terça-feira, 23 de janeiro de 2024

23 de janeiro dia São Raimundo de Penaforte, Confessor.

23/01 Terça-feira
Festa de Terceira Classe
Paramentos Brancos


  São Raimundo de Penaforte, do catalão Raimon de Penyafort (Vilafranca del Penedès, c. 1175 - Barcelona, 6 de Janeiro de 1275) é o santo patrono da lei canónica e dos advogados canônicos.
    São Raimundo dedicou-se desde jovem aos estudos filosóficos e jurídicos. Aos 20 anos de idade ensinava filosofia e direito canónico em Barcelona, onde foi cónego. Em 1210 foi ensinar para Bolonha (Itália), onde ficou até 1222. Foi capelão do papa Alexandre IV, e confessor de do rei Jaime I de Aragão, ao qual repreendeu pela vida licenciosa.
  Entrou depois na Ordem dos Pregadores, no convento de Santa Catalina e fez uma interveção na proclamação da cruzada contra Maiorca.
  A sua colaboração com Pedro Nolasco foi essencial na fundação da Ordem de Nossa Senhora das Mercês para a Redenção dos Cativos, obtendo o consentimento de Jaime I para a fundação da Ordem.Por ordem do Papa Gregório IX, voltou a Roma em 1230 para editar a colecção das «Decretais» e fazer a codificação da Lei canónica, que previamente estava espalhada por inúmeros documentos. A sua orgazição tornou-se um padrão por quase 700 anos, e a Lei canónica foi completamente codificada só em 1917.
Porém, quando o Papa disse que iria nomeá-lo Arcebispo de Tarragona, sentiu-se tão consternado que caiu gravemente enfermo. Quando os seus conhecidos amigos Dominicanos de Bolonha chegaram em Barcelona, abandonou tudo para vestir o hábito branco de São Domingos.
Em 1238 tornou-se terceiro Superior da Ordem Geral dos Dominicanos, por dois anos visitando a pé todos os conventos da Ordem. Redigiu também as suas novas constituições, promulgadas em Paris em 1240), apesar de renunciar ao seu cargo alegando motivos de fraca saúde.
Durante este tempo dedicou-se a converter judeus e muçulmanos ao Catolicismo a unica religião de Cristo, e para cumprir este objectivo introduziu o ensino das línguas árabe e hebraica nas escolas dos dominicanos.
Exercendo a sua influência sobre o Jaime I de Aragão, persuadiu-o a convocar um debate público sobre o judaísmo e o cristianismo, entre Moshe ben Nahman (também chamado El Rab de España ou Bonastruc de Porta), um rabino de Gerona, e Pablo Christiani, um judeu convertido de Montpellier que pertencia à Ordem Dominicana. Neste debate, que teve lugar no palácio real de Barcelona (20-24 de Julho de 1263), na presença do rei e do alto clero, Raimundo teve um papel importante. Liderava os teólogos presentes e, com a concordância do rei, deu liberdade de expressão ao rabino, mas observando que não deveria blasfemar contra o cristianismo. A isto, Moshe ben Nahman respondeu que sabia o que as leis da propriedade exigiam. No sabbath imediatamente após o debate, os cristãos visitaram a sinagoga, onde Raimundo pregou a Santíssima Trindade, negada pelo rabino.
Raimundo obteve a permissão de Jaime I para que Pablo Christiani continuasse as suas viagens missionárias, e também a ordem para que todos os judeus sob a sua soberania fossem obrigados a ouvir os sermões deste e de todos os outros dominicanos. Para além disso, deu um prazo de três meses para eliminar dos livros destes tudo o que estivesse contra a religião cristã. A comissão de censura nomeada consistia em Arnaldo de Guerbo, bispo de Barcelona, Raimundo, e os dominicanos Arnoldo de Legarra, Raymundo Martin (autor de Pugio Fidei) e Pedro de Janua, ou Génova.
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  Muitos e  grandes milagres obrou Deus por meio do seu servo, dos quais o mais conhecido é o seguinte:  Jaime I, rei de Aragônia, era penitente de Raimundo. Numa viagem que ia fazer à Ilha Majorca, desejava ter seu confessor como companheiro.   No mesmo trajeto, o rei levou uma mulher, com a qual  tinha relações ilícitas. Raimundo muito lhe pediu que a despedisse,  no que o rei prometeu atendê-lo, mas a mulher ficou.   Chegados a Majorca,  Raimundo fez  a  sua permanência na côrte depender do afastamento da concubina da  casa real; no caso contrário, voltaria  para Barcelona .  Jaime ordenou a  todos os barqueiros e proprietários de navios que, sob pena de morte, nenhum se  atrevesse a transportar  o frade para a Espanha. Raimundo, ignorando a  ordem do Rei, dirigiu-se  ao porto, para embarcar num daqueles navios que  iam para o continente,  mas não achou entre os marinheiros  quem  o  quisesse transportar. Adiantou-se então o santo homem até um rochedo, que estava mais para dentro do mar, tomou a capa, estendeu sobre a água, tomou o bastão, fez o sinal da cruz e pôs-se sobre a capa, como se entrasse numa barca. Chamou um companheiro para que fosse com ele. Este, porém, não teve o ânimo de seguí-lo e, estupefato, presenciou aquele singular embarque. Raimundo pôs então o bastão no meio, levantou uma parte da capa a  modo de vela, uniu-a com a extremidade do bordão e  começou a navegar.  Em seis horas fez a viagem até barcelona percorrendo uma distância de  160 milhas.  Chegando a Barcelona, saltou em terra, tirou a  capa, que estava enxuta, e foi para o convento.
  Aos 70 anos voltou a ensinar. Foi também um escritor fecundo.  Entre os seus escritos, destaca-se a Summa Casuum para a administração recta e proveitosa do sacramento da Penitência, e também a Summa de poenitentia et matrimonio, a Summa contra gentes sobre muçulmanos e judeus e a Summa pastorales.
Raimundo morreu em 6 de Janeiro de 1275 e está enterrado na catedral de Barcelona. O papa Clemente VIII procedeu à sua canonização em 29 de Abril de 1601. É o santo padroeiro da Lei canónica e dos seus advogados, e na Espanha é padroeiro de todos os advogados. A sua festa religiosa celebra-se a 23 de Janeiro.

Intróito/Salmos 36, 30-31.

A boca do justo ponderará a sabedoria, e a sua língua proferirá equidade; a lei do seu Deus está em seu coração. Sl. Ibid., 1.Não tenha inveja dos ímpios e não tenha ciúmes dos que praticam a iniquidade..V /Gloria Patri.

Coleta

Ó Deus, que escolhestes o Beato Raimundo para fazer dele um admirável ministro do sacramento da penitência e o conduzistes pelas águas do mar de maneira admirável, concedei-nos esta graça de que, por sua intercessão, possamos dar frutos dignos da penitência e chegar ao porto da salvação eterna.

E recordamos Santa Emerentienne, Virgem e Mártir:Indulgéntiam nobis, quǽsumus, Dómine, beáta Emerentiána Virgo and Martyr implóret: quæ tibi grata semper éxstitit, et mérito castitátis, et tuæ professióne virtútis. Por Dominum nostrum. Que a Bem-aventurada Emerentiana, Virgem e Mártir, nós vos suplicamos, Senhor, implore para nós a vossa misericórdia, ela que sempre vos agradou, e pelo mérito de sua castidade, e pela profissão que fez de uma força de alma de qual você é a fonte.

 
Leitura da Epístola

Eclesiástico 31,8-11

8 Bem-aventurado o rico que foi achado sem mácula, que não correu atrás do ouro, que não colocou sua esperança no dinheiro e nos tesouros! 9 Quem é esse homem para que o felicitemos? Ele fez prodígios durante sua vida. 10 Àquele que foi tentado pelo ouro e foi encontrado perfeito, está reservada uma glória eterna: ele podia transgredir a lei e não a violou; ele podia fazer o mal e não o fez. 11 Por isso seus bens serão fortalecidos no Senhor, e toda a assembléia dos santos louvará suas esmolas. 

Gradual. Salmos 91, 13 e 14.Iustus ut palma florébit: sicut cedrus Líbani multiplicábitur in domo Dómini.Os justos florescerão como a palmeira e se multiplicarão como o cedro do Líbano na casa do Senhor.
V/. Ibid., 3. Ad annuntiándum mane misericórdiam tuam, et veritátem tuam per noctem.V/. Para anunciar sua misericórdia pela manhã e sua verdade à noite.
Aleluia, aleluia. V/. Iac. 1, 12. Beátus vir, qui sofreram tentação: quóniam, cum probátus fúerit, accípiet corónam vitae. Aleluia.Aleluia, aleluia. V/. Bem-aventurado o homem que sofre a prova com paciência, porque quando for provado receberá a coroa da vida. Aleluia.

Sequência do Santo Evangelho

 São Lucas 12,35-40
35 Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas. 36 Sede semelhantes a homens que esperam o seu senhor, ao voltar de uma festa, para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. 37 Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier! Em verdade vos digo: cingir-se-á, fá-los-á sentar à mesa e servi-los-á. 38 Se vier na segunda ou se vier na terceira vigília e os achar vigilantes, felizes daqueles servos! 39 Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa. 40 Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem. 

Ofertório/ Salmos 88, 25.
Minha verdade e minha misericórdia estarão com ele e através do meu nome seu poder surgirá.

Secreta
Laudis tibi, Dómine, hóstias immolámus in tuorum commemoratióne Sanctórum: quibus nos et præséntibus éxui malis confidimus et futúris. Por Dominum. Nós te imolamos, Senhor, uma multidão de louvor em memória dos teus santos nos quais confiamos para obter o triunfo sobre os males da vida presente e escapar dos males da vida futura.

Pro Pro S. EmerencianaHóstias tibi, Dómine, beátæ Emerentiánæ Vírginis et Mártyris tuæ dicátas méritis, benígnus assúme: et ad perpétuum nobis tríbue proveníre subsídium. Por Dominum nostrum. Receba com bondade, Senhor, as hóstias oferecidas para honrar os méritos da Bem-aventurada Emerentiana, sua Virgem e Mártir, e conceda-nos ajuda contínua.

Comunhão/ São Matheus. 24.46-47.
Bem-aventurado o servo a quem o senhor, ao chegar, achar vigilante; em verdade vos digo que ele o porá sobre todos os seus bens.(Quem não pode comungar em especie, fazer comunhão espiritual)

Nosso Senhor Jesus Cristo numa aparição revelou a sóror Paula Maresca, fundadora do convento de Sta. Catarina de Sena de Nápoles, como se refere na sua vida, e lhe mostrou dois vasos preciosos, um de ouro e outro de prata, dizendo-lhe que conservava no vaso de ouro suas comunhões sacramentais e no de prata as espirituais. As espirituais com dependência exclusiva da piedade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que alimentais nossa alma na solidão do coração.
“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós” (Santo Afonso Maria de Liguori)
 
Depois da comunhão.
Refécti cibo potúque cælésti, Deus noster, te súpplices exorámus: ut, in cuius hæc commemoratióne percépimus, eius muniámur et précibus. Por Dominum. Alimentados pela comida e bebida celestiais, rogamos e suplicamos a ti, ó nosso Deus, que nos concedas a ajuda das orações daquele em cuja festa as recebemos.

Pro Pro S. EmerencianaDivíni múneris largitáte satiáti, quǽsumus, Dómine, Deus noster: ut, intercedénte beáta Emerentiána Vírgine et Mártyre tua, in eius sempre participatióne vivámus. Por Dominum. Cheios da grandeza do vosso dom celestial, nós Vos suplicamos, ó Senhor nosso Deus, que a bem-aventurada Emerentiana, vossa Virgem e Mártir, intercedendo por nós, vivamos sempre da participação neste sacramento.


Viva Cristo Rei e Maria Rainha.
Rezem todos os dias o Santo Rosário.