quarta-feira, 29 de maio de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXVIII (618) - (18 de maio de 2019):

O BREXIT DE DANIEL!

Do sublime Daniel à vergonha terrena da Grã-Bretanha,
Resgata, ó Deus, resgata Teu Santo Nome!

Se a pobre Inglaterra precisa urgentemente compreender em profundidade por que a Europa está-se equivocando, para salvar a Grã-Bretanha de seguir a Nova Ordem Mundial, os católicos ainda mais precisam compreender em profundidade como e por que sua Igreja se equivocou no Vaticano II, para salvarem o mundo inteiro de seu afastamento do único e verdadeiro Deus. No Antigo Testamento, o próprio Deus inspirou em Seu profeta Daniel, exilado longe de casa pelo cativeiro da Babilônia (cerca de 590 a 520 a.C.), uma oração urgente de contrição pelos pecados dos israelitas para que Deus perdoasse Seu povo e os concedesse restaurarem a glória do Seu nome, permitindo-lhes que voltassem a praticar uma vez mais a Sua santa religião na cidade santa de Jerusalém. Não é difícil adaptar ao cativeiro da Igreja Católica no século XXI a grande oração de Daniel (Capítulo IX):

[4] Orei ao Senhor meu Deus e fiz-lhe esta confissão; Ah! Senhor, Deus grande e terrível, que guardas a tua aliança e a tua misericórdia para com os que te amam e observam os teus mandamentos. [5] Nós pecamos, cometemos a iniquidade, procedemos impiamente, fomos rebeldes, afastamo-nos dos teus preceitos e das tuas leis. [6] Não temos escutado os teus servos, os profetas, que falaram em teu nome aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos pais e a todo o povo do país.

[7] Tua é, ó Senhor, a justiça; a nós, porém, não nos resta senão a confusão do nosso rosto, como sucede hoje a todos os homens de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo o Israel, aos que estão perto e aos que estão longe, em todos os países, para onde os lançaste, por causa das iniquidades que cometeram contra ti. [8] Para nós, Senhor, a confusão do rosto, para os nossos reis, para os nossos príncipes, e para os nossos pais, pois pecamos contra ti. [9] Mas do Senhor, nosso Deus, é própria a misericórdia e a propiciação, porque nos revoltamos contra ele. [10] Não ouvimos a voz do Senhor nosso Deus, não andamos segundo a lei, que nos prescreveu, por meio dos seus servos, os profetas.

[11] Todos os de Israel violaram a tua lei, desviaram-se para não ouvirem a tua voz; sobre nós, por isso, se derramaram a maldição e a imprecação, escritas na lei de Moisés, servo de Deus, porque pecamos contra ele. [12] Cumpriu as palavras que proferiu contra nós e contra os príncipes que nos governavam; fez vir sobre nós uma calamidade tão grande, que nunca se viu, debaixo de todo o céu, igual à que aconteceu a Jerusalém. [13] Todo este mal caiu sobre nós, segundo está escrito na lei de Moisés, e nós não acalmamos a face do Senhor nosso Deus, afastando-nos das nossas iniquidades e aplicando-nos ao conhecimento da tua verdade. [14] Assim o Senhor vigiou sobre a desgraça e fê-la cair sobre nós, porque o Senhor nosso Deus é justo em todas as obras que fez, mas nós não ouvimos a sua voz.

[15] Agora, Senhor nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa e que adquiriste então um nome, que dura até ao dia de hoje. (confessamos que) temos pecado, que temos cometido a iniquidade. [16] Senhor, por toda a tua justiça (ou misericórdia), digna-te afastar a tua ira e o teu furor da cidade de Jerusalém, do teu santo monte (Sião), porque Jerusalém e o teu povo são hoje o escárnio de todos os que nos cercam, por causa dos nossos pecados e das iniquidades de nossos pais. [17] Atende, pois, agora. Deus nosso, à oração do teu servo, às suas preces, e, sobre o teu santuário devastado, faze brilhar a tua face, por amor de ti mesmo.

[18] Inclina, Deus meu, o teu ouvido e ouve; abre os teus olhos e vê as nossas ruínas e (contempla) a cidade sobre a qual se invoca o teu nome. Não trazemos à tua presença as nossas súplicas (humildes) fundados em merecimentos da nossa justiça, mas sim nas tuas grandes misericórdias. [19] Ouve, Senhor, perdoa. Senhor; atende e põe mãos à obra; não tardes mais. Deus meu, por amor de ti mesmo, porque esta cidade e este teu povo têm a glória de lhes haver sido dado o teu nome.

Kyrie eleison.


Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXVII (617) - (11 de maio de 2019):

BREXIT – II


Brexistas, vocês querem realmente ser abençoados?
Busquem primeiro o Reino de Deus. Ele acrescentará o resto.


Há um poema inglês do século XIX merecidamente famoso que lança muita luz sobre o enorme rebuliço que foi despertado pela tentativa do povo britânico de escapar das redes da União Europeia. "Dover Beach [A Praia de Dover]" foi escrito provavelmente em 1851 por Matthew Arnold (1822-1888), e apresenta em quatro versos irregulares sua profunda melancolia quando se encontra em pé na beira do Canal da Mancha escutando o ritmo incessante das ondas na praia em frente a casa onde se encontra para passar a noite com sua amada, presumivelmente sua legítima esposa.

O primeiro verso é uma bela descrição do litoral iluminado pela lua e das ondas, que conclui com a “eterna nota de tristeza” que ele parece ouvir nas ondas. Como um completo erudito clássico, ele recorda uma citação do dramaturgo grego Sófocles (496-406 a. C.), que ouviu no mesmo vai e vem das ondas em uma praia parecida a milhares de quilômetros de distância, e há mais de dois mil anos, “o turvo vai e vem da miséria humana”, e o espírito de Arnold se volta para os profundos problemas de sua própria época, a da era Vitoriana. Arnold nunca foi católico, mas no terceiro verso ele remonta esses problemas à perda da Fé em seu século XIX, cujo “rugido melancólico de retirada lenta” parece ouvir o som das ondas que se esvaem diante dele.

No quarto e último verso, ele apresenta a única solução que tem para o problema da vida que desaparece do que uma vez foi a cristandade, e que é voltar-se para sua amada ao seu lado e implorar-lhe que permaneça fiel a ele, porque tudo o que eles realmente têm é um ao outro. Assim, na obscura conclusão do poema, tudo o mais

Não tem realmente alegria nem amor nem luz,
Nem certeza nem paz nem amparo para a dor;
E estamos aqui como em uma planície obscura
Arrastados por confusos alarmes de luta e fuga,
Onde exércitos ignorantes se chocam à noite.

Assim, Arnold teve fé suficiente para ver que o problema essencial de sua civilização era a perda da fé religiosa, mas lhe faltava a fé para acreditar na alternativa real e existente para a obscuridade e para a confusão resultantes, nomeadamente, a Igreja Católica. Da mesma forma, os brexistas têm instintos sadios suficientes para sentirem que a União Europeia está indo na direção errada, mas eles têm menos religião ainda do que Arnold, e então eles têm menos ideia do que ele tinha de como evitar a “planície obscura”. Portanto, o debate sobre o Brexit continua sendo um “choque de exércitos ignorantes à noite”, porque todo mundo está enquadrando o debate no âmbito econômico, quando na realidade o verdadeiro debate é religioso, entre os últimos vestígios das nações cristãs, por um lado, e, por outro lado, o início do Anticristo com sua Nova Ordem Mundial. É a dimensão religiosa que dá ao debate sua força em ambos os lados. É a falta de religião de ambos os lados que dá ao debate sua confusão.

Pois, de fato, Deus é o grande ausente da “civilização” moderna, mas como disse certa vez o Cardeal Pie, se Ele não governa com Sua presença, Ele governará com Sua ausência. Sem Ele, o debate sobre o Brexit está sendo conduzido sob a perspectiva econômica, e desse modo os brexistas estão fadados a perder. Mas será que eles estão dispostos a se voltarem para Deus? Eis a questão.

Kyrie eleison.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.

domingo, 26 de maio de 2019

26 de maio dia de São Filipe de Neri,Confessor.



Em Roma era conhecido pelo apelido Pipo Bono. Para todos será sempre o santo da alegria. Mas Filipe Néri não é um bonachão ingênuo. Um toscano legítimo, brincalhão, sorridente, sem pelos na língua, sim, porém tem fé, caridade, sabedoria profunda, e sobre isto não brinca.
 Florentino nascido em 1515, filho de um escrivão, muito cedo órfão de mãe, Felipe não demonstra sinais precoces de vocação religiosa, ainda que frequente os Dominicanos do convento de São Marcos, aquele onde se encontra Savonarola. Com 18 anos, deixa Florença para sempre. O pai o envia a um parente comerciante em São Germano, hoje Cassino, para que aprenda aquela profissão. Nada feito. Ei-lo em Roma, em 1534: não sabe, mas ficará por lá durante toda a vida, 60 anos sem interrupção. É professor na casa de um rico florentino e estuda teologia e filosofia na Universidade da Sapienza. Mas um dia pega todos os seus livros, menos a Bíblia e Santo Tomás,. e vai vendê-los no mercado, depois dá o dinheiro aos pobres. “Se queremos dedicar-nos totalmente ao nosso próximo não devemos reservar-nos nem tempo nem espaço”. E ele quer se dedicar ao próximo de verdade.
 Tem 24 anos e se põe a trabalhar. Visita os encarcerados, conforta os doentes, socorre os indigentes. Mas ama, sobretudo, os meninos pobres, aos quais prodigaliza pão, a alegria, a companhia e a instrução religiosa. E reza, reza muito. No dia 32 de maio de 1551, vigília da festa da Santíssima Trindade e aniversário da morte na fogueira do Frei Jerônimo Savonarola, na idade de 35 anos, Filipe Néri é ordenado sacerdote. [Entra a fazer parte dos capelães da igreja de São Jerônimo da Caridade. Ali sua bondade, a simpatia, a caridade e a cultura o tornam logo o líder. Começam a se reunir, sempre mais numerosos, nobres, o povo simples, negociantes, artistas, banqueiros, sacerdotes para ler as Escrituras, meditá-las, rezar, cantar juntos; primeiro, ocupam seus pobres quartos, depois num sótão da igreja. Parece a volta às origens, aos Atos dos Apóstolos, aos primeiros cristãos. Nasce assim, por obra de São Felipe Néri, o Oratório. Daí sairão grandes homens da Igreja, como César Barônio, que será seu primeiro sucessor. Mas o Oratório não é só oração, uma espécie de monte Tabor para se refugiar. Não, os seus membros devem tornar-se samaritanos para os feridos do mundo: dessa forma, eis que se põe a prestar serviços por turno como enfermeiros no hospital próximo. São Felipe inventa também a peregrinação às sete Igrejas de Roma, a quinta-feira “gorda”, em contraposição ao carnaval: um dia inteiro de missas, pregações, cantos, orações, com merenda nos pratos. Algumas vezes os peregrinos são mais de mil. Os sucessos lhe criam desconfianças, incompreensões, invejas como sempre acontecem com os santos. Mas ele não perde o bom humor. Em 1564 sua pequena comunidade se transfere junto a igreja de São João dos Florentinos e se torna ronrona em prática uma nova ordem religiosa, também se Felipe é contrário; ele não quer regras, vínculos, separações. Chamá-los-ão Filipinos. Em 1577 vai em Santa Maria da Vallicella. Ele permanece nos seus quartinhos em São Jerônimo, até que o Papa e a saúde lhe permitem. E continua vagueando por Roma em procura dos meninos pobres. Para eles se torna mendigo. Conta-se que um nobre chateado por seus pedidos de ajuda lhe largou um bofetão. E ele: “Este é para mim, e vos agradeço. Agora dai-me alguma coisa para os meus meninos” Sempre assim Pipo Bono. Até a morte. Esta chega no dia 26 de maio de 1595, na idade de 80 anos, assistido pelo cardeal Frederico Borromeu, aquele do qual fala Manzoni nos “Promessi Sposi”. Descobrir-se-á que ele tinha um coração maior do que o normal, mas quem o conhecera já o sabia. No dia 12 de março de 1622 o Papa Gregório XV o proclama santo.
 
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário. 

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXVI (616) - (04 de maio de 2019):

Diagnóstico do Brexit


Pessoas da antiga Grã-Bretanha, atenção!
Sem Deus, os escravos de Mamon arrancarão seu coro!


Há meses o Parlamento Britânico, outrora virtualmente o amo do mundo, vem apresentando ao mundo inteiro um espetáculo indigno, de divisão e irresolução. Por que razão a questão de deixar a União Europeia causou tamanha confusão e aborrecimento? Certamente porque quando em 2016 a classe política deu ao povo a oportunidade de votar em um referendo sobre sua política de Nova Ordem Mundial, o povo votou em um número jamais antes visto na Grã-Bretanha, e pegou a classe política completamente de surpresa quando a maioria de 52% rejeitou a sua NOM contra os outros 48%. O voto favorável ao Brexit (a saída da Grã-Bretanha da UE) fez com que essa classe perdesse seu rumo, e desde então ela tem estado atrapalhada, completamente e por tanto tempo enfeitiçada – ou comprada – pela NOM.

Comprada, porque a União Europeia e seu parlamento em Bruxelas representam Mamon, ou a política do dinheiro. Porque toda a ideia por trás da União Europeia era, mediante a prosperidade material, comprar o apoio dos muito diferentes povos europeus para a submersão de suas diferenças nacionais em um único estado europeu internacional, que por sua vez deve ser um componente fundamental do estado único mundial internacional, a Nova Ordem Mundial. Assim, os mestres judaico-maçônicos do dinheiro por trás da NOM assumiram que a política de união poderia ser realizada pela economia de sua moeda única, o euro, e calcularam que os europeus estariam tão apaixonados pela obra materialista dos “banksters [banqueiros gângsteres]”, que não se oporiam à dissolução de suas nações pela imigração descontrolada procedente de fontes não europeias.

Mas “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt IV, 4). De fato, segundo a natureza das coisas, a religião (o homem para seu Deus) é primária, a política (o homem para seus semelhantes) é secundária, e a economia (homem para o dinheiro) é apenas terciária. Portanto, é antinatural que a economia dirija a política; e a natureza pode ser revertida pela Revolução, mas a natureza sempre pode reivindicar-se a si mesma, como no caso da votação do Brexit, que foi diretamente provocada pela admissão antinatural na Grã-Bretanha, pelos políticos, de hordas de estrangeiros inassimiláveis. No entanto, quando a natureza se restabelece, os políticos modernos, materialistas ateus e superficiais, quase sem exceção, são tomados completamente de surpresa, como pelo voto do Brexit. Eles fazem guerra contra a natureza. Como poderiam entendê-la ou dirigi-la?

Mas quem votou em todos esses políticos antinaturais? Quem mais senão os povos (não só da Grã-Bretanha), de acordo com o sacrossanto princípio da democracia? Sacrossanto? Sim, porque a inversão atual da natureza é completa, de modo que assim como a economia moderna é feita para derrubar a política, assim também as políticas modernas são feitas para derrubar a religião, e a democracia se torna uma religião substituta, e a vontade do povo substitui a Deus. Isto significa que o voto do Brexit não foi válido apenas porque foi a vontade do povo britânico, 52 a 48%, mas porque favoreceu o que é natural, a identidade e os vários dons dados por Deus às nações europeias, concebidos por Deus para comporem a sinfonia da Europa, como se alcançou na Idade Média católica. “Busque primeiro o reino de Deus e Sua justiça (religião) e todas essas coisas (políticas) vos serão dadas por acréscimo” (Mt. VI, 33).

Isso significa que os britânicos que votaram pelo Brexit são religiosos? Dificilmente! Em sua maior parte são materialistas ateus prontos para o comunismo da burocracia tirânica de Bruxelas, com uma visão não mais verdadeira que a dos políticos em quem votam habitualmente, e igualmente confusos. Mas o Canal da Mancha dá a eles uma certa distância e uma certa perspectiva em relação ao que acontece na Europa, de modo que quando se realizou a votação do Brexit, alguns antigos instintos naturais entraram em ação, os mesmos pelos quais se tem conservado a aparência – não a substância! – de uma monarquia católica. No entanto, se o povo britânico não é cuidadoso, se ele não “vigia e ora” por seu país, os frutos de seu voto original do Brexit lhes serão roubados pelos “banksters” de uma forma ou de outra. Sem dúvida, eles já estão planejando como contornar aqueles dos quais a imagem que têm é a de “brexistas” estúpidos e atrasados. Deus é supremamente generoso, mas d’Ele não se escarnece, nem a Ele se engana!

Kyrie eleison.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.

domingo, 12 de maio de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCXV (615) - (27 de abril de 2019):

Mentalidade Conciliar


Sacerdotes conciliares? – cegos, liderando cegos,
Levando a ruína absoluta a toda a humanidade!



Nestes “Comentários” de 6 de abril se mencionou “um encontro discreto” entre o Bispo Huonder e dois Bispos com cinco sacerdotes da FSSPX, realizado no leste da Suíça em 17 de abril de 2015, para discutir o ecumenismo do Vaticano II. Um mês e meio depois, Menzingen (QG da FSSPX) enviou aos sacerdotes da FSSPX uma “nota confidencial” sobre a reunião que incluía os poucos detalhes publicados aqui em 6 de abril: o “Acordo antes da doutrina” do BpH, a resposta da FSSPX com a verdadeira doutrina da Igreja sobre o ecumenismo, e a promessa de Huonderland do BpH de levar essa doutrina a Roma. Vale a pena analisar com mais detalhes os argumentos do BpH em favor de que se ponha a doutrina em segundo lugar, porque eis aqui a mentalidade que está destruindo a Igreja.

O Bispo Huonder apresentou oito argumentos, segundo a nota confidencial. Todos eles são fornecidos aqui, ligeiramente adaptados, em itálico. As respostas os seguem abaixo.

1 Eu (BpH) quero muito que a FSSPX seja canonicamente reintegrada à Igreja oficial.

2 Sem esse status canônico, a FSSPX tem apenas uma influência mínima porque está marginalizada. Os Bispos conservadores querem esse status para a FSSPX; sem ele todos estão contra a FSSPX.

3 Eu não acho que queiram estar em cisma. Querem demonstrar seu respeito indefectível pela Autoridade da Igreja.

4 O Magistério da Igreja deve ouvir o que os teólogos dizem, inclusive os da FSSPX, em um espírito de respeito mútuo. O Magistério também deve comprovar que qualquer evolução na Igreja desde o Concílio está em consonância com a Tradição Católica.

5 O levantamento das excomunhões de 1988 por Bento XVI e a liberação da Missa Tridentina são sinais de boa vontade da parte de Roma.

6 Um acordo com Roma daria apoio ao Superior Geral da FSSPX e ao seu apostolado. Também daria à FSSPX o direito de pedir explicações ao Magistério.

7 A Igreja precisa da FSSPX para sua nova evangelização.

8 Um eventual reconhecimento canônico precisaria ser seguido pelo tratamento das questões teológicas para que se encontrem  soluções.

E agora seguem algumas respostas:

1 Honorável Bispo, isso é muito gentil de sua parte, mas ser gentil não é o mesmo que ser católico.

2 A FSSPX teve uma grande influência enquanto dizia a Verdade, mas à medida que tem abandonado a Verdade Católica para alinhar-se com Roma e com o resto do mundo, essa influência tem diminuído, tem minguado. Por acaso o senhor não teria encorajado o próprio Senhor a alinhar-se com os fariseus?

3 A Fraternidade de Dom Lefebvre nunca esteve em um cisma real, porque apenas colocava Deus na frente dos homens. A Neofraternidade, como a Neoigreja, move-se para o cisma real, pois coloca os homens na frente de Deus.

4 Nãos se deve nenhum respeito ao erro e seu veneno, como o do Vaticano II. Infectado pelo veneno conciliar, o Neomagistério de hoje é muito inadequado para supervisionar a evolução da Igreja.

5 A boa vontade conciliar, como a de Bento XVI, é, na melhor das hipóteses, boa vontade subjetiva. Para que fosse realmente boa, ela deveria estar alinhada com a verdade objetiva, da qual todos os conciliaristas, como tais, perderam toda a noção. "O caminho para o inferno é pavimentado com boas intenções”, diz um provérbio antigo e sábio.

6 Um acordo com a Roma conciliar seria a morte definitiva da FSSPX católica, que não precisa de acordo com Roma para exigir que os romanos deixem de trair a verdadeira fé católica.

7 A verdadeira FSSPX rejeita a “Nova Evangelização”, solução irreal para o verdadeiro problema do Vaticano II.

8 Em outras palavras, “Acordo antes da doutrina”. Esse é um erro grave, proposto por todos os conciliaristas, porque se alguém vive uma mentira por tempo suficiente, terminará acreditando nela. O Vaticano II é uma grande mentira.

Em resumo, os oito argumentos do BpH são todos considerações humanas, essencialmente desvinculadas da Verdade objetiva da verdadeira Igreja Católica. Que Deus o faça ver o quanto a Igreja Conciliar se perdeu! 

Kyrie eleison.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo.

domingo, 5 de maio de 2019

05 de maio dia do Papa São Pio V


Papa São Pio V, (nascido Antonio Ghisleri, Michele O.P.; Bosco, 17 de Janeiro de 1504 — Roma, 1 de maio de 1572), foi papa de 7 de Janeiro de 1566 até a sua morte. Nascido da família nobre Ghisleri.


Nascido no norte da Itália, ingressou aos 14 anos na Ordem Dominicana e fez uma brilhante carreira eclesiástica, como bispo, cardeal, sob o título de Santa Maria Sopra Minerva, inquisidor-mor e por fim Papa.
Foi Beatificado no dia 27 de Abril de 1672 e foi Canonizado no dia 22 de Maio de 1712.



Tradução da Bula:
Pio Bispo
Servo dos Servos de Deus

Para perpétua memória

Desde que fomos elevados ao ápice da Hierarquia Apostólica, de bom grado aplicamos nosso zelo e nossas forças e dirigimos todos os nossos pensamentos no sentido de conservar na sua pureza tudo o que diz respeito ao culto da Igreja; o que nos esforçamos por preparar e, com a ajuda de Deus, realizar com todo o cuidado possível.Ora, entre outros decretos do Santo Concílio de Trento cabia-nos estabelecer a edição e correção dos livros santos: Catecismo, Missal e Breviário.Com a graça de Deus, já foi publicado o Catecismo, destinado à instrução do povo, e corrigido o Breviário, para que se tributem a Deus os devidos louvores. Outrossim, para que ao Breviário correspondesse o Missal, como é justo e conveniente (já que é soberanamente oportuno que, na Igreja de Deus, haja uma só maneira de salmodiar e um só rito para celebrar a Missa), parecia-nos necessário providenciar, o mais cedo possível, o restante desta tarefa, ou seja, a edição do Missal.Para tanto, julgamos dever confiar este trabalho a uma comissão de homens eruditos. Estes começaram por cotejar cuidadosamente todos os textos com os antigos de nossa Biblioteca Vaticana e com outros, quer corrigidos, quer sem alteração, que foram requisitados de toda parte. Depois, tendo consultado os escritos dos antigos e de autores aprovados, que nos deixaram documentos relativos à organização destes mesmos ritos, eles restituíram o Missal propriamente dito à norma e ao rito dos Santos Padres.
Este Missal assim revisto e corrigido, Nós, após madura reflexão, mandamos que seja impresso e publicado em Roma, a fim de que todos possam tirar os frutos desta disposição e do trabalho empreendido, de tal sorte que os padres saibam de que preces devem servir-se e quais os ritos, quais as cerimônias, que devem observar doravante na celebração das Missas.
E a fim de que todos, e em todos os lugares, adotem e observem as tradições da Santa Igreja Romana, Mãe e Mestra de todas as Igrejas, decretamos e ordenamos que a Missa, no futuro e para sempre, não seja cantada nem rezada de modo diferente do que esta, conforme o Missal publicado por Nós, em todas as Igrejas: nas Igrejas Patriarcais, Catedrais, Colegiais, Paroquiais, quer seculares quer regulares, de qualquer Ordem ou Mosteiro que seja, de homens ou de mulheres, inclusive os das Ordens Militares, igualmente nas Igrejas ou Capelas sem encargo de almas nas quais a Missa conventual deve, segundo o direito ou por costume, ser celebrada em voz alta com coro, ou em voz baixa, segundo o rito da Igreja Romana, ainda quando estas mesmas Igrejas, de qualquer modo isentas, estejam munidas de um indulto da Sé Apostólica, de costume, de um privilégio, até de um juramento, de uma confirmação apostólica ou de quaisquer outras espécies de faculdades. A não ser que, ou por uma instituição aprovada desde a origem pela Sé Apostólica, ou então em virtude de um costume, a celebração destas Missas nessas mesmas Igrejas tenha um uso ininterrupto superior a 200 anos. A estas Igrejas Nós, de maneira nenhuma, suprimimos nem a referida instituição, nem seu costume de celebrar a Missa; mas, se este Missal que acabamos de editar lhes agrada mais, com o consentimento do Bispo ou do Prelado, junto com o de todo Capítulo, concedemos-lhes a permissão, não obstante quaisquer disposições em contrário, de poder celebrar a Missa segundo este Missal.
Quanto a todas as outras sobreditas Igrejas, por Nossa presente Constituição, que será valida para sempre, Nós decretamos e ordenamos, sob pena de nossa indignação, que o uso de seus missais próprios seja supresso e sejam eles radical e totalmente rejeitados; e, quanto ao Nosso presente Missal recentemente publicado, nada jamais lhe deverá ser acrescentado, nem supresso, nem modificado. Ordenamos a todos e a cada um dos Patriarcas, Administradores das referidas Igrejas, bem como a todas as outras pessoas revestidas de alguma dignidade eclesiástica, mesmo Cardeais da Santa Igreja Romana, ou dotados de qualquer outro grau ou preeminência, e em nome da santa obediência, rigorosamente prescrevemos que todas as outras práticas, todos os outros ritos, sem exceção, de outros missais, por mais antigos que sejam, observados por costume até o presente, sejam por eles absolutamente abandonados para o futuro e totalmente rejeitados; cantem ou rezem a Missa segundo o rito, o modo e a norma por Nós indicados no presente Missal, e na celebração da Missa, não tenha a audácia de acrescentar outras cerimônias nem de recitar outras orações senão as que estão contidas neste Missal.
Além disso, em virtude de Nossa Autoridade Apostólica, pelo teor da presente Bula, concedemos e damos o indulto seguinte: que, doravante, para cantar ou rezar a Missa em qualquer Igreja, se possa, sem restrição seguir este Missal com permissão e poder de usá-lo livre e licitamente, sem nenhum escrúpulo de consciência e sem que se possa encorrer em nenhuma pena, sentença e censura, e isto para sempre.
Da mesma forma decretamos e declaramos que os Prelados, Administradores, Cônegos, Capelães e todos os outros Padres seculares, designados com qualquer denominação, ou Regulares, de qualquer Ordem, não sejam obrigados a celebrar a Missa de outro modo que o por Nós ordenado; nem sejam coagidos e forçados, por quem quer que seja, a modificar o presente Missal, e a presente Bula não poderá jamais, em tempo algum, ser revogada nem modificada, mas permanecerá sempre firme e válida, em toda a sua força.Não obstante todas as decisões e costumes contrários anteriores, de qualquer espécie: Constituições e Ordenações Apostólicas, ou Constituições e Ordenações, tanto gerais como especiais, publicadas em Concílios Provinciais e Sinodais; não obstante também o uso das Igrejas acima enumeradas, ainda que autorizado por uma prescrição bastante longa e imemorial, mas que não remonte a mais de 200 anos.Queremos e, pela mesma autoridade, decretamos que, depois da publicação de Nossa presente Constituição e deste Missal, todos os padres sejam obrigados a cantar ou celebrar a Missa de acordo com ele: os que estão na Cúria Romana, após um mês; os que habitam aquém dos Alpes, dentro de três meses; e os que habitam além das montanhas, após seis meses ou assim que encontrem este Missal à venda.
E para que em todos os lugares da Terra este Missal seja conservado sem corrupção e isento de incorreções e erros, por nossa Autoridade Apostólica e em virtude das presentes, proibimos a todos os impressores domiciliados nos lugares submetidos, direta ou indiretamente, à Nossa autoridade e à Santa Igreja Romana, sob pena de confiscação dos livros e de uma multa de 200 ducados de ouro, pagáveis à Câmara Apostólica, bem como aos outros domiciliados em qualquer outro lugar do mundo, sob pena de excomunhão ipso facto e de outras penas a Nosso alvitre, se arroguem, por temerária audácia, o direito de imprimir, oferecer ou aceitar esta Missa, de qualquer maneira, sem nossa permissão, ou sem uma licença especial de um Comissário Apostólico por Nós estabelecido, para estes casos, nos países interessados, e sem que antes, este Comissário ateste plenamente que confrontou com o Missal impresso em Roma, segundo a impressão típica, um exemplar do Missal destinado ao mesmo impressor, que lhe sirva de modelo para imprimir os outros, e que este concorda com aquele e dele não difere absolutamente em nada.E como seria difícil transmitir a presente Bula a todos os lugares do mundo cristão e leva-la imediatamente ao conhecimento de todos, ordenamos que, segundo o costume, ela seja publicada e afixada às portas da Basílica do Príncipe dos Apóstolos e da Chancelaria Apostólica, bem como no Campo de Flora. Ordenamos igualmente que aos exemplares mesmo impressos desta Bula, subscritos pela mão de um tabelião público e munidos, outrossim, do Selo de uma pessoa constituída em dignidade eclesiástica, seja dada, no mundo inteiro, a mesma fé inquebrantável que se daria à presente, caso mostrada ou exibida.Assim, portanto, que a ninguém absolutamente seja permitido infringir ou, por temerária audácia, se opor à presente disposição de nossa permissão, estatuto, ordenação, mandato, preceito, concessão, indulto, declaração, vontade, decreto e proibição.

  Se alguém, contudo, tiver a audácia de atentar contra estas disposições, saiba que incorrerá na indignação de Deus Todo-poderoso e de seus bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo.Dado em Roma perto de São Pedro, no ano da Encarnação do Senhor mil quinhentos e setenta, no dia 14 de Julho, quinto de Nosso Pontificado - Pio Papa V.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Doações

Mosteiro da Santa Cruz - Nova Friburgo/RJ - Brasil

PORTUGUES

Caros amigos e benfeitores,

Primeiramente, desejamos a todos um santo Tempo Pascal. Que o Divino Ressuscitado os cumule de todas as graças e lhes dê, sobretudo, a graça da perseverança até o fim no bom combate da fé.

Gostaríamos também de agradecer-lhes sua generosa ajuda, graças à qual o nosso mosteiro tem se sustentado, materialmente, há vários anos.

Neste início de ano, tivemos alguns gastos extras, devidos a reparos que tivemos de fazer na nossa escolinha infantil (forro do teto que havia cedido e reparos no sistema hidráulico), em nossa Capelinha São Miguel e na barragem que fornece peixes para a alimentação dos monges.  Todos esses gastos nos geraram algumas dívidas (cerca de R$ 22.000,00), e gostaríamos de poder contar com sua generosidade ainda esta vez, para podermos sanar essas dívidas.

Asseguramo-los de nossas orações quotidianas e de nossa amizade,
Em Jesus, Maria e José,

Renato Müller
Secretário de Dom Tomás de Aquino
Ajude seu apostolado:Banco:Itaú Conta Corrente:29186-6Ag:0222 CNPJ30171417/000188 Sociedade Civil Mantenedora do Mosteiro da Santa Cruz
 
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário. 

03 de maio.Encontro da Santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 03/05 Sexta-feira 
Festa de Quarta Classe
Paramentos Brancos
03 de maio.
Relíquia da Cruz de Nosso Senhor 
no Mosteiro da Santa Cruz
  Esta festa é também chamada da Cruz Gloriosa. E os Orientais denominam-na «da preciosa Cruz Portadora de Vida». É uma das mais antigas solenidades litúrgicas da Igreja; celebrava-se já em Jerusalém no tempo de Constantino (337). A Cruz que «se exaltava» neste dia era menos a de Jesus a sofrer no Calvário que a de Cristo glorioso subindo para o seu Pai, depois de vencer a morte e salvar o mundo. O que se recorda na festa de hoje é portanto o triunfo de Cristo e a mudança por ele causada na condição humana; isto tinha-o Jesus anunciado repetidamente. Por exemplo, quando dizia: «Quando elevardes o Filho do Homem, então sabereis quem sou» (Jo 8, 28); e ainda: «Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também tem de ser levantado o Filho do Homem, a fim de que todo aquele que n 'Ele crer tenha a vida eterna» (Jo 3, 14); e por fim: «Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim» (Jo 12,32). Começou a celebrar-se o aniversário da invenção ou encontro da Santa Cruz (cf. Santa Helena) e a dedicação da Basílica do Santo Sepulcro na primeira metade do século IV, no dia 14 de Setembro. 
  Eusébio de Cesaréia conta-nos, na Vida que escreveu do primeiro Imperador cristão, as festas celebradas em sua honra, ao completar treze anos de reinado. Durante esse período realizou-se a dedicação da Basílica do Salvador, em Jerusalém. Era um conjunto de Santuários destinados a perpetuar a memória dos fatos mais importantes da Paixão e da Ressurreição do Senhor. Sobressaíam o Martyrium, grande átrio central com o seu oratório adjacente, e a Anástasis ou Santuário da Ressurreição, o Santo Sepulcro. A dedicação desta imponente Basílica cristã realizou-se a 14 de Setembro de 335, na presença de tudo quanto havia de maior na corte e de centenas de bispos. A peregrina Etéria, do Ocidente ibérico, descreve-nos a cidade de Jerusalém no dia e na noite de dedicação do Santo Sepulcro. Para lá convergem multidões de monges de toda a parte, da Mesopotâmia e da Síria, do Egito e da Tebaida. Vão leigos de todas as províncias, homens e mulheres de alma fiel e devota. 
  Os bispos com o seu clero atingem sempre número muito alto, considerando-se serem pouquíssimos quando não passam de 40 ou 50. A festa de 14 de Setembro passou de Jerusalém a todo o Oriente; e depois ao Ocidente. Roma recebeu-a no século VII. E, tirando-lhe todo o caráter local palestinense, reduziu-a à festa do triunfo e Exaltação da Santa Cruz. Tinha a sua razão. O mais característico da dedicação da Basílica de Jerusalém era a apresentação solene da verdadeira cruz. Esta manifestação da cruz autêntica, em que morrera o Salvador, era o que arrebatava e levava a Jerusalém as multidões. Santa Maria Egipcíaca foi vê-Ia por curiosidade e com isso curou a sua vida desregrada e converteu-se. Por todo o mundo cristão depressa se espalharam relíquias da verdadeira cruz e as Igrejas particulares gostavam de reproduzir a solenidade de Jerusalém, mostrando ao povo fiel a parte que elas possuíam da cruz, bandeira triunfal da salvação humana. No Ocidente confundiu-se mais tarde esta primeira festa da Dedicação da Basílica de Jerusalém, ou da Exaltação da Santa Cruz, com a invenção ou encontro da mesma, quando o Imperador Heráclio a recuperou dos Persas, que a tinham furtado. O Imperador em pessoa levou-a às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao Patriarca Zacarias, a 3 de Maio de 630. A recuperação da Cruz encheu de alegria os corações cristãos, sobretudo ocidentais. Por isso, ao mesmo tempo que os Orientais continuaram a celebrar com grande esplendor a Dedicação da Basílica do Salvador em Jerusalém, a 14 de Setembro, no Ocidente deu-se maior atenção à festa de 3 de Maio ou à invenção, que recebeu o título de dia da Santa Cruz ou Invenção da Santa Cruz.
 O trono a que Nosso Senhor Jesus Cristo quer ser elevado, para triunfar da soberba e da sensualidade, é a Cruz, selo de inramia para Ele, mas sede de misericórdia para nós. Nesse trono O sentaram um dia os Judeus por malícia e nele se sentam cada dia a fé cristã, que no Crucifixo adora o seu Deus e Redentor.
 Num túmulo do cemitério de Ciríaca, encontrou Pio IX uma cruz antiga de ouro, na qual estava gravada esta inscrição: CRUX EST VITA MIHI (a cruz é vida para mim), MORS INIMICE TIBI (e morte para ti, ó inimigo).
 Esta preciosa inscrição conserva-se hoje na Biblioteca Vaticana.
Formosa e densa de sentido são também a seguinte inscrição beneditina, expoente de grande fé e devoção:
Crux saneta sit mihi lux (a Santa Cruz seja para mim luz), Numquam Daemon sit mihi dux (e o demônio nunca seja o meu guia).

Com grande concisão, expressaram os antigos a eficácia da Cruz de Cristo, sinal triunfal da nossa redenção, no anagrama grego que significa: A Cruz é luz e é vida.
Leitura da Epístola de

I São João 5, 4-10
4.porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. 5.Quem é o vencedor do mundo senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6.Ei-lo, Jesus Cristo, aquele que veio pela água e pelo sangue; não só pela água, mas pela água e pelo sangue. E o Espírito é quem dá testemunho dele, porque o Espírito é a verdade. 7.São, assim, três os que dão testemunho: 8.o Espírito, a água e o sangue; estes três dão o mesmo testemunho. 9.Aceitamos o testemunho dos homens. Ora, maior é o testemunho de Deus, porque se trata do próprio testemunho de Deus, aquele que ele deu do seu próprio Filho. 10.Aquele que crê no Filho de Deus tem em si o testemunho de Deus. Aquele que não crê em Deus, o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito de seu Filho.

Sequência do Santo Evangelho

São João 20, 19-31
19.Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco! 20.Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. 21.Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. 22.Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23.Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. 24.Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25.Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor. Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei! 26.Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco! 27.Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. 28.Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus! 29.Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto! 30.Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão escritos neste livro.31 Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
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