sexta-feira, 7 de junho de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXIX (619)- (25 de maio de 2019)


Um Mau Sinal

Sacerdotes da Fraternidade, fazemos este apelo: não se deixem enganar.
O Capítulo de julho nada pode recuperar.

Preparem-se, caros leitores, para outra má notícia. Não é o fim do mundo, mas é mais uma palha em um vento desfavorável, mais uma indicação de que o vento está soprando na direção errada quando tínhamos esperança de que pudesse ter virado na direção certa. Afinal, quando no Capítulo Geral de julho do ano passado foi eleito um novo Superior Geral, não se teve um sinal de que o controle firme dos liberais sobre a direção que estava tomando a Fraternidade estava finalmente se afrouxando? De que havia uma esperança de que o novo Superior Geral pudesse levar a Fraternidade numa direção mais sã do que a que haviam tomado os dois sucessores imediatos do Arcebispo?

Essa esperança recebeu um duro golpe quando soubemos que, pouco antes do final do Capítulo, havia-se criado junto ao órgão normal do governo da Fraternidade, que é o triunvirato de seu Superior Geral e seus dois assistentes, dois novos postos de Conselheiro para assessorar o triunvirato. E quem se nomeou para esses dois cargos? Ninguém menos que os dois Superiores Gerais anteriores! Mas, caso temêssemos que isso pudesse significar que não haveria nenhuma mudança no crescente pesadelo da Fraternidade dos últimos vinte anos, asseguraram-nos que os dois novos Conselheiros apenas assessorariam sobre a inclusão ou exclusão dos membros da Fraternidade, ou sobre a abertura ou fechamento de casas da Fraternidade. E quem quis acreditar, acreditou.

Além de afastar os temores de que no topo da Fraternidade quanto mais as coisas mudassem mais elas seguiriam sendo as mesmas, temores de que a Fraternidade ainda estava sob as garras de seus inimigos internos, informaram-nos também que o ex-Superior Geral já não estaria morando no Quartel General da Fraternidade em Menzingen, perto de Zurique, mas no seminário principal da Fraternidade em Écône, com uma cadeia de altas montanhas entre esta e Menzingen. Tal movimento assustou alguns de nós pela sombra que se lançava sobre todo o Seminário pela proximidade do antigo Superior Geral com a formação sacerdotal dos futuros sacerdotes francófonos da Fraternidade, mas pelo menos ele não estaria ofuscando seu sucessor em Menzingen. Pelo menos nesse sentido poderíamos esperar que ele deixasse para seu sucessor como Superior Geral a liberdade para determinar por si mesmo a futura política da Fraternidade. E isso é certamente o que a mudança de Menzingen para Écône pretendia-nos fazer pensar. Infelizmente, parece que mais uma vez nos fizeram de tolos.

Com efeito, a última notícia, vinda de mais de uma fonte e seguramente fácil de verificar-se, é a de que o ex-Superior Geral fez as malas em Écône e voltou para Menzingen. Parece que ele calculou que haveria pouca reação em potencial à permanência dele no Quartel General, ou que a reação havia acalmado; em todo caso, que era seguro para a aranha retornar ao centro de sua teia, porque nenhuma das moscas notaria.

Sacerdotes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X do Arcebispo Lefebvre: em nome dele, apelamos aos senhores: acreditem se quiserem que a política de ressubmissão à Roma conciliar não é suicida para a sua Fraternidade e para o propósito para o qual ele a fundou, mas, nas palavras de Hamlet, "não passa em tua alma esse enganoso unguento", não pensem que a mudança de Superior Geral em julho fez uma diferença real nessa política. Parece que a mesma máfia de liberais segue no comando, e continua determinada – é claro, com a melhor das intenções – em desfazer o que fez o Arcebispo.

O problema é profundo, e se estende para muito além da pequena Fraternidade. Permaneçam atentos!

Kyrie eleison.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.