ESPAÑOL - PORTUGUÊS
http://nonpossumus-vcr.blogspot.com.br/2016/03/entrevista-exclusiva-dom-tomas-de.html#more
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PORTUGUÊS
1. Reverendo Padre: ¿por qué se necesita
otro Obispo de la Resistencia? ¿Subsiste un estado de necesidad en la Iglesia?
¿No le basta a la Iglesia con los Obispos tradicionalistas de la FSSPX, cono
afirma la misma Fraternidad?
A Igreja necessita de bispos, pois
assim quis Nosso Senhor. Logo, a Tradição necessita de bispos. O trabalho que
faz Dom Williamson desde 1988 é enorme. A ajuda que traz Dom Faure é indispensável
e um terceiro bispo não é demais. A Tradição chegou a contar com sete bispos
quando Dom Lazo, das Filipinas, passou para a Tradição e antes de Dom Lefebvre
e Dom Antônio de Castro Mayer falecerem. A Resistência não é outra coisa senão
a Tradição que continua.
2. Algunos dicen que su consagración
constituirá un acto cismático. ¿Qué nos puede decir al respecto?
Assim como as sagrações de 1988 não
constituíram um ato cismático, da mesma forma esta sagração também não o
constituirá. A razão que motivou as primeiras é a mesma que motivou as outras,
ou seja, o fato de Roma não querer voltar à Tradição.
Evidentemente
tanto esta nova sagração como a de Dom Faure podem ser criticadas, mas para
quem considera atentamente as razões, trata-se de sagrações motivadas pelo
mesmo motivo que as de 1988: o fato da cátedra de São Pedro estar ocupada por inimigos
de Nosso Senhor. É um fato doloroso, mas é um fato. Negá-lo é fazer prova de irrealismo,
acusação feita por Dom Fellay a seus três irmãos no episcopado: Dom Williamson,
Dom Tissier e Dom de Galarreta.
Esta
nova sagração não tem senão os motivos que fizeram agir Dom Lefebvre, nem mais
nem menos. A única diferença está nas circunstâncias especiais em relação às
autoridades da Fraternidade, mas em relação à Roma e à crise as razões são
idênticas em todos os sentidos.
3. Padre: el año pasado, con motivo de
la consagración de Mons. Faure, la FSSPX dijo que la Resistencia es
sedevacantista, y que eso se demuestra al consagrar Obispos sin permiso de las
autoridades romanas. ¿Su respuesta a esta otra acusación?
Da mesma forma que Dom Lefebvre não
era sedevacantista, assim a Resistência não é sedevacantista, embora haja no
seu seio, como aliás sempre houve na Fraternidade São Pio X, simpatizantes desta
tese.
4. Padre: ¿cuál es su posición ante el
sedevacantismo?
Penso que a posição de Dom Lefebvre
a esse respeito é a mais sensata e a mais prudente. O Papa não pode usar de sua
autoridade para destruir a Igreja. Logo, nós não lhe obedecemos nesta obra. Nós
nos recusamos a ter parte na destruição da Igreja. Quanto a decidir se o Papa
perdeu seu pontificado por causa disto, é uma questão disputada. Não temos as
premissas para tirar uma conclusão que exclua todas as dúvidas. Ora, na dúvida,
é melhor não afirmar a sede está vacante e considerá-lo como Papa.
5. El año pasado preguntamos a Mons.
Faure que haría si fuera invitado al Vaticano por el Papa Francisco. Ahora le
hacemos a Usted la misma pregunta. ¿Iría? ¿A decir qué a Francisco?
Ir a Roma? Só se fosse para perguntar se as autoridades romanas aceitam Quanta
Cura, Syllabus, Pascendi, etc., mas creio que por hora a resposta já foi dada e
ela é negativa.
6. El profesor Carlos Nougué ha publicado
un breve artículo acerca de la su vida, en el que menciona el incidente de las presiones que
Usted recibió por parte de las autoridades de la FSSPX por negarse a cantar el
Te Deum en celebración del motu proprio Summorum Puntificum (julio de 2007).
¿Nos puede contar algo más sobre ese episodio y acerca de otros en los que
Usted haya sufrido presiones por parte de los jefes de la FSSPX?
O
que se
passou em Santa Cruz quando Dom de Galarreta aqui esteve, sugerindo-me
deixar o
mosteiro, é algo bem complexo onde entram vários fatores. Somente Dom de
Galarreta poderia dizer exatamente todas as razões que o moveram a me
dar
aquela sugestão. A questão doutrinal pode ter estado envolvida, mas não é
certo, já que Dom de Galarreta era, em princípio, contra os acordos.
Talvez a
liberdade e justa independência do mosteiro inquietasse Dom Fellay. Dom
de Galarreta deu como motivo as vocações para o mosteiro, pois enquanto
eu fosse prior os padres no Brasil não mandariam vocações.
7. Reverendo Padre: ¿su experiencia en
la abadía de Le Barroux le ha servido para fortalecer sus oposición a la deriva
rallié o acuerdista de la FSSPX?
Sim, há
uma semelhança entre a admiração de Dom Gérard pelo então Cardeal Ratzinger e a
admiração ou, ao menos, a consideração que Dom Fellay tem por Bento XVI.
Dom Gérard dizia que Dom Lefebvre
ficava emburrado no seu canto se recusando a entrar em contato com os
representantes de Roma, e que o Cardeal Ratzinger era homem com o qual era
possível tratar. Dom Gérard não conhecia o cardeal e não quis aproveitar da
experiência de Dom Lefebvre. Penso que Dom Fellay tem cometido o mesmo erro. Os
conselhos e pareceres dos antigos é uma coisa fundamental na vida. Santo Tomás,
ao falar da docilidade, assinala esta disposição de alma que devemos ter para
com os anciãos. Vale a pena ler o artigo 3 da questão 49 da IIª IIae.
É muito instrutivo. Dom Gérard não levou em conta os avisos e advertências de
Dom Lefebvre. Dom Fellay agiria de maneira bem distinta se os meditasse também,
penso eu. Esta questão mereceria todo um estudo sobre a atitude de Roma para
com Dom Gérard e para com Dom Fellay. Penso que a todos os dois faltou a
prudência de Dom Lefebvre.
8. ¿Nos puede contar cómo se produjo el
quiebre entre su monasterio y la FSSPX el año 2012?
A
separação entre nosso mosteiro e a Fraternidade foi gradual, devido a mais de
um incidente. Porém foi em 2012 quando, tanto eu como o ir. Arsênio escrevemos
sobre os acordos e sobretudo quando Dom Williamson esteve em nosso mosteiro e
recebeu todo o nosso apoio, é que a ruptura se fez.
No entanto, nós guardamos boas
relações com alguns membros da Fraternidade São Pio X que vêem o problema,
embora eles pensem que é melhor permanecer na Fraternidade por enquanto.
9. Padre: Usted conoció a Mons.
Lefevre. ¿Nos puede decir unas palabras sobre él?
Dom
Lefebvre possuía a força e a tranqüilidade dos que têm certeza do bem fundado
do que eles estão fazendo e isto, unido a uma grande disponibilidade em atender
as almas. Sua tranqüilidade vinha da solidez de sua fé e seu bom senso. A
certeza gera a tranqüilidade. Ora, a certeza da fé é superior a todas as
outras. Daí uma soberana tranqüilidade que Dom Lefebvre apresentava em todas as
ocasiões. Ele era um verdadeiro bispo, tal como o descreve São Paulo, que agia
de modo a salvar sua própria alma e a daqueles que ouviam suas palavras e seus
conselhos. Sua divisa resumia bem a sua pessoa e a sua ação: Credidimus
Caritati.
10. ¿Cómo explicaría Usted el cambio
que se ha obrado en la FSSPX respecto de la posibilidad de un acuerdo práctico
con Roma, y qué piensa que sucederá con la Fraternidad?
Penso que
há membros da Fraternidade São Pio X que querem um acordo e que vêm trabalhando
neste sentido há muitos anos.
Talvez foi para salvar a
Fraternidade de uma ruptura interna que Dom Tissier e Dom de Galarreta
aceitaram a mudança do que havia sido decidido no Capítulo Geral de 2006.
O que sucederá com a Fraternidade só
Deus o sabe. Rezo para que ela volte ao seu primeiro fervor, mas será difícil
uma volta atrás.
Não convivendo com os membros da
Fraternidade, tenho dificuldade em dar uma opinião fundamentada. Pelo que ouço
e pelo que chego a ler, creio que a Fraternidade tentará um equilíbrio um tanto
instável, composto de legalidade e de fidelidade. Mas eles lutarão no terreno
escolhido pelo inimigo. Taticamente não é muito inteligente. A liberdade de
pregar contra os erros da Santa Sé ficará (e já está) tolhida. Além disso, Dom
Fellay parece pensar diferentemente de Dom Lefebvre, apesar de ele o negar.
Isto é mortal para a Fraternidade São Pio X.
11. Reverendo Padre: ¿se puede hablar
de verdadero y propio liberalismo en la FSSPX, o eso es una exageración?
Aproximando-se
de Roma não há como evitar um certo Liberalismo.
12.
Padre: ¿cómo definiría usted la Resistencia y cómo ve el futuro de ella?
Eu definiria
a Resistência como a fidelidade a Dom Lefebvre e a Dom Antônio de Castro Mayer.
A Resistência é a Tradição, ou, é a parte mais sadia da Tradição ou, ao menos,
a parte da Tradição que recusa mais claramente a idéia de um acordo prático sem
que Roma tenha voltado à Tradição.
O futuro da Resistência está na
fidelidade aos ensinamentos de Dom Lefebvre e de Dom de Castro Mayer, ou seja,
aos ensinamentos do Magistério infalível da Igreja. Graças a Deus temos Dom
Williamson e Dom Faure conosco, pois eles foram escolhidos por Dom Lefebvre e
sempre foram discípulos fiéis do fundador da Fraternidade São Pio X.
13. ¿Cuáles serán sus prioridades cono
Obispo?
Dar os
sacramentos e assegurar a pregação da fé.
14. ¿Cuál será el lema de su escudo y
la explicación del mismo?
O lema
será “Veritatem Dilexisti” (Vós amastes a verdade), tirado do Salmo 50. O
brasão é o reverso da medalha milagrosa, com as doze estrelas (os doze artigos
do Credo e os doze Apóstolos), a cruz, o “M” de Maria Santíssima e os Sagrados
Corações.
O
Brasil teve por nome, no início, “Terra da Santa Cruz”. É também o nome de
nosso mosteiro.
Nossa
congregação foi dedicada no século XIX pelo nosso fundador, o Rev. Padre Jean
Baptiste Muard, aos Sacratíssimos Corações de Jesus e Maria.
15. Finalmente, Reverendo Padre,
¿quisiera Usted enviar un mensaje a los tradicionalistas, y, en particular, a
la Resistencia?
Uma mensagem? Estudem as obras de Dom Lefebvre e aprendam com os seus exemplos. Dom
Lefebvre é o Padre Le Floch e o Pe. Le Floch é o Magistério: é o amor do
Magistério da Igreja. Só assim se vencerá o Liberalismo e o Modernismo.
Além disso, leiam e procurem
entender os grandes autores antiliberais, sobretudo os que melhor entenderam os
erros do mundo moderno, como Dom Antônio de Castro Mayer, Dom Williamson e
também Dom Tissier, que expôs com precisão a estranha teologia de Bento XVI e
que nos deu a biografia de Dom Lefebvre, sem esquecer os antigos autores, cuja
lista seria demasiado grande. Lembremos apenas Dom Vital, o grande bispo brasileiro
amigo de Mgr. Ségur que combateu vigorosamente a maçonaria e por causa disso
foi preso e talvez envenenado, pois morreu pouco depois de sair da prisão, com
graves problemas digestivos. Lembremos também Mgr. Pie e, para os brasileiros,
Gustavo Corção cujo livro, O Século do Nada, deveria ser conhecido de todos.
Corção entendeu bem o mal do século: a mentira, já que ele dizia que o século
XX poderia ser chamado o século da mentira. O remédio a este mal está no seu
contrário: “Veritatem dilexisti”.
Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dia Santo Rosário.