quinta-feira, 31 de março de 2016

Comentários Eleison: CDLII (454) - (26 de março de 2016)

 


O LEGADO DO ARCEBISPO - I

O Arcebispo morreu, vinte e cinco anos atrás.  
Seus sucessores o seguiram fielmente? Não.   

Ontem, dia 25 de março, foi o 25º aniversário de morte de um grande homem de Deus, Dom Lefebvre, a quem tanto devem os muitos católicos que têm mantido a fé. Quando nos anos de 1960 os demônios revolucionários do mundo moderno conseguiram subjugar a massa de clérigos católicos, tanto antes quanto depois do Concílio Vaticano II (1962-1965), foi o Arcebispo que quase por si só manteve a Verdade católica que a Autoridade católica, cega ou intimidada, estava abandonando. Com efeito, para obedecerem àquela Autoridade dedicada aos princípios da Revolução, os católicos  tiveram de abandonar a Verdade da Tradição imutável da Igreja. Ou então, para permanecer fiéis à Verdade, tiveram de entrar em “desobediência” para com as Autoridades da Igreja.

É claro que nem o Arcebispo nem a Fraternidade Sacerdotal São Pio X que ele fundou em 1970, estavam em real desobediência, porque a Autoridade católica é a indispensável serva da Verdade católica: indispensável porque a Verdade sem a Autoridade é dividida em pedaços entre as opiniões conflitantes de homens falíveis, mas serva porque a Autoridade é um meio e não um fim, o meio de proteger e preservar aquela Verdade infalível de Cristo que por si só pode salvar almas. A essa imutável Tradição da Igreja, Dom Lefebvre permaneceu fiel até o fim, sem, no entanto, desprezar nem desafiar as Autoridades da Igreja que o condenaram no final. Ao contrário, ele fez tudo o que poderia ter feito naquele determinado momento, e como ele mesmo admitiu, até mais do que deveria, para ajudá-las a enxergar a Verdade e a servi-la, pelo bem de toda a Igreja. Mas em vão.

Foi então que, para assegurar a sobrevivência da Verdade da salvação, em junho de 1988 ele sagrou quatro bispos sem a permissão das Autoridades da Igreja, o que é normalmente necessário. Elas provavelmente esperavam que essa ação sem permissão significasse a ruína de sua Fraternidade, mas, ao contrário, esta floresceu, porque naquele momento um número significativo de almas saiu de sua “obediência” pré-conciliar para entender que a Verdade é prioritária, e que bispos verdadeiros são essenciais para a sobrevivência da Verdade católica.

Mas, o que aconteceu à Fraternidade que ele deixou quando morreu, dois anos e meio depois? Sua sabedoria católica e seu carisma pessoal não estavam mais lá para protegê-la da magnética atração da “obediência” pré-conciliar, que tomou a forma de proposições aparentemente razoáveis sobre um compromisso diplomático entre a Autoridade conciliar e a Tradição católica. A falsa “obediência”, preferindo a Autoridade à Verdade, arrastou-se de volta ao topo da Fraternidade da qual o Arcebispo a havia exorcizado, e passados alguns anos sua Fraternidade estava quase irreconhecível, com seus maus guias passando a ir a Roma com chapéu na mão, implorando por um reconhecimento oficial das Autoridades da Igreja.

Pois bem, a Verdade não tem o direito de ser colocada em uma posição de mendigar por qualquer coisa a um grupo de mentirosos – dizer que “o catolicismo é revolucionário” é uma mentira terrível – mas os maus guias da Fraternidade, de ontem e de hoje, justificaram a humilhação da Verdade apelando para o exemplo do Arcebispo. Dizem que por anos ele foi a Roma procurando pela aprovação oficial da Fraternidade, e eles não têm feito outra coisa. Mas o que poderia parecer semelhante era na verdade muito diferente. Enquanto eles estavam indo a Roma em busca de algum acordo político, por meio do qual, como se tornou claro na primavera de 2012, estavam dispostos a comprometer a doutrina, o Arcebispo, ao contrário, somente foi a Roma pelo bem da Fé e da Igreja. Para ele, a aprovação oficial da Fraternidade pela Autoridade da Igreja tinha apenas o intuito de ajudar a Autoridade a voltar para a Tradição e para a Verdade; e quando essa Autoridade, na primavera de 1988, demonstrou de uma vez por todas sua recusa em zelar pela Tradição, então o Arcebispo rompeu com todas as negociações e contatos diplomáticos, e declarou energicamente que eles somente os retomariam quando Roma retornasse à Verdade doutrinal. De fato, os sucessores do Arcebispo nunca o entenderam. E hoje? Veja nos “Comentários” da próxima semana.

Kyrie eleison.
 
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário

sábado, 19 de março de 2016

Campo Grande na Sagração Dom Tomas








Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário. 

Sermão de Monsenhor Richard Williamson

Na Sagração de Dom Tomás de Aquino | 19/03/16 

  Viva Cristo Rei e Maria Rainha.

Rezem todos os dia Santo Rosário. 

                                                                    

segunda-feira, 14 de março de 2016

Comentários Eleison: CDLII (453) - (12 de março de 2016)

  
PAZ, GUERRA

O pouco que podemos fazer tratemos de realizar,
E então a vara tão merecida Deus poderá suavizar.
Aqui estão algumas pequenas más e algumas grandes más notícias, mas o equilíbrio pode ser um pouco remediado pelo fato de as más notícias serem sobre o mundo, enquanto que as boas notícias são da Igreja. Primeiro as boas, em dose tripla.

No início de fevereiro, no Seminário “Resistente” de São Grignon de Montfort próximo a Angers na França, houve uma reunião de meia dúzia de sacerdotes franceses da União Sacerdotal Marcel Lefebvre, ou, abreviadamente, USML. Dom Faure presidiu-a; e o Pe. Bruno, monge beneditino, coordenou-a. A USML ainda não tem uma estrutura da qual valha a pena falar, não mais do que o que já fizeram os remanescentes dos sacerdotes fieis que sobrevivem ao desastre do NOM e do Concílio Vaticano II; mas vigorosas discussões sobre ações que devem ser tomadas pela USML não impediram um encontro de mentes. A Fé ainda pode manter unidos os amigos da USML.

Depois, no dia seguinte, cinco jovens, três da França, um da Inglaterra e um da Itália, receberam a batina das mãos de Dom Faure em uma Missa Pontifical celebrada na Igreja do Convento Dominicano em Avrillé. Sob o impulso da USML, o Seminário abriu no outono passado com oito seminaristas, dos quais apenas um não está mais lá. Eles receberam uma grande parte da sua educação diária no mesmo convento pelos sacerdotes dominicanos que estão assim retribuindo uma dívida de suas próprias origens à Fraternidade de Dom Lefebvre e ao Seminário em Écône, onde seus três pioneiros, que ainda são os seus líderes atuais, receberam sua educação inicial em filosofia e teologia no fim dos anos 70 e no início dos anos 80. Verdadeiramente, "colhe-se o que se planta". Da Neofraternidade de Dom Fellay, encaminhada ao inferno da Roma conciliar, os Dominicanos separaram-se prudentemente no ano passado.

E a última parte das boas notícias da França é que nem todos os sacerdotes da FSSPX no Distrito da França estão cegamente seguindo seus líderes enganadores. E como poderiam, quando o presente chefe da Roma conciliar comete dia após dia, em palavras e ações, um ultraje após o outro contra a Fé Católica, como se estivesse determinado a destruir toda a Igreja? A Fraternidade de Dom Lefebvre pode estar afundando, e pode afundar ainda mais nessa esmagadora tempestade de liberalismo e neomodernismo, mas ainda não afundou de vez. Devemos orar para o Arcebispo, para o caso de ele poder salvar sua Fraternidade dos iludidos liberais nas mãos dos quais ela caiu.

As más notícias do mundo (ver http://​www.​tfmetalsreport.​com/​blog/​7422/​dangerous-moves-new-cold-war) é que a Guerra Fria entre o Ocidente e a Rússia está esquentando novamente e não havia se tornado tão perigosa desde a crise de mísseis cubana em 1961. Em particular, no fim de janeiro o governo dos EUA anunciou sua decisão de pôr uma brigada de combate totalmente equipada, móvel, mas permanente, nos países do Leste Europeu que fazem fronteira com a Rússia, desde os Estados do Báltico até a Síria. Nunca a força militar americana havia sido colocada tão próxima à Rússia. O mais próximo foi Berlin. E a corrida armamentícia está de volta. Ambos os lados estão modernizando suas armas nucleares, agora muito mais caras e perigosas, e menores, mais precisas, mais controláveis e, portanto, mais "usáveis". Os ponteiros do relógio nuclear estão correndo – marcando 11h57min, dizem alguns – e não há debate.

Como pode a grande mídia ocidental não dar a conhecer uma situação que está a se desenvolver tão dramaticamente? É assim porque ela está controlada pelos inimigos de Deus e do homem, que querem que a Terceira Guerra Mundial dê a eles a ditadura global à qual eles estão convencidos de que têm direito. Há alguma esperança humana de que parem de infligir sobre todos nós a sua loucura? Isto depende não deles, mas de Deus Todo-Poderoso, a quem eles estão servindo como um flagelo para nós mesmos, a humanidade que rejeito seu Deus. Que cada um de nós reze o Rosário e cumpra com seus deveres diários. Podemos fazer um pouco mais. Não podemos fazer menos.

Kyrie eleison.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário

sábado, 12 de março de 2016

Sermão do anúncio da Sagração Episcopal,

por Dom Tomás de Aquino, OSB. 

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvXQe7rocBVscr2FA4LwVjW1f3H5aN7hWV9qFKdd1vo0EO0tJhACFXJ6W89goIW76py4kaSidvR-6sZLz5H2LLlfFMirkqQSHEzHepnQhGUNkr-_BHk6Pqyar2GNmCcA3wDxwlBrfsAiZ6/s1600/don+tom%C3%A1s+1.jpg

PAX

No Evangelho de hoje, Nosso Senhor diz que quando uma alma se entrega ao pecado mortal, o demônio aí habita como em sua casa. Assim era com quase todas as almas no tempo do dilúvio, assim era quase que regra geral das almas e das sociedades antes da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, diz Nosso Senhor, quando um mais forte que o demônio o vence e lhe retira suas armas nas quais ele confiava, o demônio é obrigado a partir desta alma. Ora, quem é mais forte que o demônio senão que Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Santíssima Mãe? Nosso Senhor veio, e morrendo na cruz, despojou o demônio de suas armas e o expulsa das almas pelo santo Batismo e fortifica as almas com a Confirmação, as alimenta com a Santa Eucaristia, lhes deu a Confissão como um segundo meio de salvação e lhes deu a Extrema Unção para apagar os restos de pecado antes da última viagem que as conduz à eternidade.
Ele nos deu também dois outros sacramentos, a Ordem e o Matrimônio. A Ordem ou Sacerdócio para administrar os sacramentos e o Matrimônio para santificar a propagação do gênero humano. Ora, o mundo foi santificado por estes sacramentos, por esta instituição que é a Santa Igreja Católica, distribuidora autorizada destes sacramentos. Mas, diz Nosso Senhor no Evangelho de hoje, o demônio uma vez expulso, anda por lugares áridos à procura de repouso. E não encontrando, diz: “Voltarei para a casa donde saí” e a vendo varrida e adornada vai e toma sete espíritos piores do que ele, e entra nesta alma, e o último estado deste homem se torna pior do que o primeiro, ou seja, do que ele era antes de receber a graça divina; do que ele era antes de Nosso Senhor visitá-lo e curá-lo. Apliquemos este ensinamento ao que estamos vendo hoje.
O mundo, sobretudo o Ocidente, já foi profundamente católico. Apesar de sempre haver o joio misturado com o trigo, os países como Itália, França, Espanha, Inglaterra, Portugal, Alemanha, Polônia, Áustria e tantos outros, deram inúmeros santos à Igreja. A cidade de Roma é a cidade dos mártires; mártires que eram expostos às feras no Coliseu, queimados vivos, degolados, crucificados ou mortos de outras maneiras. Roma, desde que São Pedro aí residiu, tornou-se a sede, a capital da Igreja militante. É de Roma, é da cátedra de São Pedro que os ensinamentos de Nosso Senhor são distribuídos infalivelmente ao mundo católico. Mas, em punição pelos pecados dos homens, Deus permitiu que o demônio voltasse a forçar a porta e acabasse entrando nestes países, outrora católicos.
Ele entrou matando espiritualmente ou fisicamente seus governantes, ou seja, os fazendo cair na heresia, como na Inglaterra, ou os fazendo perecer na guilhotina, como na França. Ferida a cabeça, os membros se dispersam. A vida católica destes países ficou abalada sem o apoio natural da autoridade. Muitas almas continuaram a amar a Deus sobre todas as coisas, mas as leis e a vida pública destes países começaram a se voltar contra Nosso Senhor Jesus Cristo.
Foi o que vimos aqui no Brasil no tempo de Dom Vital, preso e provavelmente envenenado. Foi o que vimos na França, com duas expulsões de religiosos e a espoliação dos bens da Igreja (ou seja, o Estado francês roubou tudo o que pertencia à Igreja). Mas o demônio não ficou só nisso. Por uma misteriosa permissão, Deus, na Sua Justiça, permitiu que o demônio entrasse no santuário da Igreja. Que se passou?
Os homens da Igreja, dominados por doutrinas perversas, introduziram o liberalismo e o modernismo dentro da Igreja, sobretudo no Concílio Vaticano II. A cabeça da Igreja, ou seja, o Papa, foi ferida e as ovelhas se dispersaram. Os próprios bispos ficaram sem saber como agir, pois como agir sem o chefe natural da Igreja, que é o Papa?
Mas entre os bispos houve dois homens, dois heróis da fé católica, um francês e o outro, um brasileiro, Dom Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer, que, meditando na lei de Deus, que sendo fiéis ao que haviam aprendido em Roma mesmo; homens que pela sua humildade e sua devoção à Santíssima Virgem, mereceram encontrar forças, ou melhor, receberem da misericórdia divina a graça de se oporem ao demônio e à autodestruição da Igreja.
Mas todos nós devemos morrer, e Dom Lefebvre pensou que não deveria partir desta vida sem deixar a seus filhos espirituais, sem deixar a seus seminaristas, sem deixar à Igreja, os meios de continuar a resistir a esta invasão diabólica que quer tornar o mundo (e, se possível fosse, a Santa Igreja também) pior do que ele, o mundo, era antes da vinda de Nosso Senhor, e assim facilitar o reino do Anticristo, que não terá outro objetivo senão concluir a obra iniciada pelos modernistas. Que fez, então, Dom Lefebvre?
Ele primeiro procurou por todos os meios um acordo com Roma, procurando um meio de salvaguardar a Tradição. Na verdade, ele procurou saber até onde ia a crise em Roma. Ele procurava saber se Roma queria a Tradição ou se era inútil esperar encontrar nas autoridades romanas a vontade de proteger a fé católica e de fazer reflorescer a Santa Igreja pela graça dos sacramentos. Ele procurou algum apoio real, alguma determinação verdadeira de defender e proteger a fé católica contra o modernismo e o liberalismo. Dom Lefebvre foi até o ponto de assinar um pré-acordo, mas, no dia seguinte, ele retirou a sua assinatura. “Eu fui longe demais”, dizia ele. Vendo clara e dolorosamente que não havia solução, ele sagrou, em 30 de junho de 1988, quatro bispos para a Santa Igreja. Quase um ano antes desta cerimônia, em agosto de 1987, ele escrevera aos futuros bispos uma carta da qual citaremos algumas passagens. Estas passagens nos demonstram a gravidade da situação que encontrara Dom Lefebvre ao pesar tudo o que estava acontecendo e, sobretudo, pesando o apego de Roma aos princípios revolucionários do liberalismo e do modernismo. Ele escrevia:
“A cátedra de Pedro e os postos de autoridade de Roma, estando ocupados por anticristos, a destruição do Reino de Nosso Senhor avança rapidamente no interior mesmo de Seu Corpo místico aqui na terra, especialmente pela corrupção da Santa Missa, esplêndida expressão do triunfo de Nosso Senhor na Cruz: ‘Regnavit a ligno Dei’ e fonte de crescimento de seu reinado sobre as almas e as sociedades”.
Vemos nessas palavras a ilustração do que Nosso Senhor nos diz no Evangelho de hoje. O demônio procura destruir o reino de Nosso Senhor na terra e para isso ele ataca a missa, que, como diz Dom Lefebvre, é a “fonte de crescimento”, ou seja, da propagação deste reino de Nosso Senhor sobre as almas e sobre as sociedades. Mas continuemos:
“[...] Eu me vejo forçado pela Providência Divina, escreve Dom Lefebvre, a transmitir a graça do episcopado católico que eu recebi a fim de que a Igreja e o sacerdócio católico continuem a subsistir para a glória de Deus e a salvação das almas”. E ele nos adverte: “Eis porque, convencido de não cumprir senão a vontade de Nosso Senhor, eu venho através desta carta vos pedir de aceitar a graça do episcopado católico como eu já conferi a outros padres em outras circunstâncias”. E termina dizendo: “Bem, caros amigos, sede minha consolação em Cristo Jesus, permanecei fortes na fé, fiéis ao verdadeiro sacrifício da missa, ao verdadeiro e santo sacerdócio de Nosso Senhor, para o triunfo e a glória de Jesus no céu e na terra, para a salvação de minha alma.

Nos corações de Jesus e de Maria eu vos abraço e vos abençoo.
Vosso pai no Cristo Jesus
+ Marcel Lefebvre


Eis aí a razão das sagrações de 1988. Ora, a crise hoje é a mesma que em 1988. Roma mudou, talvez, mas mudou para pior. Após as sagrações de 1988, houve outra pouco depois, a de Dom Lícinio, realizada em São Fidélis, em 1991. Se não me engano, foi Dom Tissier de Malerais o bispo consagrante, assistido por Dom Williamson e Dom Galarreta. E depois, que se passou?
Por que agora se fala novamente em sagração? Por que no ano passado foi sagrado Dom Faure aqui no mosteiro? Qual é a razão destas sagrações sem a participação dos outros bispos sagrados por Dom Lefebvre? A razão da sagração de Dom Faure e da próxima sagração (se Deus quiser, será realizada no próximo dia 19 de março, à qual todos os nossos fiéis estão convidados)... a razão destas sagrações não é, como disse Dom Galarreta: “Para eles (ou seja, para a resistência), é um princípio. É uma questão doutrinal. Vós não podeis admitir a possibilidade de um acordo com Roma sem ser liberal”.
O raciocínio de Dom Galarreta é interessante. Que seja uma questão doutrinal, nós estamos de acordo. Sim, é uma questão doutrinal, mas não se trata só de uma questão doutrinal. É uma questão também prudencial. Santo Tomás, falando da docilidade, nos diz que se deve escutar os anciãos em suas sentenças não menos que nas suas demonstrações por causa da experiência deles (II Reis). E a Sagrada Escritura nos diz: “Compareça à assembleia dos anciãos e aceite de coração a sabedoria deles (Eclo. VII,35)”. E que disseram os anciãos, que disseram Dom Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer? Tomemos Dom Lefebvre, que pode analisar de mais perto esta crise em Roma mesmo. Ele disse que se ele fosse chamado novamente à mesa das negociações seria ele que poria as condições: “ou os senhores aceitam as encíclicas de seus predecessores que condenam os erros modernos, ou nada feito”. Dom Lefebvre, em outras palavras, dizia que era necessário a volta de Roma à Tradição. Ele escrevia a João Paulo II em 2 de junho de 1988:
“Nós continuamos a rezar para que a Roma moderna, infestada de modernismo, volte a ser a Roma católica e reencontre sua tradição bimilenar. Então, o problema da reconciliação não terá mais razão de ser, e a Igreja reencontrará uma nova juventude”. E ainda: “O objetivo desta reconciliação (entre a Fraternidade e Roma) não é de modo algum o mesmo para a Santa Sé e para nós. Assim sendo, nós preferimos esperar tempos mais propícios ao retorno de Roma à Tradição”. Pode-se discutir e deve-se discutir estes assuntos.
Isto não é um tabu para nós. Nós devemos nos aplicar a fundo nestas questões, pois elas são vitais para nós. Se nós não seguimos Dom Fellay e seus assistentes e nem aprovamos o abandono do princípio prudencial do Capítulo Geral da Fraternidade de 2016, que dizia, ‘nada de acordo prático sem acordo doutrinal”, não é por mero capricho nem por sermos sedevacantistas, nem por qualquer outra razão diferente das razões dadas por Dom Lefebvre. Se nós nos recusamos a seguir Dom Fellay é porque nós cremos que os três bispos da Fraternidade, Dom Williamson, Dom Tissier e Dom Galarreta, tinham razão na famosa carta de 7 de abril de 2012:
“Monsenhor, senhores padres, prestem atenção, os senhores estão conduzindo a Fraternidade a um ponto do qual não poderá fazer marcha-ré, a uma profunda divisão sem retorno e se os senhores chegarem a um tal acordo, os senhores estragariam a Fraternidade, as poderosas influências destruidoras que ela não suportará. Se até o presente, os bispos da Fraternidade a protegeram é precisamente porque Dom Lefebvre recusou um acordo prático”.  “Uma vez que a situação não mudou substancialmente, uma vez que a condição pedida pelo Capítulo de 2016 não se realizou de modo algum (ou seja, a mudança doutrinal de Roma que permitiria um acordo prático) escutai ainda vosso fundador. Ele teve razão há 25 anos. Ele tem razão ainda hoje. Em seu nome, nós nos conjuramos: não engajai a Fraternidade num acordo puramente prático.”
E qual foi a resposta de Dom Fellay? Foi que os três bispos faziam prova de falta de espírito sobrenatural e realismo. Dom Fellay não ficou só nisso. A expulsão de Dom Williamson, principal inspirador e redator da carta dos três bispos, a expulsão de vários outros padres, o adiamento das ordenações dos dominicanos e dos capuchinhos e a ameaça de adiamento das ordenações dos beneditinos de Bellaigue, assim como várias declarações de Dom Fellay e do Padre Pfluger, mostram claramente o desejo de um acordo prático sem acordo doutrinal, ou melhor, sem o retorno da Tradição à Roma.
Nem por isso nós queremos mal à Fraternidade, muito pelo contrário. Nós desejamos que ela faça marcha-ré. Ela parece tê-lo feito, de certo modo, mas a situação continua extremamente delicada. Um reconhecimento unilateral da Fraternidade seria algo bom? Os reconhecimentos unilaterais que nós vimos se realizar durante outras crises se mostraram não serem, na prática, unilaterais. Mesmo querendo não ceder nada aos modernistas, a experiência mostrou que tanto Dom Gérard como Dom Rifan, para só falar dos casos que conheço melhor, cederam e muito, apesar de Dom Gérard dizer: “Roma dá tudo e não pede nada. Como posso recusar?”
É para evitar estes perigos, é para seguir mais de perto os conselhos de Dom Lefebvre, aos quais recordaremos ainda umas outras ocasiões para explicar as razões desta nova sagração, que nós dizemos não à política dos acordos. Não somos nem queremos ser sedevacantistas. Queremos simplesmente continuar a Tradição como Dom Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer fizeram. Nada mais do que isso.
Sabemos que o demônio ronda em torno de cada um de nós procurando a quem devorar. Sabemos que ele quer forçar a entrada de tudo o que ainda está de pé, tanto individualmente como coletivamente, tanto as almas como os mosteiros e as congregações ainda tradicionais. Mas desejamos que isto não aconteça com ninguém. Rezamos para que a obra de Dom Lefebvre resista, volte ao seu primeiro fervor e venha em nosso auxílio, pois precisamos dos tesouros de ciência e de piedade que se encontram ainda na Fraternidade.
Não nos agrada vê-la longe de nós, não nos agrada estarmos tão sós, mas não podemos não resistir a essa tendência, a um acordo cujos efeitos já se fazem sentir a tantos anos e que pesam sobre a Fraternidade, desorientando os fiéis, proibindo a venda de bons livros, como os livros sobre o escandaloso Sínodo da Família, livro redigido com a colaboração dos capuchinhos de Morgon sem, que eu saiba, nenhuma alusão a Dom Fellay. Mesmo assim, o livro foi proibido de ser vendido nos priorados da Fraternidade. Por quê? Seria, por acaso, por que o livro fala mal do Papa Francisco? Eis o que nos importa na Fraternidade.
Ora, não podendo apoiar Dom Fellay, que se mostrou bem adverso a Dom Williamson e também a Dom Faure, é normal que a Resistência procure os mesmos meios que Dom Lefebvre procurou, dizendo aos seus escolhidos: “Eu vos confiarei esta graça do episcopado católico, confiante de que, tão tardar, a Sé de Pedro será ocupada por um sucessor de Pedro perfeitamente católico, nas mãos dos quais os senhores poderão dar a graça de vosso episcopado para que ele a confirme”.
Eis aí o nosso programa. Eis aí resumidamente as nossas razões. Rezem por nós. A falha dos que estão elevados em dignidade são mais visíveis. Razão a mais para rezar pelos bispos. Razão também, ou melhor, ocasião de maiores críticas e maiores ataques, como se vê contra Dom Williamson e Dom Faure. Que vossas orações nos obtenham de ser forte sem dureza, admoestando a tempo e a contratempo, e guardando a sã doutrina, e tratando a todos com caridade e na castidade. Que as palavras de São Paulo a São Timóteo nos estejam sempre presentes: “Vela por ti e pelo teu ensinamento: persevere nisto porque, assim fazendo, te salvarás a ti mesmo e àqueles que te ouvem”.


Assim seja, com o auxílio de Maria Santíssima.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário. 

sexta-feira, 11 de março de 2016

Só Nossa Senhora que deu 100% de frutos bons?

  SIM; 

Nossa Senhora foi a única preservada;

Pois é Imaculada Conceição.

Recebeu tudo da GRAÇA de DEUS.

http://blog.jornalpequeno.com.br/brunoleone/files/2013/12/N%C2%AA-Sr%C2%AA-da-Concei%C3%A7%C3%A3o-2.jpg

Nossa Senhora é a única que nunca deu fruto mau.

 Tem alguém aí Imaculado como Nossa Senhora? Não conheço e nem São Paulo conhece. E o próprio São Paulo explica esse combate entre o fruto bom e o fruto mau.

ABAIXO encontramos a carta de São Paulo.

  Se formos pelo pensamento só da celebração da Santa Missa, temos uma questão a perguntar: Por que, antes do Concílio Vaticano II, os modernistas que só celebravam a Santa Missa Tridentina deram os maus frutos do Concílio Vaticano II e da Missa Nova?

 

 Porque, como diz nosso pai Dom Tomás (abaixo), é o homem velho lutando contra o homem novo. 

 

O homem tem sua tendência para o mal e faz dar frutos maus, a graça que auxilia a vontade que faz dar os frutos bons. 

 

 Outra questão: Mesmo tendo a Santa Missa de sempre, como vemos vários padres que dão o fruto bom de rezarem a Santa Missa Tridentina e, ao mesmo tempo, dão o fruto mau de não renunciar plenamente a doutrina dos modernos? E por que acontece isto? É mistério.

 

 Outra questão: Como que alguns que só assistiam a missa nova só tiveram formação moderna e hoje tem o fruto bom de só seguirem a Santa Doutrina de Sempre e só escutam a Santa Missa Tridentina?É mistério.

 

Agora vamos ver este ensinamento de São Paulo Apóstolo:

Em sua carta aos Romanos 7, 14-25(Tradução Pe. Matos Soares)

 Com efeito,nós sabemos que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido ao pecado. Em verdade, não entendo o que faço; não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero. Ora, se eu faço o que a lei é boa. E  neste caso já não sou eu que faço isto, mas sim o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem. Porque o querer (o bem), encontra-se ao meu meu alcance, mas não acho meio de o fazer perfeitamente. Porque eu não faço o bem que quero mas faço o mal que não quero. Se eu porém,faço o que não quero, não sou eu já que faço, mais sim o pecado que habita em mim: quando quero fazer o bem, o mal esta junto de mim, porque me deleito na lei de Deus, segundo o homem interior, mas vejo nos meus membros outra lei que se opõe à lei de meu espírito, e que está nos meus membros. Infeliz de mim! Quem me livrará deste corpo de morte. (Somente) a graça de Deus por Jesus Cristo Nosso Senhor. Assim pois eu mesmo sirvo a lei do pecado com a carne

E alguém contesta São Paulo?


  "Esclarecimentos", por D. Tomás de Aquino, OSB

Muitos fiéis estão assustados e perplexos diante do que está sendo dito a respeito dos Bispos da Resistência. Seriam eles liberais? Estariam eles, ao menos, escorregando para o lado liberal e modernista?
Vejamos alguns pontos controvertidos: duas Igrejas entrelaçadas, frutos metade bons, metade maus; piedade na Missa Nova. 

Duas Igrejas entrelaçadas que podem ser distinguidas mas não separadas. Que sentido pode haver nesta frase? O que pode haver de comum entre a luz e as trevas, entre Cristo e Belial? A questão é mais simples do que parece. Não pode haver nada de comum entre a doutrina modernista e a doutrina católica, já que o modernismo é a negação do catolicismo. Mas quando um membro do clero e sobretudo os Bispos e o próprio Papa se tornam modernistas, eles fazem violência à Igreja e realizam uma união adúltera entre o seu caráter sagrado de ministros de Deus e uma doutrina que é contra este caráter sagrado. Entrelaçada, ou melhor, atada pelos seus próprios ministros, como Nosso Senhor preso e atado pelos que deveriam recebê-Lo como Messias e adorá-Lo como o Filho de Deus, consubstancial ao Pai e ao Espírito Santo. 

Gustavo Corção já havia falado de duas Igrejas e um só Papa, ao contrário do que se sucedeu no Grande Cisma quando havia uma só Igreja e três Papas.

Mas como pode haver frutos metade bons, metade maus? Uma árvore má dá maus frutos e uma árvore boa dá bons frutos. Um fruto é bom ou é ruim. Ponto final.

Infelizmente a realidade é mais complexa. Santo Tomás diz que a árvore má é a vontade perversa. Uma vontade perversa não pode dar frutos bons, mas o mesmo homem pode, ora dar frutos bons, ora dar frutos maus, pois o mesmo homem pode pecar como São Pedro pecou e se arrepender como São Pedro se arrependeu. O mesmo homem pode ter uma vontade perversa e, tocado pela graça, pode ser justificado e vir a ter uma vontade boa.

Mas dirão: não é isso que foi dito. Como pode um fruto ser metade bom, metade mau? Tudo o que apodrece supõe algo que não era podre. Logo supõe algo de sadio. O que vemos hoje é a lenta corrupção da sã doutrina, dos bons costumes, dos sacramentos, etc, etc. A causa desta corrupção é má pois procede do demônio, do mundo e da carne. O resultado desta corrupção será mais ou menos avançado segundo cada pessoa.

Passemos à consideração de alguns fatos históricos que podem ser úteis no exame desta realidade da coexistência de bem e de mal, de metade bom e metade mau.

No século XIX, Pio IX disse que os piores inimigos da Igreja eram os católicos liberais. Monsenhor Dupanloup era um católico liberal. Ele era Bispo de Orleans. Pio IX não o destituiu. Pio IX não o excomungou. Monsenhor Dupanloup não fez só coisas ruins. Creio que foi ele que pediu a introdução do processo de canonização de santa Joana d'Arc. Nisto ele agiu bem. Foi ele também que se opôs, com outros Bispos, à definição da infalibilidade pontifícia. Nisto agiu mal. Agiu como um liberal, inimigo das definições infalíveis. Metade bom, metade mau. Pior inimigo da Igreja, porque, estando dentro dela, lhe faz mais mal do que os que estão fora. Mas, mesmo assim, mantido no seu cargo por Pio IX, porque fazia algum bem, apesar de tudo, ou porque destituí-lo causaria mais mal do que bem. 

Alguns pensarão talvez que Pio IX agiu mal. Mas são Pio X fez o mesmo com os modernistas. Ele excomungou apenas alguns. Outros, simpatizantes do modernismo, ele tolerou. Eram simpatizantes do modernismo em maior ou menor grau. são Pio X tentou convertê-los. Chamou a atenção. Corrigiu-os, mas não retirou o cargo nem ao Cardeal Maffi, nem ao Cardeal Ferrari, Arcebispo de Milão. Pio IX foi mais severo (injusto, para falar a verdade) com o excelente Cardeal Billot do que são Pio X com estes dois prelados mais ou menos atingidos pelo modernismo. Por que? Porque são Pio X certamente via algum bem nesses cardeais. Metade bom, metade mau. Algum bem, ao menos, em deixá-los em seus cargos. Um bem relativo e um mal também. Uma mistura de bem e de mal. 

São Paulo ensina que há dois homens em nós: o velho e o novo. Mesmo quando o novo toma o lugar do velho no dia do batismo, as feridas do pecado original permanecem, lembrando-nos nossa origem em Adão. É o combate espiritual que durará toda nossa vida.

Enfim a piedade na Nova Missa. É isto possível? Mas falar disso é ser progressista, modernista, liberal? Não. É um fato. Há padres e há fiéis que rezaram ou assistiram a Missa Nova com piedade. Ao menos, pode-se pensar que o fizeram. Cito um caso que conheci: Gustavo Corção. Alguns seminaristas da Fraternidade São Pio X também a assistiram no início dos anos 70, pelo que se deduz escutando as conferências de Dom Lefebvre dadas em Ecône. Suponho que o fizeram com piedade. 

Mas dizer isso é favorecer a Missa Nova! Não. Dizer isso é dizer uma verdade. Verdade que mostra a profundidade do drama que vivemos nesta terrível crise. O bem e o mal perdem sua nitidez na alma de muitos. Guardar esta nitidez é uma graça. Saber que outros não a tem é sabedoria. A sabedoria é necessária para auxiliar as almas e para retirá-las deste caos. Possa Deus nos fazer a graça de contribuir em esclarecer as que são vítimas desta desorientação diabólica da qual falou a irmã Lúcia.

Dom Tomás de Aquino, OSB
  
 A Tua graça nos basta, Senhor.


Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário. 

terça-feira, 8 de março de 2016

Brasão Episcopal adotado pelo Revência Dom Tomas de Aquino


El escudo



Escudo en azur, con orla en oro, con los elementos heráldicos proprios del anverso de la Medalla Milagrosa de Nuestra Señora de las Gracias, que son: una letra "M" entrelazada con una cruz puesta sobre una barra, teniendo debajo dos corazones pequeños, siendo el primero el Sagrado Corazón de Jesús, y el segundo, el Inmaculado Corazón de María; acompañado el conjunto  de 12 estrellas de ocho puntas, puestas en una orla ovalada al rededor del conjunto, todo en oro. El escudo está puesto sobre una Cruz procesional en oro, teniendo un timbre o capelo episcopal de sinople, forrado en gules, de donde penden dos series de seis borlas, puestas en 1 - 2 - 3, pendientes a ambos flancos del escudo. Listel en oro, forrado en blau, con el lema VERITATEM DILEXISTI, escrito con mayúsculas en sable.



As armas de sua reverência Dom Tomás de Aquino, OSB

O Brasão



Escudo de blau, com orla de ouro, carregado dos elementos heráldicos próprios do averso da Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças, que são: Uma letra "M" entrelaçada com uma cruz posta sobre uma barra, tendo abaixo dois corações diminutos, sendo o primeiro o Sagrado Coração de Jesus, e o segundo, o Imaculado Coração de Maria, o conjunto acompanhado de 12 estrelas de oito pontas, postas em orla ovalada ao redor do conjunto, tudo de ouro. O escudo está posto sobre uma Cruz processional de ouro, tendo por timbre o galero episcopal de sinopla, forrado de goles, de onde pendem duas séries de seis borlas, postas em 1 - 2 - 3, pendentes de ambos os flancos do escudo. Listel de ouro, forrado de blau, com o lema VERITATEM DILEXISTI, escrito em maiúsculas de sable.

Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário. 

domingo, 6 de março de 2016

ENTREVISTA EXCLUSIVA A DOM TOMÁS DE AQUINO OSB

 
PORTUGUÊS
1. Reverendo Padre: ¿por qué se necesita otro Obispo de la Resistencia? ¿Subsiste un estado de necesidad en la Iglesia? ¿No le basta a la Iglesia con los Obispos tradicionalistas de la FSSPX, cono afirma la misma Fraternidad?

A Igreja necessita de bispos, pois assim quis Nosso Senhor. Logo, a Tradição necessita de bispos. O trabalho que faz Dom Williamson desde 1988 é enorme. A ajuda que traz Dom Faure é indispensável e um terceiro bispo não é demais. A Tradição chegou a contar com sete bispos quando Dom Lazo, das Filipinas, passou para a Tradição e antes de Dom Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer falecerem. A Resistência não é outra coisa senão a Tradição que continua.
2. Algunos dicen que su consagración constituirá un acto cismático. ¿Qué nos puede decir al respecto?

Assim como as sagrações de 1988 não constituíram um ato cismático, da mesma forma esta sagração também não o constituirá. A razão que motivou as primeiras é a mesma que motivou as outras, ou seja, o fato de Roma não querer voltar à Tradição.
Evidentemente tanto esta nova sagração como a de Dom Faure podem ser criticadas, mas para quem considera atentamente as razões, trata-se de sagrações motivadas pelo mesmo motivo que as de 1988: o fato da cátedra de São Pedro estar ocupada por inimigos de Nosso Senhor. É um fato doloroso, mas é um fato. Negá-lo é fazer prova de irrealismo, acusação feita por Dom Fellay a seus três irmãos no episcopado: Dom Williamson, Dom Tissier e Dom de Galarreta.
Esta nova sagração não tem senão os motivos que fizeram agir Dom Lefebvre, nem mais nem menos. A única diferença está nas circunstâncias especiais em relação às autoridades da Fraternidade, mas em relação à Roma e à crise as razões são idênticas em todos os sentidos.
3. Padre: el año pasado, con motivo de la consagración de Mons. Faure, la FSSPX dijo que la Resistencia es sedevacantista, y que eso se demuestra al consagrar Obispos sin permiso de las autoridades romanas. ¿Su respuesta a esta otra acusación?

Da mesma forma que Dom Lefebvre não era sedevacantista, assim a Resistência não é sedevacantista, embora haja no seu seio, como aliás sempre houve na Fraternidade São Pio X, simpatizantes desta tese.
4. Padre: ¿cuál es su posición ante el sedevacantismo?

Penso que a posição de Dom Lefebvre a esse respeito é a mais sensata e a mais prudente. O Papa não pode usar de sua autoridade para destruir a Igreja. Logo, nós não lhe obedecemos nesta obra. Nós nos recusamos a ter parte na destruição da Igreja. Quanto a decidir se o Papa perdeu seu pontificado por causa disto, é uma questão disputada. Não temos as premissas para tirar uma conclusão que exclua todas as dúvidas. Ora, na dúvida, é melhor não afirmar a sede está vacante e considerá-lo como Papa.
5. El año pasado preguntamos a Mons. Faure que haría si fuera invitado al Vaticano por el Papa Francisco. Ahora le hacemos a Usted la misma pregunta. ¿Iría? ¿A decir qué a Francisco?

Ir a Roma? Só se fosse para perguntar se as autoridades romanas aceitam Quanta Cura, Syllabus, Pascendi, etc., mas creio que por hora a resposta já foi dada e ela é negativa.
6. El profesor Carlos Nougué ha publicado un breve artículo acerca de la su vida, en el que menciona el incidente de las presiones que Usted recibió por parte de las autoridades de la FSSPX por negarse a cantar el Te Deum en celebración del motu proprio Summorum Puntificum (julio de 2007). ¿Nos puede contar algo más sobre ese episodio y acerca de otros en los que Usted haya sufrido presiones por parte de los jefes de la FSSPX?

O que se passou em Santa Cruz quando Dom de Galarreta aqui esteve, sugerindo-me deixar o mosteiro, é algo bem complexo onde entram vários fatores. Somente Dom de Galarreta poderia dizer exatamente todas as razões que o moveram a me dar aquela sugestão. A questão doutrinal pode ter estado envolvida, mas não é certo, já que Dom de Galarreta era, em princípio, contra os acordos. Talvez a liberdade e justa independência do mosteiro inquietasse Dom Fellay. Dom de Galarreta deu como motivo as vocações para o mosteiro, pois enquanto eu fosse prior os padres no Brasil não mandariam vocações.
7. Reverendo Padre: ¿su experiencia en la abadía de Le Barroux le ha servido para fortalecer sus oposición a la deriva rallié o acuerdista de la FSSPX?

Sim, há uma semelhança entre a admiração de Dom Gérard pelo então Cardeal Ratzinger e a admiração ou, ao menos, a consideração que Dom Fellay tem por Bento XVI.
Dom Gérard dizia que Dom Lefebvre ficava emburrado no seu canto se recusando a entrar em contato com os representantes de Roma, e que o Cardeal Ratzinger era homem com o qual era possível tratar. Dom Gérard não conhecia o cardeal e não quis aproveitar da experiência de Dom Lefebvre. Penso que Dom Fellay tem cometido o mesmo erro. Os conselhos e pareceres dos antigos é uma coisa fundamental na vida. Santo Tomás, ao falar da docilidade, assinala esta disposição de alma que devemos ter para com os anciãos. Vale a pena ler o artigo 3 da questão 49 da IIª IIae. É muito instrutivo. Dom Gérard não levou em conta os avisos e advertências de Dom Lefebvre. Dom Fellay agiria de maneira bem distinta se os meditasse também, penso eu. Esta questão mereceria todo um estudo sobre a atitude de Roma para com Dom Gérard e para com Dom Fellay. Penso que a todos os dois faltou a prudência de Dom Lefebvre.
8. ¿Nos puede contar cómo se produjo el quiebre entre su monasterio y la FSSPX el año 2012?

A separação entre nosso mosteiro e a Fraternidade foi gradual, devido a mais de um incidente. Porém foi em 2012 quando, tanto eu como o ir. Arsênio escrevemos sobre os acordos e sobretudo quando Dom Williamson esteve em nosso mosteiro e recebeu todo o nosso apoio, é que a ruptura se fez.
No entanto, nós guardamos boas relações com alguns membros da Fraternidade São Pio X que vêem o problema, embora eles pensem que é melhor permanecer na Fraternidade por enquanto.
9. Padre: Usted conoció a Mons. Lefevre. ¿Nos puede decir unas palabras sobre él?

Dom Lefebvre possuía a força e a tranqüilidade dos que têm certeza do bem fundado do que eles estão fazendo e isto, unido a uma grande disponibilidade em atender as almas. Sua tranqüilidade vinha da solidez de sua fé e seu bom senso. A certeza gera a tranqüilidade. Ora, a certeza da fé é superior a todas as outras. Daí uma soberana tranqüilidade que Dom Lefebvre apresentava em todas as ocasiões. Ele era um verdadeiro bispo, tal como o descreve São Paulo, que agia de modo a salvar sua própria alma e a daqueles que ouviam suas palavras e seus conselhos. Sua divisa resumia bem a sua pessoa e a sua ação: Credidimus Caritati.
10. ¿Cómo explicaría Usted el cambio que se ha obrado en la FSSPX respecto de la posibilidad de un acuerdo práctico con Roma, y qué piensa que sucederá con la Fraternidad?

Penso que há membros da Fraternidade São Pio X que querem um acordo e que vêm trabalhando neste sentido há muitos anos.
Talvez foi para salvar a Fraternidade de uma ruptura interna que Dom Tissier e Dom de Galarreta aceitaram a mudança do que havia sido decidido no Capítulo Geral de 2006.
O que sucederá com a Fraternidade só Deus o sabe. Rezo para que ela volte ao seu primeiro fervor, mas será difícil uma volta atrás.
Não convivendo com os membros da Fraternidade, tenho dificuldade em dar uma opinião fundamentada. Pelo que ouço e pelo que chego a ler, creio que a Fraternidade tentará um equilíbrio um tanto instável, composto de legalidade e de fidelidade. Mas eles lutarão no terreno escolhido pelo inimigo. Taticamente não é muito inteligente. A liberdade de pregar contra os erros da Santa Sé ficará (e já está) tolhida. Além disso, Dom Fellay parece pensar diferentemente de Dom Lefebvre, apesar de ele o negar. Isto é mortal para a Fraternidade São Pio X.
11. Reverendo Padre: ¿se puede hablar de verdadero y propio liberalismo en la FSSPX, o eso es una exageración?

Aproximando-se de Roma não há como evitar um certo Liberalismo. 
12. Padre: ¿cómo definiría usted la Resistencia y cómo ve el futuro de ella?

Eu definiria a Resistência como a fidelidade a Dom Lefebvre e a Dom Antônio de Castro Mayer. A Resistência é a Tradição, ou, é a parte mais sadia da Tradição ou, ao menos, a parte da Tradição que recusa mais claramente a idéia de um acordo prático sem que Roma tenha voltado à Tradição.
O futuro da Resistência está na fidelidade aos ensinamentos de Dom Lefebvre e de Dom de Castro Mayer, ou seja, aos ensinamentos do Magistério infalível da Igreja. Graças a Deus temos Dom Williamson e Dom Faure conosco, pois eles foram escolhidos por Dom Lefebvre e sempre foram discípulos fiéis do fundador da Fraternidade São Pio X.
13. ¿Cuáles serán sus prioridades cono Obispo?

Dar os sacramentos e assegurar a pregação da fé.
14. ¿Cuál será el lema de su escudo y la explicación del mismo?

O lema será “Veritatem Dilexisti” (Vós amastes a verdade), tirado do Salmo 50. O brasão é o reverso da medalha milagrosa, com as doze estrelas (os doze artigos do Credo e os doze Apóstolos), a cruz, o “M” de Maria Santíssima e os Sagrados Corações.
O Brasil teve por nome, no início, “Terra da Santa Cruz”. É também o nome de nosso mosteiro.
Nossa congregação foi dedicada no século XIX pelo nosso fundador, o Rev. Padre Jean Baptiste Muard, aos Sacratíssimos Corações de Jesus e Maria.
15. Finalmente, Reverendo Padre, ¿quisiera Usted enviar un mensaje a los tradicionalistas, y, en particular, a la Resistencia?

Uma mensagem? Estudem as obras de Dom Lefebvre e aprendam com os seus exemplos. Dom Lefebvre é o Padre Le Floch e o Pe. Le Floch é o Magistério: é o amor do Magistério da Igreja. Só assim se vencerá o Liberalismo e o Modernismo.
Além disso, leiam e procurem entender os grandes autores antiliberais, sobretudo os que melhor entenderam os erros do mundo moderno, como Dom Antônio de Castro Mayer, Dom Williamson e também Dom Tissier, que expôs com precisão a estranha teologia de Bento XVI e que nos deu a biografia de Dom Lefebvre, sem esquecer os antigos autores, cuja lista seria demasiado grande. Lembremos apenas Dom Vital, o grande bispo brasileiro amigo de Mgr. Ségur que combateu vigorosamente a maçonaria e por causa disso foi preso e talvez envenenado, pois morreu pouco depois de sair da prisão, com graves problemas digestivos. Lembremos também Mgr. Pie e, para os brasileiros, Gustavo Corção cujo livro, O Século do Nada, deveria ser conhecido de todos. Corção entendeu bem o mal do século: a mentira, já que ele dizia que o século XX poderia ser chamado o século da mentira. O remédio a este mal está no seu contrário: “Veritatem dilexisti”.

Querido Padre, agradecemos profundamente a Dios, a su Santísima Madre, a San José Protector de la Iglesia, y a San Benito; por la gran bendición que para la Resistencia implica su consagración. Pedimos a Dios que le dé un episcopado sumamente fructífero. Agradecemos a usted el haber aceptado tan pesada carga y a Mons. Williamson y a Mons. Faure porque lo consagrarán cono sucesor de los Apóstoles. Deo gratias!


Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário.