03/05 Sexta-feira
Festa de Quarta Classe
Festa de Quarta Classe
Paramentos Brancos
Relíquia da Cruz de Nosso Senhor
Esta festa é também chamada da Cruz Gloriosa. E os Orientais denominam-na «da preciosa Cruz Portadora de Vida». É uma das mais antigas solenidades litúrgicas da Igreja; celebrava-se já em Jerusalém no tempo de Constantino (337). A Cruz que «se exaltava» neste dia era menos a de Jesus a sofrer no Calvário que a de Cristo glorioso subindo para o seu Pai, depois de vencer a morte e salvar o mundo. O que se recorda na festa de hoje é portanto o triunfo de Cristo e a mudança por ele causada na condição humana; isto tinha-o Jesus anunciado repetidamente. Por exemplo, quando dizia: «Quando elevardes o Filho do Homem, então sabereis quem sou» (Jo 8, 28); e ainda: «Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também tem de ser levantado o Filho do Homem, a fim de que todo aquele que n 'Ele crer tenha a vida eterna» (Jo 3, 14); e por fim: «Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim» (Jo 12,32). Começou a celebrar-se o aniversário da invenção ou encontro da Santa Cruz (cf. Santa Helena) e a dedicação da Basílica do Santo Sepulcro na primeira metade do século IV, no dia 14 de Setembro.
Eusébio de Cesaréia conta-nos, na Vida que escreveu do primeiro Imperador cristão, as festas celebradas em sua honra, ao completar treze anos de reinado. Durante esse período realizou-se a dedicação da Basílica do Salvador, em Jerusalém. Era um conjunto de Santuários destinados a perpetuar a memória dos fatos mais importantes da Paixão e da Ressurreição do Senhor. Sobressaíam o Martyrium, grande átrio central com o seu oratório adjacente, e a Anástasis ou Santuário da Ressurreição, o Santo Sepulcro. A dedicação desta imponente Basílica cristã realizou-se a 14 de Setembro de 335, na presença de tudo quanto havia de maior na corte e de centenas de bispos. A peregrina Etéria, do Ocidente ibérico, descreve-nos a cidade de Jerusalém no dia e na noite de dedicação do Santo Sepulcro. Para lá convergem multidões de monges de toda a parte, da Mesopotâmia e da Síria, do Egito e da Tebaida. Vão leigos de todas as províncias, homens e mulheres de alma fiel e devota.
Os bispos com o seu clero atingem sempre número muito alto, considerando-se serem pouquíssimos quando não passam de 40 ou 50. A festa de 14 de Setembro passou de Jerusalém a todo o Oriente; e depois ao Ocidente. Roma recebeu-a no século VII. E, tirando-lhe todo o caráter local palestinense, reduziu-a à festa do triunfo e Exaltação da Santa Cruz. Tinha a sua razão. O mais característico da dedicação da Basílica de Jerusalém era a apresentação solene da verdadeira cruz. Esta manifestação da cruz autêntica, em que morrera o Salvador, era o que arrebatava e levava a Jerusalém as multidões. Santa Maria Egipcíaca foi vê-Ia por curiosidade e com isso curou a sua vida desregrada e converteu-se. Por todo o mundo cristão depressa se espalharam relíquias da verdadeira cruz e as Igrejas particulares gostavam de reproduzir a solenidade de Jerusalém, mostrando ao povo fiel a parte que elas possuíam da cruz, bandeira triunfal da salvação humana. No Ocidente confundiu-se mais tarde esta primeira festa da Dedicação da Basílica de Jerusalém, ou da Exaltação da Santa Cruz, com a invenção ou encontro da mesma, quando o Imperador Heráclio a recuperou dos Persas, que a tinham furtado. O Imperador em pessoa levou-a às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao Patriarca Zacarias, a 3 de Maio de 630. A recuperação da Cruz encheu de alegria os corações cristãos, sobretudo ocidentais. Por isso, ao mesmo tempo que os Orientais continuaram a celebrar com grande esplendor a Dedicação da Basílica do Salvador em Jerusalém, a 14 de Setembro, no Ocidente deu-se maior atenção à festa de 3 de Maio ou à invenção, que recebeu o título de dia da Santa Cruz ou Invenção da Santa Cruz.
O trono a que Nosso Senhor Jesus Cristo quer ser elevado, para triunfar da soberba e da sensualidade, é a Cruz, selo de inramia para Ele, mas sede de misericórdia para nós. Nesse trono O sentaram um dia os Judeus por malícia e nele se sentam cada dia a fé cristã, que no Crucifixo adora o seu Deus e Redentor.
Num túmulo do cemitério de Ciríaca, encontrou Pio IX uma cruz antiga de ouro, na qual estava gravada esta inscrição: CRUX EST VITA MIHI (a cruz é vida para mim), MORS INIMICE TIBI (e morte para ti, ó inimigo).
Esta preciosa inscrição conserva-se hoje na Biblioteca Vaticana.
Formosa e densa de sentido são também a seguinte inscrição beneditina, expoente de grande fé e devoção:
Crux saneta sit mihi lux (a Santa Cruz seja para mim luz), Numquam Daemon sit mihi dux (e o demônio nunca seja o meu guia).
Com grande concisão, expressaram os antigos a eficácia da Cruz de Cristo, sinal triunfal da nossa redenção, no anagrama grego que significa: A Cruz é luz e é vida.
Intróito/Sal. 97, 1 e 2.
Cante
um novo cântico ao Senhor, aleluia; porque o Senhor fez maravilhas,
aleluia, revelou a sua justiça às nações, aleluia, aleluia, aleluia.
Ps ibid, 1.Sua mão direita e seu braço santo o fizeram triunfar.
V/. Glória Patri.
Coleta
Deus,
que dás ao coração dos teus fiéis a mesma vontade: concede ao teu povo
amar o que tu mandas, desejar o que tu prometes; para que, em meio às
mudanças deste mundo, nossos corações permaneçam fixos onde estão as
verdadeiras alegrias.
Leitura da Epístola do Apostolo
17.Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade.18.Por sua vontade é que nos gerou pela palavra da verdade, a fim de que sejamos como que as primícias das suas criaturas.19.Já o sabeis, meus diletíssimos irmãos: todo homem deve ser pronto para ouvir, porém tardo para falar e tardo para se irar;20.porque a ira do homem não cumpre a justiça de Deus.21.Rejeitai, pois, toda impureza e todo vestígio de malícia e recebei com mansidão a palavra em vós semeada, que pode salvar as vossas almas.
Aleluia, aleluia. V/. Ps. 117, 16. Déxtera Dómini fecit virtútem: déxtera Dómini exaltavit me. Aleluia, aleluia. V/. A destra do Senhor manifestou o seu poder; a destra do Senhor me exaltou.
Aleluia. V/. ROM. 6, 9. Christus resúrgens ex mórtuis iam non móritur: mors illi ultra non dominábitur. Aleluia. Aleluia. V/. Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte não terá mais domínio sobre ele. Aleluia.
Sequência do Santo Evangelho
São João 16, 5-14
5.Agora vou para aquele que me enviou, e ninguém de vós me pergunta: Para onde vais?6.Mas porque vos falei assim, a tristeza encheu o vosso coração.7.Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei.8.E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo.9.Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim. 10.Ele o convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis;11.ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado. 12.Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.13.Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.14.Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.
Ofertório/Sal. 65, 1-2 e 16.
Aclame
a Deus de alegria, ó terra inteira, cante um hino ao seu nome; venham,
ouçam, todos vocês que temem a Deus, e eu lhes contarei tudo o que ele
fez à minha alma, aleluia.
Secreta
Ó
Deus, que, pelas admiráveis trocas deste sacrifício, nos tornastes
participantes da vossa única e soberana divindade: concedei-vos,
rogamos-vos, que assim como conhecemos a vossa verdade, assim a sigamos
por uma conduta digna dela.
Præfatio paschalis, in qua dicitur: in hoc potíssimum. Prefácio de Páscoa
Comunhão/São João 16, 8.
Quando o Consolador, o Espírito da verdade vier, ele convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo, aleluia, aleluia.(Quem não pode comungar em especie, fazer comunhão espiritual)
Nosso
Senhor Jesus Cristo numa aparição revelou a sóror Paula Maresca,
fundadora do convento de Sta. Catarina de Sena de Nápoles, como se
refere na sua vida, e lhe mostrou dois vasos preciosos, um de ouro e
outro de prata, dizendo-lhe que conservava no vaso de ouro suas
comunhões sacramentais e no de prata as espirituais. As espirituais com
dependência exclusiva da piedade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que
alimentais nossa alma na solidão do coração.
“Meu
Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento
do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós.
Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde,
ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já
estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que
torne a separar-me de Vós” (Santo Afonso Maria de Liguori)
Depois da comunhão.
Ajuda-nos,
Senhor nosso Deus, para que, por meio deste sacramento recebido por nós
com fé, sejamos purificados de nossos vícios e resgatados de todos os
perigos.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.