sábado, 19 de outubro de 2024

19 de outubro dia de São Pedro de Alcântara, Confessor

19/10 Sábado
Festa de Primeira classe no Brasil
Paramentos Brancos
 

São Pedro nasceu em 1499, na cidade espanhola de Alcântara, Extremadura, que fica perto dafronteira com Portugal, recebendo o nome de Juan de Sanabria Garcia Garavito. Seu pai, Pedro Garavito, jurisconsulto ilustre, exercia o cargo de governador de Alcântara. Suamãe, Maria Vilela de Sanabria, filha de Juan de Sanabria e de Urraca González Maldonado, é, pois, descendente de uma grande família espanhola, e não ficava aquém das virtudes e raras qualidades do marido. Pedro Garavito falece em 1506 e dona Maria contrai segundas núpcias, casando-se com o também viúvo Alonso Barrantes, em 1508.
Pedro teve quatro irmãos: dois do primeiro e dois do segundo casamento de sua mãe (García e María; Pedro e Francisco).Juan (Pedro) desde cedo gostava de rezar secretamente no oratório da casa. Após um curso de gramática e filosofia em sua cidade natal, entra, aos quatorze anos, para a célebre Universidade de Salamanca, onde se aplicou aos estudos, à oração, penitências e progrediu rapidamente nos estudos universitários e na ciência dos Santos. Nas horas vagas, dedicava-se aos pobres doentes que o estimavam muito por sua caridade tão fraterna. Entusiasmou-se pela vida dos franciscanos porque lhe pareciam gente muito desprendida do material e muito dedicada ao espiritual. Pediu para ser admitido como franciscano e elegeu o convento onde estavam os religiosos mais rigorosos dessa comunidade.
No noviciado, colocaram-no na posição de porteiro, hortelão, varredor e cozinheiro. Nesta última posição sofria freqüentes acidentes, por ser muito distraído. Toma o hábito em 1515 e muda o nome para Pedro.
Em 1524, com 25 anos de idade, foi ordenado sacerdote e, pouco depois, designado pregador. Tornouse modelo de perfeição monástica e ocupou altos cargos, os quais administrou até chegar a superior do convento e mais tarde, provincial da Ordem. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo. Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III, além de diretor espiritual de Santa Teresa D'Avila.
Amável e compreensível para com o próximo, era intransigente e extremamente severo para consigo mesmo. Franciscano de espírito e por convicção, outras coisas não possuía a não ser um hábito surrado, um breviário, um crucifixo tosco e um bastão. Não usava calçado, nem chapéu. Jejuava a cada três dias, alimentando-se unicamente de um pouco de pão, água e legumes temperados com cinza, para não sentir nenhum prazer no alimento. Mortificou-se tanto com a comida e a bebida, que perdeu o paladar e, assim, todos os alimentos lhe pareciam iguais. Quando lhe chegavam os êxtases e dias de oração mais profunda, seus sentidos não se davam conta do que sucedia ao seu redor e, então, ele passava até uma semana sem comer nada.
Passava horas e horas de joelhos e, quando o cansaço lhe chegava, apoiava a cabeça em um prego na parede e, assim, dormia alguns minutos. Normalmente dormia apenas duas horas por noite e, ainda assim, sentado numa cadeira, em pé ou encostado na parede. Costumava passar noites inteiras sem dormir um minuto, rezando e meditando. Para suportar o inverno, tirava o manto e abria a janela e a porta de seu quarto para que, ao colocar novamente o manto e fechá-las, seu corpo se contentasse com um pouquinho de calor. Com o tempo, foi diminuindo essas terríveis mortificações, pois percebeu que lhe arruinavam a saúde. O amor de Deus lhe preenchia tanto a alma que, quando lhe trespassava o peito, tinha que abandonar a sua cela para sair e refrescar-se ao ar livre. Era-lhe muito difícil orar ou celebrar a Santa Missa sem sair de si mesmo e até levantar-se ao ar, muitas vezes. Freqüentemente o Espírito o invadia e, então, dava grandes gritos e corria a fechar-se em sua cela, como aquele dia em que, instruindo seus irmãos sobre o Evangelho, caiu gritando ‘Deus se fez carne’ e correu à gruta que lhe servia de cela, onde passou três horas em êxtase. Ele podia falar sobre o amor com toda propriedade, como o faz em seu ‘Tratado da Oração e da Contemplação’, joia de grande valor, ainda que pequena em tamanho, que alimentou a grandes espíritos e mereceu os elogios de São Francisco de Sales. Este foi o testamento espiritual daquele severíssimo reformador de frades, um dos maiores promotores do fervor religioso na Espanha de seu tempo.
O superior de certo número de casas religiosas, numa província da ordem.
O trabalho no qual mais êxitos obtinha era o da pregação. Seus sermões, tirados dos profetas e dos livros sapienciais, manifestavam a mais terna simpatia humana. Tinha a graça de comover a seus ouvintes e muitas vezes bastava sua presença para que muitos deixassem suas vidas cheias de vícios e começassem uma vida mais virtuosa. Preferia sempre os auditórios de gente pobre, pois lhe parecia que eram os que mais vontade tinham de se converter. As pessoas diziam que, enquanto pregava, parecia que estava vendo o invisível e escutando mensagens do céu. Pregou na Espanha e em Portugal.
Pela reforma da ordem franciscana, Pedro não só restabeleceu na família monástica o espírito primitivo da pobreza, humildade e penitência, mas concorreu grandemente para a renovação da fé entre o povo, na época em que os protestantes começavam seu  trabalho. A virtude e extraordinários talentos de que era dotado, tornaram seu nome célebre e acatado em toda a Espanha. Ainda em vida era chamado Frei Pedro, o Santo. De longe vinham pessoas, com o fim de conhecer o humilde e amável franciscano, e dele recebiam instrução, conselho e consolo. Nas viagens do missionário o povo se acercava dele, para beijar-lhe a orla do hábito e pedir-lhe a bênção.
Cidades e municípios recorriam ao seu julgamento, para fazer cessar litígios. Ao terminar cada missão, fazia erguer nas praças públicas ou encruzilhadas, uma grande cruz para lembrar ao povo as verdades que tinha ensinado.
Desejando que os religiosos mais se mortificassem e dedicassem mais tempo à oração e à meditação, fundou um novo ramo de franciscanos, chamados de ‘estrita observância’, ou ‘alcantarinos’. Em pouco tempo havia muitos conventos dedicados a levar à santidade seus religiosos, por meio de uma vida de grande penitência. Dizia a seus frades: ‘Se virdes pecar um vosso irmão, não o ofendais e não o perturbeis, mas, cheios de docilidade, falai-lhe ao coração e avisai-o, com amor, convindo que vós sejais feitos do mesmo barro’.
Em 1560 Pedro de Alcântara encontra-se com Tereza D’Ávila, que confideciou-lhe, muito angustiada, que algumas pessoas diziam-lhe que as visões que tinha eram ilusões do demônio. Guiado por sua própria experiência em matéria de visões, Pedro entendeu plenamente o caso dessa jovem e lhe disse que suas visões vinham de Deus e falou em seu favor com os sacerdotes que a dirigiam. Pedro muito ajudou Tereza D’Ávila tendo sido seu amigo, seu confidente e tendo orientado-a nas dificuldades e provações de sua vida espiritual. Trocou com ela inúmeras cartas, nas quais animava-a e orientava-a em seu trabalho. Sua última carta data de 14 de outubro de 1562, poucos dias antes de sua morte. ‘Era um homem muito amável, mas só falava quando lhe perguntavam algo e respondia com poucas palavras, mas valia a pena ouví-lo, porque o que dizia fazia muito bem’, contava Tereza D’Ávila.
Realizou em sua Ordem uma reforma análoga àquela que João da Cruz e Teresa D'Ávila fizeram entre os carmelitas. Rigorosíssimo no espírito de pobreza e mortificação, deu vida nova à então decadente espiritualidade franciscana. Todos os rigores que impunha a si e a todos os demais frades estavam inspirados no testamento de São Francisco que, para Pedro, era o pensamento definitivo do Fundador da Ordem. Sua vida foi uma verdadeira interpretação hispânica do espírito do Poverello. Franciscana era sua figura, envelhecida antes do tempo, caminhando por vales e montanhas, para visitar os conventos encomendados a seus cuidados, para exortá-los, sem desfalecimento, a perseverar na pobreza total. Franciscana foi sua morte, rodeado de seus irmãos, em uma vila esquecida, com palavras de exaltação à pobreza e à oração. Seu corpo foi coberto das mais pobres vestes.
Em 19 de outubro de 1562, com 63 anos de idade, após sofrer muito, ardendo em febre, recusou um copo de água que lhe ofereciam porque Jesus Cristo também sofrera sede, e expirou. Era um domingo, pela manhã, dia de São Lucas. Teresa D’Ávila teve uma visão de sua alma subindo ao Céu. Ele morreu no convento Arenas, em Ávila, sendo sepultado na Igreja do convento. Declarou Tereza D’Ávila, a respeito de Pedro de Alcântara, após sua desencarnação: ‘Tenho-o visto muitas vezes com grandíssima glória. Parece-me que muito mais me consola do que quando aqui estava’. Tereza contou, ainda, que Pedro de Alcântara lhe apareceu depois de morto e disse-lhe: ‘Felizes sofrimentos e penitências na terra, que me conseguiram tão grandes prêmios no céu’.
Foi beatificado pelo Papa Gregório XV em 18 de abril de 1622 e canonizado em 28 de abril de 1669, pelo Papa Clemente IX.

Intróito/ Sal. 36, 30-31
Os justos florescerão como a palmeira e se multiplicarão como o cedro do Líbano, plantado na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus.
Ps. Ibid., 2.É bom louvar ao Senhor e cantar o teu nome, ó Altíssimo.
V/. Glória Patri.

Coleta
Ó Deus, que vos dignastes fazer resplandecer no vosso Confessor, Beato Pedro, os dons da admirável penitência e da sublime contemplação, permiti-nos, auxiliados pelos seus méritos e mortificando a nossa carne, obter mais facilmente os bens celestes.

Leitura da Epístola dos                                                                                                                                                   
Filipenses 3, 7-12
7.Mas tudo isso, que para mim eram vantagens, considerei perda por Cristo.8.Na verdade, julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor. Por ele tudo desprezei e tenho em conta de esterco, a fim de ganhar Cristo 9.e estar com ele. Não com minha justiça, que vem da lei, mas com a justiça que se obtém pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus pela fé.10.    Anseio pelo conhecimento de Cristo e do poder da sua Ressurreição, pela participação em seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na morte,11.com a esperança de conseguir a ressurreição dentre os mortos.   
12.Não pretendo dizer que já alcancei (esta meta) e que cheguei à perfeição. Não. Mas eu me empenho em conquistá-la, uma vez que também eu fui conquistado por Jesus Cristo.

Gradual. Sal. 36, 30-31.Os iusti meditábitur sapiéntiam, et lingua eius loquétur iudícium. A boca do justo meditará em sabedoria e sua língua proferirá eqüidade.
V/. Lex Dei eius in corde ipsíus: et non supplantabúntur gressus eius. V/. A lei do seu Deus está em seu coração e não será anulada.
Aleluia, aleluia. V/. Sal. 111, 1. Beátus vir, qui timet Dóminum: in mandátis eius cupit nimis. Aleluia. Aleluia, aleluia. V/. Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor e se deleita em seus mandamentos. Aleluia.

Sequência do Santo Evangelho

São Lucas 12,32-34
32.Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino. 33.vendei o que possuís e dai esmolas; fazei para vós bolsas que não se gastam, um tesouro inesgotável nos céus, aonde não chega o ladrão e a traça não o destrói. 34.Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.

Ofertório/Sal. 20, 2-3.
Senhor, o justo se alegrará com a tua força, e se regozijará com grande alegria, porque tu o salvaste. Você concedeu a ele o desejo de seu coração.

Secreta
Ó Deus Todo-Poderoso, por favor, conceda-nos que esta oferta que nossa baixeza apresenta a você em honra de seus santos possa ser agradável a você por causa deles, e nos purifique em nossos corpos, bem como em nossas almas.

Comunhão/ São Matheus. 19, 28 e 29.
Em verdade vos digo que, vós que deixastes tudo e me seguistes, recebereis o cêntuplo e possuireis a vida eterna.(Quem não pode comungar em especie, fazer comunhão espiritual)

Nosso Senhor Jesus Cristo numa aparição revelou a sóror Paula Maresca, fundadora do convento de Sta. Catarina de Sena de Nápoles, como se refere na sua vida, e lhe mostrou dois vasos preciosos, um de ouro e outro de prata, dizendo-lhe que conservava no vaso de ouro suas comunhões sacramentais e no de prata as espirituais. As espirituais com dependência exclusiva da piedade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que alimentais nossa alma na solidão do coração.
“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós” (Santo Afonso Maria de Liguori)
 
 Oh! Não me é dado receber a santa Comunhão tantas vezes, quantas desejo. Mas, Senhor, não sois Todo-Poderoso?... Ficai em mim, como no Tabernáculo, não vos afasteis jamais de vossa pequenina hóstia…(Santa Terezinha do Menino Jesus)
 
Depois da comunhão.
Nós Vos suplicamos, ó Deus Todo-Poderoso, que tendo recebido um alimento todo-celeste e que o bem-aventurado Pedro, seu Confessor, intercedendo por nós, possamos, graças à sua ajuda, ser equipados contra todas as adversidades.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário