domingo, 8 de julho de 2018

8 de julho dia de Santa Isabel Rainha de Portugal, Rainha e Viúva.

 

     A Cruz e os espinhos do meu Senhor são o meu cetro e a minha coroa".

  Isabel de Aragão nasceu no palácio de Aljaferia, na cidade de Saragoça, onde reinava o seu avô paterno D. Jaime I. Era filha de D. Pedro, futuro D. Pedro III, e de D. Constança de Navarra. A princesa recebeu o nome de Isabel por desejo de sua mãe em recordação de sua tia Santa Isabel da Hungria, duquesa de Turíngia. O seu nascimento veio acabar com as discórdias na corte de Aragão, pelo que o seu avô lhe chamava “rosa da casa de Aragão”.
As virtudes da sua tia-avó viriam a servir-lhe de modelo e desde muito nova começou a mostrar gosto pela meditação, rezas e jejum, não a atraindo os divertimentos comuns das raparigas da sua idade. Isabel não gostava de música, passeios, nem jóias e enfeites, vestia-se sempre com simplicidade.
  A infanta D. Isabel tornara-se conhecida em beleza discrição e santidades. As suas virtudes levaram muitos príncipes apresentavam-se a D. Pedro como pretendentes à mão da sua admirável filha. Os pais escolheram o mais próximo, D. Dinis, herdeiro do trono de Portugal, que era também o mais dotado de qualidades. Isabel estava mais inclinada a encerrar-se num convento, no entanto, como era submissa, viu no pedido dos pais, a vontade do céu. Foram assinadas a 11 de Fevereiro de 1282 as bases do contrato de casamento, e o matrimónio realizou-se na vila de Trancoso, no dia de S. João Baptista de 1282. Nos primeiros tempos de casada acompanhava o marido nas suas deslocações pelo país e com a sua bondade conquistou a simpatia do povo. Dava dotes a raparigas pobres e educava os filhos de cavaleiros sem fortuna.
   Isabel deu ao rei dois filhos: Constância, futura rainha de Castela e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. As numerosas aventuras extraconjugais do marido humilhavam-na profundamente. Mas Isabel mostrava-se magnânima no perdão criando com os seus também os filhos ilegítimos de Dinis, aos quais reservava igual afecto. Entre seus familiares, constantemente em luta, desempenhou obra de pacificadora, merecendo justamente o apelido de anjo da paz. Desempenhou sempre o papel de medianeira entre o rei e o seu irmão D Afonso, bem como entre o rei e o príncipe herdeiro. Por sua intervenção foi assinada a paz em 1322.
  A sua vida será marcada por quatro virtudes fundamentais: a piedade, a caridade, a humildade e a inquietude pela paz. Tornou-se uma mulher de grande piedade conservando em sua vida a prática da oração e a meditação da Palavra de Deus. Buscou sempre a reconciliação e a paz entre as pessoas, as famílias e até entre nações.
   Há tempo não se falavam, porque esse rei de Aragão não aprovava o casamento de seu filho Pedro com Dona Constança. Apenas nasceu a santa menina, foram-se apagando as desavenças domésticas e houve grande harmonia naquela casa real.
  O destemido avô não ocultava sua grande predileção por essa criança e fez questão de que ela fosse educada em seu palácio, para poder gozar de sua companhia. A razão mais profunda pela qual não queria separar-se dela era o sensível influxo de bênçãos e a suavidade que emanavam de sua pessoa. Num ambiente carregado de tensões e pesados encargos, aquele precioso tesouro dulcificava os corações. Após o falecimento de Jaime I, a infanta permaneceu ainda alguns anos com seus pais. Muito em breve ela se tornaria rainha de Portugal.
  D. Isabel costumava dizer “Deus tornou-me rainha para me dar meios de fazer esmolas.” Sempre que saía do paço era seguida por pobres e andrajosos a quem sempre ajudava.
    Após a morte de seu marido, entregou-se inteiramente às obras assistenciais que havia fundado, não podendo vestir o hábito das clarissas e professar os votos no mosteiro que ela mesma havia fundado, fez-se terciária franciscana, após ter deposto a coroa real no santuário de São Tiago de Compostela e haver dado seus bens pessoais aos necessitados. Fixou residência em Coimbra, junto ao convento de Santa Clara, nos Paços de Santa Ana, de que faria doação ao convento. Mandou edificar o hospital de Coimbra junto à sua residência, o de Santarém e o de Leiria para receber enjeitados.
    Viveu uma profunda caridade sendo sempre sensível às necessidades dos pobres. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, dedicada aos exercícios de piedade e de mortificações.
       O povo criou à sua volta uma lenda de santidade, atribuindo-lhe diversos milagres e a santa foi canonizada em 1625.
    Foram atribuídos muitos milagres, como a cura da sua dama de companhia e de diversos leprosos. Diz-se também que fez com que uma pobre criança cega começasse a ver e que curou numa só noite os graves ferimentos de um criado. No entanto o mais conhecido é o milagre das rosas.
 Diz a tradição, durante o cerco de Lisboa, D. Isabel estava a distribuir moedas de prata para socorrer os necessitados da zona de Alvalade, quando o marido apareceu. O rei perguntou-lhe: “O que levais aí, Senhora?” Ao que ela, com receio de desgostar a D. Dinis, e, como que inspirada pelo céu respondeu: Levo rosas senhor....” E, abrindo o manto, perante o olhar atónito do rei, não se viram moedas, mas sim rosas encarnadas e frescas.

    Isabel faleceu a 4 de Julho de 1336, deixando em testamento grandes legados a hospitais e conventos.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.