domingo, 16 de setembro de 2018

16 de setembro dia São Cornélio e Cipriano Santa Eufêmia, Virgem e Martir.

 

Nasceu na Calcedônia, uma cidade perto de Constantinopla, numa família nobre e respeitável, filha do senador Filofrónio e de sua esposa Teodora, foi criada principio cristãos, que faziam dela um exemplo de virtude e beleza junto dos habitantes. Freqüentou a escola, por isso nas suas imagens aparece com um manto de estudante (da época). Durante o reinado do Imperador Diocleciano, que proibia batizados, ela foi acusada e, tendo recusado a casar com um herói da cidade, foi presa com outros cristãos. Santa Eufêmia está bem testemunhada pelos sermões de alguns bispos do século IV, embora na sua passio ou narrativa do martírio, tornada mui popular, se misturem não apenas tormentos sobre tormentos como milagres extraordinários que envolveram os seus últimos dias.

Também a fé que lhe ardia no íntimo se tornara extraordinária. Ao ver os cristãos perseguidos pelo juiz Prisco que obedecia às leis persecutórias ditadas por Diocleciano, oferecendo-se à morte, entregando-se como vítima de amor, encorajando assim os outros cristãos metidos nas masmorras.

Com o assistir à morte dos irmãos na fé, estimulava-se cada vez mais, ao contrário do que pretendia o verdugo, e perguntava: - É por eu ser nobre que preferes os desconhecidos e estrangeiros e lhes dás a glória prometida antes de mim, chegando deste modo primeiro junto de Cristo?

Eu julgava – respondeu o juiz Prisco – que havias tornado ao verdadeiro juízo e que vinhas, lembrada da nobreza do teu sangue, sacrificar aos deuses.

Eufêmia, de tal maneira contestou o juiz que este a mandou prender e sepultar num fétido calabouço, onde foi esbofeteada e mal tratada.

Tida por bruxa e possuidora de artes mágicas, pois os algozes ficavam paralisados quando a queriam violar e apresentar a outros homens, as máquinas de tortura de maneira cruel, onde era usada uma roda de moinho, sempre se manteve fiel à sua fé e manteve intacta a sua decisão de nunca trair a Deus, ao chegarem-nas junto dela e as feras a quem era deitada se convertiam em mansos cordeiros, levaram-na ao circo, entregaram-na aos leões, que acabaram por matá-la, mas não danificaram o seu corpo ou a comeram, deitando-se a seu lado como que a protegê-la de mais sofrimentos. Era o dia 16 de Setembro do ano 304 AD, tinha ela somente 15 anos de idade.                                                                                             

Santo Ambrósio: “A Santa e gloriosa Eufêmia conservou a virgindade e mereceu ser cingida com a coroa do martírio. Pelas suas preces o inimigo foi vencido, o adversário Prisco eliminado, a virgem tirada do fogo da fornalha sã e salva, as pedras duras transformadas em pó, as feras amansaram-se e submeteram-se-lhe, todos os suplícios foram superados com a sua oração; por fim, trespassada pela ponta da espada, deixou a prisão da carne e jubilosa, juntou-se ao coro celeste”.

Os cristãos ficaram com o seu corpo, que foi sepultado na Calcedônia, onde construíram uma igreja. Em 620, quando a cidade foi invadida e conquistada pelos Persas, transladaram o seu corpo, com medo de ser destruído, para Constantinopla, e depositaram-no numa Igreja que o Imperador Constantino mandara construir em honra da santa. Com a entrada no poder do Imperador Nicefor, que era contra símbolos religiosos, os cristãos ficaram com medo de que ele removesse o corpo de Santa Eufêmia.                                                                                                       A tradição conta que, numa noite de violenta tempestade, o sarcófago de mármore desapareceu da cidade. Possivelmente, pescadores cristãos carregaram-no nos seus barcos, com a esperança de transportá-la para um lugar seguro. Em 13 de Julho do ano 800, as pessoas de Rovinj viram um sarcófago chegar à costa daquele local, ondulando gentilmente nas águas. Os sinos repicaram, as pessoas que se juntaram na praia tentaram retirá-lo da água, mas em vão, todos os esforços eram inúteis, até que apareceu uma criança com dois fracos bezerros e que, para espanto de todos, conseguiu remover o pesado sarcófago da água e o levou até a igreja local.                                                                
 Quando abriram o sarcófago, viram o corpo de uma moça muito bonita, vestida com um luxuoso vestido e junto dela, um pergaminho que dizia HOC EST CORPUS EUFEMIAE SANCTAE (ESTE É O CORPO DE SANTA EUFÊMIA, virgem mártir da Calcedônia, filha de um nobre senador, nascida para o céu em Setembro 16, ano 304 A.D.). O seu corpo continua preservado numa igreja na cidade de Rovinj, na atual Croácia, onde pode ser visitado. Quer na pintura quer na estatuária santa Eufémia é representada da seguinte maneira: numa das suas mãos normalmente está uma palma, simbolizando os seu martírio ou um lírio virginal simbolizando a sua virgindade, podendo também figurar uma espada gravada no peito simbolizando a sua decapitação, algumas vezes é também representada com uma cruz, sozinha ou junto com a palma. Na outra mão é representado um livro, que simboliza a defesa da ortodoxia, uma vez que no IV concilio de Calcedónia no ano de 451, realizado junto da sua sepultura, foram colocadas dentro do seu túmulo a doutrina do monofisismo herética e a doutrina ortodoxa da Igreja. Ao fim de 3 dias de oração foi encontrado o texto com a profissão de fé ortodoxa na mão direita de Santa Eufémia, o outro texto que sustentava a heresia monofisita estava aos seus pés. Após este milagre foi afirmada a dupla natureza de Cristo, e os que permaneceram na heresia monofisita foram excomungados.

Aos pés de santa Eufémia é representado um leão ou um urso, o que constitui um dos seus atributos específicos. A presença do leão indica que aquela é mártir de Calcedónia, permitindo assim distingui-la das outras santas Eufémias. Na paróquia de Cós, concelho de Alcobaça, está uma representação única de santa Eufémia, em que é representado um lagarto ou crocodilo a engolir-lhe um braço.

A roda dentada, instrumento utilizado num dos seus tormentos é também muitas vezes representada, o que pode levar a uma confusão com Santa Catarina de Alexandria que também usa a mesma representação.

Em algumas representações iconográficas, santa Eufémia é também apresentada com uma maquete na mão da cidade de Rovinj, cidade onde está sepultado o seu corpo.

 Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário