CIÊNCIA DUVIDOSA
Da Natureza muitos homens trilharam o caminho
Para chegar ao seu Criador comum, o Deus Todo-Poderoso.
CIÊNCIA DUVIDOSA
Da Natureza muitos homens trilharam o caminho
Para chegar ao seu Criador comum, o Deus Todo-Poderoso.
Poucos são aqueles que hoje em dia ainda questionam a prioridade da ciência quando se trata de proporcionar a nós, homens, um mundo feliz e uma boa vida. “Substitua-se a religião pela ciência e pelo materialismo”, dizem os Protocolos dos Sábios de Sião (CE 699), como se a ciência e o materialismo resolvessem todos os problemas da vida. O famoso filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) precisou de quatro causas para analisar a realidade: propósito, criador, forma e matéria, mas o homem moderno apagou com efeito a causa final, ou propósito, e a causa eficiente, ou criador, indubitavelmente porque ambas conduzem, na realidade, a Deus, que então parece não ser tão necessário para a forma ou a matéria intrínsecas de uma coisa. E assim, desde Galileu (1564-1642) a “ciência” tem-se tornado cada vez mais ímpia.
No entanto, a sabedoria de Shakespeare (1564-1616) reconheceu que havia mais no céu e na terra do que na filosofia de Horácio (Hamlet I), e o maior escritor da Alemanha, Goethe (1749-1832), sabia que havia um conhecimento da Natureza superior ao da ciência, um conhecimento que se apoderava do espírito interior da Natureza. Outro contemporâneo, o poeta inglês William Wordsworth (1770-1850), também estava ciente, na virada do século XVIII para o século XIX, que a humanidade estava tomando, com a revolução industrial e o fomento das ciências físicas, uma direção que em alguns aspectos não progredia, mas retrocedia: à medida que o domínio da matéria avançava, o domínio do espírito retrocedia. Um dos discípulos de Wordsworth foi o famoso convertido católico e escritor de livros espirituais populares, o Pe. William Faber (1814–1863). Wordsworth nunca se converteu, mas deu frutos católicos. Aqui está um famoso soneto seu sobre o mundo antiespiritual moderno:
Insuportável mundo! A obter e jogar fora,
Nós arrasamos, tarde ou não, nosso vigor: – O shopping moderno!
Pouco de nosso vemos, natureza afora; – O que sabem os habitantes dos subúrbios...
Demos o coração, em sórdido favor! – ...sobre a natureza?
O mar que à Lua mostra o peito, em seu fragor; – O próprio Wordsworth viveu muito...
Os ventos que estarão uivando a toda hora, – ...feliz infância entre os deleites da natureza...
Mas, como flores a dormir, calam-se agora: – ...em Lake District no Norte da Inglaterra.
Nada nos move: eu preferia, Deus senhor, – Mas exclama que preferiria ser um...
Pois que nosso ânimo com coisa alguma afina, – ...pré-cristão a ser um pós-cristão, pois...
Ser um pagão nutrido em gasta, anciã doutrina, – ...ao menos sua crença em deuses...
Para que me sentisse menos desvalido – ...pagãos daria a ele algum senso de união com o...
Ao vislumbrar rápidos vultos na campina: – ...glorioso espetáculo da natureza diante de si.
Queria ver Proteu, do azul do mar surgido, – Assim, tal como está, sente-se apenas...
E ouvir Tritão soprar o búzio retorcido.* – ...“desamparado” – esgotado.
Via de regra, os habitantes dos subúrbios não gostam de poesia, e sua mídia vil, sempre que pode, a escreve como prosa. Para dizerem o que têm que dizer, os poetas costumam dar-se ao trabalho de dizê-lo com rima e ritmo, e esse simples ato é suficiente para sugerir que a vida é mais do que somente subúrbios materialistas. Mas a maioria dos habitantes dos subúrbios está satisfeita com seu materialismo, e prefere não ser lembrada de sua deficiência. E, assim, o amor pela natureza se transforma em esqui e lanchas, enquanto a poesia é desacreditada, desconsiderada, e fica à espera de ser revivida por uma revaloração das coisas espirituais. Isso acontecerá, mas depende da Igreja Católica. O homem é suficiente para puxar a natureza e a si mesmo para baixo, mas somente Deus pode reerguer a ambos. O Pe. Faber mostrou o caminho. Ele, pelo menos, não terminou desamparado.
Kyrie eleison.