quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DLXXVIII (578) (11 de agosto de 2018):

 
 
Deus poderá trazer ao porto a Igreja ou a Fraternidade,
Mas não o fará enquanto os homens rejeitarem Sua
bondade.
Quando a Verdade católica e a Autoridade católica
se separam, como no Vaticano II, não pode ter sido a verdade que se moveu, uma
vez que a doutrina católica não muda. Só a Autoridade é que pode ter-se movido,
e, portanto, só as autoridades da Igreja podem ser as culpadas pela separação.
Essa é mais uma razão para que se dê muito valor às autoridades que não traíram
a Verdade, como o Arcebispo Lefebvre e sua Fraternidade Sacerdotal São Pio X. É
mais uma razão para dar pelo menos mais uma olhada no que aconteceu com esta em
seu recente Capítulo Geral – terá a Fraternidade realmente voltado à trilha do
Arcebispo que ela deixou em 2012, ou a ela se aplica o provérbio francês:
“Quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as
mesmas”?
No início do Capítulo, três novos homens foram
eleitos para formar o triunvirato (corpo de três homens) que dirige a
Fraternidade, e muitos bons sacerdotes da Fraternidade respiraram aliviados e
aproveitaram uns poucos dias de verdadeira esperança para o futuro. Mas então,
no final do Capítulo, foram eleitos para o Conselho Geral da Fraternidade, onde
as decisões mais importantes são tomadas, o Superior Geral anterior junto com
seu predecessor como tal. Isto se deu pela criação de uma novidade na
Fraternidade, um novo posto de “Conselheiro”. E o coração desses bons sacerdotes
deve ter-se afundado no peito. Que esperança poderia haver agora para uma
mudança no curso desastroso da Fraternidade, da Verdade fiel para as autoridades
infiéis, quando os dois principais arquitetos deste curso foram restabelecidos
no Conselho Geral da Fraternidade?
Pelo menos um dos participantes do Capítulo teve a
garantia de que os dois “conselheiros” não viverão na sede da Fraternidade em
Menzingen, na Suíça; que eles só estarão aconselhando sobre questões
relacionadas à criação ou ao fechamento de casas da Fraternidade e à admissão ou
à expulsão de membros dela; que a criação dos “conselheiros” foi um movimento
inteligente do Capítulo porque ajudará a curar as divisões na Fraternidade.
Alguém se sente aliviado? Menzingen deve recuperar a confiança que sua política
ambígua foi perdendo durante vinte anos. Aqui está um comentarista entre muitos
que não confiam nas recentes palavras suavizadoras dos dirigentes da
Fraternidade:
Na realidade, a eleição – estabelecida de antemão – do Pe. Pagliarani como novo
Superior Geral disfarça a política também estabelecida de antemão de confirmação
do
statu quo quanto à direção futura da Fraternidade. Desavergonhadamente foram colocados ao
lado do Novo Superior mais dois assistentes, dificilmente destacáveis por sua
resistência à Roma modernista. Além disso, o Capítulo teve a ousadia de inventar
a função de dois “Conselheiros”, desconhecida nos Estatutos da Fraternidade, e
de “eleger” para o cargo os dois personagens mais favoráveis ​​a um acordo com
Roma que a Fraternidade já teve: o Pe. Schmidberger, conhecido por sua amizade
com o cardeal Ratzinger; e o Bispo Fellay, conhecido por seus “novos amigos” em
Roma e por sua dedicação em liquidar a Fraternidade para ser entregue de mãos e
pés atados aos apóstatas romanos.
O quadro que emerge não é necessariamente o da
rendição incondicional, mas que se vislumbra uma nova maneira de aproximar-se de
Roma, com um pouco mais de cautela e um pouco mais de diplomacia para com os
sacerdotes e fieis da Fraternidade. No entanto, dado que Deus tanto vê como
prevê, e que enquanto o homem propõe, é Deus quem dispõe, então outra
possibilidade é que Nosso Senhor intervenha e infunda no relativamente jovem Pe.
Pagliarani os Dons de Conselho, de Fortaleza e de Temor de Deus que ele
precisará para endireitar o curso do bote salva-vidas da Fraternidade e trazê-lo
com segurança para o porto. Que se faça a vontade de Deus!
Para ser justo, o Capítulo conseguiu mudar o
Superior Geral, que era a coisa mais importante que tinha de fazer. O Bispo
Fellay e o Pe. Schmidberger como “conselheiros” podem continuar conspirando com
os romanos para que o que resta da Fraternidade do Arcebispo se ponha sob o
calcanhar da Roma conciliar, mas o poder supremo na Fraternidade agora pertence
ao Pe. Pagliarani. Ele fará bom uso disso? Só Deus o sabe. “A caridade... tudo
crê, tudo espera” (I Cor. 13, 7). Devemos orar por ele.
 
Kyrie eleison.
             Viva Cristo Rei e Maria Rainha.                   
Rezem todos os dias o Santo Rosário