Santa Juliana nasceu em Florença no ano de 1270. Era filha única do já idoso
casal Caríssimo e Ricordata, da riquíssima disnatia dos Falconieri. De
grande tradição na aristocracia, bem como no clero, a família contribuiu
ao longo do tempo com muitos santos venerados nos altares da Igreja.
Ela era sobrinha de santo Aleixo Falconieri, um dos sete fundadores da
Ordem dos Servos de Maria, e como ele também trilhou o caminho para a
santidade.
Ainda criança, vivia com o coração dedicado às virtudes, longe das
ambições terrenas e das vaidades. Junto com algumas amigas, em vez das
brincadeiras típicas da idade, preferia cantar e rezar para o Menino
Jesus e a Virgem Maria.
Aos
quinze anos de idade, fez voto de castidade, ingressando na Ordem das
Servitas, sob a orientação de Filipe Benício, hoje santo. Foi seguida
por suas amigas aristocratas e, com o apoio de religiosas, passaram a
visitar hospitais e a desenvolver dezenas de obras de caridade e
assistenciais. Essas jovens se organizaram de tal forma que logo optaram
por ter sua própria instituição. Com inspiração em regras escritas por
Juliana, fundaram a Congregação das Servas de Maria, também chamadas de
"Mantellate", numa referência ao hábito que vestem. Ordem que obteve a
aprovação canônica em 1304.
A dedicação de Santa Juliana foi tão radical ao trabalho junto aos
pobres e doente, às orações contemplativas e às severas penitências que
acabou por adoecer. Mesmo assim, continuou dormindo no chão e fazendo os
jejuns nas quartas e sextas-feiras tomava por alimento apenas a santa
comunhão. Jejuava ainda no sábado, a pão e água, em honra da Virgem
Santa, em cujas sete dores meditava. Empregava as sextas-feiras na
meditação da paixão do Salvador. Para se tornar semelhante a ele,
macerava a carne até o sangue, com rudes disciplinas. Muitas vezes foi
arrebatada em êxtases, pelo veemente desejo de ser crucificada com Jesus
sofredor. À sua morte encontraram-lhe uma cintura de ferro sobre os
rins e tão fundo tinha penetrado na carne, que não puderam retirá-la sem
lesar o corpo; isso faz crer que ela a carregasse desde a juventude que
se tinha proposto. Os problemas estomacais surgiram, passaram a ser
freqüentes e depois se tornaram crônicos, padecendo de fortes dores.
Mesmo assim não diminuiu as penitências, nem mesmo o trabalho com seus
pobres e doentes abandonados. Aos setenta anos, o problema gástrico era
tão grave que não conseguia manter nenhum alimento no estômago. Nem
mesmo a hóstia.
No dia 10 de junho de 1341, poucos momentos antes de morrer,
Juliana pediu ao sacerdote que colocasse uma hóstia sobre seu peito e,
pronunciando as palavras: "Meu doce Jesus", o Salvador dignou-se fazer
um prodígio para unir-se à esposa: a santa hóstia, colocada sobre o seu
coração, desapareceu subitamente em seguida ingressou no Reino de Deus
no dia 19 de Junho de 1340.
Ao
prepararem o corpo para ser sepultado, as irmãs constataram no seu
peito uma mancha roxa, como se fosse uma hóstia impressa na sua carne,
tendo no centro a imagem de Jesus crucificado. Em memória desse milagre,
as irmãs "Mantellate" trazem sobre o lado esquerdo do escapulário a
imagem de uma hóstia. A verdade de diversos milagres, operados por sua
intercessão, foram juridicamente aprovados, e Bento XIII beatificou-a em
1729 e Clemente XII terminou o processo de canonização.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário