domingo, 6 de janeiro de 2019

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DXCVII (597) (22 de dezembro de 2018)


  Deve-se manter em cada coração um lugar, 
Do qual alegria a ceia de Natal está sempre a propagar.

Eis um relato precioso de como o Natal pode ter protegido o Imaculado Coração de Maria de ser vencido por sua participação íntima na Paixão de seu divino Filho: “A bem-aventurança do êxtase natalino veio sobre mim como a essência de uma flor encerrada no vaso vivo do meu coração para toda vida. Uma alegria indescritível. Humana e sobre-humana. Perfeita.

“Quando meu coração era perfurado todas as noites da vida de meu Filho com a dolorosa lembrança: 'Um dia a menos de espera, um dia mais perto do Calvário', e quando minha alma estava sendo imersa em dor como se uma onda de tortura a tivesse varrido, uma onda antecipada da maré de tormento que me dominou no Gólgota, eu inclinava meu espírito sobre a memória da bem-aventurança da Noite Santa que permanecera viva em meu coração, assim como se inclina sobre um estreito desfiladeiro de montanha para ouvir o eco de uma canção de amor ou para ver à distância a casa de sua alegria. 

 “Essa foi a minha força ao longo da vida, especialmente na hora da minha morte mística ao pé da cruz. Deus estava punindo nós dois, eu e meu Filho gentil, pelos pecados de todo um mundo, mas a fim de não dizer a Ele que o castigo era terrível demais e que a mão de Sua Justiça estava sendo colocada pesadamente sobre nós, fui obrigada, através do véu das lágrimas mais amargas já choradas por uma mulher, a fixar meu coração naquela Noite Santa, naquela lembrança luminosa, de bem-aventurança, de santidade, que se alçava diante de mim sobre o Gólgota, como uma visão consoladora de dentro de meu coração para dizer-me o quanto Deus me amou – a visão veio para mim ali sozinha, sem esperar que eu a buscasse, porque era uma alegria sagrada, e tudo que é santo é infundido com amor, e o amor dá a vida mesmo a coisas aparentemente sem vida.
“Eis o que precisamos fazer quando Deus golpear:
* Recordar os momentos em que Deus nos deu alegria, para que possamos dizer até mesmo em meio ao tormento: “Obrigado, Deus. O Senhor é bom para mim.
* Aceitar ser consolado recordando um presente do passado, para fortalecer-nos em momentos de sofrimento presente, quando somos esmagados ao ponto de desespero, como plantas sendo esmagadas em uma tempestade, para que não nos desesperemos com a bondade de Deus.

 * Assegurar que nossas alegrias sejam de Deus; em outras palavras, não apenas alegrias humanas fruto de nossa própria escolha e muito facilmente não da de Deus, como é tudo o que fazemos que esteja desconectado de Deus, de Sua Lei e de Sua Vontade divinas. Precisamos buscar alegria somente em Deus.
* Manter em mente a Lei e a Vontade de Deus inclusive para as alegrias do passado, porque uma lembrança que nos estimula a fazer o bem e bendizer a Deus não é condenável; mas antes aconselhado e bendito.
* Fazer brilhar a luz da alegria passada em meio às trevas atuais para tornar estas tão luminosas que, mesmo na noite mais escura, possamos ver a santa Face de Deus. 
* Adoçar um cálice amargo com uma recordação saborosa, de modo a ser capaz de suportar o gosto horrível e de beber o cálice até a última gota.
* Sentir pela preciosa lembrança que valorizamos no coração, a sensação do carinho de Deus, mesmo enquanto os espinhos pressionam nossa fronte.

“Aí estão as sete fontes de felicidade opostas às sete espadas, tal como trespassaram meu Imaculado Coração. Elas compõem a minha lição de Natal para você e, com você, eu faço delas um presente para todos os meus filhos prediletos. Eu abençoo-os a todos.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário