Jubileu de Prata
Monsenhor Faure usa o mesmo lema de Dom Antônio de Castro Mayer
E ela te esmagará a cabeça”. “Ipsa cónteret”
(ela te esmagará).
Fotografia da década de 80 de Dom Antônio de Castro Mayer, após a
missa, usando ainda os paramentos, na cerimônia de coroação da Virgem
Maria.
Mosteiro da Santa Cruz, Nova Friburgo, 22 de Março de 2015
Domingo da Paixão – Sermão do Padre René Trincado
“Tempus faciendi domine, dissipaverunt
legem tuam (É tempo de atuar, Senhor, vossa fé será violada). Já é tempo de
fazer que foi prometido. Violada está a vossa divina lei; abandonado está o
vosso Evangelho; torrentes de iniqüidade inundam toda a terra e arrastam aos
vossos mesmos servos. Desolada está a terra, a impiedade se assenta nos tronos
(Comentário do Padre Trincado: a Democracia), vosso santuário é
profanado, a abominação está no lugar santo. Deixarás tudo abandonado assim,
Senhor justo, Deus das vinganças? Tudo chegará a ser como Sodoma e Gomorra?
Calarás-te para sempre? Seguirás suportando a tudo?” São palavras proféticas de
São Luis Maria Grignon de Montfort, que descrevem a inauguração do último
concílio. E nesse espantoso panorama de devastação geral, somente um cego
pode negar ou colocar em dúvida a necessidade, mais urgente que nunca na
história da Igreja, de se ter bispos que nos dêem a doutrina Católica íntegra,
a Verdade salvadora.
Acusa-se a Resistência de causar a divisão
dos que devem estar unidos, de soberba e de desobediência. Antes acusaram a
Monsenhor Lefebvre exatamente do mesmo. Os que nos acusam de romper a unidade
padecem desses sonhos pacifistas tão característicos dos liberais. Nossa
resposta está nas palavras eternas de Cristo: “Não vim para trazer a paz,
mas sim a espada e a divisão” (Mt. 10,34; Lc. 12,51). “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a
minha paz; não como vos dá o mundo, Eu vo-los dou.” (Jn 14,27).
Nosso Senhor nos ensina que uma é a paz do
mundo e outra é a paz de Cristo. Que há uma paz boa e uma paz má, e que há uma
divisão boa e uma divisão má. “A paz de Cristo é a união que Ele
estabelece entre o céu e a terra por sua Cruz” (Col. 1), diz São Cirilo citando a São Paulo, e
acrescenta que toda paz que separa do amor divino é má. E São João Crisóstomo,
falando da boa espada ou boa divisão, diz que o médico, a fim de salvar o resto
do corpo, corta o que se tem de incurável. Acrescenta também que uma divisão
boa terminou com a má paz da Torre de Babel e que São Paulo, por sua parte,
dividiu a todos os que se haviam unido contra ele (Hch. 23). São João Crisóstomo assinala que Cristo
veio para dar início à guerra católica e São Eusébio ensina que Nosso
Senhor, fazendo-nos o exército do Reino dos Céus, dispôs-nos para o combate
contra os inimigos. Estas citações provam a mentira do pacifismo dos liberais.
Agora bem, logo depois de quase vinte
séculos de guerra, de resistência da Igreja entre duros combates, veio o
demônio finalmente com a sua obra mestra, o Concílio Vaticano II, para destruir
a vontade de lutar dos soltados de Cristo. Com efeito, o liberalismo,
batizado no concílio, acabou com a guerra: firmou-se por fim a paz com o
demônio, o mundo e a carne.
Contra este engano diabólico levantou-se
valorosa e resolutamente o nosso fundador, Monsenhor Marcel Lefebvre, mas 40
anos depois vemos a congregação que lutava gloriosamente em defesa de
Cristo, abandonando gradualmente a trincheira, deixando paulatinamente de
combater e mendigando migalhas à seita conciliar. Perdida a esperança na
conversão de Roma pelo poder divino (coisa que parece impossível aos que
deixaram de confiar inteiramente em Deus) e esquecendo-se que esta guerra não é
dos homens, mas sim de Deus; busca-se um auxílio humano, uma aliança adúltera
com os liberais moderados, a ajuda de supostos “novos amigos em Roma” (Cor Unum 101), pretende-se um acordo de paz com o
inimigo, pensa-se que entrando na estrutura oficial, os tradicionalistas
converterão pouco a pouco aos modernistas e, desse modo, a Igreja estará
restaurada. Mas tudo isso não é mais que uma horrorosa ilusão de origem
indubitavelmente diabólica, ilusão que está fazendo baixar os braços àqueles
que combatiam valorosamente por Cristo: “Não se vêem mais na Fraternidade os
sintomas dessa diminuição na profissão da Fé?”, diziam os três bispos ao
Conselho Geral na sua carta de Abril de 2012. O combater pela fé diminui na
mesma medida que o fumo de Satanás (o liberalismo) se introduz na Tradição por
uma brecha aberta a partir do lado de dentro e pela cabeça. Por isso, agora
a Fraternidade busca uma paz que não é a de Cristo.
No que nos diz respeito, saibamos viver e
morrer na trincheira que está ao pé de Cruz. Que não una o homem o que Deus
separou! Esta é a guerra de Deus, é a única guerra declarada por Deus. Com
efeito, ensina São Luis Maria Grignon de Montfort no seu “Tratado da Verdadeira
Devoção”, que “Deus não fez nem formou jamais mais que uma única inimizade –
e inimizade irreconciliável – que durará e aumentará até o fim; e é entre Maria
e o diabo; entre os filhos e servidores da Santíssima Virgem e os filhos e
seqüazes de Lucífer”. E disse Deus: “Eu colocarei inimizade entre ti e a
mulher e entre a tua descendência e a sua” (Gen. 3, 15). Aqui está a declaração de guerra. É
Deus aquele que declarou a guerra. É a sua guerra, não nos pertence, não temos
direito a pactuar a paz, a terminar com ela. Nosso dever é combater sem
pretender pôr fim a esta guerra. Não temos direito a nos render. Temos o dever
de pelejar, de combater, não de vencer, mas para os soldados de Cristo,
combater é vencer. “Aos soldados compete combater e a Deus dar a vitória”,
dizia Santa Joana D’Arc. A vitória virá ao final. Deus revelou o
resultado da guerra: “Eu colocarei inimizade entre ti e a mulher e entre a
tua descendência e a sua... e ela te esmagará a cabeça”. “Ipsa cónteret”
(ela te esmagará). Essas duas palavras são precisamente o lema escolhido por
Monsenhor Faure. Ipsa cónteret caput tuum: Ela, demônio maldito, pai do
modernismo, do liberalismo, de todas as heresias, das covardias, das traições e
de todos os pecados; te esmagará a cabeça, e te vencerá.
“Fidelis inveniatur” (sejam aliados
fiéis) (1 Cor 4,2) é o lema de Monsenhor Williamson. Longe de ser “pura retórica”, ela
explica o ódio e a perseguição universal de que ele é objeto. Porque Deus
suscitou inimizades, antipatias e ódios... – sigo citando a São
Luis M. G. De Montfort – entre os verdadeiros filhos e escravos do
demônio... os filhos de Belial, os escravos de Satanás... perseguirão
incessantemente... e perseguirão entretanto mais... àqueles... que pertençam à
Santíssima Viregem, assim como em outro tempo Caim perseguiu a seu irmão Abel
e hoje à Neo-Fraternidade, Roma apóstata e os obscuros poderes mundiais
perseguem a Dom Williamson e a Monsenhor Faure, os bispos fiéis da Resistência,
e a Dom Tomás e seus monges, e a todos os demais verdadeiros soldados de
Cristos.
Que pela intercessão da Nossa Mãe
Santíssima, Deus nos conceda combater até o final com o valor e a força do leão
e com a humildade e mansidão do cordeiro, às ordens de nossos dois bispos e sob
nosso único estandarte: a Cruz de Cristo.
Consultar como complemento, recomendado pelo
Padre René Trincado e o Monsenhor Faure:
«Prière embrasée» - São Luis Grignon de
Montfort :
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário.