jesus Cristo numa aparição revelou a sóror Paula Maresca, fundadora do convento de Sta. Catarina de Sena de Nápoles, como se refere na sua vida, e lhe mostrou dois vasos preciosos, um de ouro e outro de prata, dizendo-lhe que conservava no vaso de ouro suas comunhões sacramentais e no de prata as espirituais. As espirituais com dependência exclusiva da piedade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que alimentais nossa alma na solidão do coração.
“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós” (Santo Afonso Maria de Liguori)
Depois da comunhão.
Cheios de participação neste dom sagrado, pedimos-te, Senhor nosso Deus, por intercessão do Beato Policarpo, teu Mártir e Pontífice, que nos faças sentir o efeito do sacrifício que celebramos.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.