segunda-feira, 29 de maio de 2017

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DXV (515) (27 de maio de 2017)

DEFENDENDO O MATRIMÔNIO


Quem um verdadeiro protesto tenta esmagar,
Desafia a Verdade, e melhor não se sairá.

Muitos de vocês já devem conhecer a Carta Aberta de sete sacerdotes superiores da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, Carta co-assinada por Superiores de outras três Congregações tradicionais, na qual todos os dez protestaram há três semanas contra a tentativa das autoridades romanas de interferir em matrimônios celebrados dentro da Tradição pelos sacerdotes da Fraternidade. Muito tipicamente, as autoridades da Fraternidade ficaram do lado da Roma Conciliar e estão em processo de punir seus sete sacerdotes “subversivos”. Mas a verdadeira subversão vem daquela Roma que subverte a família e o casamento cristãos, por exemplo, através da Amoris Laetitia. Os líderes da Fraternidade estão dando mais uma prova de sua cegueira suicida. Aqui está a essência da bem escrita Carta:

Dirigida aos fieis da Fraternidade para evitar que eles sejam confundidos pela interferência de Roma, a Carta Aberta começa estabelecendo que os matrimônios celebrados pela Fraternidade nos últimos 40 anos foram e são certamente válidos. Isso porque, para fortalecer os matrimônios, o Concílio de Trento decretou que deveriam ser testemunhados por um pároco ou por seu delegado para serem válidos. No entanto, se por 30 dias não é possível sem “grave inconveniência” encontrar um tal sacerdote, então o casal pode casar-se validamente diante de simples testemunhas leigas, o que se conhece como a forma extraordinária do matrimônio (Cânon 1098 do Antigo Código).

Ora, por 40 anos a Fraternidade vem lutando contra o neomodernismo do Vaticano II, que é venenoso para a Fé e altamente infeccioso, e que tem infectado quase toda a Igreja desde a década de 1960. Assim, a Fraternidade instruiu as almas a ficarem longe da Igreja Novus Ordo e do seu clero, como um todo. Por exemplo, em Amoris Laetitia, o próprio Papa fez declarações e proposições diretamente prejudiciais às famílias e aos matrimônios católicos. Aqui está a “grave inconveniência” para a Fé, e é por isso que, por 40 anos, quando os casais desejavam casar-se, a Fraternidade, vendo o perigo para a sua Fé, os afastou dos párocos Novus Ordo e os dirigiu para a forma extraordinária de Matrimônio, usual dentro da Fraternidade e certamente válida.

No entanto, como poderia a Roma neomodernista ver um “grave inconveniente” na exposição aos seus sacerdotes neomodernizantes? Portanto, no futuro, diz a Comissão Ecclesia Dei, como um passo adiante por Roma na absorção da Fraternidade na Neoigreja, a forma extraordinária do matrimônio não deve mais ser utilizada pelos sacerdotes da Fraternidade, e, em vez disso, os matrimônios da Fraternidade devem ser testemunhados por um sacerdote Novus Ordo nomeado ou delegado para essa finalidade pelos bispos Novus Ordo locais, sem cuja participação os matrimônios da Fraternidade continuarão a ser julgados inválidos pelas autoridades da Neoigreja. Isto significa levar a forma extraordinária do matrimônio para o controle do bispo local. Mas, após repetidas e amargas discussões, até mesmo os autores do Novo Código de Direito Canônico (1983) julgaram que tal medida era muito oposta ao direito natural dos casais de casarem-se, e o Novo Cânon 1116 mantém a forma extraordinária. É por isso que os dez sacerdotes superiores que assinaram a Carta Aberta concluem que continuarão a usar a forma extraordinária, sem recorrer a nenhum bispo da Neoigreja. Nem, acrescentam eles, recorrerão aos tribunais da Neoigreja para julgar os casos de matrimônio, porque esses tribunais muito facilmente concedem anulações por razões inadequadas. Todos os dez sacerdotes que assinaram a Carta Aberta devem ser congratulados!

E a reação da Fraternidade? Em 4 de abril, a Comissão Ecclesia Dei emitiu seu documento sobre os matrimônios da FSSPX, cuspindo com vigor sobre a Fraternidade. Imediatamente a Casa Geral da Fraternidade em Menzingen deu as boas-vindas ao documento, tratando-o como chuva do céu. No dia 7 de maio, os dez sacerdotes superiores fizeram público seu protesto contra a interferência da Ecclesia Dei. No mesmo dia, o Superior do Distrito francês da Fraternidade classificou seu protesto como “subversivo”, e no dia 10 de maio os sete padres da Fraternidade que assinaram a Carta Aberta foram destituídos de suas posições de superiores do Distrito, e ao pe. De la Rocque, pastor da emblemática paróquia da Fraternidade em Paris, St. Nicolas du Chardonnet, foi-lhe dado três dias para sair.

Essa liderança provou que a Fraternidade está afundando. A Carta Aberta provou que ainda não afundou completamente.

Kyrie eleison.

 Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário