domingo, 8 de novembro de 2020

Comentários Eleison – por Dom Williamson Número DCLXXXVII (687) – (12 de setembro de 2020)

Os homens, enquadrados na Ordem de Deus, desobedecem?

Dentro da mesma Ordem, eles devem pagar.

É ter a visão muito estreita dizer que a economia não tem nada que ver com a religião, porque a economia (as relações materiais entre os homens) provém da política (as relações humanas entre os homens), e a política (as relações do homem com seus semelhantes) descende necessariamente de suas relações com seu Deus (sua religião). Neste momento os Estados Unidos estão à beira de uma tremenda crise econômica, e, com eles, o resto do mundo. Tentemos ver esta crise em algo mais do que uma simples perspectiva material, a fim de evitar que a situação pareça não fazer sentido, se e quando muitas coisas logo quebrarem.

O dinheiro desempenha na vida econômica de uma nação um papel tão essencial quanto o óleo no motor de um carro. É normal que o governo de qualquer estado queira controlar a criação de dinheiro nesse estado. Não é normal que os cidadãos controlem o dinheiro do seu estado porque correm o risco de fazê-lo conforme seus próprios interesses, e não pelo bem comum. No entanto, atualmente, em todo o mundo, o dinheiro dos Estados é controlado por bancos centrais que são estritamente independentes desses Estados. Nos Estados Unidos, particularmente, a Constituição de 1787 estabelecia que o dinheiro do novo estado deveria ser criado e controlado pelo governo (o Congresso), e esta foi a situação normal até 1913, quando um consórcio de cidadãos privados, homens de dinheiro, depois de muitas tentativas vãs, finalmente conseguiu enganar o Congresso para que entregasse ao "Federal Reserve", seu novo banco central, todo o poder sobre o dinheiro dos EUA.

Esses homens do dinheiro haviam prometido que o Fed, como veio a ser conhecido, resolveria o problema das crises econômicas recorrentes, como o ciclo de “booms” e “busts” econômicos. Não fez nada disso, pelo contrário, tornou-os ainda piores, como a Grande Depressão de 1929 e os anos seguintes, e como agora a Depressão de 2020, que corre o risco de fazer 1929 parecer um piquenique e de despojar os Estados Unidos de sua prosperidade e escravizar sua liberdade, tornando todos os cidadãos americanos escravos das dívidas. A classe média em breve não existirá mais. Teria acontecido isso se tivessem dado ouvidos a Nosso Senhor? – “Buscai primeiro o reino de Deus e Sua justiça, e todas essas coisas se vos darão por acréscimo” – Não. Os mesmos cidadãos se deixaram enfeitiçar pela promessa do Fed de dinheiro cada vez mais fácil.

Pois, na vida real, dinheiro é algo difícil de conseguir, e tem de ser ganho com o suor da testa de um trabalhador. Essa é a economia real onde as contas e o aluguel devem ser pagos, onde bens e serviços reais são produzidos gerando riqueza real, por exemplo, a indústria e o comércio que criaram o êxito material e o prestígio dos EUA. Mas há então o mundo das finanças que se encontra no topo da economia real, como Wall Street sobre Main Street, mundo em que se pode inventar alguma forma fantástica ou projetada de evitar realidades como contas e aluguel, onde o dinheiro cresce a partir de investimentos, alavancagem e especulação, onde, por exemplo, um jovem banqueiro pode em poucos dias arruinar um banco centenário (Barings, 1995). É um mundo totalmente aberto à propaganda, à manipulação e à fantasia, susceptível de estar cada vez menos atado ao mundo real, de ser varrido por sonhos de riqueza ilimitada à custa de nenhum esforço. Esse tipo de sonho não é católico!

Mas o Fed o deixou aberto desde 1987, em 2008 e particularmente em 2019. Em 1987, Alan Greenspan tornou-se presidente do Fed e começou a incentivar as finanças de fantasia sobre a economia real. Os bancos comerciais foram autorizados a especular com o dinheiro de seus clientes. Em 2008, seu mau investimento gerou uma enorme crise econômica, “resolvida” pelo Fed, que começou a criar quantias fabulosas de “dinheiro” do nada.

Em 2019, quando o público estava cada vez mais enganchado no dinheiro de fantasia, o balanço público do Fed decolou até a completa irrealidade, sete trilhões de dólares e contando, e agora está quebrando a economia real com o corona-pânico, para então "pagar" as dívidas da crise, as quais todos contraem, com seus trilhões irreais, mas transformando os cidadãos do mundo inteiro em verdadeiros escravos.

E a solução? Deus é a realidade suprema. Se os homens retornassem a Ele, a perspectiva deles mudaria totalmente, e essas fantasias de Seus inimigos começariam a dissipar-se, como a névoa no sol da manhã.

Kyrie eleison.

 Viva Cristo Rei e Maria Rainha.

Rezem todos os dias o Santo.