Festa de Terceira Classe
Paramentos Brancos
QUATRO PREOCUPAÇÕES
A Igreja está atualmente em uma grande confusão,
Que a necessidade de caridade seja nossa principal conclusão.
Um leitor escreve: “Excelência, por favor, poderia esclarecer quatro pontos de desacordo com o senhor que têm surgido repetidamente nos círculos católicos tradicionais?”. É claro que posso! Mas, que reine a caridade!
1 Diz-se que o senhor apoia e promove o “Poema do Homem-Deus” de Maria Valtorta, que conteria graves erros contrários à Fé e muito conteúdo escandaloso.
Certamente, apoio e promovo este trabalho de Maria Valtorta (1897–1961), porque estou convencido de que é um grande presente de Nosso Senhor ao nosso pobre mundo moderno, a Sua resposta especial à eletrônica, ao cinema, à televisão e à Internet que estão levando milhões e milhões de almas para longe de Deus e conduzindo-as para a fantasia e para o Inferno. Os dez volumes no original em italiano apresentam um quadro completo da vida, morte e ressurreição de Nosso Senhor em detalhes tão realistas que fazem os Evangelhos saltarem das páginas, por assim dizer. Porém, não é em todos os leitores que ocorre esse efeito; na verdade, muitos católicos sérios ficam indiferentes em relação ao “Poema”. Por outro lado, desde a sua primeira publicação, na década de 1950, o "Poema" tem produzido enormes frutos bons, com um aumento do amor e do conhecimento de Deus e com conversões sérias em todo o mundo. Inúmeras almas deverão ao “Poema” sua salvação eterna.
Quanto às acusações de erro doutrinário e de conteúdo escandaloso, não se deve levar a sério nenhuma delas. Com a segurança de um cabrito-montês que dança entre os picos das montanhas, essa leiga italiana acamada dança entre as alturas da teologia trinitária de uma maneira dificilmente explicável a não ser por inspiração divina.
E quanto ao “conteúdo escandaloso”, é preciso recordar Tito I, 15: “Para os puros, todas as coisas são puras, mas para os corruptos e incrédulos, nada é puro; suas próprias mentes e consciências estão corrompidas”. Muitos que acusam o “Poema” de escândalo estarão apenas condenando a si mesmos. Queira Deus que passem a enxergar com clareza!
2 Diz-se que o senhor apoia aparições marianas problemáticas não aprovadas que sustentam o Novus Ordo.
Note-se, em primeiro lugar, que não poderia haver falsas aparições marianas se não houvesse algumas autênticas para o Diabo imitar. É tudo uma questão de “provar os espíritos para ver se são de Deus” (I Jo IV, 1). Ora, normalmente é responsabilidade dos pastores católicos (Bispos) realizar essa tarefa em nome das ovelhas católicas, porque ela pode ser bastante delicada. Ademais, ao fazê-lo, preferem equivocar-se por excesso de prudência. Mas quando os tempos são tão anormais como o são nos dias de hoje, e a maioria dos Bispos é modernista, como estes podem começar a realizar o trabalho católico de “provar os espíritos”? Quantos deles ainda acreditam no Diabo? E, assim, as ovelhas católicas hoje estão obrigadas a realizar essas tarefas por conta própria, não mais do que o necessário, mas pelo menos algumas. O verdadeiro problema hoje em dia são as muitas almas que não querem reconhecer as provas objetivas, ou não conseguem mais pensar nelas, que Deus fornece em abundância quando deseja que se creia n’Ele, como, por exemplo, em Garabandal ou Akita.
3 Diz-se que o senhor encoraja as almas a assistir à Missa Nova se sentirem que poderão beneficiar-se dela.
Em abstrato, a Missa Nova é uma abominação, o ato central de adoração da nova religião modernista, razão pela qual o Arcebispo Lefebvre estabeleceu uma regra geral de não comparecimento. Mas, no concreto, uma ou outra Missa Nova em particular não é automaticamente inválida, caso em que pode acontecer que venha a ser espiritualmente proveitosa para alguém, ainda que essencialmente continue sendo um cavalo de Tróia projetado por inimigos conhecidos de Deus para destruir a Igreja Católica por dentro. Toda vez que é celebrada ou que se assiste a ela, essa missa injeta em cada participante o veneno de uma compreensão falsa das relações entre Deus e o homem.
4 Dizem que o senhor acredita que Francisco é um impostor que não deveria ser mencionado no Cânon da Missa.
Por mais inadequado que Francisco seja como Papa, eu pessoalmente o nomeio no Cânon em cada Missa que celebro, porque a Igreja Católica não pode sobreviver sem seu Papa. Nenhuma organização sobrevive sem um líder que seja reconhecido como tal, e o Papa atualmente reconhecido como tal é Francisco.
Kyrie eleison.
DESINTEGRAÇÃO DO PAPA – III
Estão a ensinar que a política não é religiosa?
Então não se travarão as batalhas de Cristo Rei.
Como os “Comentários” de duas semanas atrás elogiaram a análise do Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, o Pe. David Pagliarani, publicada em 12 de março sobre a impensável loucura do “pensamento” do Papa Francisco, então ninguém precisará concluir que os “Comentários” desta semana estariam tentando minar essa mesma Fraternidade caso continuem a dar algumas sugestões ao mesmo Superior Geral. Em todos os idiomas, haverá alguma expressão proverbial da distância entre as palavras e as ações. O Pe. Pagliarani está falando corretamente. Os americanos diriam que tudo o que ele precisa fazer agora é andar no caminho certo, de acordo com seu discurso.
Pois, de fato, se o Superior Geral realmente deseja o bem da Fraternidade da qual é Superior, ele desejará agir como o Fundador dessa Fraternidade agiu, porque seguir um Fundador é servir à sua fundação, ao mesmo tempo que contradizê-lo em palavras ou ações é contribuir para desfazer sua fundação. Ora, o que distinguia o Arcebispo Lefebvre de seus milhares de confrades Bispos durante e após o Vaticano II? Ele sempre disse que algumas centenas saíram do Concílio ainda decididos a defender a verdadeira Fé Católica, mas que na década de 1970 o Papa Paulo VI conseguiu essencialmente quebrar a resistência deles, especialmente pelo mau uso de sua autoridade. Assim, os Bispos puseram o Sistema acima da Verdade, enquanto o Arcebispo pôs a Verdade acima do Sistema.
Pois bem, ao declarar em sua análise de 12 de março que o Papa Francisco está praticamente abandonando toda a filosofia e toda teologia católicas, o honorável Pe. Pagliarani mostra que tem um verdadeiro conhecimento da Verdade e do perigo terrível em que ela se encontra hoje. Ora, o que o Arcebispo fez quando, nos anos de 1970 e 1980, os Papas Paulo VI e João Paulo II colocaram a Fé em perigo de maneira similar? Ele colocou o Sistema antes da Verdade? Ou acaso não fez o que deveria fazer consagrando quatro Bispos, mesmo fora do Sistema, para assegurar a sobrevivência prática de seu discurso heroico? Posso sugerir duas coisas que o senhor, Pe. Pagliarani, poderia fazer, uma pela Igreja e outra pelo estado, para elevar sua caminhada ao nível de seu discurso?
Para a Igreja, ajude-a enormemente, assim como o fez o Arcebispo (e como você mesmo fez com sua condenação absolutamente clara em fevereiro de 2019 da Declaração Conjunta do Papa com o Grande Imam de Al-Azhar), não apenas com a fidelidade à Doutrina Católica, mas também evitando inequivocamente o Sistema da Igreja, atualmente ainda atolado na doutrina conciliar, e susceptível a contaminar qualquer sacerdote ou líder da Fraternidade que flerte imprudentemente com tais instrumentos objetivos de Belial. Com relação aos oficiais da Igreja gravemente equivocados, cortesia e caridade sim, mas contato amigável, de maneira nenhuma! Pois não pode haver maior caridade para com esses traidores objetivos, que se põem em risco de ter uma eternidade terrível, do que fazê-los entender como precisam converter-se. E o senhor, Pe. Pagliarani, tem o dever de conduzir seus próprios sacerdotes para longe deles, de tão perigosos que são!
E para o estado, da mesma forma. Praticamente todos os estados do mundo estão atualmente sob o controle disfarçado dos inimigos bimilenários de Deus e do homem, a quem Deus está usando para flagelar a humanidade apóstata. No que é radicalmente uma guerra religiosa da parte deles, pela cegueira e fraqueza dos católicos que deveriam detê-los, eles conseguiram o domínio de nossos bancos, da nossa política, das nossas universidades, das nossas artes, da nossa cultura, do nosso direito, da nossa medicina, etc., de modo que todas essas coisas são meras cascas anticristãs daquelas coisas que uma vez foram como partes da civilização cristã. A culpa é dos cristãos por sua falta de fé, e isso recentemente resultou no roubo em uma outrora grande nação de sua eleição nacional, com muito poucos protestos contra a massa de mentiras necessariamente implicada. Ora, com o selo dos mesmos guerreiros anticristãos está toda a crise artificial da covid. Padre, qualquer fraternidade católica estará traindo ainda mais a Cristo se não discernir, e agir, sobre quem e o que está em jogo. A covid é um problema ainda mais religioso do que político, e os homens de Deus devem dizê-lo, se o povo de Deus quiser voltar a pôr-se de joelhos. Que Deus esteja convosco.
Kyrie eleison.
P.S. Já chega por hora de CE’s sobre a gravidade do modernismo. Os próximos dois CE’s deverão apresentar para o tempo da Páscoa a alegria de Beethoven (mesmo que não seja uma alegria diretamente cristã, mas derivada dela).