São Gregório
(Pontificado: 1073 a 1085)
"Amei a Justiça e odiei a iniqüidade, eis porque morro no exílio"
25 de maio dia de São Gregório VII Papa e Confessor.
25 de maio dia de São Gregório VII Papa e Confessor.
São Gregório não só foi uma das figuras mais importantes entre os
Papas da Igreja Católica, bem como foi extremamente caluniado e
perseguido durante seu pontificado. É uma das figuras que mais defendeu
os direitos da esposa de Cristo. O Século XI foi para a Igreja um
período de grande humilhação. Não fosse ela uma instituição divina,
edificada sobre a rocha, os próprios filhos tê-la-iam destruído. O Clero
superior e inferior, em sua maioria, tinha esquecido de sua alta
missão. A simonia (tráfico ou venda ilícita de coisas sagradas),
corrupção e indisciplina, tinham tomado conta dos altos e baixos setores
da Igreja. Freqüentíssimos escândalos, e os príncipes seculares,
quais lobos famintos, invadiam o aprisco do Senhor. Os reis Filipe e
Augusto I da França, Boleslau II da Polônia, Henrique IV, imperador da
Alemanha, eram verdadeiros monstros de crueldade e imoralidade. A palma,
porém, coube ao imperador, que em crueldade, devassidão e ambição não
achava semelhante. Deus se amerciou de sua Igreja e deu-lhe um Papa,
como as circunstâncias o exigiam. Foi no ano de 1073 que Hildebrando
(depois cognominado Gregório VII), assumiu a suprema dignidade papal. Ao
receber essa notícia, São Pedro Damião, contentíssimo exclamou: "Agora
será calcada a cabeça miliforme da serpente peçonhenta, e será posto
um termo aos negócios torpes; o falsário Simeão Mago não mais cunhará
moedas na Igreja; voltará ao tempo áureo dos Apóstolos, revigorará a
disciplina eclesiástica, serão derrubadas as mesas dos vendilhões..."
Gregório convocou o Concílio Lateranense e renovou as antigas leis da
Igreja, que existiam, sobre o celibato dos sacerdotes, contra a simonia,
e fez incorrer nas censuras eclesiásticas os bispos da França, que
tinham rejeitado os decretos pontifícios, como impraticáveis e
irrazoáveis. Dos bispos da Alemanha, só dois tiveram a coragem de
aceitar e por em execução as determinações do Papa. O mais descontente
de todos foi o imperador da Alemanha, que pelas proibições do Papa, se
via prejudicado no negócio mais rentosos. Wiberto, arcebispo de Ravenna,
ex-chanceler do imperador na Itália, promoveu uma conspiração contra o
Papa. Na estação da Missa da meia noite de Natal os conspiradores,
chefiados por Cencio, invadiram a Igreja e apoderaram-se da pessoa do
Papa, para levá-lo à prisão. O povo, porém, libertou seu Pastor e Cencio
teria sido apedrejado, se Gregório não lhe tivesse generosamente
perdoado.Um segundo Concílio foi realizado em 1075, confirmou as
determinações anteriores e fez intimação ao imperador para que
respondesse pelos seus crimes, sob pena de excomunhão. Henrique
respondeu com um decreto elaborado por bispos alemães: "Falso monge,
carregado de maldição de todos os bispos e condenado pelo nosso
tribunal, desce e renuncia à cadeia apostólica, indignamente
usurpada".Gregório, em vez de descer, lançou excomunhão contra Henrique
e os Prelados rebeldes. Os príncipes da Alemanha, há muito cansados da
tirania e arbitrariedade do imperador, reunidos na Dieta de Tribur
(1076), declararam-no deposto pelo prazo de um ano, caso não procurasse
ser absolvido da excomunhão, tendo-lhe sido decretado que comparecesse à
grande Dieta de Augsburgo, na qual devia justificar-se diante do Papa e
da nação, com audiência marcada para 02 de fevereiro de 1077.
Proibiram-no que se ausentasse da Alemanha antes da celebração da Dieta.
Para evitar a humilhação de ser deposto, onde às claras iriam lhe expor
seus crimes, tratou de clandestinamente obter a absolvição da
excomunhão, dirigindo-se ao castelo da princesa Matilde, em Canossa,
onde estava o Papa Gregório. Em traje penitente, permaneceu descalço
por três dias em período de rigoroso inverno, esperando obter audiência
do Papa, que negou-se a recebê-lo por saber que deveria apresentar-se à
Dieta. Entretanto, graças às instâncias da condessa Matilde, acabou
cedendo e recebeu Henrique, que aceitou as condições impostas mediante
juramento, motivo pelo qual foi absolvido e recebeu a Sagrada Comunhão.
Mal saíra de Canossa, esquecendo-se das promessas, aliou-se aos
príncipes e bispos inimigos do Papa e, uma vez na Alemanha, moveu guerra
contra seus adversários. Reuniu um concílio de bispos rebeldes em
Mogúncia (1080), os quais elegeram papa o bispo Wiberto de Ravenna, que
tomou o nome de Clemente III. Rodolfo de Suábia, pereceu na batalha de
Volksheim e Henrique marchou sobre Roma, para tirar vingança do Papa. Só
depois de um assédio de dois anos, tomou a cidade, onde recebeu a corôa
imperial das mãos do antipapa. Gregório retirou-se para Salermo, onde
morreu em 25 de maio de 1085. As últimas palavras foram: "Amei a Justiça
e odiei a iniquidade, eis porque morro no exílio".
Henrique
não foi feliz com as conquistas. Graves distúrbios chamaram-no para a
Alemanha onde achou os filhos em franca rebelião contra o pai.
Perseguido e amaldiçoado pelos filhos, Henrique teve um fim triste, ao
passo que Deus glorificou por estupendos milagres o túmulo do seu fiel
servo Gregório.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.