sábado, 16 de junho de 2012

A fumaça de Satanás


101 motivos para duvidar 
da versão do Cardeal Bertone

Dos motivos 38 ao 51

38. Bertone, assim, declarou falsamente ao público (através do seu agente De Carli) que não havia um "envelope Capovilla" separado, quando até a sua própria evidência demonstra agora que existe mas que não foi mostrado.

39. Depois de sete anos sem ter revelado a sua existência, Bertone (através de De Carli) admitiu agora que um envelope contendo um texto do Terceiro Segredo e tendo as anotações de Capovilla esteve guardado nos aposentos papais durante os pontificados de João XXIII e Paulo VI, embora, n'A Última Vidente, tivesse troçado da hipótese de ter havido um envelope nos aposentos papais que não era o mesmo do arquivo do Santo Ofício. Bertone mudou a sua história sobre o texto nos aposentos papais, criando assim muitas discrepâncias novas na sua história.

40. Forçado pelo depoimento de Capovilla a admitir que, afinal, havia um envelope com um texto do Terceiro Segredo nos aposentos papais, e não no arquivo, e que Paulo VI leu este texto em 1963, e não em 1965 como tinha antes dito, Bertone pôs De Carli a fazer perguntas preparadas a Capovilla durante a entrevista de Agosto de 2007, que sugeriam ­ pela primeira vez em sete anos de controvérsia ­ que Paulo VI leu duas vezes o mesmo texto, em 1963 e 1965, e que o texto que leu em ambas as ocasiões era simplesmente o texto da visão que o Vaticano publicou em Junho de 2000. Esta sugestão foi lançada durante a transmissão da Telepace, organizada por Bertone em Setembro de 2007.

41. A tentativa de Bertone para mudar a sua versão de modo a adaptar-se à evidência ­ evidência essa cuja existência tinha anteriormente negado ou aparentado negar ­ criou as seguintes discrepâncias fatais:· Se Paulo VI leu em 1965 o mesmo texto que leu em 1963, então o texto seria o que estava no "envelope Capovilla", que Bertone nunca mostrou; porque, como Capovilla disse a De Carli, depois de ler um texto do Segredo em 1963, Paulo VI colocou-o outra vez no "envelope Capovilla" e tornou a fechar o envelope.· Se não havia nada a esconder, então Bertone devia ter mostrado o "envelope Capovilla" natelevisão. A "versão oficial" nunca mencionou que Paulo VI lera um texto do Segredo em 1963, embora essa leitura fosse um acontecimento histórico importante.
· Não haveria razão para a versão oficial não ter mencionado este acontecimento histórico importante, a não ser que o texto que o Papa Paulo leu em 1963 estivesse escondido (como ainda está).· Se Paulo VI leu em 1965 o mesmo texto que leu em 1963, a versão oficial da leitura de 1965 devia também ter mencionado isto ­ a não ser que, mais uma vez, houvesse alguma coisa a esconder.
· Como o próprio Bertone revelou agora através de Capovilla, Paulo VI voltou a fechar o envelope contendo o texto que leu em 1963, declarando que faria "o mesmo" que o Papa João XXIII fizera, ou seja, deixar que outros se pronunciassem sobre o texto. Então, porque é que Paulo VI iria reabrir em 1965 o envelope que tinha voltado a fechar em 1963, para ler o mesmo texto?
· Mesmo se Paulo VI decidisse em 1965 reabrir o envelope que tinha voltado a fechar em 1963 para ler uma segunda vez o seu conteúdo, porque é que nem os seus diários, nem os registos dos membros do seu pessoal, nem qualquer documento do Vaticano, mencionam que o Papa tinha decidido ver novamente o mesmo texto sobre que anteriormente decidira deixar que outros se pronunciassem?
· Segundo a transcrição de De Carli, Capovilla disse que, depois da leitura de um texto do Segredo por Paulo VI em 1963, "o envelope foi outra vez lacrado e não se falou mais nele." Assim, Capovilla, ao contrário do que Bertone sugeriu (através das perguntas preparadas que
De Carli lhe fez), não podia ter sabido se o Papa Paulo reabriu o mesmo envelope em 1965 e leu novamente o mesmo texto.
Bertone fingiu ignorância sobre se João Paulo II lera um texto do Segredo em 1978.

42. N'A Última Vidente, Bertone disse estar "convencido", e que era a sua "opinião", que João Paulo II não lera o Segredo em 1978, dias depois de ser eleito, embora o porta-voz papal Navarro-Vallso tivesse declarado à imprensa ­ declaração esta que indicava a existência de um texto, ainda por revelar, nos aposentos papais.

43. Confrontado com a declaração de Navarro-Valls, Bertone misteriosamente não se lembrou simplesmente de perguntar a este, ao próprio Papa (quando era vivo) ou a quaisquer outras testemunhas que soubessem dizer se a referida declaração era verdadeira, embora tivesse muito tempo para o fazer, com respeito à sua entrevista escrita n'A Última Vidente. Alternativamente, Bertone verificou a declaração e escondeu o facto de João Paulo II ter, com efeito, lido um texto do Segredo em 1978, três anos antes da data apresentada na versão de Bertone.

44. Apesar de ser interrogado várias vezes, até por De Carli, o entrevistador que ele próprio escolhera a dedo, Bertone declarou que João Paulo II, o "Papa de Fátima", esperou até ao terceiro ano do seu pontificado (1981) para ler o Terceiro Segredo, quando Paulo VI o lera dias depois da sua eleição.

45. Perante a insistência de De Carli, pela terceira vez durante a entrevista n'A Última Vidente, Bertone sugeriu, por incrível que pareça, que João Paulo II estava muito ocupado a "re-evangelizar o mundo" para ler o Terceiro Segredo em 1978.

46. Os Nºs 42-45 sugerem a determinação de Bertone de não admitir que João Paulo II lera o Segredo em 1978, quando não haveria razões para não o admitir, a não ser que houvesse algo a esconder a respeito desta leitura. Bertone defendeu uma interpretação claramente "insustentável" da visão do Bispo vestido de branco.

47. Bertone, no seguimento da orientação do Cardeal Sodano, seu antecessor, insistiu que a visão de um Papa a ser executado por soldados fora de uma cidade meio arruinada significava João Paulo II a escapar à morte às mãos de um assassino solitário em 1981 ­ uma "interpretação" tal que até oVaticanista Marco Politi rejeitou categoricamente como insustentável durante o aparecimento de Bertone no Porta a Porta.

48. Bertone não explicou porque é que a visão, se isso é tudo o que significa, ficou fechada a sete chaves no Vaticano quase 20 anos depois do atentado.

49. Apesar disso, Bertone fez a afirmação incrível de que a decisão de publicar a visão em 2000 "encerra um pedaço de história, marcado por trágicas veleidades humanas de poder e de iniquidade..." ­mas, se assim é, porque é que não se tomou essa decisão antes?

50. A "interpretação" da visão por Bertone faz da tentativa de assassínio de 1981 o ponto culminante da Mensagem de Fátima, embora o Papa tivesse recuperado dos seus ferimentos, retomasse uma vida activa, com a prática de ski, caminhadas a pé e natação, nos doze anos seguintes, e morreu quase vinte e cinco anos depois do atentado, de complicações da doença de Parkinson.

51. Em 2001, no comunicado sobre a sua alegada entrevista com a vidente em Novembro desse ano, Bertone disse que Lúcia "confirma inteiramente" a sua interpretação da visão. Mas em Maio de 2007, n'A Última Vidente, Bertone disse "não nestes termos", quando De Carli, o entrevistador que escolhera, lhe perguntou directamente se Lúcia tinha aceitado a interpretação.

Vídeo: A ocultação do Terceiro Segredo de Fátima 
- Parte 04 de 6