terça-feira, 25 de outubro de 2016

Comentários Eleison - por Dom Williamson CDLXXXIV (484) - (22 de outubro de 2016):

 
 
RAÇÕES DE COMBATE


Quando instituições católicas estão a desmoronar,       
Os sacerdotes devem ajudar os lares aos golpes amparar.
            Em assuntos militares é normal que generais e soldados tenham do mesmo modo em mente mais da última Guerra do que da que eles estão agora lutando. Quem imaginou que haveria uma guerra de trincheiras antes da Primeira Guerra Mundial? E no entanto, na Segunda Guerra Mundial o desenvolvimento de tanques que ocorreu entre as guerras tornou as trincheiras obsoletas. Nos assuntos religiosos dá-se o mesmo. O século XXI não é mais o século XX. Agem decerto imprudentemente os católicos resistentes que desde 2012 estão esperando por algo como o estabelecimento e a expansão da Fraternidade Sacerdotal São Pio X do século passado. Por exemplo, de dois resistentes admiráveis de hoje vêm um lamento de ordem geral e outro de ordem particular, nenhum, talvez, plenamente sábio…
            O lamento de ordem geral é que a “Resistência” está desmoronando ao invés de fazer progressos. Estes “Comentários” frequentemente colocam a palavra “Resistência” entre aspas precisamente para sugerir que a resistência católica à consciliarização da FSSPX não é ainda algum tipo de organização, mas um movimento vago com um objetivo preciso, que é salvar a Fé católica; porém, ainda com pouca estrutura que a ajude a fazê-lo. Contudo, que os resistentes tenham ânimo, porque enquanto o homem propõe, Deus dispõe, de modo que o que pode parecer um fracasso humano pode não ser um fracasso da perspectiva do Deus Todo-Poderoso.
            Assim, na década de setenta Dom Lefebvre propôs reunir uma meia dúzia de bispos católicos a fim de erguer um obstáculo real no caminho dos conciliaristas que então destruíam a Igreja, mas Deus dispôs diferentemente. Nesse seu propósito o Arcebispo fracassaria, mas ao intentá-lo ele teve êxito em construir uma tesouraria mundial para manter seguros os tesouros da doutrina da Igreja, a Missa e o sacerdócio até que venham tempos melhores. De modo semelhante, há agora resistentes propondo construir um substituto para a ameaçada FSSPX, e a aparente fraqueza desta (ao menos até agora) pode sugerir que tal substituição em larga escala não esteja nos planos ou disposições do Deus Todo-Poderoso. Contudo, ao intentá-la, os resistentes estão assegurando (ao menos por hora) a sobrevivência da Fé católica, que é certamente uma disposição da Providência.
            O lamento de ordem particular é que se ao menos a “Resistência” tivesse escolas, muitos pais da FSSPX engrossariam as fileiras da “Resistência”, já que agora não podem fazê-lo porque seus filhos seriam imediatamente expulsos das escolas da FSSPX para as quais não há atualmente alternative decente. Mas, novamente, nós estamos lutando pela Fé no século XXI, não no século XX. De volta à década de oitenta, havia ainda suficientes pais, professores e sacerdotes católicos com ideias afins para formar esse quadro triangular no qual as crianças são quase que obrigadas a crescer no caminho da retidão. Mas, e hoje? Hoje se aprende de uma escola da FSSPX para meninos que têm estado em dificuldades sérias por causa de um surgimento de dentro de seus muros daquele pecado contra a natureza que clama ao Céu por vingança. Mas, que muros podem impedir adolescentes de adquirir conhecimento sobre aquela glorificação do pecado entre a massa de adultos homens de seu país, e de uma palavra nova inventada para condenar a condenação do novo vício – “homofobia”? E, desde quando os adolescentes não imitam seus adultos? De fato, como pode alguém fazer funcionar uma escola para meninos desde a invenção da internet, com acesso de bolso a ela? As instituições católicas ainda são possíveis?
            Na guerra religiosa dos dias de hoje, a ordem do dia é certamente a das rações de combate, que significa o estritamente necessário para a sobrevivência do soldado – aqui, no sentido de manter a Fé. Essa guerra deve ser vencida no lar, ou será perdida. Deus dá aos pais um poder natural para formar seus filhos, poder que ultrapassa, digamos, de cinco para dois o poder de deformá-los de qualquer instituição, mas apenas enquanto os pais o mantenham sob controle. Um pequeno leme pode dirigir um grande barco, mas não se o timoneiro deixá-lo solto. Se os pais soltam seus filhos, não podem depois culpar o mundo por dirigi-los para o Inferno. E se alguns pais vêm querendo que as escolas da FSSPX capacitem seus filhos para o mundo mais que para o Céu, não estaria aí uma das importantes causas do deslize da FSSPX?
Kyrie eleison.
 
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário.