sábado, 30 de junho de 2018

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DLXXI (571) (23 de junho de 2018):

 
 A FSSPX CINQUENTISTA
 *Traduzido por Cristoph Klug.
Fazei uma coisa e outra, como diz Jesus.
Quando ajudar seu irmão, não se esqueça de Deus.

Os paralelismos entre o estado da Igreja Universal na década de 1950 e o estado da Fraternidade Sacerdotal São Pio X nos anos 2000 continuam surgindo, porque é a mesma doença que aflige tanto a Igreja quanto a FSSPX. Em que consiste essa doença? Em um desejo de alcançar o homem que se afasta cada vez mais de Deus, tanto que a imagem do verdadeiro Deus é distorcida para além de todo reconhecimento ao ser levada ao nível do ímpio homem moderno sem Deus. Com a Igreja, a Fé de todos os tempos devia ser adaptada para adequar-se ao nosso mundo moderno, dando origem ao Concílio Vaticano II. Com a FSSPX, a Tradição Católica de todos os tempos, fez-se para ajustar-se àquele Concílio, dando origem ao deslizamento da FSSPX. “As mesmas causas produzem os mesmos efeitos”.

Ano passado foi o centenário das grandes aparições de Nossa Senhora em Fátima, Portugal. Ela alertou sobre terríveis desastres que poderiam acontecer à humanidade se suas advertências não fossem ouvidas. Os homens da Igreja reagiram inadequadamente, porque depois de vários anos Ela teve de dizer à Irmã Lúcia que até mesmo as boas almas não estavam prestando atenção suficiente aos seus pedidos, enquanto as pessoas más estavam, é claro, seguindo seu caminho pecaminoso. Assim, a primeira parte do reinado do Papa Pio XII (1939-1958) foi marcada pela sua devoção a Fátima, mas na década de 1950 ele foi persuadido a dividir o aspecto devocional das aparições do seu aspecto político, nomeadamente a Consagração da Rússia, e de fazer caso omisso do aspecto político, mantendo o devocional, um grande erro. Ora, vemos exatamente o mesmo erro sendo cometido por certos Superiores da Fraternidade em 2010.

Um confrade da Fraternidade Sacerdotal São Pio X escutou no ano passado (2017) sermões sobre o tema de Fátima (1917) de dois de seus membros mais antigos. Donde ele esperava um tratamento completo das aparições de Fátima, tudo o que ele ouviu foram palavras piedosas, de modo nenhum falsas, mas ambos os pregadores retrataram um mundo com boa saúde! A grandeza, a bondade e a misericórdia de Nossa Senhora foram mencionadas e, naturalmente, o Seu Imaculado Coração como um poderoso local de refúgio para nós, católicos. Mas nosso colega continua:

“Não houve uma só palavra sobre a situação catastrófica em que se encontram hoje os indivíduos, as nações e a Igreja. A Primeira Parte do Segredo de Fátima foi mencionada, mas nem a Segunda e nem a Terceira o foram. As nações não estão com todos os tipos de problemas? Não está a Madre Igreja com o Papa Francisco à frente em um conflito inimaginável? Dada esta situação, como alguém pode ousar passar em silêncio a Segunda e a Terceira Partes, nem sequer mencioná-las?

Nossos Superiores estão assumindo uma enorme responsabilidade. Eles estão embalando nossos católicos para dormir, um sono religioso – “Nós temos a verdadeira Missa, temos a Fé, temos priorados, somos membros da Igreja Católica... do que mais precisamos?” Sermões como esse impedem qualquer reação, não há engajamento nas batalhas da Mãe de Deus, nenhuma palavra de advertência contra os aparelhos eletrônicos de hoje. Eis como os católicos se tornam mornos.

“Quando as crianças de Fátima foram obrigadas a olhar para o fogo do inferno, as suas orações, esforços e sacrifícios aumentaram acentuadamente. Nós, católicos do século XXI, já não precisamos de tal visão do Inferno, tal visão da condição catastrófica da política atual e da Igreja Católica? Muitos de nossos fiéis nem percebem que algo importante está sendo ocultado deles. Quando ouvem sermões desse tipo, ficam entusiasmados, elogiam os pregadores, são felizes como podem sê-lo. Infelizmente, é muito compreensível que os homens prefiram o que é leve e agradável ao que é duro e verdadeiro”.

Kyrie Eleison.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DLXX (570) (16 de junho de 2018):

 
PREPAROS DE ROMA
Como alguém pode sugerir que a luta pela fé é inexistente?
O que mais poderia ser nossa situação presente?
No contexto da crise que envolveu a Igreja Católica no último meio século desde o Vaticano II (1962-1965), dois movimentos recentes das autoridades da Igreja em Roma podem parecer surpreendentes, porque ambos os movimentos parecem favorecer a Tradição Católica que o Papa Francisco dá tantas indicações de querer arrancar de uma vez por todas. O Lobo Mau realmente quer ser gentil com a Chapeuzinho Vermelho da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, ou esses dois outros movimentos astuciosos a prenderão em seu covil Conciliar? Estará Roma também preparando-se para o Capítulo Geral da Fraternidade em meados de julho?
O primeiro dos dois movimentos foi em meados de fevereiro deste ano, quando a Comissão Ecclesia Dei, lançada em Roma em 1988 para desacelerar a Tradição Católica, porque esta estava ameaçando acelerar, concedeu à semitradicional Fraternidade de São Pedro o uso dos ritos litúrgicos fortemente tradicionais da Semana Santa. Estes são os ritos que se utilizaram durante séculos e séculos antes da reforma da liturgia realizada pelo Cardeal Bugnini na década de 1950, que pavimentou o caminho para a Missa Nova na década de 1960. Como os ritos da Semana Santa, estes mais antigos estão se tornando cada vez mais populares entre os católicos que repudiam a Missa Nova, porque contêm tantas características contrárias a esta liturgia modernista que Paulo VI impôs por meio de enganos administrativos à Igreja Universal em 1969. Roma está finalmente afastando-se da Missa Nova?
Dificilmente. Como diz a famosa frase de Virgílio: “Seja o que for, não confio nos gregos, mesmo quando trazem presentes”. Este presente para a Tradição pode facilmente ter sido projetado por Roma para persuadir todos os tipos de Chapeuzinhos Vermelhos, especialmente os participantes do Capítulo Geral de Julho, de que o Grande Lobo Mau não é tão mau assim. O Capítulo é importante para Roma: esse bastião da Fé erigido pelo Arcebispo deve ser desmantelado, porque a verdadeira luta do Arcebispo Lefebvre pela Fé foi um obstáculo real na marcha progressiva da Nova Ordem Mundial, fora de toda proporção para o tamanho da Fraternidade. A luta foi severamente enfraquecida desde sua morte, mas Roma teme que o Capítulo a reanime. Roma quer outro liberal como Superior Geral, ou pelo menos um candidato condescendente, mas não um lutador pela fé!
O outro movimento surpreendente de Roma foi em 16 de maio, quando um conhecido jornalista do Vaticano, Andrea Tornielli, destacou um extrato de um livro recentemente publicado, escrito por um oficial romano sobre o Papa Paulo VI (1963-1978). O extrato é um relato detalhado da conversa de setembro de 1976 entre o Papa e o Arcebispo Lefebvre, tida dois meses depois da Missa celebrada pelo Arcebispo em frente a uma enorme multidão em Lisle, na França. Essa missa marcou o início do movimento tradicional, e então o Papa quis refrear o Arcebispo. A conversa que durou pouco mais de meia hora foi anotada pelos romanos naquela época, e foi descrita de maneira um pouco diferente pelo Arcebispo depois, mas os romanos guardaram o conteúdo para si mesmos nos últimos quarenta e dois anos. Por que publicá-la agora?
A resposta deve estar no “um pouco diferente”. O admirável site da Internet da América Latina, Non Possumus, publicou, um ao lado do outro, os detalhes divulgados pelos romanos e o relato do próprio Arcebispo sobre a conversa. Os leitores de Non Possumus podem comprovar por si mesmos como os romanos encobriram a cegueira de Paulo VI e sua própria vilania. Exemplo notável: Paulo VI acusou o Arcebispo de fazer seus seminaristas jurarem contra o Papa... algo absolutamente falso. O Arcebispo declarou-se disposto a jurar sobre um crucifixo que o Papa o havia acusado de tal juramento. Um porta-voz romano negou oficialmente que houvesse qualquer menção a esse juramento.
Do mesmo modo, a versão de Roma passa por cima do abismo entre o modernismo de Paulo VI e a Fé do Arcebispo, como se os capitulares não precisassem se preocupar com a enorme lacuna entre a Roma Conciliar e a Fraternidade: que eles elejam outro liberal para seu Superior, mas um candidato condescendente já será suficiente!

Kyrie eleison.
 Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário

quarta-feira, 20 de junho de 2018

20 de junho dia do Santo São Silvério,Papa.

20/06 Quarta-feira
Festa de Quarta Classe 
Paramentos Verdes
 São Silvério Pontificado - 536 a 537. O pontificado de São Silvério coincide com a ocupação da Itália pelos imperadores bizantinos. A nota característica do seu governo é a firmeza e intrepidez com que defendeu os direitos da igreja, contra a imperatriz Teodora. Eis o fato como os hagiógrafos o relatam. O Papa Agapito, antecessor de Silvério, tinha deposto o bispo de Constantinopla, Antimo, por este haver defendido a heresia eutiquiana. A imperatriz, fautora da mesma heresia, desejava ver Antino reabilitado na jurisdição episcopal, desejo que Agapito não quis atender e não atendeu. Morto este Papa, Virgílio, diácono romano, apresentou-se à imperatriz Teodora, prometendo-lhe a reabilitação de Antimo se apoiasse sua candidatura ao pontificado. Teodora deu a Virgílio uma carta de apresentação a Belisário, general bizantino, que se achava na Itália, recomendando-lhe apoiasse a eleição. Entretanto foi eleito Papa Silvério e como tal reconhecido. A este a imperatriz se dirigiu, exigindo a reabilitação dos bispos, por Agapito depostos, e a anulação das decisões do Concílio de Chalcedon, que tinha condenado a heresia de Eutiques. Nesse ofício arrogante Teodora ameaçou o Papa com a deposição, caso não lhe acedesse às exigências. A resposta de Silvério foi respeitosa, mas negativa. Com franqueza e firmeza apostólicas declarou à imperatriz que estaria pronto a sofrer prisão e morte, mas não cederia um ponto das constituições do Concílio.Teodora não se conformando com esta resposta, ordem deu a Belisário de afastar Silvério de Roma e pôr Virgílio na cadeira de São Pedro. Para não cair no desagrado da imperatriz, Belisário prontificou-se a executar a ordem, mas desejava ter em mãos outros documentos, a pretexto dos quais pudesse proceder contra o Papa. Tirou-o do embaraço sua ímpia mulher Antonina. Esta lhe fez chegar às mãos uma carta falsificada, que trazia as armas e assinatura de Silvério, carta em que o Papa se teria dirigido aos Godos, prometendo-lhes entregar Roma, se lhe viessem em auxílio. Belisário estava a par do que se passava, e bem sabia qual era a autoria da carta. Não obstante, para obsequiar a mulher, citou Silvério à sua presença, mostrou-lhe a carta, acusou-o de alta traição e, sem esperar pela defesa da vítima, ordenou que lhe tirassem as insígnias pontifícias e lhe pusessem um hábito de monge, e assim o mandou para o desterro. No mesmo dia Virgílio assumiu as funções de Sumo pontífice. A consternação e indignação dos católicos eram gerais. Só Silvério bendizia a graça de sofrer pela justiça. O Bispo de Pátara, diocese que deu agasalho ao Papa desterrado, pôs-se a caminho de Constantinopla, com intuito de defender a causa de Silvério. Recebido pelo imperador Justiniano, fez-lhe a exposição clara das cousas ocorridas, e mostrou-lhe a injustiça feita ao representante de Cristo. Justiniano ordenou que Silvério fosse imediatamente levado a Roma, e que a permanência na metrópole lhe fosse vedada só no caso de se provar o crime de alta traição. Belisário e o antipapa Virgílio souberam impossibilitar a volta de Silvério para Roma. Apoderaram-se dele e transportaram-no para a ilha Palmaria. Lá o sujeitaram a um tratamento indigno e sobremodo humilhante. Silvério, porém, ficou firme na justa resistência à tirania e usurpação. Longe de reconhecer a autoridade de Virgílio, excomungou-o e deu do exílio sábias leis à igreja. Nunca se lhe ouviu uma palavra sequer de queixa contra os planos e desígnios de Deus. Ao contrário, no meio dos sofrimentos e provações, louvava e enaltecia a sabedoria e bondade da Divina Providência.Três anos passou Silvério no desterro. Liberato, historiador contemporâneo de Silvério, diz que o Santo Papa morreu de fome.


Leitura da Epístola dos 

Romanos 8,18-23
18 Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada. 19 Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. 20 Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou), 21 todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus. 22 Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia. 23 Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do nosso corpo.

Sequência do Santo Evangelho

São Lucas 5,1-11
1 Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus. 2 Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes -, 3 subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo. 4 Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. 5 Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede. 6 Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia. 7 Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo. 8 Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. 9 É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito. 10 O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. 11 E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DLXIX (569) (09 de junho de 2018):

 

Traduzido por Leticia Fantin.

Nem todos estão dormindo. Alguém na França está vigiando como os liberais estão-se preparando para assumirem o iminente Capítulo Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, no qual ela tem sua última chance – provavelmente a última mesmo – para defender a Fé Católica contra o Vaticano II, como o fez Dom Lefebvre. Quem quer que seja essa pessoa, ela escreveu um excelente artigo no Fidélité catholique francophone denunciando certas palavras sinistras do Secretário Geral da Fraternidade, o Pe. Christian Thouvenot, ditas em uma entrevista à revista do Distrito alemão da Fraternidade, no início deste ano. O que se segue deve muito a este artigo.

Em primeiro lugar, as palavras sinistras: “É provável que a questão do presente status de Prelazia Pessoal seja levantado no Capítulo Geral (em julho). Mas só o Superior Geral está na chefia da Fraternidade, e ele é o único responsável pelas relações entre a Tradição e a Santa Sé. Em 1988, Dom Lefebvre deixou este ponto bem claro”. Estas palavras são sinistras porque permitem que se interprete que Menzingen, o Quartel-general da Fraternidade no qual o Pe. Thouvenot trabalha, esteja preparando membros e seguidores da Fraternidade para que o Capítulo Geral seja o momento e o lugar no qual Dom Fellay legalmente tomará para si a responsabilidade de aceitar a oferta de Roma de uma Prelazia Pessoal, e, aceitando-a, mutile de uma vez por todas a habilidade da Fraternidade de defender a Fé resistindo à Missa Novus Ordo e ao Concílio Vaticano II. E estas palavras são sinistras porque são ambíguas ou falsas.

Em primeiro lugar, não é o Superior Geral sozinho o chefe da Fraternidade. Pelos Estatutos da Fraternidade estabelecidos por Dom Lefebvre, é verdade que, uma vez eleito o Superior Geral, ele tem notáveis poderes ao seu dispor, e pelo prazo de no mínimo doze anos, porque o Arcebispo queria que o Superior Geral tivesse tempo e poder para fazer algo, sem ser impedido como ele mesmo tinha sido pelos Padres do Espírito Santo. Mas o encontro do Capítulo Geral a cada seis ou doze anos está acima do Superior Geral, e ele deve seguir as políticas decididas ali. Hoje, na teoria, o Capítulo Geral de 2012 decidiu que qualquer “normalização canônica” da Fraternidade requereria uma maioria de votos do Capítulo Geral inteiro, mas, na prática, Dom Fellay já prosseguiu para “normalizar” com Roma as confissões da Fraternidade, as ordenações e os matrimônios. E hoje seu Secretário Geral fala como se o Capítulo Geral não tivesse mais nada por dizer, como se Dom Fellay sozinho pudesse “normalizar” o restante. Será que todos os quarenta futuros capitulantes de julho estão cientes do que Menzingen está dizendo? Eles concordam com isso?

Em segundo lugar, o Pe. Thouvent afirma que Dom Fellay – sozinho? – é responsável pelas relações entre a Tradição Católica e a Santa Sé. Não há dúvida de que ambos, Roma e o próprio Dom Fellay, gostariam deste quadro, pois Roma poderia garfar toda a “Tradição” de uma vez só, e Dom Fellay estenderia seu império. Mas “Tradição” é uma coleção de variadas e heterogêneas sociedades e comunidades religiosas que certamente não concordam todas em serem garfadas pela Roma Conciliar, ou lideradas por Dom Fellay. Por esta razão, Dom Lefebvre repetidamente se recusava a ser chamado chefe da Tradição Católica. Mas ambos, Dom Fellay e seu Secretário, estão jogando o jogo da Roma Conciliar.

E, em terceiro lugar, se o Arcebispo insistia, no tempo das sagrações, em 1988, que ele sozinho ainda estava no controle das relações da Fraternidade com Roma, era porque sabia que os jovens colaboradores ao seu redor não eram páreos para os astutos romanos, como vimos nós mesmos desde a sua morte em 1991. Não foi por confiança na estrutura da Fraternidade que ele dotou o Superior Geral de uma graça especial para estar à altura dos romanos conciliares. Quando os homens querem errar, não é necessariamente uma estrutura que irá salvá-los. Mas o que o Arcebispo poderia fazer? Ele teria de morrer algum dia!

Leitores, se vocês conhecem algum capitulante de julho, pergunte-o se ele sabe o que o Secretário Geral está dizendo!  

Kyrie eleison.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
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domingo, 17 de junho de 2018

17 de junho dia de São Gregório Barbarigo. Bispo e Confessor.



  São Gregório Barbarigo. Bispo e Confessor.Gregorio Giovanni Gasparo Barbarigo; Veneza, 16 de Setembro de 1625 - Pádua, 18 de Junho de 1697 foi um cardeal católico, diplomata e académico italiano. Oriundo de uma família aristocrata, rica, famosa e piedosa de Veneza, ele pôde por isso receber uma sólida e integral formação religiosa e intelectual. Fazia parte da Congregação Mariana. Aos dezoito anos, ele já era secretário do embaixador de Veneza. Em 1648, viajou com o embaixador veneziano Alvise Contarini ao Congresso de Munique, na Alemanha, para as negociações do Tratado de Vestefália, que pôs fim à sangrenta Guerra dos Trinta Anos. Durante o congresso, ele conheceu o núncio apostólico Fábio Chigi, que o orientou para o sacerdócio. Completou os seus estudos na Universidade de Pádua.
 Foi ordenado sacerdote em 1655. Nesse mesmo ano, foi nomeado cônego de Pádua e prelado da Casa pontifícia pelo Papa Alexandre VII (ou Fabio Chigi). Sendo conselheiro e próximo do Papa, ele tornou-se também referendário do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica. Entre 1657 e 1664 foi bispo de Bérgamos e entre 1664 e 1697 foi bispo de Pádua. Em 1660 foi nomeado cardeal-presbítero de San Tommaso in Parione e em 1677 optou pelo título cardinalício presbiteral de São Marcos.
 Como cardeal, participou nos conclaves de 1667, de 1676, de 1689 e de 1691. Após o conclave de 1676, o novo Papa eleito, Inocêncio XI, manteve-o em Roma durante três anos como conselheiro e confiou-lhe a supervisão do ensino da religião católica na cidade.
 As suas actividades apostólicas e pastorais como bispo influenciaram muita a sua época. Cumprindo o espírito reformador do Concílio de Trento, ele desenvolveu e engrandeceu os seminários de Pádua e de Bérgamo, dotando-os com bons professores vindos de vários países da Europa. Incentivou o estudo das línguas orientais no seminário de Pádua e promoveu a unidade entre as Igrejas Católica e Ortodoxa. Ele fundou tambem vários seminários, que colocou sob as regras de São Carlos Borromeu.
 Fundou em Pádua uma biblioteca e uma imprensa poliglota, que foi considerada na altura uma das melhores da Itália. Para educar e orientar melhor os pais e educadores, criou também escolas populares e instituições onde se ensinava religião. Fundou também várias instituições de caridade. Num período de peste, mais de treze mil pessoas tiveram assistência e cuidados de saúde por causa do seu esforço caritativo e humanitário. Constituiu a Congregação dos Oblatos dos Santos Prosdócimo e António. Sendo um hábil diplomata, ele evitou e pacificou várias disputas políticas que podiam tornar-se sangrentas.
 Gregório Barbarigo morreu em Pádua, no dia 18 de junho de1697. Foi beatificado pelo Papa Clemente XIV no dia 6 de junho de 1771 e foi canonizado pelo Papa João XXIII no dia 26 de maio de 1960.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
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segunda-feira, 11 de junho de 2018

11 de junho dia de Santo Barnabé. Apostolo e Martir.

11/06 Segunda-feira
Festa de Terceira Classe
Paramentos Vermelhos

 http://www.introibo.fr/IMG/jpg/0611barnabe.jpg
  São Barnabé não fez parte dos primeiros doze apóstolos escolhidos por Jesus. Mas acompanhou o Senhor e os apóstolos naqueles primeiros dias. Quando assistiu a um milagre realizado por Jesus Cristo, que diante de seus olhos curou um paralítico, Lucas fala dele como um "bom homem" (Atos 11:24). Aceito, vendeu um campo de plantações que possuía para doar seu dinheiro aos apóstolos, como conta Lucas nos Atos 4:36-38. Assim era Barnabé, homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé, segundo narram as Sagradas Escrituras. Ele nasceu de pais judeus era da tribo de Levi e veio ao mundo na ilha de Chipre. Foi ali que estudou, na companhia de Paulo, com o célebre mestre Gamaliel, com quem aprendeu a firmeza de caráter, as ciências e as virtudes. Chamava-se José e, quando foi admitido entre os apóstolos, recebeu o nome de Barnabé, que significa "filho da consolação", devido ao seu maravilhoso dom de acalmar e de consolar os aflitos. No quarto capítulo do Ato dos Apóstolos, Barnabé também é chamado de o "filho da exortação". Foi pelas mãos de Barnabé que Paulo de Tarso, o terrível perseguidor dos cristãos, ingressou nos círculos dos cristãos, sendo apresentado a Pedro, Tiago e aos fiéis de Jerusalém depois de sua conversão. Barnabé é um dos primeiros profetas e professores da igreja em Antioquia (Atos 13:1). Quando Paulo regressou a Jerusalém, depois de sua conversão, Barnabé o levou até os apóstolos (Atos 9:27). . Ele achou o trabalho tão extenso e pesado que foi para Tarso em busca de Paulo para ajudá-lo. Paulo retornou com ele para Antioquia e trabalhou com ele durante um ano inteiro (Atos 11:25-26). No final deste período, os dois foram enviados até Jerusalém (A.D. 44) com as contribuições que a igreja de Antioquia havia feito para os membros mais pobres da igreja de Jerusalém (Atos 11:28-30).Pouco tempo depois eles voltaram, trazendo João Marcos com eles, e foram designados como missionários para a Ásia Menor. Visitaram Chipre e algumas das principais cidades da Panfília, Pisídia, e Licaônia (Atos 13:14). Depois da sua conversão, Paulo de Tarso começa a ganhar destaque. A partir daí, ao invés de "Barnabé e Paulo", como até então (11:30; 12:25; 13:2,7), agora lê-se "Paulo e Barnabé" (13:43,46,50; 14:20; 15:2,22,35). Só em Atos 14:14 e Atos 15:12-25 Barnabé ocupa novamente o primeiro lugar, porque tinha uma estreita relação com a igreja de Jerusalém. Voltando dessa primeira viagem missionária a Antioquia, eles foram novamente enviados a Jerusalém para consultar com a igreja de lá quanto à relação dos gentios com a igreja (Atos 15:2; Gálatas 2:1). Segundo Gl. 2:9-10, foi feito um acordo entre eles e os apostólos João e Pedro, ficando decidido que Paulo e Barnabé iriam, no futuro, pregar aos pagãos, não esquecendo os pobres de Jerusalém. Depois da questão ter sido resolvida, voltaram para Antioquia, levando o acordo do que ficaria conhecido Concílio de Jerusalém, segundo o qual gentios poderiam ser admitidos na igreja. Tendo retornado para Antioquia e passado algum tempo lá (15:35), Paulo pediu a Barnabé para acompanhá-lo em outra viagem (15:36). Barnabé quis levar João Marcos novamente, mas Paulo não concordou (15:37-38). A disputa terminou com Paulo e Barnabé tomando rotas distintas. Paulo tomou Silas como seu companheiro, e ambos percorreram a Síria e a Cilícia; Barnabé, com seu primo mais novo João Marcos, foram para Chipre (15:36-41).Barnabé não é mencionado novamente por Lucas em Atos. No entanto, sabe-se que ele continuou a trabalhar como missionário (I Coríntios 9:6).Quando Barnabé foi à Síria e a Salamina pregando o evangelho, alguns judeus, tendo-se irritado com o seu extraordinário sucesso, caíram sobre ele quando estava pregando na sinagoga da Salamina, arrastaram-no para fora e apedrejaram-o até a morte. Seu primo, João Marcos enterrou seu corpo em uma caverna, onde permaneceu até a época do imperador Zenão I, em 485 d.C. Seus restos mortais foram encontrados em 488. Seu túmulo se encontra no mosteiro construído em seu nome, em Salamina (Chipre).Barnabé é venerado como o santo padroeiro de Chipre.


Leitura da Epístola da



Atos dos Apóstolos 11,21-26

21.A mão do Senhor estava com eles e grande foi o número dos que receberam a fé e se converteram ao Senhor.22.A notícia dessas coisas chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém. Enviaram então Barnabé até Antioquia.23.Ao chegar lá, alegrou-se, vendo a graça de Deus, e a todos exortava a perseverar no Senhor com firmeza de coração,24.pois era um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma grande multidão uniu-se ao Senhor.25.Em seguida, partiu Barnabé para Tarso, à procura de Saulo. Achou-o e levou-o para Antioquia.26.Durante um ano inteiro eles tomaram parte nas reuniões da comunidade e instruíram grande multidão, de maneira que em Antioquia é que os discípulos, pela primeira vez, foram chamados pelo nome de cristãos.


Sequência do Santo Evangelho



São Mateus 10, 16-22

16. Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas. 17. Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas. 18.Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos.19.Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer.20.Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós.21.O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e os matarão. 22. Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário

sexta-feira, 8 de junho de 2018

8 de junho São Medardo e São Gildardo, bispos e Confessor.

 https://i0.wp.com/catholicism.org/wp-content/blogs.dir/1/files/2000/06/Saints_Medard_and_Gildard.jpg
 SÃO MEDARDO - PROTETOR CONTRA O MAU TEMPO

Em Soissons, na Gália natalício de São Medardo, nascido em uma família agrícola, muito simples, porém possuía uma fé inabalável no amor de Deus.
Medardo, que significa "audaz", era um homem simples, agrícola, de uma família de camponeses, porém possuía a maior riqueza de todas: uma fé inabalável no amor de Deus. Por conta desta característica cresceu com grande generosidade e piedade.
Uma passagem muito conhecida de  foi quando ao encontrar um viajante que teve o cavalo roubado, aos prantos cedeu o próprio cavalo ao homem para que seguisse sua viagem.
   São Medardo viveu uma vida em total consagração, inclusive tendo o apoio de seu pai para ser ordenado no sacerdócio, e com 33 anos de idade, se tornou padre, preferindo sempre dedicado ao lado dos pobres.
  Medardo foi protegido da chuva por uma enorme águia que ficava parada sobre ele.
Este fato é mostrado na arte religiosa e é responsável por ele ser padroeiro contra mau tempo, furacões e protetor das pessoas que trabalham nos campos e na agricultura.Invocado também protetor contra a alívios de dores de dentes

   Bispo de Vermand em 530 e em 531 moveu sua Sé para Noyon, que estava mais distante das brigas de fronteiras.
   Entregou sua alma a Deus neste dia 8 de junho de 545 em Noyon e suas relíquias forma trasladadas para uma propriedade real perto de Crouy, na entrada de Soissons e uma Abadia Beneditina foi construída sobre seu túmulo.
  
  Em Ruão, São Gildardo, bispo e irmão de  São Medardo. Ambos os irmãos nasceram no mesmo dia, foram Sagrado Bispos no mesmo dia, entregaram sua alma a Deus no mesmo dia.


Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário. 

terça-feira, 5 de junho de 2018

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DLXVIII (568) (02 de junho de 2018)

A natureza precisa de música: que ambas sejam, assim, apreciadas.
Paga caro quem faz com que elas sejam desprezadas.


Depois que o número 550 destes “Comentários” elogiou Mozart (27 de janeiro de 2018), um leitor escreveu em privado para dizer que tinha um problema com o famoso compositor: Mozart foi um maçom entusiasta, que na segunda metade de sua vida não compôs nenhuma obra importante para a Igreja Católica, e suas óperas tratam das relações entre homem e mulher e da moralidade de maneira muito casual. Ora, a música é tão importante na alma das pessoas que as objeções deste leitor merecem ser respondidas em público, para que as pessoas que ainda não conhecem Mozart possam ser encorajadas – mas não forçadas, obviamente – a fazer dele a música de seus momentos de lazer. Portanto, vamos destacar alguns princípios para cada uma das três objeções do leitor.

O fato de que Mozart foi um maçom levanta um princípio importantíssimo: o artista e sua arte não estão separados, mas são distintos. O que constitui a bondade moral do artista como pessoa não é o mesmo que constitui a bondade artística dos artefatos que produz (Summa Theologiae, 1a 2ae, Q57, Art. 3). Assim, Picasso era pessoalmente um canalha, mas sua arte, puramente como arte, é brilhante, enquanto incontáveis pintores vitorianos podem ter sido muito morais, mas suas pinturas são tão sombrias quanto a água de poço. Assim, a Maçonaria certamente entrou em algumas das músicas posteriores de Mozart, notavelmente a “Flauta Mágica”, mas a música está em suas próprias bases, e certamente deve sua beleza não à guerra da Maçonaria contra Deus, mas aos pais católicos de Mozart e sua educação inicial na altamente católica Áustria da Imperatriz Maria Teresa.

O fato de que, em segundo lugar, o maduro Mozart nunca completou outra obra importante para a Igreja é verdadeiro na medida em que a “Missa em Dó Menor” e o “Réquiem” estão inacabados, mas com que frequência essas duas obras são tocadas, e com que efeito religioso! Além disso, há alguma peça musical tantas vezes executada ou cantada em igrejas e capelas católicas como o seu “Ave Verum Corpus”? E se distinguimos a música implicitamente da explicitamente católica, alguém pode negar que Mozart, como Shakespeare, é um tremendo portador de valores católicos, no caso de Mozart, os valores de harmonia, ordem, beleza e alegria para incontáveis ouvintes? E não são esses grandes artistas, implicitamente, e pela herança católica, uma misericórdia de Deus para permitir que os pós-católicos desfrutem dos valores católicos sem perceberem? Se os pós-católicos se apercebessem disso, não repudiariam esses valores como os liberais que atualmente “desconstroem” Shakespeare nas chamadas “universidades” e, sem dúvida, Mozart nos “conservatórios de música”? Na verdade, os atores e músicos liberais de hoje podem chegar perto do coração de Shakespeare ou do de Mozart? O que isso diz sobre esse coração? Não liberal!

E em terceiro lugar, o fato de que algumas das óperas de Mozart sejam em parte tão despreocupadas a ponto de incorrerem no desprezo de Beethoven – “Eu nunca escreveria essas óperas tão frívolas”, disse ele – deixa de lado a parte séria das mesmas óperas. Ao lado do flerte de Zerlina estão as chamas da condenação de Don Giovanni; ao lado do Conde mulherengo está sua sincera desculpa à sua sofrida Condessa; ao lado de Seraglio está o resplendor do perdão. A vida real num mundo caído é ao mesmo tempo cômica e séria. Veja como, no início de “Don Giovanni”, Mozart combina musicalmente o duelo e a morte de um duelista com o pânico borbulhante do criado coelho de Dom Giovanni, Leporello. Mozart certamente, como Shakespeare, “via a vida com firmeza, e a via completa”, como disse Matthew Arnold de Sófocles.

No entanto, um lado de Mozart segue sendo o de um menino travesso (cf. o filme “Amadeus”), e ele é parte integrante de uma cristandade já decadente no final do século XVIII. Mas quando comparado com a decadência da música desde então, sua música não é quase angelical, sem que esteja tão distante de nossos tempos a ponto de parecer inacessível? Qualquer homem prejudica sua alma se acostumando a ouvir música que é lixo, com pouco ou nenhum valor intrínseco de melodia, harmonia ou ritmo. Ele não prejudicará sua alma se acostumar-se a ouvir Mozart, muito pelo contrário.

Kyrie eleison.

*Traduzido por Cristoph Klug

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Mês do Sagrado Coração de Jesus.





Dois livros juntos abaixo:

Devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao 
 Imaculado Coração de Maria.


E mais algumas orações ao Sagrado Coração e ao Imaculado Coração de Maria como estes:

 OS NOVE OFÍCIOS 


Introdução: A devoção dos noves ofícios em honra do SS.Coração de Jesus, muito simples em si, mas repleta de verdadeira e sólida piedade em cada uma das suas partes, foi iniciada pelas Filhas do Divino Coração, isto é, pelas Religiosas da Visitação, que receberam tão belo título de seu santo fundador.Esta devoção, dividida em nove diferentes ofícios, que foram extraídos em grande parte das celestes revelações feitas por Nosso Senhor a Santa Maria Margarida Alacoque, religiosa da sobredita Ordem, reúne em si tudo o que pode haver de mais glorioso para o SS.Coração de Jesus; e sem sobrecarregar os devotos com muitas orações e atos exteriores, tributa a este Divino Coração aquela perfeita incessante adoração interior, que dificilmente poderia rende-Lhe uma almas só, ainda a mais fervorosa. É por isso que algumas pessoas piedosas, desejando também chamar-se e ser realmente Filhas do Divino Coração de Jesus, resolveram consagrar-se totalmente a este Coração amabilíssimo, praticando uma devoção tão bela em si para o SS.Coração tão honrosa e agradável.


I.Reúnam-se nove pessoas,devotas do SS. Coração de Jesus; no dia antecedente à primeira Sexta-feira de cada mês,tirem-se à sorte, para serem distribuídos entre as mesmas pessoas, os nove ofícios que constituem a presente devoção e cada qual diligenciará por cumprir fielmente, em todos os dias do mês, o seu breve ofício.


II. A primeira Sexta-feira de cada mês deve celebrar-se com particular devoção.Nesse dia procurem os devotos do SS. Coração fazer, com a devida permissão do próprio confessor, uma fervorosa Comunhão Sacramental, como Jesus Cristo mesmo ordenou a Santa Margarida Alacoque, e rezem em seguida o Ato de Consagração ao SS.Coração de Jesus, que se acha depois do nono ofício.


III. Também as principais festas do ano, com os três últimos dias do Carnaval, o primeiro e último dia do ano e todas as Sextas-feiras, hão de particularmente ser santificadas pelos devotos do SS.Coração; porém, entre todos esses dias deve sobressair a primeira sexta-feira da Oitava de Corpus Christi, dia em que, por ordem do mesmo Jesus Cristo, celebra-se a Festa do SS.Coração.


IV. Para melhor cumprir o seu ofício, deve cada um dos devotos invocar o auxílio daquele Coro de Espíritos celestes, que no ofício lhe são designados, e com esses mesmos Espíritos formar aquela mística união, que com grandíssimo proveito seu formou também Santa Margarida Alacoque; afim de que supram eles as suas faltas e negligências, e ocupem o seu lugar nas horas empregadas no repouso da noite. Deste modo receberão Divino Coração de Jesus, sem nenhuma interrupção, o culto que Lhe é devido.


V.E já que o Coração mais semelhante ao SS.Coração de Jesus e, depois deste, o mais amante e amável, é o Imaculado Coração de Maria, assim cada um dos devotos dos noves ofícios terá também para com este puríssimo Coração uma terna e filial devoção: honrá-lO-á com grande empenho no primeiro Sábado de cada mês e mais ainda em todas as solenidades; lembrar-se-á d’Ele em todos os obséquios que tributar ao Divino Coração de Seu benditíssimo Filho: e finalmente recorrerá à Sua poderosa intercessão, para conservar e avivar cada vez mais em si o sagrado fogo da devoção ao mesmo SS. Coração de Jesus.


VI. Contudo o maior obséquio que os devotos dos nove ofícios devem ao SS. Coração de Jesus, ou, também o fruto principal que devem recolher na prática desta devoção, é a mais fiel observância das obrigações do próprio estado, lembrando-se sempre das palavras que disse Nosso Senhor a Santa Margarida Alacoque: “ Tu não poderás agradar-Me melhor do que caminhando com uma constante fidelidade e simplicidade na observância de tuas regras: e o cristão que pensasse achar-Me por outro caminho, que não seja o do perfeito cumprimento de todas as suas obrigações, enganaria a si mesmo e de Mim se afastaria.”


VII. Para que sempre mais se estreite o vinculo de caridade, que une ao SS.Coração de Jesus os que juntamente praticam esta devoção, cada um dos devotos rogará todos os dias ao mesmo SS.Coração por todos os seus companheiros, e fará, podendo, alguma Comunhão, ou rezará alguma vez o Santo Rosário, pedindo ao Divino Coração de Jesus para cada um deles um grande aumento do amor divino, afim de que nunca se resfriem no fervor duma tão bela união, mas antes de procurem convidar outros também (sempre, porém, com prudência) a tomar parte nela, e desta sorte, dilatarem sempre mais o reino do SS.Coração de Jesus. Recebendo a notícia da morte de algum sócio, rezará cada um três Santos Terços e fará três Comunhões em sufrágio da alma do defunto, ou, se for sacerdote, celebrará três Santas Missas.


VIII.Se por qualquer motivo, alguém tiver que separar-se de seus companheiros, não deixará por isso de pertencer, onde quer que se ache, a esta piedosa associação de adoradores do Sagrado Coração. Pelo que, findando o mês em que ele se ausentou dos outros, devendo, portanto mudar seu ofício, escolherá, sem extrair a sorte,ofício seguinte, e assim continuará a fazer todos os meses, até que outra vez se una com seus companheiros. Isto fará por amor do SS.Coração de Jesus, e para participar dos inúmeros favores que o mesmoSS.Coração concede a seus particulares devotos, e especialmente àqueles que procuram estabelecer entre os outros esta mesmo devoção.


IX. Para tirar qualquer dúvida ou escrúpulo que possa nascer, declara-se expressamente que tudo quanto fica dito a respeito desta devoção dos Nove Ofícios não é da menor obrigação. Só o amor ao SS.Coração de Jesus, assim como é objeto deste devoto exercício, deve ser também o princípio e o fim, o vínculo e como que a alma desta piedosa associação.


X.Concluiremos com as seguintes palavras tão consoladoras de S. Margarida: “As pessoas religiosas, diz ela, acharão tantos auxílios na devoção ao SS.Coração de Jesus , que não haverá mais necessidade de outros meios para restabelecer  a perfeita observância e o primitivo fervor nas comunidades menos observantes, e bem assim para conduzir à mais alta perfeição as que já fossem observantes fervorosas”.O Meu Divino Salvador fez-me conhecer que aqueles, que por seu ministério tiverem de salvar as almas, acharão nesta devoção a arte comover os corações mais empedernidos, e seus trabalhos e sacrifícios serão coroados pelos mais copiosos e doces frutos de vida eterna; contanto que eles mesmos sejam penetrados duma terna e constante devoção ao SS.Coração de Jesus”.

-Praza ao Divino Coração de Jesus que uma feliz experiência coroe os votos da comum esperança!

Viva Jesus e Maria!

E também o livro do: 


PADRE JÚLIO MARIA Missionário de Nossa Senhora do S. S. Sacramento

LUZ NAS TREVAS

RESPOSTAS IRREFUTÁVEIS ÀS OBJEÇÕES DOS PROTESTANTES



APROVAÇÃO ECLESIÁSTICA

CARTA:Do Exmo. Sr. D. Carloto Távora ao autor

Meu caro padre Júlio Maria. Em resposta à carta de V. Revma., pedindo-me o Imprimatur de seu novo livro: Respostas irrefutáveis às objeções protestantes, mando-lhe, com a licença pedida, meus sinceros parabéns pela feliz idéia de reunir em volume uma série de polêmicas já publicadas em O Lutador. Estas respostas têm sido muito apreciadas pelos católicos e pelos protestantes, e conheço de perto o bem que elas têm feito, e as conversões que têm operado. Estas respostas são, de fato, irrefutáveis, porque são todas tiradas da Sagrada Escritura; e negá-las seria negar a própria Bíblia. O fundo de sua argumentação é doutrinal, substancial, como a forma é alerta, e de uma sinceridade comunicativa. Tenho a certeza que as suas polêmicas continuarão a fazer o bem às almas: aos católicos, dando-lhes armas sólidas para combaterem a impiedade e o erro; aos protestantes, mostrando-lhes o sentido exato da Bíblia, os erros da interpretação individual e a segurança da interpretação eclesiástica. Peço ao bom Deus abençoar o seu zelo apostólico do bem e da verdade.

Sou com toda estima de V. Revma. Humilde servo.

Carloto, bispo de Caratinga. 

Este livro também será em comemoração dos 500 anos da reforma de Lutero nosso presente aos seus seguidores para que abram os olhos.E façam o caminho de volta para Santa Igreja Católica e assim abandonados seus erros retornem combate em defender a Única Igreja que Cristo fundou. 


Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.