segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

“Não há maior tesouro na Igreja que um padre santo”.


Dom Marcel Lefebvre, Êcone, 
25 de março de 1991



Em 29 de novembro de 1905, nascia Marcel numa família que contará até oito filhos, dos quais dois serão padres, três religiosas. Depois da formação no Seminário Francês, em Roma, e a aquisição dos doutorados de filosofia (1925) e teologia (1929), foi ordenado sacerdote eternamente, em 21 de setembro de 1929. Celebrou a primeira Missa na sua paróquia de origem, com grande concurso de povo, não menos de cinqüenta coroinhas cercando-o no altar. A sua piedosa Mãe disse: "Eu estava no céu!". Depois de um ano, como quinto coadjutor duma paróquia na diocese, entrou no noviciado dos Padres do Espírito Santo.

 
Dom Lefebvre na África

Pronunciados os primeiros votos, o novo missionário embarcou para o Gabão, em outubro de 1932, ao encontro de seu irmão, Renato, já Padre. Foi sucessivamente missionário, professor de Dogma e Sagrada Escritura, diretor do seminário como do colégio. Amado dos colegas como dos alunos, era também confessor do seu bispo, Dom Tardy. Nas pregações populares, conferências, missões abertas e retiros, catecismos, administração dos sacramentos, atendimento das confissões, contatos com os não-cristãos, lhe dirá seu irmão no dia da consagração episcopal, "vivendo realmente de coração com os indígenas, você se fazia amado de todos, e muito deplorado quando foi transferido". O Padre dirá simplesmente desta época: "Sempre a obediência é uma coisa boa. Eu estava pensando que não fazia senão meu dever. Nunca me arrependi".

Em 18 de setembro de 1947, ele é sagrado bispo, na cidade natal, Tourcoing, pelo cardeal Liénart. O mês seguinte, estava chegando a Dakar, onde o esperava uma esplêndida missão. Na "História religiosa do Senegal", escreverá Jean Delcourt: "De 1947 até 1962, Dom LEFEBVRE, apóstolo infatigável, mudou a face do Senegal"; e o "Osservatore Romano", jornal oficioso do Vaticano, declarará: "Em 1947, um jovem bispo espiritano, Dom Marcel LEFEBVRE, deu um impulso novo à evangelização, abrindo novos centros católicos e mandando novas forças apostólicas… Sua obra criadora deixou pegadas profundas". Até os muçulmanos tinham grande respeito e admiração para com o bispo.

Durante uns dez anos, quer como primeiro arcebispo de Dakar, quer como delegado apostólico de toda a África francófona, Dom LEFEBVRE criou vinte e uma dioceses, erigiu Seminários maiores, multiplicou o número de sacerdotes indígenas. Mandou vir numerosas congregações religiosas européias, fundou o primeiro Carmelo da África negra, em Sebikhotane, e um mosteiro beneditino da congregação de Solesmes. Principalmente, estabeleceu uma sólida hierarquia indígena. De outro lado, desenvolveu a imprensa católica com máquinas modernas, organizou a Ação Católica. Dotou cada missão de um dispensário, desenvolveu as escolas do primeiro e segundo graus (em 1947, 2000 alunos em nove escolas primárias; dez anos mais tarde, 12000 alunos em cinqüenta escolas, mais 1600 repartidos em 12 estabelecimentos secundários). Delegado apostólico até 1959, se encontrava Dom LEFEBVRE, cada ano, com Sua Santidade o Papa Pio XII: seus relatórios e avisos estão na origem da encíclica "Fidei Donum" que revivificou a obra missionária da santa Igreja.

Sobretudo, num país de maioria muçulmana, em que também rivalizavam animismo e superstição como proselitismo protestante, Dom LEFEBVRE se aplicou, com todas as suas forças, à obra doutrinária. As Cartas Pastorais mostram a preocupação sem cessar de edificar a sociedade cristã em bases profundas. Não podemos aqui dar conta de todas, que contudo são notáveis, mencionamos só a primeira carta que trata de um problema essencial: a ignorância religiosa. O arcebispo lembra o dever, para todos, de estudar o catecismo, os Livros Sagrados, e a obrigação dos pais de dar aos filhos o bom ensinamento, quer dizer a transmissão das verdades eternas como a prática das virtudes cristãs, e também o conhecer reto das verdades naturais.

Resumindo a ação de Dom Marcel LEFEBVRE na África, um bispo disse dele: "Serviu a causa da Igreja com todo o seu coração e a sua fé".

Dom Lefebvre no Concílio

Depois de quinze anos de episcopado vividos na África negra, Dom LEFEBVRE deixou a direção da arquidiocese de Dakar ao filho espiritual, Hiacinto THIANDOUM, que será cardeal. Nomeado para a pequena diocese de Tulle, no centro da França, ficou lá apenas seis meses. Porém, houve tempo para visitar todos os padres, considerando com cada um as dificuldades do apostolado, da solidão. E indicava soluções práticas, aconselhando que se agrupassem dois a dois, e usassem dum pequeno carro para circular no interior, e assim tivessem a possibilidade de se encontrar juntos no fim do dia.

Em julho de 1962, o Capítulo Geral dos Padres do Espírito Santo elegeu-o como Superior Geral. Mas em 1968, será colocado de lado pela mesma Congregação e, então, entregará a demissão. 1962-1965 foi também o período do funesto Concílio Vaticano II. Nesta época ninguém podia saber, ou imaginar, os frutos tão nocivos que seguiriam. Então, foi chamado Dom LEFEBVRE, pelo Papa João XXIII, para fazer parte da Comissão Preparatória do Concílio. Estava entusiasmado: a sua longa experiência missionária, seu caráter dinâmico e o sentido prático mostravam-lhe a necessidade de uma verdadeira reforma. Mas já, nesta comissão, se encontrou a confrontação de duas tendências: uma conservadora e dogmática, representada pelo Cardeal OTTAVIANI, e outra muito progressista, na pessoa do Cardeal BEA.

Todos sabem o que foi o Concílio e as conseqüências trágicas: uma verdadeira revolução. Dom LEFEBVRE descobriu pouco a pouco as evoluções dos progressistas, e resistiu, tentando agrupar os bons. Mas os inimigos haviam de muito tempo preparado os seus ataques, e a maioria dos Padres conciliares ficou apática. O Cardeal Lefebvre, próprio primo de Dom LEFEBVRE, escreverá: “Nunca perdoaremos a Dom LEFEBVRE a sua atitude durante o Concílio...”

Deste tempo data a feliz amizade sobrenatural que uniu, até a morte, Dom Marcel LEFEBVRE a Dom Antônio de CASTRO MAYER. Depois de ter conhecido a Igreja florescente, que irradiava as sociedades e todas as instituições, encontravam-se ambos os bispos na obrigação de verificar dolorosamente que, com o favor do funesto Concílio, os erros do liberalismo e do modernismo derrubavam até os fundamentos eclesiásticos com os mais graves resultados: feridos os pastores, as ovelhas ficavam dispersas. Com paciência e firmeza resistiram a esta “autodemolição” da Igreja.

 
Dom Lefebvre na Igreja 
Conduzido pela Providência – isso foi sempre a sua regra de agir –, foi levado Dom LEFEBVRE a fundar uma obra de formação sacerdotal. Pode assim se dizer que a Fraternidade São Pio X é um fruto do Concílio, no sentido que a Igreja perene expressa-se algumas vezes pela boca dos chefes progressistas, do modo que Caifás profetizou durante a Paixão de Cristo. O leitor pode julgar disso, como do caráter profético das declarações seguintes:

- “Dados os encorajamentos expressos pelo Concílio Vaticano II, no decreto “Optatam totius” que concerne os seminários internacionais e a repartição do clero; dada a necessidade urgente da formação de padres zelosos e generosos conforme às diretivas do decreto supracitado; constatando que os estatutos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X estão correspondendo com estes fins, Nós, Francisco Charrière...” (decreto de ereção canônica, 1/11/1970).

- “... a Fraternidade Sacerdotal vai poder harmonizar-se bem com o fim querido pelo Concílio (...) para a distribuição do clero no mundo”. (card. Wright, pref. da Sagr. Congr. para o Clero, carta de aprovação e elogio, 1971).

É verdade que Dom Lefebvre sempre teve na intenção unicamente o bem da Igreja. Estando a Igreja enferma principalmente do seu clero, a solução primeira para não contribuir para destruição geral se impunha: renovar a formação sacerdotal, manter intato o Santo Sacrifício da Missa.Tinha 65 anos de idade quando começou esta obra nova, e 83 anos quando, com Dom Antônio, sagrou quatro bispos para a sobrevivência da Tradição, vida da santa Igreja.

Passados já mais de dez anos depois da morte do fundador, a Fraternidade Sacerdotal São Pio X continua, apesar dos obstáculos: o número dos sacerdotes se duplicou (agora 400), e mais de cinqüenta igrejas ou capelas foram construídas no mundo, sem falar da multiplicação dos priorados, escolas, colégios, e outras obras.

“Não há maior tesouro na Igreja que um padre santo”. Esta convicção explica a vida própria de Dom Marcel LEFEBVRE, e também toda a sua obra, tanto na África como na sua ação desde o funesto Concílio. 

sábado, 28 de janeiro de 2012

Padre Pio: a Espiritualidade do Vaticano II e do Novus Ordo Missae


Padre Pio (25 de maio de 1887 - 23 de setembro de 1968) foi beatificado em 02 de maio de 1999, e canonizado em 16 de junho de 2002 pelo Papa João Paulo II. Ele é o único sacerdote conhecido por ter recebido os estigmas completo. Ele NUNCA celebrou o Novus Ordo Missae.

O último ano deste século morrer, decadente vai ver a beatificação do Padre Pio, o santo monge a quem Deus enviou como um sinal para a nossa idade. Pois, enquanto todo mundo quer nos fazer acreditar em uma nova Igreja "carismática", estranhamente não encontramos há qualquer santos milagrosos como os que encontramos ao longo da história da Igreja, começando com o Pentecostes. Padre Pio parece fechar a procissão de seu número, fazendo tão magnificamente, sendo o único padre de ter suportado os estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Muito tem sido escrito sobre o Padre Pio, mais de 600 obras, parece os autores sempre salientar o lado extraordinário de sua vida: não só seus carismas particulares (leitura das almas, cura, ressuscitando pessoas mortas, bilocação, êxtases, exalando e profetizando perfume, etc), mas também os sofrimentos incríveis que ele suportou desde sua infância, as perseguições sofridas de alguns clérigos e até mesmo irmãos na religião, bem como suas duas grandes obras de caridade: a fundação da Casa do Sofrimento e grupos de oração.

Em resumo, elas apresenta-o para nós como um "santo" mais para ser admirado do que imitar, para que, no final, perdemos as aulas mais interessantes a serem aprendidas a partir desta vida, e as aplicações práticas que poderiam transformar a nossa. Tentaremos, portanto, ainda que imperfeitamente, expor algumas destas lições, esperando que todos seremos capazes de aproveitá-las, e que o Padre, do céu alto, vai socorrer-nos, como ele prometeu a todos os aqueles que gostariam de se tornar seus "filhos espirituais".

Na aurora da vida totalmente sacrificado a Deus e às almas, o que há para ser encontrado é uma família piedosa, pobre e numerosa, onde a abnegação de cada membro amolece e transforma as duras realidades da vida diária. Aqui vemos confirmado o ditado de Mons. Segur de que é nas famílias onde o espírito de sacrifício está faltando e que as vocações estão em maior risco. Batizado no dia depois de seu nascimento - uma graça para o qual ele foi grato toda a sua vida, Padre Pio foi batizado de Francesco, um presságio de sua vocação franciscana, que viria a ser descoberto por ocasião de uma visita de um monge Capuchinho implorando alimentos para o convento . Mesmo assim, a sua vocação não era decidido sem luta:

"Senti duas forças conflitantes dentro de mim, rasgando meu coração: o mundo queria-me para si, e Deus me chamou para uma vida nova. Seria impossível descrever esse martírio. A mera lembrança da batalha que teve lugar dentro de mim gela o sangue muito em minhas veias....".

Ele ainda não tinha16 anos quando entrou para o noviciado. Acima da porta do claustro, como uma bem-vinda, ele leu o sinal: "Fazei penitência ou perecer". A regra da vida diária incluía muitas orações, trabalho bastante, e pouco de leitura, sendo restrita especialmente para o estudo da Regra e Constituições.

Irmão Pio fez-se visível pela abundância das lágrimas que derramou no período da manhã de oração mental, que nas casas dos Capuchinhos é consagrado à meditação da Paixão; lágrimas tão abundante que era necessário para espalhar uma toalha na frente dele no o piso do coro. Tal como acontece com São Francisco, foi a esta contemplação amorosa e compassiva de Jesus crucificado que estava a dever a graça de receber, mais tarde, os estigmas dolorosos em seu corpo. Mesmo assim, ele confidenciou ao seu diretor espiritual, Pe.Agostino: "Em comparação com o que eu sofro na minha carne, o combate espiritual que eu suporto são muito piores."

Expiatório para com os pecadores: Trials Interior

Parece que Deus espera que o justo para expiar de modo especial, por meio da tentação, o pecado público de seus contemporâneos. Numa altura em que a psicanálise, com o seu talento para explicar afastado a culpa e o pecado, foi ganhando influência, Padre Pio, como a pequena Teresinha teve que passar por uma crise quase insuportável de escrúpulos, o que o atormentava por três longos anos. Em seguida, depois da tempestade veio a noite, uma noite da alma que durou dezenas de anos, com apenas lampejos ocasionais de luz: "Eu vivo em uma noite perpétua... Encontro-me incomodado por tudo, e eu não sei se eu ajo bem ou mal. Eu posso ver que não é um escrúpulo, mas a dúvida sobre se eu sinto ou não estou agradando o Senhor me esmaga. E essa ansiedade se repete para mim em todos os lugares: no altar, no confessionário, em toda parte!".

É com o pensamento de suas experiências místicas em mente que suas máximas deve ser meditado:"O amor é mais bonito na companhia do medo, porque é desta forma que se torna mais forte.""Quanto mais se ama a Deus, menos um a sente!".

Santa Teresa do Menino Jesus oposição ao racionalismo orgulhoso de seu dia, a pequena via da infância espiritual, mas ela também é expiada por terríveis tentações contra a fé. Seu grito: "Eu vou acreditar!" é bem conhecida. Padre Pio também experimenta tentações violentas e prolongadas contra a fé, assim como suas cartas ao padre. Agostino testemunha:

"Blasfêmias pela minha cabeça sem parar, e ainda mais falsas idéias, idéias de infidelidade e incredulidade. Eu sinto minha alma paralisada em cada instante da minha vida, isso me mata ... Minha fé é sustentada apenas por um esforço constante de minha vontade contra qualquer tipo de persuasão humana. Minha fé é apenas o fruto do esforço contínuo que eu exalto de mim mesmo. E tudo isso, Pai, não é algo que acontece algumas vezes por dia, mas ela é contínua ... Pai, como é difícil de acreditar!".

Que lições preciosas para nós devemos, por exemplo, ser surpreendidos em encontrar-nos tentados a tal ponto.

Diretor Espiritual

Padre Pio superou essas provações terríveis, seguindo o que havia sido ensinado no noviciado: a perseverança na oração, mortificação dos sentidos, fidelidade inabalável às exigências do dever de Estado e, finalmente, a perfeita obediência ao sacerdote encarregado de sua alma. Sua experiência adquirida dolorosamente lhe permitiu atrair para si as almas desejosas de perfeição e ser exigente.

Para as almas que ele dirigiu, ele deu uma regra de cinco pontos: a confissão semanal, diária de comunhão e de leitura espiritual, exame de consciência de cada oração da noite e mental duas vezes por dia. Como para a recitação do rosário, que é tão necessário escusado será dizer....

"A confissão é o banho da alma. Você deve ir pelo menos uma vez por semana. Eu não quero almas para ficar longe de confissão mais de uma semana. Mesmo um quarto limpo e desocupado reúne pó; retorne depois de uma semana e você vai ver que precisa de pó de novo!".

Para aqueles que se declaram indigno de receber a sagrada Comunhão, ele responde:
"É bem verdade, não somos dignos de tal dom. No entanto, a abordagem do Santíssimo Sacramento em estado de pecado mortal é uma coisa e de ser indigno é outra completamente diferente. Todos nós somos indignos, mas é Ele quem nos convida. É Ele quem o deseja. Vamos nos humilhar e recebê-Lo com um coração contrito e cheio de amor".

Para outro, que lhe disse que o exame diário de consciência parecia inútil, já que sua consciência lhe mostrou claramente em cada acção, se foi bom ou ruim, ele respondeu:

"Isso é verdade. Mas cada comerciante experiente neste mundo, não só mantém o controle durante todo o dia de saber se ele perdeu ou ganhou em cada venda. À noite, ele faz a contabilidade para o dia para determinar o que deveria fazer no dia seguinte. Segue-se que é indispensável para fazer um rigoroso exame de consciência, breve mas lúcida, todas as noites".

"O mal que vem para as almas com a falta de leitura de livros sagrados me faz tremer... Que leitura o poder espiritual tem de levar a uma mudança de curso, e fazer até mesmo as pessoas mundanas entrar no caminho da perfeição!".

Quando Padre Pio foi condenado a não exercer qualquer ministério, ele passava seu tempo livre, não na leitura de jornais - "evangelho do Diabo", mas na leitura de livros de história, doutrina e espiritualidade. Apesar disso, ele ainda diria: "Uma procura por Deus em livros, mas encontra-O em oração."

Seus conselhos para a oração mental são simples:

"Se você não consegue meditar bem, não desista fazendo o seu dever. Se as distrações são numerosoa, não desanime; fazer a meditação da paciência, você ainda lucro. Decidir sobre a duração da sua meditação, e não deixar o seu lugar antes de terminar, mesmo se tiver de ser crucificado... Por que você se preocupa tanto, pois não sabe como meditar como gostaria? A meditação é um meio para alcançar Deus, mas não é um objetivo em si. Meditação visa o amor de Deus e do próximo. Amar a Deus com toda a tua alma, sem reservas, e amar o próximo como a ti mesmo, e você terá cumprido metade de sua meditação".  
O mesmo vale para assistir ao santo sacrifício da missa: é mais preocupado em fazer atos (de contrição, fé, amor ...) do que com reflexões ou considerações intelectuais. Para alguém perguntando se é necessário seguir a Missa em um missal, Padre Pio respondeu que somente o sacerdote precisa de um missal. Segundo ele, a melhor maneira de assistir ao Santo Sacrifício é de unir-se à Virgem das Dores, ao pé da cruz, na compaixão e amor. É só no paraíso, ele assegura seu interlocutor, que vamos aprender de todos os benefícios que recebemos, ajudando na santa missa.
Padre Pio, que era tão afável e agradável em suas relações com as pessoas, pode se tornar severo e inflexível quando a honra de Deus estava em jogo, especialmente na igreja.

O sussurro dos fiéis seria cortado pela autoridade do Pai, que se abertamente encarar qualquer um que não conseguiu manter uma postura de oração... Se alguém ficou de pé, mesmo que fosse, porque não havia lugares deixados nos bancos da igreja, ele categoricamente convidá-o a se ajoelhar para participar dignamente no santo sacrifício da Missa.

Nem mesmo um coro desatento seria poupado: "Meu filho, se você quiser ir para o inferno, você não precisa da minha assinatura".A moda pós-guerra caiu sob a mesma reprovação:

Padre Pio, sentado em seu confessionário aberto, durante todo o ano se verificou que as mulheres e meninas que confessou a ele estavam usando saias não muito curtas. Ele iria até causar lágrimas a ser derramadas quando alguém que estava esperando na fila por horas se afastou por causa de um hemline ofender... Em seguida, algumas almas daria um passo à frente para oferecer ajuda. Em um canto, eles unsavam a orla, ou então emprestavam ao penitente um casaco. Finalmente, às vezes o Pai permitia o penitente humilhado para ir à confissão.

Um dia, seu diretor espiritual o repreendeu por sua conduta dura. Ele respondeu: "Eu poderia obedecê-lo, mas cada vez que é Jesus que me diz como devo lidar com as pessoas sua maneira grave, então, fui inspirado a partir de cima, exclusivamente para a honra de Deus ea salvação das almas".

Mulheres que satisfazem sua vaidade em seu vestido nunca pode colocar a vida de Jesus Cristo, além disso elas até perdem os ornamentos de sua alma, assim como o ídolo entra em seu coração.
E que ninguém censurá-o por falta de caridade: "Peço-lhe para que não me critique, invocando a caridade, porque a maior caridade é entregar almas cativadas por Satanás, a fim de conquistá-las para Cristo".

Padre Pio e do Novus Ordo Missae

Ele era um modelo de respeito e submissão para com os seus superiores religiosos e eclesiásticos, especialmente durante o tempo em que ele foi perseguido. No entanto, ele não poderia permanecer em silêncio ao longo de um desvio que foi funesta para a Igreja. Mesmo antes do final do Conselho, em fevereiro de 1965, alguém anunciou-lhe que logo ele teria de celebrar a Missa segundo um novo rito, ad experimentum, no vernáculo, que havia sido planejado por uma comissão litúrgica conciliar, a fim de responder às aspirações do homem moderno. Imediatamente, mesmo antes de ver o texto, ele escreveu a Paulo VI para pedir-lhe para ser dispensado do experimento litúrgico, e para poder continuar a celebrar a Missa de São Pio V. Quando o cardeal Bacci veio vê-lo a fim de trazer a autorização, Padre Pio deixou escapar uma queixa na presença do mensageiro do Papa: "Por piedade, efeito, o Conselho rapidamente."

No mesmo ano, durante a euforia conciliar que prometia uma nova primavera para a Igreja, ele confidenciou a um de seus filhos espirituais: "Nesse tempo de trevas, oremos. Vamos fazer penitência para os eleitos.", e especialmente para aquele que tem de ser seu pastor aqui abaixo: Toda sua vida, ele próprio imolado para o papa reinante, cuja fotografia estava entre as imagens raras que decoravam sua cela.

Renovação da vida religiosa?

Há outras cenas de sua vida que estão cheias de significado, por exemplo, suas reações ao agiornamento das ordens religiosas inventado na esteira do Concílio Vaticano II. (As citações aqui são tiradas de um livro com um imprimatur):

Em 1966, o Padre Geral [dos franciscanos] veio a Roma antes do capítulo especial sobre as Constituições, a fim de pedir Padre Pio para suas orações e bênçãos. Ele conheceu Padre Pio no claustro. "Padre, eu vim para recomendar às suas orações o capítulo especial para as novas Constituições..." Ele mal tinha começado as palavras "capítulo especial"..." novas Constituições" fora de sua boca quando Padre Pio fez um gesto violento e gritou: "Isso é tudo, mas nada de absurdo e destrutivo". "Mas Padre, depois de tudo, há a geração mais jovem a ter em conta... os jovens evoluem à sua maneira ... há novas exigências ..." "A única coisa que falta é a mente e o coração, isso é tudo, compreensão e amor." Em seguida, ele passou a sua cela, fez meia volta, e apontou o dedo, dizendo: "Não devemos desnaturar a nós mesmos, não devemos nos desnaturar no julgamento do Senhor, São Francisco não nos reconhecerá como seus filhos!"

Um ano depois, a mesma cena se repetiu para o aggiornamento dos Capuchinhos:

Um dia, alguns confrades estavam discutindo com o Pai Definiteur Geral [O conselheiro ou assessor do geral ou provincial de uma ordem religiosa - Ed .], os problemas da Ordem, quando Padre Pio, tomando uma atitude se chocou e gritou, com um olhar distante em seus olhos: "O que no mundo você está até em Roma? O que você está planejando? Você quer mesmo mudar a Regra de São Francisco?". O Definiteur respondeu: "Padre, as mudanças estão sendo propostas porque o don juventude quer ter nada a ver com a tonsura, o hábito, pés descalços...."

"Chase-los! Persegui-os para fora! O que você pode estar dizendo? É eles que estão fazendo um favor a São Francisco, tomando o hábito e seguindo seu caminho de vida, ou melhor, não é São Francisco, que está oferecendo a eles uma grande dom?".


e considerarmos que o Padre Pio foi um verdadeiro alterChristus, que toda a sua pessoa, corpo e alma, foi tão perfeitamente conforme quanto possível à de Jesus Cristo, sua recusa a aceitar o Novus Ordo e o agiornamento deve ser para nós uma lição para aprender. É também digno de nota que o bom Deus quis recordar Seu fiel servo pouco antes eram implacavelmente imposta à Igreja e da Ordem dos Capuchinhos. Notável, também, é o fato de que Katarina Tangari, uma das mais privilegiadas do Padre Pio, filha espiritual, apoiava tão admiravelmente os padres [da Sociedade de São Pio X] de Ecône até à sua morte, um ano depois das consagrações episcopais de 1988.

Lição final: Fátima


Padre Pio era ainda menos para obrigar a ordem social vigente e política, ou melhor, desordem (em 1966): "A confusão de idéias e do reinado de ladrões." Profetizou que os comunistas chegariam ao poder, "de surpresa, sem disparar um tiro ... Ela vai acontecer durante a noite".

Isso não deveria nos surpreender, já que os pedidos de Nossa Senhora de Fátima não foram ouvidos. Ele mesmo disse a Mons. Piccinelli, que a bandeira vermelha vai voar sobre o Vaticano. "Mas isso vai passar". Aqui, novamente, sua conclusão se junta a da Rainha dos Profetas: "Mas no fim, meu Imaculado Coração triunfará". Os meios pelos quais este profetiza vai acontecer, nós sabemos: pelo poder divino, mas deve ser solicitado pelas duas grandes potências nas mãos do homem: a oração e a penitência. Esta é a lição que Nossa Senhora quis nos lembrar no início deste século: Deus quer salvar o mundo pela devoção ao Imaculado Coração de Maria, e não há nenhum problema, material ou espiritual, nacional ou internacional, que não pode ser resolvido pelo Santo Rosário e os nossos sacrifícios.

Esta é também a última lição que o Padre Pio quis deixar-nos com o seu exemplo, e especialmente por seu "grupo de oração", que ele estabeleceu em todo o mundo . "Ele nunca estava sem um rosário, houve até um debaixo do travesseiro. Durante o dia ele recitou várias dezenas de rosários". Poucas horas antes de morrer, como aqueles em torno dele pediu-lhe para falar mais algumas palavras, tudo o que podia dizer era: "O amor a Santíssima Virgem e sempre rezar o terço".

A elevação iminente do Venerável Padre Pio, certamente, vai despertar em muitas almas a curiosidade e admiração. Poderíamos aproveitar a oportunidade para lembrá-los dessas lições poucas, se de fato nós soubermos como colocá-las em prática nós mesmos, no amor misericordioso do Coração Santíssimo de Jesus e Maria.

Pelo Pe. Jean, OFM Cap. E
Impresso originalmente na edição de Maio de 1999 O Angelus Magazine.

Tradução por Angelus. Carta aos Amigos do São Francisco, a publicação dos Padres Capuchinhos de São Francisco Mosteiro, Morgon, França, uma comunidade tradicional que apoia o trabalho do Arcebispo Lefebvre.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Matrimônio

Breve Tratado do Matrimônio
Padre Jean Viollet


Índice:

Publicaremos hoje:

MATRIMÔNIO
A PREPARAÇÃO PARA O MATRIMÔNIO
  • A ESCOLHA
  • LEIS DO AMOR CONJUGAL
O MATRIMÔNIO ENTRE CRISTÃOS NÃO É UM
SIMPLES CONTRATO, MAS SIM UM SACRAMENTO
DIREITOS E DEVERES RECÍPROCOS DOS ESPOSOS
BOM ENTENDIMENTO CONJUGAL
PATERNIDADE E MATERNIDADE
FILHOS E SUA EDUCAÇÃO
CONCLUSÃO

III - A ESCOLHA

1- Da escolha depende o futuro

A escolha do esposo e da esposa é de importância primordial, porque não se pode esquecer que compromete definitivamente o futuro. Dessa escolha depende a felicidade ou infelicidade do futuro lar, a vida moral e espiritual da família.

2- Não confundir qualidades físicas e qualidades morais


A escolha pode ser deformada de várias maneiras. Primeiro, porque preocupam-se mais com as qualidades físicas do que com as qualidades morais. O gosto que se tem em presença de uma “bela pessoa” tira ao espírito a liberdade de exame e julgamento; impede ver a pessoa tal como é, com suas qualidades e defeitos; leva-nos a esquecer que as satisfações dos sentidos são variáveis e inconstantes e que a felicidade reside mais na união dos corações e das vontades, cuidadosas de um mesmo ideal moral.

3- A situação financeira não substituirá nunca o amor

As considerações de dinheiro, as vaidades sociais não são menos perigosas quando se trata de se unir para sempre. Ao ter em vista problemas de dinheiro e de situação financeira, quando se trata de fundar um lar, os esposos estão se preparando para as piores desilusões, se decidirem pelo matrimônio para satisfação de simples vaidades sociais ou amor ao dinheiro, sem preocupar-se de pôr em primeiro plano as considerações morais, fundamento do amor conjugal.

4- Pôr em primeiro plano o valor moral da pessoa

Se a atração física deve ter sua parte na escolha do cônjuge, o valor moral da pessoa deve ser colocado sempre em primeiro plano. Por isso, esclarecimentos sérios e seguros devem preceder a decisão final.

5- Necessidade de um estudo aprofundado

É necessário que os pais ou, na sua falta, pessoas de toda confiança, ajudem seus filhos a se esclarecer, sobre os antecedentes dos candidatos e de sua família, do ponto de vista moral e religioso. Não devem negligenciar a questão da saúde. Ninguém tem direito, numa questão de que dependem futuras exigências, de agir sem rodear-se de todas as garantias possíveis e sem assegurar-se das aptidões morais e físicas da pessoa para a criação de uma família sadia. Não é raro que pessoas sem escrúpulos, querendo casar, disfarcem mais ou menos seus verdadeiros sentimentos.

6- A família – O meio social


Ainda que não se case com a família e o meio social da pessoa escolhida, seria agir com grande imprudência decidir-se a casar sem estar previamente assegurado de que os hábitos de seu meio e sua educação não serão de natureza a provocar conflitos e incompreensões.

7- Harmonias secundárias

Mas, se para o bom entendimento se exige, antes de mais nada, a compreensão mútua, há contudo harmonias secundárias que seria perigoso desprezar. As diferenças de meio social, de educação recebida e a desproporção de fortunas são outros tantos elementos que podem provocar dificuldades e desentendimentos que perturbarão o desembaraço das relações quotidianas. Seria erro psicológico crer que o amor se basta a si mesmo, e que as dificuldades da vida não podem exercer sobre ele nenhuma influência para o bem ou para o mal.

8- A harmonia exige um ideal comum

Uma das condições essenciais para a boa harmonia conjugal é a comunhão de ideal moral e de convicções religiosas. Antes de comprometer-se pelos laços do matrimônio, os interessados deveriam sempre assegurar-se de que existe concordância na sua maneira de encarar os grandes problemas da vida. Nunca poderão estar de acordo os que encaram a vida comum como divertimento com os que a consideram como vocação; os que não partilham os mesmos princípios de moral conjugal; os que têm convicções religiosas com os que não as têm. Se os esposos não querem ver surgir-lhes desacordos trágicos e sofrimentos sem saída, precisam, antes mesmo do matrimônio, se colocar de acordo nas grandes diretivas de seu ideal conjugal e familiar. Uma mesma direção moral é o fundamento mais seguro para o bom entendimento conjugal. Amar é orientar-se juntamente no presente em direção a um ideal cuja realização se procura em comum.

9- Este ideal é especialmente necessário quando se tratar de educar os filhos

O problema de concordância das convicções morais e de crenças religiosas ganha toda sua importância quando se trata da educação dos filhos, e da influência a exercer sobre suas consciências. Quantas divisões dramáticas quando, cada um dos esposos, pretende passar para as almas dos filhos convicções contrárias às de seu cônjuge.

10- Os caracteres

Apesar dos preconceitos correntes, cremos que o matrimônio entre pessoas de caráter diferente, até mesmo opostos, nem sempre é de se desaconselhar. Não é raro que caracteres diferentes sejam complementares e se harmonizem na mesma medida em que necessitam um do outro.

11- Matrimônio de coração ou matrimônio de razão

É preciso opor os matrimônios de “coração” aos matrimônios de “razão”? Certamente que não, porque seria deixar entender que, de um lado, o coração tem o direito de ser insensato e que, por outro lado, a razão pode decidir-se independentemente dos sentimentos. Os matrimônios que apresentam as maiores probabilidades de sucesso são aquele em que coração e razão se compreenderam e se entenderam harmoniosamente. O matrimônio não é uma loteria, mas um ato livre, no qual, após ter rezado a Deus e examinado todas as circunstâncias, a vontade se decide com pleno conhecimento de causa.

IV - LEIS DO AMOR CONJUGAL

1- Há uma moral de vida conjugal
É preconceito corrente que, após receber o sacramento do matrimônio, os esposos tenham o direito de se comportar como bem lhes parece, e que não estejam submetidos a nenhuma obrigação moral especial.

2- Responsabilidades da união conjugal
De todos os atos humanos, o amor é um dos que implicam mais responsabilidades pessoais e sociais. Se todos os atos humanos dependem da lei moral, como poderia este ser exceção? Não é da maneira como nos comportamos em face do amor que depende a felicidade ou infelicidade do outro? E não é no seio da união conjugal que as potências geradoras assumem sua significação moral para o bem ou para o mal?

3- Leis do matrimônio – A fidelidade

Quais são, então, as leis do amor conjugal? A primeira é a fidelidade. Os que pretendem que existe o direito de se conciliar o amor e a infidelidade, dariam, por isso mesmo, prova de que não amam sinceramente. É para assegurar a sinceridade do dom que um faz ao outro fazem, marido e esposa, que o matrimônio está declarado indissolúvel. Esta indissolubilidade ajudará os cônjuges a triunfar das vicissitudes, dos sofrimentos e das tentações da vida. Fidelidade e indissolubilidade estão intimamente ligadas. A fidelidade é não só possível, mas relativamente fácil para cônjuges que, durante sua adolescência viveram castamente, para os que têm convicções religiosas e se aplicam, no decorrer de seu amor, em afastar ocasiões de fraqueza, em dominar os egoísmos da natureza, em destruir em si os defeitos susceptíveis de comprometer a boa harmonia conjugal.

4- A infidelidade não rompe a união conjugal


Isso não quer dizer que as paixões humanas não possam provocar, por vezes, a infidelidade de um ou outro dos esposos. A infidelidade, apesar do que dela pensam os partidários do divórcio, não dá nenhum direito ao esposo lesado romper suas promessas. A falta de um dos cônjuges não autoriza o outro a cometer uma falta semelhante, quebrando o laço que tinha consentido livremente ao se casar.

5- Condenação do divórcio

O divórcio está, assim, em oposição formal às leis da união conjugal. O fato de ser aceito pela lei civil em nada muda seu caráter de imoralidade. O legislador não pode mudar, à sua vontade, leis morais que devem, normalmente, presidir às promessas mútuas dos esposos no matrimônio.

6- Lei da unidade

À lei de fidelidade e de indissolubilidade vem se juntar a de unidade do laço conjugal, a saber, que o matrimônio não é concebível senão entre um único homem e uma única mulher. O casamento repetido entre divorciados não passa de poligamia disfarçada.

7- União conjugal e procriação dos filhos

Abordamos aqui o difícil problema da castidade conjugal, quer dizer, das regras morais que devem presidir à união dos esposos. Basta que consideremos o plano de Deus fora de qualquer idéia preconcebida, para concluir que a união dos sexos tem como fim principal e primeiro a continuação da espécie. Ainda que haja entre marido e esposa elementos de união espiritual aos quais teremos de voltar, não se pode perder de vista que a primeira conseqüência do dom que mutuamente se fazem um ao outro, não somente de seu coração mas também de seu corpo, deve incluir a aceitação leal das conseqüências que resultam naturalmente disto, a saber, a concepção eventual de filhos.

8- Os filhos devem nascer no seio da família

No pensamento de Deus, nunca os filhos devem nascer de uma aventura passageira. Os infelizes que nascem nestas condições são as vítimas do egoísmo humano. Deve presidir ao nascimento e educação dos filhos uma união sincera e duradoura. Por isso, a instituição do matrimônio se confunde com a da família. Mas, no seio da vida conjugal, levantam-se certos problemas que os esposos devem encarar com sinceridade, se querem que Deus abençoe seu lar e se estão decididos a evitar faltas que os afastariam da vida e da perfeição cristã.

9- A temperança

Não devem esquecer que os ameaça um perigo, o de praticar prazeres sexuais à custa do devotamento generoso e desinteressado. Por isso, desde o princípio do matrimônio, deverão se aplicar à prática da virtude de temperança. Grande número de esposos cessam de se amar depois de alguns anos de casamento, por que procuraram o máximo de prazeres e negligenciaram desenvolver entre si as qualidades desinteressadas que dão ao amor todo seu valor moral e espiritual. Para viver e se desenvolver, o amor tem necessidade de lutar contra os egoísmos da natureza e, muito especialmente, contra os egoísmos da carne.

10- O amor e dom de si

As alegrias da união conjugal são legítimas e podem contribuir poderosamente para a manutenção da boa harmonia dos esposos, mas sob condição de que sejam conformes ao plano divino, quer dizer, que possam servir, se Deus o quer, a dar vida a filhos. O amor se orienta naturalmente para o dom, primeiro o dom dos esposos um ao outro, depois, por esse dom, o dos dois esposos conjuntamente aos filhos que lhes são confiados.

11- O número de filhos

Por pouco que os esposos tenham compreendido a grandeza de sua vocação familiar, multiplicarão generosamente o número de seus filhos tanto quanto permitir a saúde da esposa e as condições materiais da existência. Se absterão de pretextos mais ou menos egoístas, demasiadas vezes invocados por aqueles que limitam, sem maior razão, o número de seus filhos. Mas, por mais desejosos que estejam de criar uma família numerosa, talvez um dia se encontrem perante dificuldades que irão levantar, inevitavelmente, a questão da limitação do número de seus filhos.

12- Perfeição conjugal e castidade

Esta limitação, se apoiada em razões válidas, significa, para os esposos, o difícil problema da continência. Sabem que a moral reprova os meios ilícitos de evitar filhos. Desde logo se aplicarão a evitá-los e, para se fortalecerem contra sua própria fraqueza, buscarão na oração e na prática dos sacramentos os socorros que lhes são necessários. Para evitar que a continência prejudique a boa harmonia conjugal e o seu equilíbrio moral, multiplicarão, um em relação ao outro, as atenções e delicadezas do coração e procurarão, juntos, um derivativo às exigências da carne, no maior devotamento para com seus filhos e sua educação. Reservado, além disso, o direito de dar um ao outro marcas de ternura e velando para que estas tendam mais à união dos corações do que dos corpos, não se perturbarão se essas ternuras vierem a provocar involuntariamente alguma excitação de ordem sexual, uma vez que essas excitações não tenham sido procuradas e queridas por si mesmas. Além disso, se confiarão lealmente a um diretor espiritual esclarecido e se ajudarão mutuamente a pôr em prática seus conselhos. Não sendo perfeitos, e exigindo a prática da abstinência conjugal longos e difíceis esforços, não se deixarão desencorajar por quedas sempre possíveis. Reconhecê-las-ão humildemente e continuarão seus esforços que os levarão, pouco a pouco, a um estado melhor e mais perfeito. A Igreja, que perpetua a misericórdia de Jesus Cristo, reserva para o pecador de boa vontade a maior indulgência, desde que este reconheça humildemente suas fraquezas e se esforce por delas triunfar. ¹
________________________
1- Existem métodos naturais que permitem determinar, com maior ou menor exatidão, o período de fecundidade e infecundidade da mulher. Tais métodos permitiriam evitar, à vontade, concepções indesejadas. Até que ponto é legítimo o emprego destes métodos? Não o é, certamente, quando o método é usado pelos esposos com intenção egoísta, quando poderiam normalmente aumentar o número de seus filhos. Mas quando for utilizado legitimamente, quer dizer, por razão grave, tais como: saúde da mulher, dificuldades econômicas, perigo de desunião ou desvio de conduta, nunca os esposos devem perder de vista que o seu uso tende a multiplicar os egoísmos carnais, em prejuízo da generosidade do coração. Os esposos que desejam elevar seu amor mútuo para uma espiritualidade sempre mais elevada, não usarão tal método senão para evitar um mal maior, e se esforçarão em substituí-lo por esforços cada vez mais generosos no sentido da continência.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Pai e Esposo digníssimo


Dos textos bíblicos que falam de José (Mt 1, 18-24; 2, 13-23; Lc 1-2; 4,22), tiramos dados importantes. Reconstruiu-se a imagem de São José como esposo fiel de Maria, pai adotivo de Jesus, honrado artesão e operário que vivia de seu trabalho:

Humilde trabalhador, era mais de ação do que de palavras. Todos o conheciam, devido à sua honestidade de homem justo: "Não é ele (Jesus), o filho do carpinteiro?" (Mt 13, 55). Para salvar a vida do Menino, foge com ele e sua Mãe para o Egito (Mt 2, 13-23). Quando Jesus fica no templo, angustia-se à sua procura (Lc 2, 48).

Homem de fé confiante, obedeceu a Deus em tudo. Respeitador da Lei, todos os anos levava a família a Jerusalém, para a celebração da Páscoa, algo que não era fácil para um simples trabalhador. Por ocasião do recenseamento, foi com Maria para Belém, mesmo prevendo que Jesus estava para nascer (Lc 2,4-5).
Quando o Anjo o alertou que Herodes queria matar o Menino, imediatamente deixou tudo e, com sua jovem Esposa e o Menino, fugiu para um país desconhecido. No Egito, aguardou a ordem do Anjo para retornar a seu país ( Mt 2, 13-23 ).

Era uma pessoa pobre
, embora da linhagem de Davi! - Quando levou Jesus ao Templo, ofereceu o sacrifício de um par de rolas ou dois pombinhos, o que era permitido apenas àqueles que não tinham condições de comprar um cordeiro! (Lc 2, 24 ).

TÍTULOS E PADROADOS

Permaneceu na penumbra durante muito tempo. Em parte porque ele mesmo quis. Em parte também porque se exaltou a figura de Jesus e Maria. 
 
- Pio IX o declarou Patrono da Igreja Universal.
- Pio XII instituiu a Festa de São José Operário que se celebra dia 1º de maio.
- João XXIII acrescentou seu nome ao Cânon da Missa (1962).
- É ainda, além de patrono da Igreja, padroeiro dos operários, protetor e modelo das virtudes do lar, dos tesoureiros, dos procuradores, dos trabalhadores em geral.
- Padroeiro dos seminários e centros de formação religiosa, dos conventos de religiosas. 
- É figurado no Antigo Testamento na pessoa de José do Egito, o vice rei e administrador do Egito no tempo da carestia. “Ide a José” nos momentos de precisão...
- Padroeiro da boa morte, a tradição nos fala que morreu assistido por Jesus e Maria.

Sua grandeza reside na grande missão que recebeu de Deus: Ocultar o Menino Jesus diante da cobiça dos malvados. Em sua pobreza e simplicidade, ninguém desconfiaria que ele guardava esse tesouro inapreciavel. Protegeu Jesus e sua Mãe de comentários falsos e fofocas. Protegeu-o e ensinou-lhe seu ofício de carpinteiro...

Como honrar e cultuar São José

- As quartas feiras da semana são dedicadas a ele...
- Devoções diversas: Novenas... ladainhas... terço de São José... As sete dores de José.. O cordão de São José...
- Festas...
- Imitar suas virtudes...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Súplica pelas almas do Purgatório

Súplicas a Nossa Senhora do Socorro
para alívio das almas do Purgatório
É tão grande, ó Mãe do Perpétuo Socorro, a Vossa bondade, que não podeis ver qualquer miséria sem logo Vos compadecerdes. Lançai, nós vo-lo pedimos, os Vossos olhos misericordiosos sobre as aflitas almas do Purgatório, que naquele fogo sofrem, sem poderem encontrar algum alívio às suas horríveis penas, e compadecei-Vos delas.

Pela Vossa piedade e pelo amor que tendes ao Vosso Jesus, Vos pedimos que Lhes mitigueis os seus sofrimentos, e lhes procureis o eterno descanso. Ah! Quão doloroso deve ser para o Vosso coração o abandono em que tantos cristãos deixam as almas do Purgatório, esquecendo-se delas. Ansiosas esperam os nossos sufrágios, e apenas há quem delas se lembre.

Dignai-Vos, ó Maria, de inspirar a todos os fiéis uma terna e viva compaixão para com os nossos irmãos falecidos: comunicai-lhes a todos um ardente desejo de oferecer pelas almas deles obras meritórias, e lucrar as indulgências que lhes forem aplicáveis, gozar da presença de Deus. E agora, Senhora, ouvi a súplicas que por elas Vos dirigimos. Para que possam sair daquele cárcere tenebroso, imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que Deus lhes perdoe a pena dos seus pecados.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que se apaguem as chamas que as abrasam.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que um raio de luz celeste alumie as suas horrendas trevas.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que sejam consoladas em seu triste abandono.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que alcancem o alívio de suas penas e angústias.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe  de bondade.

Para que a sua tristeza se troque em perpétua alegria.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que satisfaçam prestes seus ardentes desejos de entrar na glória.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas almas de nossos pais e filhos.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas almas de nossos irmãos e irmãs.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas almas de nossos amigos.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas almas de nossos benfeitores.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas almas que sofrem naquelas chamas por culpa nossa.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas almas dos que em vida nos fizeram sofrer.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas almas mais desamparadas.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas almas que sofrem maiores tormentos.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas almas que em vida mais Vos amaram e a Vosso divino Filho.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas almas que há mais tempo sofrem.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Por todas as almas do Purgatório.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pela Vossa inefável misericórdia.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelo Vosso incomensurável poder.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pela Vossa maternal bondade.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pela Vossa incomparável maternidade.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas Vossas preciosas lágrimas.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas Vossas acerbas dores.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pela Vossa santa morte.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pelas cinco chagas de Vosso amado Filho.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Por Seu sangue divino, por nosso amor derramado.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Pela Sua morte dolorosíssima no duro madeiro da Cruz.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que a gloriosa legião dos Santos as socorram sem cessar.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que os nove coros dos Anjos as recebam com alegria.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que sobre elas lanceis um olhar de compaixão.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que as torne felizes a vista de Vosso divino Filho.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que sejam bem-aventuradas, contemplando a Trindade Santíssima.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que a nossa devoção para com elas seja cada dia mais fervorosa.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que se ofereçam cada vez mais orações, indulgências e obras satisfatórias em sufrágio delas.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que nós recebamos o prêmio eterno da nossa devoção pelas almas.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Para que as almas, que houvermos libertado do Purgatório, façam algum dia o mesmo em nosso favor.
Imploramos o Vosso perpétuo socorro, ó Mãe de bondade.

Oração

Ó Mãe compassiva do perpétuo socorro, olhai benigna para essas almas aflitas, que Deus em Sua justiça retêm, mergulhadas nas chamas do Purgatório.  Elas são objetos queridos do Coração de Vosso divino Filho, amaram-nO durante a vida, e presentemente ardem em desejos vivíssimos de vê-lO e possuí-lO; não podem, porém, por si mesmas quebrar as suas cadeiras, nem sair do fogo devorador que as abrasa. Comova-se o Vosso terníssimo coração à vista de suas dores.

Dignai-Vos consolá-las, pois Vos amam e suspiram continuamente por Vós. São filhas Vossas , mostrai-lhes que sois a Mãe do perpétuo socorro. Visitai-as, aliviai suas penas, abreviai seus sofrimentos, e apressai-Vos em livrá-las, alcançando-lhes de Vosso divino Filho a aplicação dos merecimentos infinitos do santo sacrifício que por elas se celebra. Um credo pelos devotos: Creio...

(Oração retirada do livro: A Sagrada família por um padre redentorista, 1910)
 

sábado, 21 de janeiro de 2012

Vestidos!











À Nossa Senhora Aparecida!

 Aos devotos de Nossa Senhora, 
A Padroeira do Brasil
Ó Virgem Maria, abençoada sois Vós pelo Senhor Deus Altíssimo entre todas as mulheres da terra. Vós sois a glória de Jerusalém, Vós a alegria de Israel, Vós a honra do nosso povo.

Salve, ó Virgem, honra de nossa terra, a quem rendemos um culto de piedade e veneração, a quem rendemos um culto de piedade e veneração, a quem chamamos com o belo nome de Aparecida.

Quem poderá contar, ó doce Mãe, quantas graças, durante tantos anos, Vós dispensastes ao povo brasileiro compadecida de nossos males?

Quisemos cingir Vossa cabeça sagrada com uma coroa de ouro que Vos é devida por tantos títulos. Continuai a dobra-Vos benignamente às nossas preces.

Quando erguemos ao céu nossas mãos suplicantes, ouvi clemente os nossos rogos, ó Virgem; conservai nossas almas afastadas da culpa, e, por fim, conduzi-nos ao céu.

Salvação, honra e poder aquele que Uno e Trino, nos fulgores do Seu trono celeste, governa e rege todo o universo. Amém.

V. A Vossa Imaculada Conceição, ó Virgem Mãe de Deus.
R. Anunciou a alegria ao mundo todo.

Oremos - Deus, que, por intermédio da Mãe Imaculada de Vosso Filho, multiplicastes os dons de Vossa graça em favor de nós, Vossos servos concedei-nos propício que, celebrando na terra os louvores da mesma Virgem pelas Suas maternas preces mereçamos alcançar o prêmio eterno do céu. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

(Oração retirada do devocionário Venha a nós o Vosso Reino, Manual de Piedade para as alunas das Irmãs Missionárias zeladoras do Sagrado Coração de Jesus, ano 1959)
 
Canção 

 Viva a mãe de Deus e nossa,
Sem pecado concebida!
Viva a Virgem Imaculada,
A Senhora Aparecida!

Aqui estão vossos devotos, 
Cheios de fé incendida, 
De conforto e de esperança, 
Ó Senhora Aparecida!

Virgem santa, Virgem bela, 
Mãe amável, Mãe querida,
Amparai-nos, socorrei-nos, 
Ó Senhora Aparecida.

Protegei a santa igreja, 
Ó Mãe terna e compadecida, 
Protegei a nossa Pátria, 
Ó Senhora Aparecida!

Amparai todo o clero, 
Em sua terrena lida, 
Para o bem dos pecadores,
Ó Senhora Aparecida!

Velai por nossas famílias, 
Pela infância desvalida, 
Pelo povo Brasileiro, 
Ó Senhora Aparecida!
 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O CAMINHO DO CALVÁRIO


Por fim Pilatos, receoso de perder as boas graças e a amizade de César, depois de ter declarado muitas vezes a Jesus inocente, sentencia-O a morrer crucificado; lê-se a iniqua sentença, Jesus, ouve-a, e aceita-a com santa resignação, sujeitando-Se a vontade do Eterno Pai que quer que Ele morra na Cruz pelos nossos pecados.

"Humilhou-Se, diz o Apóstolo, e fez-Se obediente até a morte, e morte de cruz." Logo os verdugos se lançam sobre o divino Cordeiro, inocente, agarram-nO com furor, tornam a vestir-Lhe os Seus vestidos, e tomando em seguida a Cruz, formada de dois grossos e informes madeiros Lh'a apresentam: Jesus recebe-a e abraça-a e beija-a e a põe Ele próprio aos ombros.

"Ó inocentíssimo Salvador meu! disse banhado em lágrimas São Bernardo, que delito havíeis Vós cometido, para serdes condenado a semelhante gênero de morte? Mas, Senhor, prossegue o Santo, eu bem sei qual foi o Vosso delito, - foi o Vosso excessivo amor para conosco."

Ah! Jesus meu! Que mais podereis fazer para me obrigardes a amar-Vos? se um pobre escravo se tivesse oferecido a morte por mim, teria certamente conquistado o meu amor e gratidão. Como tenho eu, pois podido viver tantos anos sem Vos amar, sabendo que Vós, meu Senhor e Soberano, e meu Deus, quisestes morrer para me salvar? Eu Vos amo, ó Bem infinito, e, por Vosso amor, me arrependo, de haver-Vos ofendido.

Saem os réus do tribunal, e dirigem-se ao lugar do suplício. Entre eles vai o Rei da glória, com a Cruz às costas. Saí, vós também, ó Serafins, e descei lá do Céu a acompanhar o Vosso Deus que Se encaminha para o monte Calvário a morrer crucificado. Que espetáculo! Um Deus que vai deixar-Se crucificar pelos homens! Vê, alma minha, o teu Salvador que vai morrer por ti; com a cabeça inclinada, o corpo oprimido, lacerado das feridas, derramando sangue; contempla-O coroado de espinhos, com aquele pesado madeiro aos ombros, e pergunta-Lhe - "Aonde vais, ó Cordeiro de Deus, assim fatigado?" - Eu vou, te responderá, acabar de morrer por teu amor, a fim de, quando Me vires morto, te lembrares do muito que te amei. Eia pois, lembra-te do Meu amor para contigo e consagra-Me o teu."

Ah! meu dulcíssimo Redentor, como tenho eu podido viver esquecido do Vosso amor? Os meus pecados foram os que amarguraram o Vosso coração, ó meu Jesus. Pesa-me, Senhor, dos agravos, que Vos hei feito; agradeço-Vos a paciência de que até agora tendes usado para comigo, e amo-Vos com todas as forças da minha alma, e a Vós só quero amar. Fazei-me lembrar sempre do Vosso amor, para que não deixe nunca de corresponder-Vos com o meu.

Sobe Jesus ao Calvário, e convida-nos a segui-lO com as palavras ditas aos Seus discípulos: "Quem quiser vir após de Mim, abnegue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-Me." Ouvida esta intimação, cheio de caridade o Apóstolo dirigi-se aos fiéis e diz-lhes: "Eia pois, vamos após Ele, e abracemos os Seus opróbrios e ignominias". Se Vós, Senhor, ides adiante de mim com a Cruz, sendo inocente, dai-me a que Vos aprouver impor-me, pois com ela quero ir até a morte!

Quero morrer conVosco, pois quisestes morrer por mim! Vós mandais que Vos ame, e eu nada mais desejo do que amar-Vos. Vós sois e sereis sempre o meu único amor. Ó Maria, minha esperança, rogai por mim a Jesus.

(Sagrada Família, por um padre redentorista, 1910)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Matrimônio

Breve Tratado do Matrimônio
Padre Jean Viollet


Índice:

Publicaremos hoje:

  • MATRIMÔNIO
  • A PREPARAÇÃO PARA O MATRIMÔNIO
A ESCOLHA
LEIS DO AMOR CONJUGAL
O MATRIMÔNIO ENTRE CRISTÃOS NÃO É UM
SIMPLES CONTRATO, MAS SIM UM SACRAMENTO
DIREITOS E DEVERES RECÍPROCOS DOS ESPOSOS
BOM ENTENDIMENTO CONJUGAL
PATERNIDADE E MATERNIDADE
FILHOS E SUA EDUCAÇÃO
CONCLUSÃO

O Padre Viollet, bem conhecido pelos seus livros sobre a família e a educação, expõe em algumas páginas os princípios e regras do matrimônio cristão. Numa época em que a instituição familiar está sendo muito ultrajada, em que se perdem as referências, esta obra ajudará os jovens que se preparam para o matrimônio, e também os esposos, em conhecerem melhor a grandeza deste estado de vida. O autor não se contenta com relembrar os princípios, mas dá também valiosos conselhos para formar uma família capaz de atravessar todas as dificuldades da vida, uma família fundada sobre um amor verdadeiro, e não sobre o egoísmo.


I – MATRIMÔNIO

1- O chamamento para o matrimônio

Entre as vocações às quais os homens estão chamados pela Providência, o matrimônio é umas das mais elevadas. Pelo matrimônio o homem e a mulher, colaboradores de Deus na procriação dos filhos, são chamados a se santificar mutuamente e recebem, ao mesmo tempo, a missão de formar, pela educação, o coração, a inteligência e a vontade dos filhos que lhe são confiados, até chegar o dia em que os mesmos são finalmente capazes de se conduzir por si próprios.

2- Baseia-se no amor

Porque Deus é amor e porque Ele criou o mundo por amor, quis que seus filhos nascessem do mesmo modo, isto é, pelo amor que une um homem e uma mulher para a vida inteira. Por esta razão, o casamento deve ser considerado com um respeito religioso. Aliás, é consagrado por um sacramento, o sacramento do Matrimônio.

3- Pede longa preparação

Por conseguinte, o homem e a mulher têm de preparar-se antecipadamente e por longo tempo, durante os seus anos de adolescência, para a sublime vocação que fará deles os colaboradores da obra divina. Para preparar-se para isto, o jovem deverá conservar o seu corpo na castidade, aprender a respeitar a mulher, adquirir as qualidades sobre as quais poderá, com toda confiança, repousar o coração da esposa. A jovem deverá ser reservada, cuidar da guarda do seu coração, não procurar as emoções sentimentais sem futuro, mas acostumar-se a missões de devotamento e generosidade, começando no seio da própria família.

4- O que deve ser o amor


O amor não é uma satisfação dos sentidos; também não é um sonho novelesco. É um sentimento forte e profundo, o dom generoso e durável de um só homem para uma só mulher. Exige que cada um dê ao outro o melhor de si mesmo, aplique-se a lutar contra os defeitos que constituem um obstáculo para a harmonia conjugal, conquiste as qualidades e virtudes que enriquecem o amor e lhe dão todo seu valor moral e espiritual. O verdadeiro amor não se confunde, como amiúde acreditam os jovens, com uma beatitude sem mistura. É feito de alegrias e penas, de desenvolvimentos e sacrifícios. Os que pretendem não ter do amor senão suas alegrias, o matam antecipadamente; ao passo que aqueles que aceitam seu fardo e seus cuidados, o garantem contra os egoísmos da paixão e as dificuldades da vida.

5- Origem do amor

O amor conjugal não é uma invenção humana. É querido por Deus. É desvio de seu fim natural não procurar nele mais do que a satisfação dos desejos da paixão, sem fazer por onde gerar filhos e se consagrarem os esposos à sua educação, dando-lhes o melhor de si mesmos.


II - A PREPARAÇÃO PARA O MATRIMÔNIO

1- O valor do amor depende do valor das almas

Se há tantos matrimônios que não perseveram, é porque não foram preparados e porque os que se uniram não tinham compreendido as suas exigências morais e espirituais. É preconceito corrente que o amor aparece e desaparece sem se saber como e sem que seja erro de ninguém. A verdade é inteiramente outra. Se o aparecimento do amor é sempre resultado de um encontro fortuito ou preparado, a sua duração e profundidade dependem do valor das almas e da maneira de como elas se preparam para amar.

2- Os erros dos jovens
Para um jovem, não é preparação para amar multiplicar os prazeres sensuais nos dias da sua adolescência. Tais falsos prazeres, que se pretendem justificar pelo odioso provérbio: “é preciso gozar a juventude”, desenvolvem hábitos de prazer egoísta e sem responsabilidade, que terão por resultado diminuir o respeito devido à esposa e a si próprio. Dando livre curso aos instintos inferiores, os adolescentes diminuem as delicadezas de coração e o controle da vontade. Preparar-se para amar é aprender a respeitar-se a si mesmos e fazer-se respeitar pelo outro sexo; é forjar sua vontade com vista às obrigações futuras; é amar antecipadamente aquela que é ainda desconhecida, por fidelidade antecipada; é conquistar as qualidades de coragem, de lealdade, de domínio de si e de abnegação sobre as quais se apoiará, um dia, o coração da esposa.

3- Os erros das jovens

Para a jovem, preparar-se para amar é habituar seu coração para todas as delicadezas da fidelidade. Provocar e perturbar o sexo forte com jogos de sedução não é aprender a amar; nem multiplicar, pelo namorico, as falsas emoções da sensibilidade; nem sonhar com paixões amorosas irrealizáveis. O coração não vive senão pelo dom de si. Ora, para aprender a devotar-se, a jovem deverá exercitar-se no devotamento sob todas as suas formas. A moça que não souber esquecer-se de si mesma no decorrer de sua adolescência, não o saberá fazer na sua vida familiar.

4- O amor é enriquecimento mútuo

O amor não vive se não for alimentado pelo enriquecimento mútuo do marido pela esposa e da esposa pelo marido. Muitos casamentos falham porque os noivos não possuem as qualidades que teriam enriquecido e feito desabrochar a alma do seu cônjuge.

5- Como se preparar

Por isso, os jovens e as jovens devem aplicar-se em desenvolver ao máximo, durante seus anos de adolescência, as qualidades próprias de cada sexo. O homem deve se forjar uma personalidade forte e corajosa, um julgamento reto, uma consciência leal; conquistar as qualidades que darão à esposa o sentimento de poder se abandonar com confiança à retidão e generosidade de seu marido. A esposa deve desenvolver em si todas as sensibilidades do coração; conquistar as qualidades de dona de casa e se mostrar apta a todos os atos que tornam amável e atraente o lar. Um e outra deveriam preparar-se para bem educar seus filhos, devotando-se durante a sua adolescência, às obras de formação da juventude. 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A Santa Família


José acolheu com delicadeza esse grande sentimento e respondeu com o mesmo amor. O amor entre eles era tão sublime que já podia pertencer ao nível dos anjos. José nunca reclamou para si satisfações humanas, sempre disponível a advinhar os desejos de Maria Santissima, era sempre pronto a todas as necessidades.

José sentiu muita alegria a ver o seu filho crescer, dia após dia, abraçando-o, sabendo bem quem ele era. Com amor ele cuidava de toda a família, não economizando fadiga.

Quando chegou o tempo de fugir para o Egito, não teve dúvidas ou tenteamentos, deixou tudo aquilo que tinha, inclusive a segurança de como manter a família, para salvar seu filho. Muitos não dão o devido valor do seu papel como pai e todo o seu empenho para com a familia.

Mestre de integridade, José soube ser um exemplo para todos os pais de família, demonstrou que era possível amar ardentemente, mas de um amor para com o núcleo familiar sem pretender nada para si: a alegria era a luz reflexa do perfume das virtudes.

Cada família deveria pegar como exemplo esta Santa Família daquela época. Quantos casais interpretam o próprio papel como o mais importante, desenvolvendo o amor egoístico para o proprio prazer; assim acusam o outro, enquanto não fazem nada para compreende-lo.

Os filhos são como botões de rosas. E’ necessário que o jardineiro as regue adequadamente e o sol as aqueça, a fim de que com o tempo a flor se abra no seu esplendor emitindo o seu suave perfume. Mas se os botões vêem abandonados, as ervas daninhas procurarão sofocá-los e a falta de água, antes ou depois, os farão morrer; para eles não tem saída, sozinhos não conseguirão sobreviver.

Assim é para os nossos meninos, eles são belissimos botões e atendem de abrir-se; é necessário porém regá-los com a luz da verdade e aquecê-los com o sol do amor. Vocês devem dedicar muito cuidado a eles, a fim de que as ervas daninhas dos vícios e das falsas inclinações não os sufoquem. Mas se de um lado devem se preocupar pelo crescimento humano deles, do outro lado devem se empenhar pelo crescimento espiritual e moral deles, para transferir aquela luz que permitirá a eles de caminhar em direção à justa estrada. Quantas mães e pais não fazem faltar nada ao filho, doando até o supérfluo, achando que assim estão doando a ele, a felicidade.

No dias de hoje, quantos são numerosos os rapazes, os meninos infelizes que atendem dos pais a única coisa preciosa, o amor, o afeto e um guia seguro para o caminho a seguir.

A família é o amor conjugal que recai sobre os filhos e se fecha no núcleo familiar. O botão se transforma em flor, alimentado pelo amor dos pais, o seu perfume será mais ou menos intenso na proporção das virtudes que se conseguiu cultivar juntos.

Família, sublime oportunidade de crescimento para todos os seus membros, é o amor que chama amor e no amor a alegria de doar e de ver os frutos. Se às vezes a fadiga fará descer lágimas de suor, serão gotas para alimentar a vontade de proseguir e crescer juntos.

Se um dos membros não quer exercitar o seu dever ou é incapaz de doar porque está ainda fechado no seu egoísmo, pouco importa aos outros membros que sabem amar, o ajudarão a crescer.

Maria e José eram unidos docemente na alegria e na dor pelo seu filho tão amado que se entregaram de corpo e alma: Jesus era o sol deles. Souberam acudir docemente o botão deles, regando dia após dia com as suas virtudes e aquecendo-o com o amor deles. Devemos fixar eles com confiança, devemos pedir ajuda e eles virão a nós como se fossemos seus filhos, ampararão nos e nos darão o desejo de crescer e de acudir os nossos botões, se tivermos. Farão nos experimentar na família aquele desejo de amar o que somente os anjos possuem.

Modéstia - A verdadeira amizade III

DA GUARDA DO CORAÇÃO
A VERDADEIRA AMIZADE

Se sentires em teu coração, alma cristã, uma tal afeição para com alguém, não há outro remédio para te libertares dela, senão cortá-la resolutamente de uma vez para sempre, pois, se quiseres renunciá-la pouco a pouco, crê-me, nunca chegarás a desfazer-te dela. Essas cadeias são dificílimas de romper, e só o conseguirá quem as quebrar violentamente, duma só vez. E não venhas com a desculpa de que, até agora, nada ocorreu de inconveniente, pois deves saber que o demônio não começa com o pior, mas só pouco a pouco leva a alma imprudente às bordas do precipício e, então, com um leve empurrão, precipita-as no abismo.

É uma máxima aceita por todos os mestres da vida espiritual de que, neste ponto, não há outro remédio senão fugir e afastar-se da ocasião. São Filipe Néri costumava dizer que, nesse combate, só os covardes saem vencedores, isto é, os que fogem da ocasião. Podemos resistir aos outros vícios ficando na ocasião, diz São Tomás (De mod. conf., c. 14), fazendo violência contra nós mesmos; mas o vício contrário à pureza, porém, só o poderemos vencer fugindo da ocasião e renunciando às afeições perigosas.
Se sentires, porém, teu coração livre e desembaraçado de tais afeições, toma todo o cuidado possível para não te emaranhares em laço algum, como já se tem dado a muitos em razão de sua negligência. Eis o conselho que te dá São Jerônimo (Ep. Ad Eust.): "Se, no trato com alguém, notares que alguma afeição desregrada se quer apoderar de teu coração, apressa-te a sufocá-la antes que se torne um gigante. Enquanto o leão é ainda pequeno, pode ser facilmente trucidado; uma vez crescido, torna-se-á mui difícil e humanente impossível".

Coisa verdadeiramente lamentável e vergonhosa seria se permitisses que fizessem, em tua presença, gracejos indecentes. Não julgues que não pecas calando-te e simplesmente ouvindo tais gracejos; se não evitares o mais depressa possível a companhia de um homem tão insolente, já cooperaste com o seu pecado e te fizeste réu dele. Se receberes de alguém uma carta com palavras amorosas, rasga-a imediatamente ou lança-a ao fogo e não lhe dês resposta. Se, por motivo grave, tiveres de responder, faze-o então em poucas e sérias palavras, e não dês a entender que notaste as tais palavras e muito menos que achaste nelas qualquer prazer.

Não repliques também que não há perigo, porque a pessoa de que se trata é piedosa. São Tomás de Aquino diz (De mod. conf., c. 14): "Quanto mais santas são as pessoas pelas quais sentimos afeição particular, tanto mais devemos nos acautelar, porque o alto apreço que fazemos de sua virtude mais nos estimula ainda a amá-las". O padre Sertório Caputo, da Companhia de Jesus, diz: "O demônio, a princípio, nos inspira amor à virtude daquela pessoa, depois o amor à própria pessoa e, finalmente, nos lança na perdição". O Doutor Angélico faz notar que o demônio sabe perfeitamente esconder um tal perigo: no começo não dispara seta alguma que pareça envenenada, mas só tais que excitem a afeição, ocasionando leves feridas do coração; em seguida, quando o amor já está aceso, essas pessoas já não se tratam mais como anjos, mas como homens de carne e sangue: trocam repetidos olhares e palavras amorosas, desejam estar muitas vezes a sós, juntas e, por fim, a piedade espiritual degenera em amor carnal.