A elevada significação do casamento é por mais olvidada em nossos dias. Grande número dos casamentos modernos são apenas fruto da irreflexão e fascinação.
Este desprezo do casamento
constitui a causa precípua do mal que enferma o nosso século. Oxalá
consiga a nossa juventude ter de novo em lato apreço o matrimônio, na
sublime significação, e possam principalmente, as que foram chamadas por
Deus a esse estado, abraçá-lo depois de uma boa preparação e com os melhores propósitos.
1 – O casamento tem alta significação para a moça que o contrai.
A sua felicidade futura não
depende deste passo? Ofereça ela (donzela cristã) a sua mão a um jovem
bom e digno, que lhe convenha; dedique-lhe amor fiel para fusão das suas
vidas; viva com ele em paz e harmonia. E não se dirá então que ela é
realmente feliz?
Em tal casamento, cada um dulcifica a vida do outro; auxiliam-se e sustentam-se mutuamente; a alegria duplica-se e eleva-se pela correspondência; carrega-se a cruz mais facilmente, e as amarguras da vida perdem a sua aspereza e seus espinhos.
Em tal casamento, cada um dulcifica a vida do outro; auxiliam-se e sustentam-se mutuamente; a alegria duplica-se e eleva-se pela correspondência; carrega-se a cruz mais facilmente, e as amarguras da vida perdem a sua aspereza e seus espinhos.
E quanto não lucra, às
vezes, uma mulher em beleza de caráter, em nobreza de sentimentos, em
fineza de fé e religiosidade, mercê da convivência de longos anos com um
marido virtuoso e excelente? Portanto, para uma moça, que não
foi chamada por Deus ao santo estado religioso, é uma grande graça e
alta felicidade, unir-se em matrimônio com um jovem excelente.
Pelo contrário, se o casamento, não conseguir a fusão completa do corpo e do espírito já não proporcionará felicidade à mulher. Ainda que a casa onde reside seja um palácio suntuoso; embora seja distinta e influente a posição que ela ocupa na sociedade, não se sentirá, deveras, feliz e contente; a despeito do brilho da sua situação externa, a vida lhe será um fardo opressivo.
Pelo contrário, se o casamento, não conseguir a fusão completa do corpo e do espírito já não proporcionará felicidade à mulher. Ainda que a casa onde reside seja um palácio suntuoso; embora seja distinta e influente a posição que ela ocupa na sociedade, não se sentirá, deveras, feliz e contente; a despeito do brilho da sua situação externa, a vida lhe será um fardo opressivo.
E não ensina tantas vezes a
experiência que a fé e a virtude da mulher facilmente sofrem grande
abalo num casamento infeliz, e que, portanto, há fundadas razões de se
recear pela salvação de sua alma?
Mas não é só para os cônjuges em particular que tem o casamento uma alta significação; sua importância estende-se muito além. O casamento exerce incalculável influxo sobre todas as demais relações humanas. É uma instituição, em cuja força se apóiam todas as outras confederações, sociedades e organizações.
Mas não é só para os cônjuges em particular que tem o casamento uma alta significação; sua importância estende-se muito além. O casamento exerce incalculável influxo sobre todas as demais relações humanas. É uma instituição, em cuja força se apóiam todas as outras confederações, sociedades e organizações.
Não excetuo nem o próprio
sacerdócio católico, ao qual a nossa santa Igreja muito sabiamente e por
motivos poderosos proíbe o matrimônio, pois não será o Sacerdócio o sal
preservativo e eficaz, nem a luz da terra que difunde a vida, se não
prezar a castidade virginal.
Se o casamento cristão
for bom e feliz a sociedade também levantará seu nível moral, pois o
casamento, a família, constitui a base da vida social.
Um rio deslizará sereno e límpido pela planície, se as fortes e os afluentes lhe levarem água tranqüila e clara. Se
a criança encontrar no santuário da família exemplos edificantes e
receber uma educação cristã, desenvolver-se-á nela o sentimento para o
bem e para o nobre; ela aprenderá a repelir tudo que for mau, imoral e
vulgar; levará, consigo, este bom espírito para a vida, e guiada por ele
procurará cumprir conscientemente os seus deveres em qualquer situação
que se encontre.
Assim também os bons casamentos e as boas famílias serão o sustentáculo e o apoio da ordem moral e social.
Se,
pelo contrário, os casamentos e as famílias forem anticristãos, será
isto indizível mal para a sociedade, para o estado e para a Igreja.
Pouco afeta à sociedade que a desdita e a perdição lhe venha de fora, pois ela traz, em si mesma, no seu próprio seio, o pior inimigo, o mais venenoso germe da perdição, que a reduz ao extremo: no casamento profanado e na família sem Deus.
A história dos povos e nações o tem testemunhado, mais de uma vez. Como poderia ser de outro modo? Como pode deixar o rio de ser lodoso e turvo, de ultrapassar com devastadora violência as suas margens, se as nascentes são turvas e só lhe fornecem águas turvas e impetuosas? Sim, o matrimônio e a família têm uma importância que não poderá suficientemente apreciar.
Pouco afeta à sociedade que a desdita e a perdição lhe venha de fora, pois ela traz, em si mesma, no seu próprio seio, o pior inimigo, o mais venenoso germe da perdição, que a reduz ao extremo: no casamento profanado e na família sem Deus.
A história dos povos e nações o tem testemunhado, mais de uma vez. Como poderia ser de outro modo? Como pode deixar o rio de ser lodoso e turvo, de ultrapassar com devastadora violência as suas margens, se as nascentes são turvas e só lhe fornecem águas turvas e impetuosas? Sim, o matrimônio e a família têm uma importância que não poderá suficientemente apreciar.
Surge, pois para a moça que
tenciona casar a importante pergunta: o que há de observar, a fim de
contrair um matrimônio bom e feliz?
2 – Princípios fundamentais que deve ter em conta a moça que deseja contrair núpcias.
Antes de tudo, cumpre examinar se realmente foste chamada para tal estado, se estás em condição de cuidar de uma família e faze-la feliz. Se não tens saúde, ou se teu noivo goza de saúde tão precária, que possas prever uma viuvez precoce, é sinal evidente que não deves contrair núpcias... Atendendo-se ás circunstâncias da morte de um dos pais, tendo ainda irmãos menores para educar torna-se até dever para a moça protelar o casamento, porque neste caso não poderia ela abandonar sua família deixando-a na miséria.
Se, todavia, depois de acurado
exame, pensas que deves abraçar o estado matrimonial, sê antes de tudo
prudente na escolha da pessoa com quem pretendes casar. Não te
induza, exclusivamente, a riqueza ou qualidades corporais. Podem tais
cálculos interessar-te algum tanto, mas não sejam razões decisivas para
ti. Analisa as qualidades de espírito do teu pretendente, antes da
escolha definitiva.
Não ofereças tua mão a um jovem, que não sabe honrar a seus pais, e os trata mal; podes persuardir-te que ele, ao depois, fará o mesmo ou talvez pior ainda contigo...
Não ofereças tampouco a mão a um indivíduo grosseiro,
arrebatado e incivil, que em qualquer ocorrência se deixa dominar pela
cólera. Apenas houverem passado as primeiras semanas do teu casamento,
terás que derramar lágrimas amargas porque deverás suportar diariamente o
seu temperamento forte e impetuoso.
Não contraias matrimônio com quem é amigo da taberna
e tem o vício da embriagues. Não tardarás muito a sofrer aflições sobre
aflições, e por fim te acharás com toda a família em estado de
necessidade e miséria, de tal modo que deverás viver na indigência com
teus filhos, e padecer fome, enquanto o teu leviano marido, num absoluto
desprezo dos seus deveres, sacrificará à sua paixão o dinheiro que
ganhar.
Não suponhas, agora, que mais
tarde farás dele um homem bom e morigerado. Milhares e milhares assim
pensaram no período do noivado, mas viram, dentro em breve quão grande
fora o seu engano. Ao invés, da felicidade que esperavam, só tiveram
depois cruz e desgraça.
Cuida também que o homem com quem desejas contrair matrimônio, pertença a uma boa família cristã.
Os pais comunicam ao filho seu caráter, transmitem-lhe determinada
inclinação moral, à guisa da herança para a vida. É, portanto, grande
felicidade descender de uma família virtuosa, deveras cristã, ao passo
que é grande desdita ter nascido de uma família sem moral e sem
religião...
Além disso, atenta em que o jovem com quem pretendes unir-te por toda a vida, professe praticamente o catolicismo. Mais
tarde, com o volver dos anos, a religião o enobrecerá cada vez mais,
lhe dará força e vigor para cumprir com fidelidade os seus deveres para
contigo, para com a família e para com seus filhos. Nos dias sombrios como nos dias radiantes, na desgraça como na felicidade, estará ao teu lado como fiel esposo.
Se, teu noivo não tiver religião, for um cético, atacar a desprezar os dogmas e a doutrina da Igreja, tomar atitude de ateu, não poderá de forma alguma tornar-se, um marido fiel e pai amoroso.
Quem não é fiel ao seu Deus que está no Céu, dificilmente o será ao
próximo, na terra. Quantas vezes não profana um homem desses o sagrado
juramento de fidelidade que, num momento solene fez à sua esposa.
Friamente, poderá causar-lhe as mais amargas tristezas.
Não contraias casamento misto!
... As relações familiares
também exigem, como é natural, entre casados, união de pontos de vistas e
correspondência na prática da religião. Se assim não for, haverá entre
os cônjuges uma tal ou qual disparidade, que não permitirá se estabeleça
entre eles verdadeira harmonia interna e felicidade completa.
Uma distinta dama, que também se
unira em casamento misto, mas que levava uma vida piedosa, disse certa
vez a um sacerdote católico: “Ah! Quanta razão tem a Igreja de
proibir os casamentos mistos, e como seria para desejar que ninguém, os
contraísse, pois, ainda os melhores, não valem nada. Externamente
considerado, o meu casamento pode incluir-se entre os mais felizes deste
mundo, mas o pensar que o meu esposo, quanto à religião, segue assunto
sobremodo importante não nos compreendemos, é o verme que causa à morte de minha felicidade, cujas picadas sinto todos os dias...”.
... Acautela-te, pois,
jovem cristã, e de modo nenhum consistas num casamento misto, cujas
conseqüências serão por via de regra muito más e muito tristes.
Se
acertaste numa boa escolha, cuida antes do mais que tuas relações com o
noivo, durante o noivado sejam puras, honestas, castas e virtuosas. Não
consistas jamais em liberdade indecorosas. A fim de prevenir-te neste
particular, contra todo o perigo, evita qualquer encontro a sós, inútil e
prolongado, com o teu noivo.
Um noivado casto e digno assegurar-te-á as bênçãos de Deus para um casamento feliz.
Quando chegar a hora, do passo decisivo, toma ainda mais a sério o que se relaciona com tua vida religiosa. Aproxima-te
mais amiúde dos Santos Sacramentos, reza mais vezes e com mais fervor
do que antes, e recomenda também freqüentemente, na Santa Missa, ao
amoroso Salvador, os teus interesses.
Poderia aconselhar-te a
fazeres de quando em quando alguma obra de misericórdia cristã, a fim de
granjeares por este meio a benção de Deus sobre a tua futura vida
conjugal. Algumas semanas antes do casamento, faze uma boa confissão
geral e no dia das núpcias, recebe com grande piedade a sagrada
Comunhão.
Se seguires estes conselhos,
poderás esperar que também o Divino Salvador tomará parte em teu
casamento, para abençoar a ti e ao teu esposo.