sexta-feira, 4 de novembro de 2016

São Mauricios invoca-se contra os hereges.

Vamos ver  como as almas santas  vem nosso auxilio:
Contra o protestantismo. Vemos como não é aceito por Deus protestantismo pois enviou do céu São Mauricio para expulsar os calvinistas protestante da invasão do litoral do Espírito Santo.Por isso a Vila Velha é devota São Mauricio. Neste local onde se fixou Frei Pedro de Palácios vindo anteriormente de uma temporada da Bahia.Vila Velha fundou a devoção Mariana na invocação da Nossa Senhora da Penha do Espírito Santo – só antecedida pela devoção a Nossa Senhora da Vitória, invocada na Igreja Matriz da vizinha Vila capital.
 Com a proteção Mariana, ambas as povoações da Capitania do Espírito Santo, naqueles tempos iniciais, foi o mártir São Maurício, soldado romano comandante da célebre legião tebana (denominação de um grupamento do exército romano contemporâneo, não de fato uma das Legiões de que dispôs o Império no auge de seu poderio).
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/25/S%C3%A3o_Maur%C3%ADcio.jpg/90px-S%C3%A3o_Maur%C3%ADcio.jpgSão Maurício é o santo guerreiro por excelência (uma imagem de São Maurício existe no Colégio Militar do Rio de Janeiro). De sua vida, recolhida por Jacopo de Varazze (2003, p. 785/786) consta que comandava soldados recrutados por ordem de Diocleciano e Maximiano na província do Egito para subjugar ao Império Romano todos os rebeldes. Enviado por Diocleciano contra as Gálias, do exército de Maximiano fazia parte a guarnição tebana. Transpondo os Alpes e chegando a Otodoro, exortou o Imperador a seus comandados que sacrificassem aos deuses e se unissem contra os rebeldes e, principalmente, contra os cristãos.
http://www.arautos.org/resource/view?id=13252&size=2Sabendo disso, os companheiros da legião tebana deixaram as hostes romanas, acampando oito milhas ao largo, em Agaune, às margens do Rio Ródano. Tendo Maximiano enviado mensageiros que lhes passaram ordens expressas, estes recusaram-se a proceder daquela forma, invocando sua fé em Cristo. Foram, então, por ordem do Imperador, dizimados, isto é, sacrificados à base de um para cada dez homens. Como ainda assim não os demovesse de seu intento, determinou Maximiano que seu exército cercasse toda a legião, de maneira que nenhum pudesse escapar, sendo quase todos trucidados em nome de sua fé.
Estes fatos se passaram por volta do ano 283. Difundido seu culto pela Europa, trazida a devoção ao Brasil, São Maurício era sempre invocado para que intercedesse pelo bom sucesso das armas locais contra invasores estrangeiros, sobretudo os “hereges”. De fato, o padre José de Anchieta compôs poema a São Maurício e os mártires da legião tebana, exortando-os a proteger a Vila da Vitória contra “os hereges franceses” e “luteranos ingleses”, em tempos de defesa da terra contra as proezas de corsários a serviço das nações inimigas de Portugal (1989, p. 398/390).
Padroeiro da maior povoação da terra, dando nome a uma fortificação que existiu em Vitória, também a população de Vila Velha o invocou numa passagem de grande perigo, que foi a tentativa de invasão holandesa de 1640. Batidos os homens do coronel Koin na capital, nas Roças Velhas (depois Porto dos Padres, por volta da Rua General Osório – OLIVEIRA, 1975, p. 130) estes investiram, três dias depois da derrota, contra a então Vila do Espírito Santo, aqui desembarcando e fortificando-se. Os defensores da terra, poucos, foram obrigados a se retirar para os sertões que circundavam a Vila.
Consta da tradição que a tropa holandesa fez menção de escalar o Monte da Penha, quando então tiveram a assombrosa visão: o santuário transforma-se num castelo fortificado e das nuvens descem muitos soldados, a pé e a cavalo, com armas luzentes, o que fez com que os invasores retrocedessem (NOVAES, 1958, p. 67).
O fato histórico em si, que faz parte da História Militar do Espírito Santo, é que, reforçados pelo socorro mandado pelo capitão-mor João Dias Guedes, os capitães Adão Velho e Gaspar Saraiva infligiram, no dia 02 de novembro, outra pesada derrota aos batavos, que se fizeram ao mar no dia 08 (OLIVEIRA, 1975, p. 130/131).
A partir de então é da tradição que o santuário (ainda a simples ermida) fora defendida por São Maurício e os mártires da legião tebana, o que fez aumentar ainda mais a devoção naquele santo em terras do Espírito Santo. A cena foi retratada pelo pintor santista Benedito Calixto, e se vê no corredor do Convento da Penha no painel “A visão dos holandeses” – registre-se, apenas, que no ano de 1640 o Convento, como hoje o conhecemos, ainda não existia.
Essa estrondosa vitória foi cantada por muito tempo em versos pelo povo, versos estes de que nos dá notícia Maria Stella de Novaes (1958, pág. 67/68):

Nossa Senhora da PenhaTem um manto de alegriaDeus lhe deu os seus soldadosPra defender a baía

Nossa Senhora da PenhaTem soldados a valerQue lhe deu Nosso SenhorPro seu povo defender

Nossa Senhora da PenhaTem um manto de alegriaForam os soldados que deramQuando vieram da Baía.

Reze todos os dias o Santo Rosário.