domingo, 27 de janeiro de 2019

27 de janeiro dia de São João Crisóstomo,Bispo,Confessor e Doutor.

 
 São João de Antioquia, passou alguns anos como eremita solitário no desertode virtude de sua áurea eloquência, é chamado pelos gregos de Chrysostomos, ou Boca-Dourada, foi ordenado sacerdote da Igreja de Antioquia e, após a morte de Nectário, foi forçado pelo Imperador Arcádio a aceitar, contra a sua vontade, o arcebispado de Constantinopla. Neste ofício, lutou contra a degradação da moral pública e a vida desregrada dos nobres, levantando contra si a mà vontade de muitos inimigos, especialmente a Imperatriz Eudóxia, que ele havia condenado pelo desvio de dinheiro da viúva Calítropa e da terra de outra viúva. Esforçou-se para moralizar o Clero, no qual havia desvios e escândalos, e chegou a depor bispos indignos. Denunciou também, corajosamente, abusos de autoridades civis.  Despertou, por tudo isso, antipatias em pessoas poderosas, tanto na ordem espiritual quanto na temporal. Foi, em conseqüência, duas vezes desterrado e morreu no exílio. Era amigo íntimo e tinha sido colega de estudos de São Basílio Magno.

  Por tal motivo, foi exilado, entre as lamentações das viúvas e dos pobres, que sentiram a perda de seu pai comum. Durante este exílio, o sofrimento do Crisóstomo foi inenarrável - e quantas almas ele levou à fé em Cristo Jesus! A quantidade, devoção e brilho dos sermões e demais escritos de São João Crisóstomo foram e são objeto de admiração universal. 
  Ele entregou a sua alma a Deus no décimo-quarto dia de setembro. Imediatamente após a sua morte, uma poderosa tempestade de granizo caiu sobre Constantinopla e, quatro dias depois, a Imperatriz morreu. O Imperador Teodósio, filho de Arcádio, trasladou o corpo de São João Crisóstomo a Constantinopla em grande solenidade e, no dia 27 de janeiro, as relíquias foram solenemente sepultadas - sobre elas, o Imperador orou pelo perdão de seu pai e de sua mãe. O santo corpo foi posteriormente levado a Roma e está agora sepultado na Basílica Vaticana.
  Este celebérrimo Doutor da Santa Igreja foi proclamado patrono celestial dos oradores sacros pelo Sumo Pontífice S.Pio X ,como o patrono da eloquência sagrada. É considerado um dos quatro grandes Doutores da Igreja Oriental e deixou uma produção intelectual abundante e variada, composta de aproximadamente 600 sermões e discursos.


Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.

domingo, 20 de janeiro de 2019

20 de Janeiro dia de São Sebastião Martir

  O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima)
 São Sebastião nasceu em Narvonne, França, no final do século III, e desde muito cedo seus pais se mudaram para Milão, onde ele cresceu e foi educado. Seguindo o exemplo materno, desde criança São Sebastião sempre se mostrou forte e piedoso na fé.
Atingindo a idade adulta, alistou-se como militar, nas legiões do Imperador Diocleciano, que até então ignorava o fato de Sebastião ser            um cristão de coração. A figura imponente, a prudência e a bravura do jovem militar, tanto agradaram ao Imperador, que este o nomeou comandante de sua guarda pessoal. Nessa destacada posição,São Sebastião se tornou o grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma naquele tempo. Visitava com frequência as pobres vítimas do ódio pagão, e, com palavras de dádiva, consolava e animava os candidatos ao martírio aqui na terra, que receberiam a coroa de glória no céu.
Enquanto o imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído, e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão. Tentou, em vão, fazer com que ele renunciasse ao cristianismo, mas Sebastião com firmeza se defendeu, apresentando os motivos que o animava a seguir a fé cristã, e a socorrer os aflitos e perseguidos.
O Imperador, enraivecido ante os sólidos argumentos daquele cristão autêntico e decidido, deu ordem aos seus soldados para que o matassem a flechadas. Tal ordem foi imediatamente cumprida: num descampado, os soldados despiram-no, o amarraram a um tronco de árvore e atiraram nele uma chuva de flechas. Depois o abandonaram para que sangrasse até a morte.
À noite, Santa Irene, mulher do mártir Castulo, foi com algumas amigas ao lugar da execução, para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo. Desamarraram-no, e Santa Irene o escondeu em sua casa, cuidando de suas feridas. Passado um tempo, já restabelecido, São Sebastião quis continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo ao imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusados de inimigos do Estado.
Diocleciano ignorou os pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir os cristãos, e ordenou que ele fosse espancado até a morte, com pauladas e golpes de bolas de chumbo. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, jogaram-no no esgoto público de Roma.
Uma piedosa mulher, Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas. Assim aconteceu no ano de 287. Mais tarde, no ano de 680, suas relíquias foram solenemente transportados para uma basílica construída pelo Imperador Constantino, onde se encontram até hoje. Naquela ocasião, uma terrível peste assolava Roma, vitimando muitas pessoas. Entretanto, tal epidemia simplesmente desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais desse mártir, que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra.
As cidades de Milão, em 1575 e Lisboa, em 1599, acometidas por pestes epidêmicas, se viram livres desses males, após atos públicos suplicando a intercessão deste grande santo. São Sebastião é também muito venerado em todo o Brasil, onde muitas cidades o tem como padroeiro, entre elas, o Rio de Janeiro .

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DXCIX (599) (5 de janeiro de 2019)

 
 
 
  O mundo está apodrecido, rapazes, mas é indubitável: Se ele está assim por toda parte, Deus permanece imutável.  

  Se Hamlet é possivelmente a mais desconcertante, provavelmente a mais interessante, e indubitavelmente a mais moderna de todas as trinta e sete peças teatrais de Shakespeare, isto se dá por uma mesma razão: há um elefante na sala. Esse elefante é a apostasia da Inglaterra, que abandonou a Fé católica, que estava sendo triturada pelo governo inglês quando Shakespeare escreveu a peça, por volta de 1600 d.C., o que o estava levando ao desespero, porque ele era um católico devoto. Então (1) Hamlet é a mais intrigante de suas peças para a multidão de leitores pós-católicos, de aficionados por teatro e de críticos, que não têm nem ideia de que "Reforma" foi o maior desastre que já se abateu sobre a Inglaterra. (2) É a mais desconcertante das peças porque é fundamental e conflituosa em relação à Idade Média que passou e a Idade Moderna que se seguiu. (3) É a mais moderna, porque nos últimos quatrocentos anos praticamente o mundo inteiro passou a compartilhar da apostasia da Inglaterra.
(1) Mas quem se importa com a apostasia hoje em dia? Quantas pessoas sabem ao menos o que a palavra significa (um afastamento da fé católica)? Houve um tempo, como em 1600 na Inglaterra, em que o diabo perseguiu ferozmente a fé, de modo que Shakespeare teve de disfarçar a fé em suas peças para não ser enforcado, eviscerado e esquartejado. Mas hoje o Diabo destrói muito mais almas, fazendo com que elas acreditem que a religião é de tão pouca importância que qualquer um pode escolher qualquer religião que queira, ou inclusive nenhuma. E os vis meios de comunicação estão tão inundados de erros e imoralidade que a massa de pessoas não se dá mais conta destes (vejam o livro Shadowplay, de Clare Asquith, para a codificação católica em todas as obras de Shakespeare). Mas se a mãe incestuosa de Hamlet, a rainha Gertrude, realmente representa a Inglaterra cometendo incesto com o protestantismo, que o cunhado dela representa, é de estranhar que nossos contemporâneos se encontrem incapazes de perceber a melancolia do príncipe Hamlet?
 (2) A peça é fundamental e conflituosa porque, como nenhuma outra peça de Shakespeare, está suspensa entre o mundo medieval e a Nova Ordem Mundial, e porque o próprio Shakespeare estava sendo sacudido até a medula pelo aparente sucesso da erradicação da Fé em seu amado país, como se pode ler em sua obra, desde a amargura do Príncipe até quase todos os que o rodeiam, especialmente seu verdadeiro amor, Ofélia. Ora, um católico não é amargo, mas Shakespeare estava assim ao escrever Hamlet (essa amargura, porém, não durou muito). Leiam o valiosíssimo livro de John Vyvyan, The Shakespearean Ethic, se quiserem discernir o padrão moral subjacente a todas as peças teatrais que foi a gloriosa herança do Shakespeare da Inglaterra medieval. Está presente até mesmo em Hamlet, sobretudo no desprezo do Príncipe por Ofélia para abrir espaço em seu coração para a vingança. Mas em Hamlet, como em nenhuma outra obra, a corrupção da sociedade – nem mais nem menos que por apostasia – é tão terrível que o Príncipe antissocial surge como um herói absoluto, o primeiro de uma longa lista de heróis antiautoritários (cf. Hollywood) que precisam anular todo respeito natural pela autoridade social. A apostasia mata a sociedade.
(3) Assim, Hamlet é a mais moderna das peças de Shakespeare, porque é a peça que mais se afasta do modelo medieval ou se sobrepõe a ele. Shakespeare escreveu muitas obras depois dela, mas nunca mais se sentiu tentado a substituir o amor pela vingança ou a voltar do Novo para o Antigo Testamento. Ele recuperou sua calma e equilíbrio enquanto ainda escrevia magníficas peças de teatro, mas em 1611 ele abandonou o cenário e Londres, deixando os puritanos tomarem o controle da Inglaterra e levarem eventualmente todo mundo para longe de Deus. Hoje, gerações de jovens amamentados pelos anti-heróis se transformaram em anti-homens, com pouco ou nada restando neles de sua herança medieval. Mas a natureza humana não mudou, e os seres humanos ainda precisam de homens para liderá-los, e é por isso que as meninas estão tentando-se transformar em homens, e os jovens dos dois sexos desprezam cada vez mais um ao outro. Em uma frase de Macbeth, "A confusão fez sua obra-prima".
Se vocês lerem Hamlet, tenham cuidado com o Fantasma no Primeiro Ato. Se vocês são católicos, sabem que o Deus Todo-Poderoso nunca deixaria uma alma sair do Purgatório para buscar vingança. Então, de onde poderia vir o Fantasma senão do Inferno? Nesse caso, o príncipe é realmente um herói? A amargura de Shakespeare era compreensível, mas distorceu sua teologia. Rapazes, adorem e amem a Jesus Cristo, amem a Sua Mãe, rezem o seu Rosário e liderem as moças. É para isso que elas precisam de vocês. 
Kyrie eleison.
 
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário

sábado, 12 de janeiro de 2019

AVANÇO E TRAIÇÃO / ADVANCE AND BETRAYAL - 05/06/1984 - SOBRE AS TRAIÇÕES SEDEVACANTISTAS

"Devido ao fato de que muitos dentre nós conhecem pouco da história do sedevacantismo, apresentamos o que Dom Williamson já escrevia sobre eles em 1984. As atitudes dos sedevacantistas são extremamente graves e os brasileiros têm obrigação de conhecer para resistir aos lobos que querem invadir os apriscos do Cristo Rei e lhe roubar as almas. Mas o principal culpado é a Roma neomodernista e neoprotestante e o concílio Vaticano II, como me lembrou Dom Williamson há poucos dias."

+ Dom Tomás de Aquino, OSB







Por Sua Excelência Reverendíssima
Dom Richard Nelson Williamson

Em maio, a visita do Arcebispo Lefebvre aos Estados Unidos desencadeou outra tremenda batalha entre Jesus Cristo e Satanás, seu eterno adversário! Desta batalha vieram boas e más notícias. Comecemos pelas boas!

Em primeiro lugar, a Fraternidade tem um novo padre americano, Pe. John Hogan de Michigan. Sua Graça, o Arcebispo Lefebvre, de 78 anos, chegou da Europa no dia 10 de maio e deu a tonsura ou ordens menores a doze seminaristas no sábado pela manhã; em 12 de maio, crismou aproximadamente 50 crianças e adultos à tarde; e deu ordens maiores aos seminaristas mais antigos no domingo pela manhã, dia 13 de maio.

Foi uma bela cerimônia, diante de um altar-mor verdadeiramente impressionante, posto (bem a tempo!) por diversos dedicados seminaristas e leigos dentro da nova igreja. Do lado de fora, o sol luzia brilhantemente para dar as boas-vindas a cerca de 500 visitantes de todo os Estados Unidos e Canadá. Segundo vários comentários feitos pessoalmente, e também frequentemente por carta, muitos estavam profundamente impressionados e tocados pela majestade e beleza do catolicismo tradicional. Em uma de suas mais nobres cerimônias, a de ordenação sacerdotal, que festa para os olhos! Que elevação para a alma! Que esperança para o futuro!

O Superior Geral da Fraternidade, Pe. Franz Schmidberger, e o Superior do mais novo Distrito da Fraternidade, Pe. François Laisney, também estavam presentes como diácono e subdiácono da missa de ordenação, acompanhando o Arcebispo. Imediatamente após a cerimônia, ambos partiram para Michigan, onde eu gostaria que muitos dos nossos pudessem ter visitado nossa igreja, o santuário São José, em Armada. Eles ficariam maravilhosamente edificados pela visão de doze padres, a maioria – mas não todos – da Fraternidade, retirando-se em silêncio por alguns dias sob a direção do Pe. Schmidberger. Eles vieram de todo os Estados Unidos e Canadá, uniram-se humildemente em oração para buscar a Deus e prosseguir em comum o árduo trabalho de salvar almas. Que esperança para o futuro! Estes sacerdotes não estão lutando por si mesmos. Mais ainda, eles têm um pai no sacerdócio, um fiel e corajoso bispo da Igreja Católica Romana! O Arcebispo Lefebvre visitou-os no meio do retiro depois de crismar numa capela não pertencente à Fraternidade em Pittsburgh, e estava preparado para falar longamente com cada um destes que quisesse vê-lo. Este é o retrato de um quadro católico atrativo e singular: o bispo entre seus sacerdotes, os sacerdotes ao redor de seu bispo.

De lá, o Arcebispo partiu para Minnesota, onde crismou aproximadamente 80 almas. Aqui, apesar de ter pintado um quadro sóbrio sobre a situação obscura em Roma, as pessoas se sentiam obviamente elevadas e tremendamente encorajadas por sua visita. Sua Graça, então, partiu para St. Mary’s, Kansas, onde passou três felizes dias crismando, conversando com vários leigos que estavam auxiliando o Pe. de la Tour (o qual administra este principal estabelecimento educacional), e realizando uma missa solene pontifical no sábado pela manhã. Uma pequena historieta está na publicação deste mês do The Angelus. Ele retornou a Nova Iorque para mais dois dias antes de voltar à Europa. Antes de partir, o Arcebispo disse que estava muito feliz com o espírito da Fraternidade, já que a encontrou florescendo no seminário, em St. Mary’s, e nos vários centros da Fraternidade que visitou.

Pe. Schmidberger, que chegou aos Estados Unidos no dia 10 de maio, passará um mês aqui até o dia 11 de junho, fazendo um longo e exaustivo tour por todo o país para se familiarizar diretamente com muitos dos empreendimentos da Fraternidade, o melhor método de construir sobre uma firme fundação a obra futura da Fraternidade neste país. Em metade de seu tour, ele está sendo acompanhado pelo novo superior na América, Pe. Laisney, cuja juventude, energia e inteligência prometem torná-lo uma grande aquisição para que a obra da Fraternidade nos Estados Unidos dê um passo importante a frente. Do meio de junho em diante, é provável que ele acampe (ao menos provisoriamente) em Dickinson, Texas, que se torna temporariamente um quartel-general para toda a Fraternidade nos Estados Unidos.

Por último – e talvez o mais importante –, Pe. Schmidberger está ansiosamente planejando estabelecer nos Estados Unidos um claustro para freiras que orem e se sacrifiquem, com a ajuda da Madre Marie-Christiane, atualmente a responsável por três carmelos florescentes na Europa ligados à Fraternidade São Pio X. Ele tem desejado ardentemente que ela venha aos Estados Unidos inspecionar dois possíveis locais para um quarto carmelo!

Madre Marie-Christiane, irmã de sangue do Arcebispo Lefebvre e freira carmelita há 56 anos, tem desejado durante o último ano e meio uma fundação nos Estados Unidos. A experiência direta de Pe. Schmidberger com a necessidade urgente de santa oração para atrair a graça de Deus sobre os Estados Unidos levou-o a apressar o anseio de longa data da irmã. Rezemos para que surta efeito!

Todos esta obra de construção e reconstrução por meio da Fraternidade é uma resistência ao demônio que ele não iria deixar em paz. Sua reação não tardou!

Numa noite de domingo, dia 20 de maio, quando o Arcebispo voltou ao seminário bem tarde da noite vindo do Kansas, um tanto cansado pela viagem, ele mal pôs o pé para fora do carro e logo recebeu uma intimação para comparecer a um tribunal civil, num processo para expulsar a Fraternidade da propriedade do seminário aqui em Connecticut, interposto pelos padres Cekada, Dolan, Jenkins, Kelly e Sanborn. Os que estavam presentes notaram e não se esquecerão jamais do semblante de dor na face do Arcebispo que, é bom lembrar, era o pai destes padres no sacerdócio. Até o momento, de acordo com o Antigo Código de Direito Canônico, qualquer um que cite civilmente [citar civilmente consiste levar alguém diante de um juiz civil - NT] um bispo católico antes de um julgamento canônico incorre em excomunhão automática (1341). Então, de acordo com o único Código de Direito Canônico que eles mesmos [os padres que interpuseram o processo contra Dom Lefebvre - NT] reconhecem, estes cinco padres estão excomungados!

Alguns dias depois, eis um acontecimento que não surpreenderia nenhum católico familiarizado com a passagem do Evangelho sobre a traição a Nosso Senhor, mas que, não obstante, causou profundo choque, sofrimento e escândalo para muitos deles: dos quatro sacerdotes recém-ordenados que livremente pediram e receberam a ordenação na Fraternidade Sacerdotal São Pio X pelas mãos de seu fundador, o Arcebispo Lefebvre, depois de, na véspera, livremente prestarem solene juramento de fidelidade a seus superiores, com as mãos postas sobre os Evangelhos, dois, na tempestuosa noite do dia 23 de maio, em meio a relâmpagos e chuva torrencial, saíram do seminário e se uniram a nove sacerdotes que haviam desertado no ano anterior e, dois dias depois, um terceiro, já ausente, anunciou que estava fazendo o mesmo. E era noite.

Alguns fatos ressaltarão a natureza deste ato. Primeiramente, agora sabemos que bem pouco tempo depois da deserção dos nove [sacerdotes] um ano atrás, estes três, de fato, disseram a alguém que tinham a intenção de mentir para alcançarem o sacerdócio. Certamente, depois de um ano inteiro suas palavras e ações no seminário tinham o caráter de persuadir a todos, sacerdotes, seminaristas, e mesmo visitantes, de que eles seriam leais à Fraternidade. Eles viveram, por um ano inteiro, uma mentira?

Em segundo lugar, na véspera de suas ordenações, de acordo com os requisitos necessários da Santa Madre Igreja, todos os três fizeram um solene Juramento de Fidelidade no altar de Deus, com suas mãos tocando os Evangelhos diante do Santíssimo Sacramento no tabernáculo aberto, jurando, entre outras coisas, que respeitosamente obedeceriam a seus superiores na Fraternidade São Pio X. O texto completo deste juramento e as assinaturas dos três acompanham esta carta.

As alterações feitas no texto por um deles sugerem que ele não estava à vontade; e, de fato, para fazer tal juramento, cada um deve ter encontrado, ou recebido de alguém, uma maneira de justificar ou racionalizar para si mesmos e para os outros o que fizeram. Entretanto, em terceiro lugar, se diante de Deus cometeram perjúrio, terem recebido as ordens sacras em tal estado terá sido um grave sacrilégio.

Em quarto lugar, ao fim da cerimônia tradicional de ordenação, cada um colocou sua mão entre as mãos do Arcebispo, que lhes perguntou em latim “Prometes-me a mim e aos meus sucessores reverência e obediência?” Cada um respondeu claramente “Promitto”, que quer dizer “Eu prometo”.

Em quinto lugar, a no mínimo aparente ruptura, após dez dias, destas promessas e juramentos solenes, vista em conjunto com todas as outras circunstâncias da última deserção, causou e continuará a causar um terrível escândalo para os católicos, não somente àqueles ligados à Tradição que suportaram e assistiram aos três porque confiaram que eles seguiriam ao Arcebispo Lefebvre em defesa da Fé, mas também a muitos outros que ainda não se ligaram à Tradição e que erroneamente, mas de modo compreensível, dirão que se a Tradição fomenta este tipo de deslealdade, não querem parte com ela.

À guisa de comentário a estes fatos, deixemos que três citações no momento sejam suficientes. No dia 27 de maio deste ano, Pe. Sanborn disse no púlpito em Traverse City, Michigan, “Estou muito contente em anunciar que três dos quatro sacerdotes que foram ordenados pelo Arcebispo Lefebvre em 13 de maio decidiram se juntar a nós. Isto me alegra porque os treinei, e nem todos os frutos de meu trabalho como reitor do seminário foram perdidos.” (Pe. Sanborn compreendeu que frutos ele reivindica serem seus?)

No dia 28 de abril do ano passado, pouco tempo depois da separação entre a Fraternidade e os nove sacerdotes, o Arcebispo Lefebvre disse no seminário a todos os seminaristas, inclusive a estes três que desertaram há pouco tempo:

Espero que façam a escolha certa. Mas devem escolher, [pois] se concordam com a posição, a atitude e a orientação do Pe. Kelly, então sigam-no. Se pensam que Monsenhor Lefebvre está correto, então sigam a atitude do Monseigneur e da Fraternidade. Mas vocês devem ser claros... honestos. Não digam: Ficarei em silêncio até depois da minha ordenação. Isto é errado! Deus sabe! É uma mentira diante de Deus... não diante de mim. Eu não sou nada. Mas diante de Deus! Vocês não podem fazer isso! Foi exatamente isto que o Pe. Dolan disse, “Eu soube ficar quieto até minha ordenação.” Não consigo compreendê-lo fazendo isso! Um futuro padre fazendo isto??

E no dia 30 de maio deste ano, um dos três últimos desertores, quando uma senhora censurou-o dizendo que um golpe como este que deram poderia ter matado o Arcebispo, replicou, “Ah, ele já está com 78 anos mesmo. Veja, sou grato a ele, porque sem ele eu não seria sacerdote”.

As pessoas podem se perguntar porque algo assim aconteceria dentro de um seminário, e se o mesmo não acontecerá novamente. A resposta é que Jesus viu as profundezas do coração do homem (João 6,65,71), e mesmo assim escolheu permitir que um Apóstolo fosse infiel. Quanto aos sacerdotes de Jesus, só podemos perscrutar os corações humanos, nas palavras do próprio rito de ordenação, “tão longe quanto a fragilidade humana nos permita conhecer”. Lá também se chega a um ponto de desconfiança, no qual o serviço de Deus para de funcionar e um seminário católico já não consegue mais operar, porque a caridade “tudo crê e tudo espera” (I Cor. 13,7). Entretanto, estamos de olhos abertos, e um seminarista já foi convidado a se retirar desde a deserção, pois, sob questionamento, compartilhava claramente o modo de pensar dos desertores.

Para fortificar sua fé, o seminário e o santuário St. Joseph novamente neste verão estão oferecendo alguns cursos dos grandes Exercícios Espirituais de Santo Inácio. Usem esta incomparável oportunidade para fortalecer sua vida espiritual, que é mais importante do que qualquer outra coisa. De nossa parte, com o auxílio de Deus, nem a Fraternidade nem o seminário sairão de seu curso, mas a despeito destas experiências ou mesmo por causa delas, ambos prosperarão como a Deus aprouver. Nosso próximo projeto é a abertura de outra missão em Long Island, onde muitos católicos encontram-se em perigo.

Que a vontade mais santa e inescrutável de Deus seja sempre adorada, e que sua Mãe Santíssima, a Virgem mais fiel, algum dia nos obtenha nestes tempos infiéis as graças da fidelidade e da lealdade!

Volume 1: The Ridgefield Letters (p. 31 to 38)

#13
June 5, 1984
Advance – and Betrayal

By His Excellency
Richard Nelson Williamson

Archbishop Lefebvre’s May visit to the United States unleashed another tremendous battle between Jesus Christ and Satan, his undying adversary! From this battle flowed good news and bad news. Let us start the good news!

Firstly, the Society has a new American priest, Fr. John Hogan from Michigan. His Grace, Archbishop Lefebvre, 78 years old, arrived from Europe on May 10 and gave tonsure or minor orders to twelve seminarians on Saturday morning, May 12, confirmation to nearly fifty children and adults in the afternoon, and major orders to the senior seminarians on Sunday morning, May 13.

It was a beautiful ceremony in front of the very impressive high altar put together (just in time!) inside the new church by a number of hardworking seminarians and lay-workers. Outside, the sun shone brilliantly to welcome some five hundred visitors coming from all over the United States and Canada. From various comments made in person and also frequently by mail, many were deeply impressed and moved by the majesty and beauty of Catholic traditionalism at its finest. In one of its noblest ceremonies, that of an ordination to the priesthood, what a feast for the eyes! What an uplift for the soul! What a hope for the future!

The Society’s Superior General, Fr. Franz Schmidberger, and the Society’s newest District Superior, Fr. François Laisney (pronounced Lay-nay), were also present as deacon and subdeacon of the ordination Mass, flanking the Archbishop. Immediately after the ceremony, both of them left for Michigan where I wish many of our people could have visited our church, St. Joseph’s Shrine in Armada. They would have been marvelously edified by the sight of over a dozen priests, mostly, but not all, from the Society, making a silent retreat for several days under Fr. Schmidberger. They came from all over the United States and Canada, united humbly in prayer to seek God and to pursue in common the arduous work of saving souls. What a hope for the future! Those priests are not fighting by themselves. Moreover, they have a father in the priesthood, a faithful and courageous bishop of the Roman Catholic Church! Archbishop Lefebvre visited them in the middle of their retreat after giving confirmation at a non-Society chapel in Pittsburgh, and he was able to talk at length to each of them who wished to see him. It makes an attractive and uniquely Catholic picture: the bishop amidst his priests, the priests around their bishop.

From there, the Archbishop went on to Minnesota where he administered confirmation to nearly 80 souls. Here, although he gave a sobering picture of the dark situation in Rome, the people were obviously uplifted and tremendously encouraged by his visit. His Grace then went on to St. Mary’s, Kansas, were he spent three happy days administering confirmation, talking to various laymen who are helping Fr. de la Tour to run his major educational establishment, and holding a Pontifical High Mass on Saturday morning. A full picture-story is in this month’s issue of The Angelus. He returned to New York for two more days before going back to Europe. Before leaving, the Archbishop said that he was very happy with the spirit of the Society such as he now found it flourishing at the seminary, at St. Mary’s, and in the various centers of the Society which he visited.

Fr. Schmidberger, who arrived in the United States on May 10, is spending over a month here until June 11, making a long and exhausting tour all around the United States, so as to make himself directly familiar with many of the Society’s endeavors, the better to build upon firm foundations for the future work of the Society in this country. For half of his tour, he is being accompanied by the new superior in America, Fr. Laisney, whose youth, energy and intelligence promise to make him a great acquisition for taking the Society’s work in the United States a major step forward. From the middle of June onwards, he is likely to settle (at least provisionally) in Dickinson, Texas, which becomes temporary headquarters for the whole Society in the United States.

Last – and most important – Fr. Schmidberger is anxiously making plans to stablish a cloister for praying and sacrificing nuns in the United States, with the help of Mother Marie-Christiane, presently head of three Carmels which are flourishing in Europe, attached to the Society of St. Pius X. He has been eager for her to come to the United States to inspect two possible locations for a fourth Carmel!

Mother Marie-Christiane, a natural sister of Archbishop Lefebvre and Carmelite nun herself for 56 years, has for the last year and half been wishing for a foundation in the United States. Fr. Schmidberger’s direct experience of the urgent need for holy prayer to draw down God’s grace in the United States has prompted him to expedite her longstanding aspiration. Let us pray it come to fruition!

All this work of building and rebuilding by the Society constitutes a resistance to the devil which he could not leave in peace. His reaction was not slow in coming!

On Sunday night, May 20, when the Archbishop arrived back at the seminary at a late hour from Kansas, somewhat tired and travel-weary, no sooner had he stepped out of the can than he was served with a civil court summons in a suit to evict the Society from the seminary property here in Connecticut, a suit filed by Fathers Cekada, Dolan, Jenkins, Kelly and Sanborn. Those standing by noticed and will not easily forget the look of pain on the face of the Archbishop, who it must be remembered was their Father in the priesthood. Now according to the old Code of Canon Law, anyone citing a Catholic bishop before a civil judge incurs automatic excommunication (canon 1341). Hence, according to the only Code of Canon Law which they themselves recognize, these five priests are excommunicated!

Then a few days later, an event which should have taken by surprise no Catholic familiar with the Gospel story of the betrayal of Our Lord, but which has nevertheless caused deep shock and heartache and scandal to countless Catholics: of the four newly ordained priests who had freely requested and received ordination within the Society of St. Pius X at the hands of its founder, Archbishop Lefebvre, after freely taking on the evening before with their hand on the Gospels a solemn oath of fidelity to their superiors, two of the four, on the stormy afternoon of May 23, amidst flashes of lightning and torrents of rain, walked out of the seminary and went to join the nine priests who defected last year, and two days later a third, already absent, announced that he was doing the same. And it was night.

A few facts will highlight the nature of this deed. Firstly, we now know that very soon after the defection of the Nine one year ago, these three actually told someone that they intended to lie low in order to get the priesthood. Certainly, over the course of one whole year their words and actions in the seminary were of a nature to persuade everyone, priests, seminarians and even visitors from outside, that they would be loyal to the Society. Did they for one whole year live a lie?

Secondly, on the very eve of their ordination, in accordance with the traditional requirements of Mother Church, all three took a solemn Oath of Fidelity at the altar of God, with their hand touching the Gospels before the Blessed Sacrament in the opened tabernacle, swearing amongst other things that they would respectfully obey their superiors in the Society of St. Pius X. The complete text of this oath and the signatures of all three are enclosed with this letter.

The alterations made to the text by one of them suggest he was not at ease, and indeed to swear such an oath at all each of them must have found, or been given, a way of justifying or rationalizing to himself and to others what he did. However, if before God they here committed perjury, then their receiving of holy orders in such a state will have been, thirdly, a grave sacrilege.

Fourthly, towards the end of the traditional ordination ceremony, each of the three placed his hands between the hands of the Archbishop, for the Archbishop to ask him in Latin, “Do you promise to me and my successors reverence and obedience?” Each of the three answered distinctly, “Promittomeaning “I promise”.

Fifthly, the at least apparent breaking, within ten days, of these solemn oaths and promises, taken together with all the other circumstances of this latest defection, has caused and will continue to cause a terrible scandal to Catholics, not only to those attached to Tradition who supported and assisted these three because they trusted them to follow Archbishop Lefebvre in defense of the Faith, but also to countless others not yet attached to Tradition who will wrongly but understandably say that if Tradition fosters such disloyalty, then they want none of it.

By way of comment upon these facts, let three quotations for the moment suffice. On May 27 of this year, Fr. Sanborn said from the pulpit in Traverse City, Michigan, “I am very pleased to announce three of the four priests who were ordained by Archbishop Lefebvre on May 13th have decided to come with us. This makes me very happy because I trained them, and so not all the fruits of my labor as rector of the seminary were lost.” (Does Fr. Sanborn realize what fruits he is laying claim to?)

On April 28 of last year, just after the split between the Society and the Nine, Archbishop Lefebvre said at the seminary to all the seminarians, including the three who have just defected:

I hope you will make the good choice. But you must choose. If you agree with the position and attitude and orientation of Fr. Kelly, then follow Fr. Kelly. If you think Mgr. Lefebvre is right, then follow the attitude of Monseigneur and the Fraternity. But you must be clear… honest. Do not say: I will be silent until after my ordination. That is wrong! God knows that! That is a lie before God… not before me. I am nothing. But before God! You cannot do that! That is precisely what Fr. Dolan said, i.e.“I knew how to keep quiet until my ordination”. I cannot understand him doing that! A future priest doing that??

And on May 30 of this year, one of the three latest defectors, when reproached by a lady that such a blow as these actions of their might have killed the Archbishop, replied, “Oh, he’s 78 years old anyway. Mark you, I’m grateful to him, because without him I wouldn’t be a priest.”

People might ask how such a thing could happen inside a seminary, and whether the same will not happen again. The answer is that Jesus saw to the very depths of the human heart (John 6:65, 71), but still chose to allow an Apostle to be unfaithful. As for Jesus’ priests, we can only see into human hearts, in the words of the ordination rite itself, “as far as human frailty allows us to know.” Also there comes a point of mistrust at which the service of God seizes up and a Catholic seminary can no longer operate, because charity “believes all things and hope all things” (I Cor. 13:7). However we are keeping our eyes open, and one seminarian has already been asked to leave since the defection, who under questioning clearly shared the defectors’ way of think.

To fortify your Faith, the seminary and St. Joseph’s Shrine are again this summer offering several courses of St. Ignatius’ great Spiritual Exercises. Make use of this unique opportunity to strengthen your spiritual life, which is more important than anything else. For our part, with the help of God, neither the Society nor the seminary will be shaken off course, but despite these trials or even because of them, both Society and seminary will thrive as God wills. Our next project is the opening of another mission on Long Island, where many Catholics are in distress.

May God’s most Holy and Unsearchable Will be always adored, and may His Blessed Mother, Virgin most Faithful, ever obtain for us in these faithless times the graces of fidelity and loyalty!
 
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário.
 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DXCVIII (598) (29 de dezembro de 2018)

 

 
Que alma pode evitar o inferno quando passa a doutrina a rechaçar?

Mas seu feitiço o mundo, a carne e o demônio puseram-se a lançar...

Os caminhos de Deus raramente são caminhos fáceis. Segue um e-mail de um leitor destes “Comentários” que se aprofunda em um ponto levantado frequentemente aqui, mas que não pode ser levantado com muita frequência, porque está no cerne do problema, e representa um perigo para a Fraternidade Sacerdotal São Pio X desde 2012, e que pode consumar-se em um futuro previsível: a degradação da doutrina. Eis o que ele escreve, abreviado e editado como ocorre de costume nestes “Comentários”:

Quando eu penso no giro que vai da doutrina antes da prática para a prática antes da doutrina, dado pela Fraternidade em 2012, que terminou em um acordo secreto com coisas não ditas, mas não menos acordadas, eu acredito que a sede da FSSPX tem-se comportado como os comunistas cuja tática era, na França do pós-guerra, dizer aos católicos: vejam, vocês querem, como nós, ajudar a classe trabalhadora, mas vocês têm a fé, enquanto nós somos ateus. Deixemos de lado as questões de doutrina. Vocês deixam-nos manter nossa ideologia marxista, e não lhes pediremos que abandonem sua fé. Ajamos juntos para aliviar a miséria dos trabalhadores e devolver um pouco de esperança às vítimas da sociedade moderna. E por esse meio, o grande número de sacerdotes obreiros que consentiu em viver como operário de fábrica tornou-se marxista. O motivo foi, como Santo Agostinho disse, que se eu não ajo como penso, acabarei pensando como ajo. Pio XII proibiu que o experimento do sacerdote operário continuasse, mas somente depois que muitos sacerdotes perderam-se em relação ao sacerdócio. E o futuro Paulo VI em Roma e o Arcebispo de Paris rivalizaram entre si para minar essa decisão de Pio XII, porque então eles já acreditavam mais na ação do que na doutrina.

Assim, a Fraternidade em 2012 mudou da doutrina para a ação, e não deixou de produzir frutos amargos. Quando se ouve as pessoas comentarem que Roma não está mais exigindo que a Fraternidade renuncie a nada, isto é pura insensatez. Bento XVI viu claramente o que estava em jogo quando explicou aos modernistas preocupados com a reconciliação entre Roma e a Fraternidade que um acordo prático mudaria tanto o ambiente a ponto de pôr fim às críticas da Fraternidade a Roma sem que fosse necessária mais nenhuma intervenção especial da parte de Roma. O exemplo das congregações tradicionais que desde 1970 fizeram acordos com Roma o demonstra.

O ensinamento dos papas, a voz da razão, a própria experiência, todos poderiam ter sido em vão. E todos esses sacerdotes e leigos formados na Tradição Católica têm agora o mais terrível prejuízo de todos: a mentalidade de alguém que sabe, mas que acha melhor relativizar ou deixar de lado o que sabe.

O que importa agora não é esperar para ver o que Roma vai ou não fazer para deter a Tradição. O verdadeiro inimigo não está fora da Fraternidade. O que importa é entender que, com relação a Roma, ao pretender dela uma normalização, ou reconhecimento, ou regularização (chamem do que quiserem!), a Fraternidade está de fato aceitando os romanos em seu presente estado miserável, e assim comprometendo sua própria integridade. Esse comportamento demonstra que a Fraternidade engoliu o veneno modernista, que, assim como um câncer, está se espalhando dentro ela sem cessar.

Queridos Sacerdotes da Fraternidade, esta excelente análise adverte-os do seu próprio perigo presente e real. O verdadeiro inimigo da Fraternidade não está somente dentro. Está dentro de seus líderes. É a ilusão santarrona de que o contato com os criminosos ou os modernistas iludidos que governam a Igreja em Roma não só não é perigoso, como é positivamente vantajoso para a Igreja Universal. No entanto, se algum desses modernistas encarregados da Igreja de Deus está genuinamente iludido, os senhores podem pensar que Deus não está oferecendo a ele todas as graças necessárias para ver seus frutos como eles são, isto é, a destruição radical de Sua Igreja? Nesse caso, quantos deles podem estar genuinamente iludidos? Nesse caso, que assuntos os líderes dos senhores têm de mesclar e planificar com eles? Deus disse a Ló para sair de Sodoma, e não para que olhasse para trás! Os senhores devem, por sua própria salvação e a de seu rebanho, tomar todas as medidas necessárias para se isolarem da máfia que há não apenas em Roma, mas também em Menzingen, salvo se os rumos mudarem! Que Deus esteja convosco.
Kyrie eleison.
 


 Viva Cristo Rei e Maria Rainha.

Rezem todos os dias o Santo Rosário

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

domingo, 6 de janeiro de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DXCVII (597) (22 de dezembro de 2018)


  Deve-se manter em cada coração um lugar, 
Do qual alegria a ceia de Natal está sempre a propagar.

Eis um relato precioso de como o Natal pode ter protegido o Imaculado Coração de Maria de ser vencido por sua participação íntima na Paixão de seu divino Filho: “A bem-aventurança do êxtase natalino veio sobre mim como a essência de uma flor encerrada no vaso vivo do meu coração para toda vida. Uma alegria indescritível. Humana e sobre-humana. Perfeita.

“Quando meu coração era perfurado todas as noites da vida de meu Filho com a dolorosa lembrança: 'Um dia a menos de espera, um dia mais perto do Calvário', e quando minha alma estava sendo imersa em dor como se uma onda de tortura a tivesse varrido, uma onda antecipada da maré de tormento que me dominou no Gólgota, eu inclinava meu espírito sobre a memória da bem-aventurança da Noite Santa que permanecera viva em meu coração, assim como se inclina sobre um estreito desfiladeiro de montanha para ouvir o eco de uma canção de amor ou para ver à distância a casa de sua alegria. 

 “Essa foi a minha força ao longo da vida, especialmente na hora da minha morte mística ao pé da cruz. Deus estava punindo nós dois, eu e meu Filho gentil, pelos pecados de todo um mundo, mas a fim de não dizer a Ele que o castigo era terrível demais e que a mão de Sua Justiça estava sendo colocada pesadamente sobre nós, fui obrigada, através do véu das lágrimas mais amargas já choradas por uma mulher, a fixar meu coração naquela Noite Santa, naquela lembrança luminosa, de bem-aventurança, de santidade, que se alçava diante de mim sobre o Gólgota, como uma visão consoladora de dentro de meu coração para dizer-me o quanto Deus me amou – a visão veio para mim ali sozinha, sem esperar que eu a buscasse, porque era uma alegria sagrada, e tudo que é santo é infundido com amor, e o amor dá a vida mesmo a coisas aparentemente sem vida.
“Eis o que precisamos fazer quando Deus golpear:
* Recordar os momentos em que Deus nos deu alegria, para que possamos dizer até mesmo em meio ao tormento: “Obrigado, Deus. O Senhor é bom para mim.
* Aceitar ser consolado recordando um presente do passado, para fortalecer-nos em momentos de sofrimento presente, quando somos esmagados ao ponto de desespero, como plantas sendo esmagadas em uma tempestade, para que não nos desesperemos com a bondade de Deus.

 * Assegurar que nossas alegrias sejam de Deus; em outras palavras, não apenas alegrias humanas fruto de nossa própria escolha e muito facilmente não da de Deus, como é tudo o que fazemos que esteja desconectado de Deus, de Sua Lei e de Sua Vontade divinas. Precisamos buscar alegria somente em Deus.
* Manter em mente a Lei e a Vontade de Deus inclusive para as alegrias do passado, porque uma lembrança que nos estimula a fazer o bem e bendizer a Deus não é condenável; mas antes aconselhado e bendito.
* Fazer brilhar a luz da alegria passada em meio às trevas atuais para tornar estas tão luminosas que, mesmo na noite mais escura, possamos ver a santa Face de Deus. 
* Adoçar um cálice amargo com uma recordação saborosa, de modo a ser capaz de suportar o gosto horrível e de beber o cálice até a última gota.
* Sentir pela preciosa lembrança que valorizamos no coração, a sensação do carinho de Deus, mesmo enquanto os espinhos pressionam nossa fronte.

“Aí estão as sete fontes de felicidade opostas às sete espadas, tal como trespassaram meu Imaculado Coração. Elas compõem a minha lição de Natal para você e, com você, eu faço delas um presente para todos os meus filhos prediletos. Eu abençoo-os a todos.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário