11 de novembro de 2017
“Vox túrturis audita est in terra nostra”
(Cant. II, 12)
O valor da vida contemplativa é pouco conhecido e a queixa de Marta a respeito de Maria não é só de Marta, mas de muitos. Como consagrar à vida contemplativa um tempo que é indispensável para tantas almas por converter e socorrer? Grave questão, cuja resposta parece ser que Marta tem razão e Maria está errada, ao menos nos tempos de hoje.
No entanto, aquilo que disse Nosso Senhor a Marta ao defender Maria não deixa a menor dúvida sobre a questão. É Maria quem faz mais e melhor que Marta.
“Considerem aqui os que são muito ativos e pensam abarcar o mundo com suas pregações e obras exteriores: bem maior proveito trariam à Igreja e maior satisfação dariam a Deus, além do bom exemplo que proporcionariam, se gastassem ao menos a metade do tempo empregado nessas boas obras, em permanecer com Deus na oração.” Escreve São João da Cruz.
Queira Deus conduzir almas no caminho da verdadeira contemplação, pois o verdadeiro contemplativo é raro mesmo entre os contemplativos. Por outro lado, há contemplativos que não vivem externamente retirados do mundo, como o Santo Cura d’Ars e tantos outros entre os quais, sem dúvida alguma, podemos pôr Dom Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer.
O mais importante é viver na presença de Deus. Contudo, permanece verdadeiro que aquilo que é interior tem mais valor do que aquilo que é exterior e que é mais precioso diante de Deus e de maior proveito para a Igreja um pouquinho de puro amor do que todas as demais obras juntas, como ensina o mesmo São João da Cruz.
Conclusão. Todas as almas devem procurar a vida de oração, sabendo que nela se encontra mais perfeitamente a glória de Deus, o bem da Igreja e o da própria alma.
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