22/01 Segunda-feira
Festa
de Terceira Classe
Paramentos
Vermelhos
+ 304 e 628. São Vicente foi um valoroso diácono de Zaragoza, que
enfrentou toda sorte de tormentos para provar sua fidelidade a Cristo. Desempenhou-se com tanta proficiência deste cargo, que a diocese
de Saragossa se distinguiu pelo espírito de piedade. Quando
Diocleciano principiou a perseguição, apareceu na Espanha
seu emissário Daciano, com ordem de exterminar a Santa Igreja
Católica naquele país. Valério e Vicente foram as
primeiras vítimas. Valério
foi mandado ao desterro, e Vicente submetido a cruéis torturas.
Tão desumanas foram, que – assim opina Santo Agostinho – para
sofre-las era preciso uma assistência divina especial. O mesmo
Santo Padre elogia São Vicente uma paciência angélica, uma tranquilidade
imperturbável e uma paz tão extraordinária, que causou admiração e
espanto até aos próprios algozes. Daciano, ao ver isto, não pôde
dominar a fúria, que se lhe manifestava no olhar faiscante e na voz trêmula.
Ferro e fogo foram os instrumentos de que Daciano se serviu, para
martirizar o santo diácono. Mas Deus não abandonou seu servo. O cárcere
do mártir encheu-se de grande luz, e os Anjos desceram, cantando com
Vicente o louvor de Deus. O próprio carcereiro, vendo este espetáculo,
converteu-se ao cristianismo e recebeu o batismo. Os cristãos a que
antes era vedado entrar em comunicação com o diácono-mártir,
aproximaram-se-lhe, beijaram-lhe as feridas e embeberam panos em seu
sangue, guardando-os como preciosas relíquias. Para que os cristãos
nada pudessem fazer com o corpo do mártir, Daciano deu ordem que fosse
lançado num pântano, mas um corvo defendeu-o contra as feras. Mandou
então que o atirassem ao
mar, mas o mar despejou-o. Os cristãos tomaram o corpo e sepultaram-no
numa capela perto de valência. Mais tarde as santas relíquias foram
transportadas para a abadia de Castres, em Languedoc,
na França, ocasião em que se observaram muitos milagres.
+ 304 e 628 E Santo Anastácio foi um monge persa, decapitado com outros 70 cristãos pelo rei Cosroes.Chosroas, rei da Pérsia, tomou Jerusalém em 614 e nesta ocasião se apoderou do santo Lenho e levou-o consigo. Deus serviu-se desta circunstância, para operar a salvação de muitos Persas. Um deles foi Anastácio, filho de um célebre feiticeiro. A santa Cruz, de que tanto se falava, excitou-lhe também a curiosidade e desejo de vê-la.
Sem ter a intenção de abraçar a religião de
Cristo, nela se instruiu e a admiração crescia-lhe,
à media que se aprofundava nos santos mistérios. Depois
de algum tempo, se dirigiu a Hierápolis, hospedando-se em casa
de um artista cristão. Este, no intuito de fazê-lo
conhecer a fundo a religião cristã, convidou-o para
assistir a Santo Sacrifício da Cruz e conhecer mais profundo a vida cristã. As santas imagens,
as representações dos santos mártires tocaram-lhe
o coração bem ao vivo e despertaram-lhe o desejo de, como
eles, um dia poder sacrificar a vida em testemunho da Fé, que
estava prestes a abraçar. Após longa
preparação, recebeu o santo Batismo e entrou para um
convento em Jerusalém. Tinha um zelo tão vivo e ardente,
que em pouco tempo, entre os irmãos, era o primeiro em virtude e
santidade. Tinha por leitura predileta, além da Bíblia, a
história dos mártires. As lutas e vitórias, os
triunfos dos heróis comoviam-no até lágrimas e
cada vez mais pronunciado se lhe tornava o desejo de morrer pela Fé, o que fez com que saísse do convento e se dirigisse a
Cesaréia, na Palestina. Vendo entre os soldados alguns que
cometiam atos vergonhosos, censurou-os energicamente. Este rigor chamou
a atenção do governador, que suspeitava de
Anastácio um espião e mandou-o prender. Perguntado pela
religião que professava, Anastácio respondeu que tinha
abandonado a magia, para ser cristão.
Não faltaram promessas e ameaças para fazê-lo
renunciar à Fé – Santo Anastácio permaneceu firme.
Seguiram-se então os maus tratos e verdadeiras torturas.
Anastácio, porém, para tudo só tinha uma resposta:
“Sou cristão, e como cristão quero morrer”.
São Justino, seu abade, sabendo dos sofrimentos que o
súdito sofria por amor de Cristo, mandou que a comunidade
rezasse pelo pobre perseguido, para que não lhe faltasse a
graça divina. Destacou dois monges, que o deviam visitar e
consolar.
Da Palestina foi Santo Anastácio, por ordem do imperador, transportado
para a Pérsia. Lá o esperava o martírio tão
almejado. Chosroas envidou primeiro todos os esforços para
afastá-lo da religião cristã. Ofereceu-lhe uma
alta patente no exército; permitiu-lhe viver como simples monge,
contanto que só verbalmente negasse a Fé cristã,
embora de coração continuasse fiel discípulo de
Cristo: “Que mal poderia causar esta negação?
Poderá haver nisto uma ofensa a Cristo, se de coração com ele
ficas unido?” Anastácio declarou que teria horror
até da sombra da hipocrisia. De novo lhe foram oferecidas colocações
honrosas.
A resposta de Anastácio foi a mesma: “A pobreza do meu
hábito – disse ao general – fala-te eloquentemente do desprezo que tenho pelas vaidades do mundo.
Honras e riquezas de um rei, que hoje existe e amanhã
será pó, não me tentam!”
Vendo assim frustradas as tentativas , o rei recorreu à tortura.
Cada dia era aplicado um novo tormento, experimentada nova provação.
Anastácio, porém, preferiu sofrer a negar a Fé. O dia
22 de janeiro de 628 trouxe-lhe afinal a salvação e a glória.
Esgotadas a paciência e crueldade do rei, deu o mesmo ordem de enforcar
e decapitar o santo mártir.
Pouco antes da morte, Anastácio tinha predito a morte do tirano
Chosroas. Esta profecia realizou-se dez dias depois, quando o imperador
Heráclito invadiu e conquistou a Pérsia.O corpo do Santo, que tinha sido atirado aos cães, foi por estes
respeitado. Os fiéis resgataram-no e deram-lhe sepultura no
convento de São Sérgio. As relíquias foram mais
tarde transportadas para Constantinopla e de lá para Roma.Santo Anastácio é padroeiro dos ourives, porque gozava da
hospitalidade de um ourives, por ele instruído na
religião. È invocado também em grandes
tentações e em casos de possessão
diabólica, porque pela aplicação das suas
relíquias a um médico persa, possesso, este ficou livre
da possessão.
Resistimos com a graça de Deus e da Virgem Maria pela intercessão destes santos mártires a nunca negarmos a nossa Fé na Santa Doutrina Tradicional da nossa Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Como diz: Nosso Senhor quem perseverar ate o fim, será salvo.(São Mateus 24,13)
Intróito/ Sal. 78, 11, 12 e 10.
Que o gemido dos cativos penetre em ti, Senhor; e para aqueles que estão ao nosso redor, deixe cair em seus seios sete vezes a indignação que eles fizeram cair sobre você; vingar o sangue de seus santos, que foi derramado.Ps. Ibid., 1.Ó Deus, as nações entraram na tua herança, profanaram o teu santo templo, fizeram de Jerusalém uma cabana para armazenar frutos.V/. Glória Patri.
Coleta
Senhor, ouve nossas súplicas, para que, reconhecendo-nos culpados, sejamos libertos de nossas iniquidades, graças à intercessão de seus bem-aventurados Mártires Vicente e Anastácio.
Leitura da Epístola
Sabedoria 3,1-8
1 Mas as almas dos justos estão na mão de Deus, e nenhum tormento os tocará.
2 Aparentemente estão mortos aos olhos dos insensatos: seu desenlace é julgado como uma desgraça.
3 E sua morte como uma destruição, quando na verdade estão na paz!
4 Se aos olhos dos homens suportaram uma correção, a esperança deles era portadora de imortalidade,
5 e por terem sofrido um pouco, receberão grandes bens, porque Deus, que os provou, achou-os dignos de si.
6 Ele os provou como ouro na fornalha, e os acolheu como holocausto.
7 No dia de sua visita, eles se reanimarão, e correrão como centelhas na palha.
8 Eles julgarão as nações e dominarão os povos, e o Senhor reinará sobre eles para sempre.
Gradual/ Êxodo 15.11.
Deus é glorificado em seus santos; Admirável em sua majestade, faz maravilhas.
V /. Ibid., 6. A tua destra, Senhor, distinguiu-se pela sua força; a tua destra quebrou os seus inimigos.
Aleluia, aleluia/ Ecl. 44, 14.
V /. A tua destra, Senhor, distinguiu-se pela sua força; a tua destra quebrou os seus inimigos.Aleluia
Sequência do Santo Evangelho
São Lucas 21,9-19
9 Quando ouvirdes falar de guerras e de
tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça
primeiro, mas não virá logo o fim.
10 Disse-lhes também: Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino.
11 Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu.
12 Mas, antes de tudo isso, vos
lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos
cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa
de mim.
13 Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho.
14 Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa,
15 porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários.
16 Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós.
17 Sereis odiados por todos por causa do meu nome.
18 Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça.
19 É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação.
Ofertório/Sal. 67, 36.
Deus é maravilhoso em seus santos. O próprio Deus de Israel dará poder e força ao seu povo. Deus seja abençoado. Aleluia.
Secreta
Oferecemos-te, Senhor, estes dons da nossa piedade; Fazei que, sendo-vos apresentados em honra do vosso Justo, vos agradem e nos sejam salutares graças à vossa misericórdia.
Comunhão/ SEIVA. 3, 4, 5 e 6.
Se sofreram tormentos diante dos homens, foi porque Deus os provou, provou-os como ouro na fornalha e os aceitou como holocausto.(Quem não pode comungar em especie, fazer comunhão espiritual)
Nosso Senhor Jesus Cristo numa aparição revelou a sóror Paula Maresca, fundadora do convento de Sta. Catarina de Sena de Nápoles, como se refere na sua vida, e lhe mostrou dois vasos preciosos, um de ouro e outro de prata, dizendo-lhe que conservava no vaso de ouro suas comunhões sacramentais e no de prata as espirituais. As espirituais com dependência exclusiva da piedade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que alimentais nossa alma na solidão do coração.
“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós” (Santo Afonso Maria de Liguori)
Depois da comunhão.
Nós vos suplicamos, ó Deus Todo-Poderoso, que tendo recebido um alimento todo celestial e que os Beatos Vicente e Anastácio vossos Mártires, intercedendo por nós, sejamos, graças à sua ajuda, preparados contra todas as adversidades.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.